terça-feira, 30 de junho de 2020

A LUTA INGLÓRIA



Mover paus, canoas, ventos e esferas
Sem codinomes que justifiquem os atos
Transborda a água que já falta no mundo
Ao interesse primeiro, de comer pelos lados!

O gelo, a água gelada, o frio de um inverno
Que nos canta a falta nos bolsos, um quinhão
Que fosse de merecimento ou não,
O pobre notívago que vive no buraco
Encharcado por tempestade, a se manter ainda
Com certo moral depois da contenda
Onde os ventos silvam por melhores dias.

A resiliência de um topete do acaso, barba
Que seja feita nos trejeitos do infinito,
Qual pelo emaranhado que reflita
No mínimo uma multidão de árvores iridescentes...

Ah, que um vate nos prometa um caminho
De caminhantes outros nos portais do esforço
Quando se requer uma têmpera de dureza imensa
No que não ressintamos, pois a rua é longa.

Aquela não possui donos, só acontece no mais
Alguma aspereza de somenos existir
No platô dessa gente que urge por mais sentir
Nem que o seja no dobrado de uma cachaça
Sem mais que não sinta o licoroso gosto
De um amortecimento que os façam esquecer!

Seja dada uma largada sustentada pelo verso
Que outros leem como curiosa invectiva
Nesse lúdico proceder, como uma iniciativa
De um soslaio breve ou de um improviso ímpar.

Conta-se cada verso em uma paráfrase editada
Por um farnel de letras sobre o leito digital
Mas que um linotipo pode exibir com mais clareza
Àqueles que não detém a crueza de possuir uma laser.

Merecemos quiçá mais alguns segundo de poesia
Que verta rápida sobre o tonel dos dissabores
Nessa sensaboria de um único espaço distante
Onde a inquietação vem a repousar seus laços.

É de um tipo de butim sacro da pilhagem de tempos
Onde as regras eram de areia, e a humanidade
Respirava um escorço que não dita nenhuma questão
E sai a reafirmar propósitos inequívocos, casuais
Como a prerrogativa de encontrar mais versos no canto...

De conhecimento felizmente a democracia está plena
A saber, de se poder realizar uma frase libertária
Nos moldes de qualquer nação em sua história
No que não nos ressintamos de claudicar a lavra.

Posto que, ao jogarmos os dados de uma poesia,
Podemos não empunhar a bandeira da razão plena,
Mas mesmo assim o escrito torna-se concreto
Apenas pelo fato de ter sido realizada a missão!

E disso de termos realizado algo menor, posto seja,
Algo que respire o consentimento da retórica,
Ou mais do que se diga por se apenas dizer,
Atalhamos no bosque as pegadas que deixamos a nu.

E, se as vertentes inquietas do proceder desejarem
Teremos no encalço apenas bom requisito no desdém
De uns poucos muitos que não querem ver a verdade
Por serem muitos em quantidade, mas na qualidade pecam.

É ver que no final a desdita não procede tanto
Quanto se esperaria de uma refeição lauta
Naquilo que o ser humano necessita deveras
Quando a latitude de seu caminho beira o improvável!

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