Qualquer
circunstância que nos leve ao alvorecer de um dia mais tépido
parece maior do que a mais remota possibilidade, justo quando nos
preocupamos demais com setores que não passam de pequenos engenhos
da imaginação… Esses mesmos episódios que parecem vir
empacotados de um tipo de país mais desenvolvido, mas que venham na
soberba de uma destinação mais fiel aos casos que sempre aparecem
do nada, como invólucros secretos. Estas abas que fecham os pacotes
remontam arcas de milhares de anos, como se a história se esquecesse
de fechar corretamente os segredos do mundo, onde há o prumo, onde
há o esquadro, e a retificação e ampliação de esquemas que não
passam de quadriláteros do além-mar… Seriam esses mesmos segredos
a pontuação de descobertas que remontassem Pedro I, o imperador que
fez algo de história quando o país não se importava tanto com os
problemas coloniais? Ou seria o prenúncio de que o Império
Brasileiro não traduz-se como algo histórico em que realmente não
nos detemos…? Passasse a história como uma reticência inacabada,
e um painel algo similar pretenda talvez ultrapassar os domínios na
Colônia a açambarcar projetos que por enquanto enfrentam o
presente, sem qualificar futuro.
Tanta
é a história de nosso país que poderíamos até mesmo tratar a
cultura fazendo documentários de eras como a de Caxias ou de
Floriano… Seria interessante ver que tipo de figurino, quais seriam
os atores, que espécie de direção, e se o cinema fosse realmente
fiel aos fatos: sem ufanar e sem deslumbramentos maiores, a ver que
seríamos um tipo de heróis de vanguarda, nesse simples e rudimentar
recrudescer de uma cultura talvez um pouco inóspita no princípio,
mas em se contar aspectos históricos que foram relevantes a todos os
que participam do histórico militar brasileiro, a se contar, que há
que se valorar princípios, mas sempre dentro de um fomento escalar
para que possamos retratar a época. No caso de 64, haveríamos de
contar o que não foi contado, desde a memória à ante memória,
desde o princípio que regia idealmente a oclusão da mentalidade nas
forças antagônicas de repressão e rebeldia. Seria um diálogo, uma
espécie de debate em um uníssono, para que compreendêssemos o
apagamento do diálogo, e que revisitássemos em documentários
construtivos o que foram os atos, 1, 2, 3, 4 e cinco, e como a
sociedade em rigor chegou em 68 a esse ponto, até para que a
população mais ignorante, que hoje é a grande massa, possa saber a
quantas andou a história em um regime militar que agora apenas pega
os rescaldos de fatos isolados, mas que seria de bom alvitre a
iniciativa da documentação, das memórias e dos registros, tanto
para o lado queixoso quanto ao lado do padrão atual governamental,
em se tratando de cargos do Executivo. Qualquer iniciativa que
construa esses retalhos perdidos na memória seria bem recebida pela
interpretação correlata e certeira – de ambas as partes –
quanto os lados da questão.
Mova-se
a Secretaria da Cultura e elabore, podendo ser de Caxias, Floriano ou
Médici, mas há que se mover para a produção, pois a população
cansa de não ver mais quaisquer iniciativas de ordem cultural, e
estas requerem um debate nacional, que seja, se Regina pudesse tratar
da produção de algo remontando a história relida, ou desligada do
debate consoante da nossa vida, enquanto agentes que somos, e que
reiteramos para nós uma normalidade fecunda… Interpretem, façam,
construam, só não podemos ficar à mercê de um panorama
involucrado da falta de ações no respeito que sucede à cidadania e
à cultura, devemos ficar a par de qualquer coisa que se produza,
mesma porque o registro, certo ou parcialmente equivocado, partirá
de qualquer cérebro que queira pensar! Mesmo que esse modo de pensar não coadune com nossos princípios mais elementares, veremos a quantas anda o pressuposto de se criar um painel, ainda que tíbio, da cultura brasileira.
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