domingo, 29 de setembro de 2019

NO AR UM NADA, DE NOVO


          Pois então, seguimos vivendo… O mundo prossegue, com suas perdas, suas faltas, mas igualmente de boas iniciativas, e o panorama global é um ponto de milhões e milhões, de além fronteiras, de pássaros inquietos, de primaveras e invernos, de um quente inexplicável, do aquecimento dos rumores, igualmente! Pudera se fôssemos estar em uma espécie de mundo em redoma da razão, uma razão que engrandecesse, que fosse da igualdade não propriamente entre uma espécie, mas da comunhão com os seres que nos acompanham, a se bastar que seja, ao menos um pet. Por questões de familiarizarmos será mais nobre àqueles que possuam abrigo decente se dedicarem a uma proposta de vida baseada na luz, na verdade, na luta contra os hipócritas, no termos de se viver em paz e, se queira, na companhia de Deus… Agora, ausentarmos nossas boas propostas do cenário em que existimos, parte da suposição que o nada vence quando o muito não há na ciência que basta a que nos mereça. Aquiescer com a suposta inatividade porquanto não se ter o tempo dá jus a que se lute pelo trabalho, sua manutenção, a sua mesma ciência. Explica-se, transmite-se a busca dessa razão que por vezes não alcançamos, mas que existe fervorosamente, é fato, é conclusiva. A idade desta razão por uma questão atávica depende da consciência em sermos melhores, sermos pessoas boas, em uma modalidade que revela a sabedoria de querer que todos cresçam, e não estereotipar-se a riqueza na bandeja, como em tempos de colônia, como se quiséssemos dar tudo a alguém que já tem suas imensas riquezas, a troco de conseguirmos um pequeno frasco de aspirina para uma dor reflexa, que no futuro pode cronificar e não se ter sequer uma drágea. A mesmice, o que não é efetivamente nada que venha para melhorar se tornaria sequela de uma mesma sequela, uma lesão repetida, um esforço em um feixe muscular apenas, uma tomografia fora de campo.
          O meio principal de uma conquista satisfatória no plano de uma sociedade que não tem a proposta de ser sectária, está justamente na abertura das possibilidades e na sua positivação da engrenagem que propõe-se, mas que não está disposta a todos, transformados em peças avulsas que porventura se devidamente montadas ampliam a máquina e melhoram o torque, haja vista que desmontar um carro e remontá-lo sem peças que na aparência são sobressalentes ou dispensáveis, não pertence esse ato a uma atmosfera de boa mecânica. Agregar-se o povo é agregar-se o resultado. Fazer com que a participação da grande urbe como massa silenciosa é dar voz a que seja azeitado o país, e de preferência com o óleo que já sabe fabricar. Como se não houvesse amanhã não deve ser o prenúncio sistêmico de uma administração, pois no mínimo a preparação econômica deva ser planejada com base de sustentação inequívoca, desde seu início, desde seus acabamentos, desde a suposta e real abertura de entrada ao pleno emprego na sustentabilidade do conhecimento e do fazer como, o know how. Saber como fazer, como fabricar, como não dispensar nenhuma peça, assim como no xadrez, jogar com os peões com maestria, pensando em um bom combate, de igual para igual, dispondo inteligentemente os recursos que recriarmos dentro de nosso próprio tabuleiro.
          Passa-se que jamais se pense erroneamente que estas assertivas são de cunho ideológico, mas apenas a tentativa que passa a ser válida quando se pensa em uma nação como potência emergente, e não imersa na sombra de outra que não é sequer parente mais rica. Nenhum país é muito irmão do outro, nenhum estadista pontua com a vitória do outro, pois o que há nos tempos atuais de pré crise em potencial é um jogo de interesses, reflexo dos parlamentos ao redor do mundo, seja em que sistema for, com a diferença óbvia que os mais ricos protegem a sua economia e não distribuem fartamente setores estratégicos para nações poderosas, já que isso entregaria – em uma nação como os EUA, por exemplo – a soberania crucial da existência sólida de instituições que existem a partir da independência desses ditos países. Seria como ensinar a uma criança as regras da aritmética, de modo a mostrar que não é apenas crendo em Deus que se obtém o pão hoje em dia, mas no resultado da troca entre o valor simbolizado da moeda com o valor de mercado por quilo do trigo beneficiado.
         Por essas questões mais sensíveis e até certo ponto ortodoxas perante a realidade mais primária, é que o tempo gasto muitas vezes no trabalho duro não refaz a temperança e a serenidade das populações que sofrem de carestias, no que vem a religião a dar um suporte genuíno, em um tempo em que Jesus Cristo continua sendo aquele que fez a diferença em um tempo duro, em que o Império Romano cometia arbítrios inomináveis para se manter. No entanto, há que se fazer rebatimentos para se constatar que a ação de modo consciente, a Bhakti-Yoga, ou ação em consciência de Deus parte a ser revolucionária na sua primeira ciência, pois rebate uma Era de desavenças e hipocrisia com a tolerância e o respeito aos seres e culturas que habitam nosso planeta. Teremos, como sempre, um tempo para redobrar esforços, e a organização da mente com pensamentos evidenciados pelo bom senso tem a fortaleza de poder mudar para melhor a face meio funesta pelo que nossas culturas estão vivendo, nos dias contemporâneos. Cabe ao mais rico aproveitar a chance que possui em seu carma mais favorável para não cometer bobagens e cair da posição dentro do escopo da justiça infalível de Krsna.

sábado, 28 de setembro de 2019

SE UM CHICLETE BASTA PARA SALIVAR UM POUCO, PAUSEM A POESIA QUE É HORA DE PITAR!!!

A TÍTULO DA MISERABILIDADE, BASTA QUE SIRVA COMO UM DOCUMENTO: FERIDA ABERTA E REGISTRADA NOS ANAIS MUNDIAIS.

NEM TODOS OS HOMENS SÃO COMPORTAMENTALISTAS, E NEM TODO O COMPORTAMENTALISMO É HUMANO.

E O AMIGO FEZ O JARDIM, E O JARDIM ESTÁ COM A GRAMA MAIS CURTA, MAS QUE CURTAMOS O QUE HÁ AO REDOR DA FOLHAGEM E DOS VENTOS NAS ÁRVORES QUE SUCEDEM PRÓPRIAS DO SENTIR...

QUANDO NAVEGARMOS POR SOBRE AS LETRAS, PULEMOS SOBRE TODOS OS SEUS RITMOS, POIS CADA VÍRGULA SERÁ SUFICIENTE PARA RENOVARMOS CONTÍNUOS ENTENDIMENTOS.

NO SILÊNCIO DE UMA NOITE ACOMPANHADA DOS SONS DA CIDADE, RESIDE QUIÇÁ MAIS DISTANTE A ALMA DOS QUE AMAM A LITERATURA...

COITADO DAQUELE QUE, EM NOME DE JESUS CRISTO, ACEITE A TORTURA QUE ELE PRÓPRIO SOFREU: JESUS CRISTO.

COITADO DO HOMEM QUE NÃO PERCEBE A FLOR QUE A MULHER TEM EM SEU ÍNTIMO.

COITADA DE ALICE, SEU SONHO - APENAS - FOI UM PAÍS DE MARAVILHAS: NO MUNDO DE LEWIS.

NA TERRA DO NUNCA, NINGUÉM É OBRIGADO A VER UMA COMÉDIA GROTESCA, POIS PARA ISSO EXISTE O PIRLIMPIMPIM.

HÁ MUITO DO QUE SE FALAR DAS LINGUAGENS, E MAIS AINDA DO SIGNIFICADO DE PEQUENOS PERÍODOS GRAMATICAIS.

UMA CALOTA DE AÇO DESFILA NA NOITE EM QUE O RELATOR ESTEJA ATENTO, POSTO INTERESSANTE AO BRILHO DO POSTE.

SE O DESCALABRO É MODA, QUE O SEJA DAS CORES DA PRIMAVERA.

SE REVERTÊSSEMOS OS PAPÉIS, APENAS ESTARÍAMOS MUDANDO NOMES.

A VÉRTEBRA DO CONSENTIMENTO É O PONTO DE EQUILÍBRIO DE UMA COLUNA SAUDÁVEL.

DE DEUS NÃO SE SABE QUASE NADA, POSTO INENARRÁVEL, E DOS HOMENS A PREVISIBILIDADE É QUASE IMEDIATA!

QUE UMA INTELIGÊNCIA QUE SEJA APENAS A SOMBRA DE DEUS NOS REVELE SER APENAS A MELHOR DE TODAS...

A IMAGEM DO PASSADO E SEUS NÚMEROS NADA TEM A VER COM OS NOVOS SISTEMAS INTEGRADOS E SUA NOVA NOMENCLATURA.

NÃO ADIANTA DEPOSITAR GANHOS EM LIDERANÇAS QUE FALTAM, HAJA VISTA ROMA NÃO SE TER FEITO EM UM DIA...

DANTON, ROBESPIERRE, TANTOS HOUVERAM, MAS DOIS JÁ FAZEM A DIFERENÇA.

A GRANDE CONTRADIÇÃO


Sabe-se lá o que vem por lá…

Na esteira dos enganados, sendo em si a luta algo que se prescreve tardia
Não será das receitas azinhavradas por um tempo largo que se avizinha o ato!

Nada do que se fosse, e não é, efetivamente…

No que se pretende luta, a si é ao empoderar, simplesmente, a troco de tudo
O que aquilo que se dizia do não patronal já o é de tempos de outrora!

No que seja, já não seria o suficiente…

Na vertente dos impossíveis não haverá a chance de pontuar-se sequer
A mesma coragem de um sem agremiação qualquer, sequer organizado!

Nada a redimir consensos chulos, que porventura é…

No que saiba que serei tu quando nem imaginas que sois na frente de um réu
Que se pretende liberto depois da última contradição no depoimento!

A saber-se que não somos nada nem ninguém…

Posto do caudal merecido é melhor a fama dos que não fazem mais do que a receita
Do que outros que se revelam o diamante que o bolo contava aos seus irmãos!

A ver-se que o tempo não revela senão a latitude imprópria…

Na vez de um farnel barato de diz que me distes no que não reprima a sentença
Antes de redarguir que outros fizeram sua devida fama nos costados dos tristes!

A se ser do ultimato de uma ocasião propícia…

As alavancas de um tempo laboral mostram a força imperecível
Da engrenagem que segue girando incólume em sua tenacidade!

Não que não se saiba mais do que uma encoberta verdade…

A principiar fora se o mesmo e referido tempo soubesse que o cristal
Se firma na conotação de um Grão Mestre do que já não se saiba o que!

E repete-se uma ordem sem o devido progresso…

Na ocasião que se faça o roubo denegrido, a temática ruidosa do ocaso
Nas vértebras amolecidas pelo estanho que se forma dentro de seu carbono!

E sempre se diz algo a mais, nem que para isso nos calemos…

Quando se ilude a vertente de um sistêmico olhar, por sobre a tessitura
Daquilo que é desconhecido, latim, verbo, semântica, no merecido significar!

E que se arrebanhe a manada da credulidade gratuita…

No que procede seja a casa o ponto referencial de uma agulha costureira
Que cerze um bairro inteiro dentro de um pressuposto quase de aldeia!

E a vertente de um signo que não se entorta…

Seríamos mais do que um hospital escancarado e gentil
A receber enfermos sem os planos signatários, mas a doença como documento!

A fervura de um caldo refresca o sono da fome…

E, por fim, refresca-se a sede quando desta dermos conta de um desejo tão básico
Como o é o respiro de uma planta no planar de um pássaro que se deixa devorar pelo tigre!

quarta-feira, 25 de setembro de 2019

AS CLASSES OBJETIVAS


         Será sempre leviandade afirmar que não haja relativização dos conhecimentos. Um indivíduo pode pertencer a uma realidade onde não se pode adquirir o saber da ciência, mas pode viver melhor e mais intensamente do que o sapiente. Talvez haja uma distinção semântica entre sapiência e sabedoria. A partir do momento em que o índio de uma determinada tribo sabe melhor sobre o muito da Natureza, aquele doutor que nunca deixa a sua sala, rodeado de livros, quem sabe nem desconfie que o seu objeto de estudo na verdade se distancia do que é uma existência onde a catalogação perde para a vida do mesmo indígena, parte intrínseca no que se sabe do tronco, do aparente, do visível, muitas vezes…
        Uma casa pode estar repleta de gentes de posses, e estas gentes resolvem por vezes suas questões de negócios, onde o ilícito pode passar a ser normal e previsível, e ignorar o fato por parte de gentes que não estão e nem são objeto de cuidados e atenções judiciais, reitera a mesma impunidade que move a infantilidade em que se torna o cidadão que faz algo errado pensando que tira vantagens no mesmo sistema de que faz parte, como uma espécie de puppet. Quando se jactam de furtar-se a redimir a falta encontrando outras e outras vias da ilicitude, por vezes ruminam o respeito que a mesma sociedade eticamente falimentar lhes reserva. Não se trata de apontar o dedo, se trata de verificar que em cada lote de muitas casas as tramas revelam a carestia do bom senso, da honestidade, e não da faculdade inata de se obter prazer – principalmente regado a um bom destilado – em passar o outro para trás, em cometer maldades, em ofender, sendo que esse retrato viral apenas revela a fraqueza de uma defensiva da ignorância, como uma roda viva, um moto perpetuo dos termos mais fáceis, da selva competitiva, de tomar-se por um lado e esperar dar o menos possível a quaisquer nos diálogos retroalimentadores da contradição que se torna iníqua. A perspectiva de se ter conhecimento de uma atitude vencedora torna-se mais factível e saborosa quando se passa adiante o conchavo com um si de autoridade em que se arrogue e, no entanto, visceralmente ilusória. Passe ao comando de mais maturidade não reativa, porquanto vez e voz de uma questão que atravessa a vida de muitos, e onde a mitificação do poder se torna a grande ilusão de quem possui recursos ou ganhos maiores. Uma sociedade onde as diversas classes em questão não objetivam razoavelmente seus propósitos dentro da máquina em que vivemos, com seus padrões de engrenagens e a modalidade integradora, esta que não pode estar vinculada a nenhuma substância que atrapalhe seu correto funcionamento.
         A classe objetiva propõe, dentro de seu escopo limitado, a própria condição de que essa limitação se torne a fronteira de se tornar consciente da posição em termos de organização e menos tempo gasto com firulas existenciais de ordem competitiva, pois suas concorrências são muitas vezes uma realidade concreta onde um rebaixamento não deve sofrer reveses existenciais, pois não há muito espaço para especulações no arbítrio da engrenagem supracitada, posta, de fato. Daí a necessidade do diálogo dinâmico entre essa imensa fuligem que existe na mente de muitos, descobrindo-se que buscar o conhecimento vai de encontro não propriamente de aquisição de informações, mas de trocas de conhecimento e energia depositada em trabalho e tomada contínua e dialética com uma consciência majorada, posto ser no prego que se prega, no tijolo e sua fiada, no pão e suas regras panificadoras para mais ou para menos e em uma empresa lançada como um barco: antes remo, depois motor. Paulatino deve ser o crescimento, pois o fracasso minorado de pouco investimento refaz o moral das partes onde um consumo deve estar profundamente vinculado com a realidade. Há que sempre negociar, pois se houver empatia entre os diversos tipos de diálogos, confronta-se o painel de uma classe alta podendo falar com uma gente de base proficuamente, dentro de um tipo de sedimentação econômica onde se encontrar com a vantagem de poder dialogar fora do rotulo que emane de qualquer conotação existencial mais ilusória, como estar-se profundamente vinculado com sistemas religiosos, a não ser que se queira ser cura, pastor ou monge.
        A religião une as gentes, um tipo de amálgama silencioso que conquista os espaços, mas objetivar conhecimento científico com a receita infalível de que só há saída existencial dentro desta ótica pressupõe deixar de lado alguns conceitos como a lógica indivisível, condição sine qua non de se estar preparado para um pensamento mais amplo e exato sobre o trabalho e suas diversas modalidades. A condição em si de se preparar a obra com planejamento, de se organizar com frequência, de modo nada conservador, posto a vanguarda da prática de se saber o que vale como conhecimento, e como galgar etapas dentro da construção de uma sociedade melhor, dependerá em qual os fatores relevantes, dentro de um tempo sagrado onde a tomada de consciência do universo político e econômico torna mais objetiva uma classe, dentro do espectro individual e na necessária projeção à coletividade. Esse tempo em que queremos acreditar em algo com sede, e podemos certamente ter fé em nós mesmos e praticar essa eterna luta que tem a ver com o amálgama por vezes de chumbo que encerra um tipo de dentes quebrados nas estranhas e muitas vezes arcaicas engrenagens que necessariamente todos temos que tornar aptas e azeitadas. Sem isso, não crescemos em mudar certas estruturas, mas tornamos todo um sistema corruptor e, de modo causal, incrivelmente obsoleto.

terça-feira, 24 de setembro de 2019

UMA SOLIDÃO ANUNCIADA


A porta que se abre, tantas e tantas vezes, fechando-se na ventania,
E Clara vendo a janela com suas grades, de uma face nua na arquitetura
Qual não fosse uma janela desnuda, sem a grade, sem o fechamento…

Visto que fosse uma, mas era Clara, ressonando
Depois de uma refeição de domingo, Clara dos anéis
De Saturnos em seus dedos, formigando a pele, cansada
Das ofertas generosas em ligações telefônicas, os serviços
A que quisera estar ausente, a que Elaine não percebera
Que a ausência de si vinha a cumprir a meta proposta
Nos caminhos túrgidos da profissão nebulosa…

Trincando os dedos sobre o ferrolho da porta
Clara sabia apenas das visitas, não da conotação do prazer
Que antes não houvesse, os dedos crispados no colo
Em orações nubladas, a tentativa de não cometer erros,
Posto a falta da amante, que não envidaria esforços
Em retocar a mesma maquiagem que porventura fazia a cor
Sobressair de seus lindos lábios, turvos e provocantes
Em alguma calada de bares que entorpecem, claudicam, fazem cair!

No sono a queda, que fora de uma razão algo próspera, posto o fato
De saber-se atuante, profissional, vertente de alguma gorjeta, afora
O que de saber-se mais não se houve no querer ter merecido algo…

Dos beijos em seus seios maduros, da pele acobreada de um negro
Sabia-o quiçá melhor dos seus colos de mulher na mesma madurez
De um carvalho intocado de suas superfícies, na vista de um fogo
Tardiamente despertado porquanto resolvia-se na própria contramão.

A se desvendar quilates, a se sobrepor tessituras, a alimentar-se de pão,
Quisera Clara estar com qualquer interlocutor sem as frases de rebatimento,
Sem o dizer-se a não dizer, sem os ensaios de algum tipo de treinamento
Qual não fosse o toque terno nas alfombras secretas de seu corpo.

Vertia quiçá um tonel de vinho sobre o mesmo tempo em que Elaine
Fosse uma companhia de vento morno, um mormaço de inverno,
Um calor qualquer que subisse ao seu ventre, uma misantropia cálida
No revés de um arrependimento que não se falava de alguma hipocrisia.

E esta era a sua solidão, pois tentava um amor secreto, posto na sua vida
Não surgissem muitos homens, não se refreasse o ardor de seu tórax pleno,
De suas perdas fatigadas pelas desordens de uma luta em se manter
Algo serena e franca, que não se retesava a coluna, seus lombares funcionavam.

Ao corpo e ao corpo, transformado em células sensíveis, de poros vivos
Na vida que pedia ser um pouco mais do que o mesmo de sempre, quanto a si
Soubesse que a mesma vida abriria seus farnéis para retocar uma muralha
Reconstituída de totens, perdidos em uma selva, onde nem se encontrar se fora!

Queria ser mais do que apenas Clara, queria ser um corpo infinito,
Veste mesmo que do fracasso, um fracasso em fim, mas de cotidiano
Vívido como a esmeralda de seus olhos, mas com um semblante
Que olvida a forma de tentar ser mais do que um misto de espírito nos redima…

E lembre-se a mulher de seus encantamentos que Deus carregou como grandes
E que nada nos impeça de dizer dos erros de uma Criação que não renegue
Que mesmo a uma autoridade imperecível remonte a beleza tão nobre e perfeita
Que é o rebentar de um pistilo e de uma safira nos corpos tênues do feminino…

Qual não fosse, o que encontraríamos por demãos de tinta na arquitetura divina
Se não fosse a nossa grande casa, a casa por vezes de muitos aflitos
Mas que ensombreada fica mais terna, à medida que um olhar de mulher
Ressalte que são muitas as Claras que temos em uma volta do que seja assaz raro.

Mas daquilo que seja raro em nossa busca, lembremos da solidão de um ser
Quando percebemos que a mesma crença de que não estamos jamais sozinhos
Perfaz dias em que a mesma veia de uma parceria poética nos encontre a companheira!

segunda-feira, 23 de setembro de 2019

MONÓLOGO SOBRE O SOFRIMENTO


          Tantos sofrem, meu Deus, que sei eu sobre o sofrer… Há que se ter em vista que presenciar o sofrimento humano é quase como um lugar qualquer, e nos tornarmos empáticos com isso faz a diferença entre sermos humanos ou quase animais, postos não sermos estes, já que não somos superiores a nenhum ser sobre a Terra. De sofrer-se há cátedras, há gentes que sofrem todos os dias, mal pagos, explorados, doentes, injustiçados, por vezes quiçá vítimas de um sistema nefando, que exclui, que compete com os mais fortes no páreo, que emparelha cavalos mal treinados com alazões puro sangue sem contendores à altura. Quem dera o poeta não sofresse, mas a doce ilusão é pensar que quando estamos totalmente felizes, dentro desta esfera material: copulando, nos intoxicando, viajando a esmo sem nem saber exatamente para onde, usufruindo tudo, enquanto a vida vai passando e não teremos construído nada além de castelos vulneráveis porquanto matéria em si, dinheiro, acumulação e votos orgiásticos sem a performance sequer de saber de onde vem uma riqueza que não perdurará no altíssimo céu, que espera aqueles que sofrem, quando se doam para si mesmos a retórica de existir com tantas as dificuldades da vida e as suas carestias.
          Sim, a vida é dura, é condição sobremaneira díspar do que pensamos que somos porquanto termos um lar, filhos bem situados, e gentes e gentes na miséria. Não, diriam alguns, estão na miséria porque não souberam aproveitar as oportunidades, nessa condição abjeta de não saberem nem ao menos viver, mas que nos sirvam com sua força de trabalho, pois através dela, a dizer devidamente explorada, eu teço o meu império. Mas que houvesse um império, mas um império de se sentir lisonjeado, qual não fosse, algo de real estatura, de monta maior, que estaríamos quiçá mais orgulhosos. Com Roma quiçá, o que revelou-se uma realidade imperial: inteligente, respeitadora de certas culturas, um vaso que não se rompesse, mas com um erro recorrente, ter colocado o Filho em sacrifício. Errou grandemente e os povos que foram responsáveis pelo erro de se ter morto o Messias.
          Quem sabe a crítica seja uma ilusão tamanha, quem sabe todas as gerações possam encontrar a similitude com algo que lhes dê esperança. Não haveria de haver divisores de água, nem o rancor de estarmos esperando um desfecho de algo para ver quem alcança uma salvação esperada. Certamente o sofrimento é um modo existente em todas as classes, pois a doença e a velhice passa por ser uma certeza, e o homem e a mulher não surgem para uma vida no paraíso, pois este nosso mundo é como se fora uma passagem, mas se torna uma passagem cada vez mais estreita pelos vales que contém as dificuldades do planeta.
        Quem dera esse monólogo fosse mais do que se dizer o previsível, mas a conclusão que tira este que vos escreve, e que sofre o suficiente para compreender as latitudes existenciais dos seres em geral, talvez saiba de certa cátedra onde mais valeria um sofredor entrar no reino dos céus do que uma colocação importante nesta selva material fosse resultar na certeza de uma boa garantia que viesse a acontecer em um futuro que se torna previsível, porquanto resultado de Kala, o tempo eterno...

domingo, 22 de setembro de 2019

EM CADA FACE UM SONHO


Trace-se uma reta que não dista do impossível ponto
Daqueles que se esmeram no não errar a esmo quando
Se apercebem que tudo não passava sempre do erro maior
Enquanto a esperança das mudanças não vinha para mais.

Naquele espectro de salvar-se quem puder, que se salvem
Assim de se esperar o salvacionismo quase apátrida
De sabermos que no sonho reside por vezes a aurora
Daquilo de nossas sombras ao revés, da gigantesca fronte!

Alterque-se a cultura do que não houve, lembrem do poeta
De algumas pequenas multidões, silenciem qualquer obra
A evanescer o sonho que resulta nas faces de um qualquer
Quando desponta a latitude de que houve já no mundo o verso…

Não há que se responder, pois neste domingo de setembro
Promete ser grande a latitude do verbo, em um si mesmo
De nada de se pensar descalabro, pois a ventura da consciência
Possa alcançar os rincões de mentes alternas pela própria angústia.

Que não se ressinta nenhum lado, pois a moeda só vale com dois
E que um gire enquanto outro retorne, porquanto só vale o metal
Depois de evidenciado seu valor, fruto do esforço laboral.

Não, que não nos penitenciemos com a condição de não se querer
Que a algo de humano não haja a prerrogativa de um ensaio
Por franjas de um teatro indizível, por conta de uma representação!

Assim de se crer, que creiamos na oferta generosa de nossa condição
Na quadratura dos ventos, naquilo que vemos no caminho natural
Com as sílabas quase pronunciadas, sem a vertente da retórica.

Posto banal seja o mesmo vento, que o sintamos de modo sensível
Na medida em que a sensibilidade de nossos gestos não se faça
Apenas presente no automático ato em que nos sacam os sonhos.

Afora a pretensão de sermos menos do que quem realmente somos
A vida procede sem escalas, e o menos avisado sequer reconecta-se
Com a necessária veia que pulsa em um corpo silencioso e parvo
Na condição de deixarmos arrefecer a mesma esperança da vida.

E o que se verte da pronúncia de outros gestos enxutos nos meios
Refaz a pronúncia outra de que nossos vocábulos sejam gentis
Na mesma medida em outra face que não nos pequemos em ignorar
Quando estamos em uma base sólida de não se sufragar ignorâncias.

E que os meios nos relevem as distâncias, que nos digam os saltos
A se predizer uma orientação de curto entendimento, mas que na obra
Se cite o ponto fundamental da lógica que encerra a nossa Natureza!

PENSAR EM ALGO


          Pudera, ser o pensamento nosso maior amigo… Das franjas do pensar, de um detalhe despercebido, de uma história: pensemos mais e melhor! Como em uma situação de aparente hostilidade, na vertente algo cáustica da contenda, ou mesmo na luta necessária para a vida mais digna, em algumas situações apenas a sobrevivência. Há por vezes que se retrair o andor. Na verdade, muitas agremiações colocam antigas versões do necessário aprendizado, mas se passa que na escola maior e agigantada enquanto adjetivação que passa a engrossar participações maiores, remonta certos tempos em que os próprios erros servem de aprendizado. Pois bem, que se resolvam as grandes equações porquanto estas não sejam muito complexas, mas apenas o universo simples da compreensão. Há que se ter em conta a solução de bases: complexa por vezes, mas proprietária de números maiores, o que se dá uma vantagem substancial do propósito mais patriótico de todo um país. Seja esta nação tão díspar em suas vertentes, que não fora, mais do que se pensaria em sermos melhores na acepção crua do enfrentamento de nossas próprias circunstâncias… Esse enfrentar-se a um si mesmo no concernente ao individual no acordo com o coletivo. Esse genoma de circunscrição da espécie, de tantos os genes transformadores, que suplantem aqueles conservadores no excesso e na falta!
           E sigamos, de se pensar, mesmo que um sentimento do status não nos convoque a tentar a compreensão da palavra, àquilo que cremos ser nosso óbice de não estarmos tratando o assunto com a devida proficiência, mas que a ajuda das instituições educadoras recebam ao menos a tentativa de meio modo humilde de se falar a respeito das liberdades de coisas democráticas.
          A se pensar, pensemos. Tudo aquilo que foi esquadrinhado pela filosofia nos é de grande monta, pois a história de perscrutarmos o que está quase silencioso na alfombra do tempo nos pareça como uma biblioteca onde seguimos lendo, não apenas nos livros de cabeceira, mas encontrando o sorrir da leitura na face social, naquilo que apreendemos com uma boa caminhada, com a ausência de certas dúvidas baseadas em pré conceitos, e na remissão de uma boa tarefa que não seja impossibilitada pelo atenuante espaço da incerteza.
          Certamente, um tipo de contrato se faz com a própria sociedade, e isso reza a uma conotação de que passemos de fases a outras, de uma progressão consciente, da luz tão importante naquilo que urgimos no silêncio de nossas investidas, no que preze não se compactuar com a fluidez temporária de um mesmo lote demarcado na nossa selva. Mas a demarcação universal em que a floresta tem o dono que preze quando a intenção é preservar, não importando as fronteiras que esquecemos pelos rabiscos na areia...

quinta-feira, 19 de setembro de 2019

PINGENTES DE UM DIÁLOGO


Saibamos que as correntes não terminam no ocaso dos detalhes
Posto pingentes nos seus extremos, na volta que se dá no ouro,
Ou no artífice que modela o metal com a sua própria intenção…

Claudicamos com o perfil subterrâneo das riquezas, na falta
De se doar perante o diamante sem a pureza dos seus carbonos
Quando o que se quer é premiar uma coisa objetificada com outra.

À frente de nossas maiores e relevantes questões, que resida
Uma face de uma lapidação em que não se vê a fronte
A quanto de se saber que a dimensão da arte não impõe fortuna!

Um quinhão não merecido de um elo do ouro de uma filigrana
Parece a contento que não seja apenas o ganho de uma calota
Mas o fato de aquela não encaixar em uma roda pretendida.

O quanto se diz do recurso de um método de Carpentier
Quando a química que sufraga o risível encerra mais um dado
Que nubla uma fonte de luz onde a criação da poesia passa a ser fato.

Que houvesse um padrão quase inconsequente no perfil do amor
Nas vezes em que o amor mesmo – subentenda-se – torna o perfil
Objeto do sentimento quase gigante que retorna um valor sem igual.

De onde vem o facho que esquadrinha o tonel de gigantesco vinho
E entontece de quase repouso o verso quase calcinado pelo rancor
Passando-se a ser lanterna mitigada pelas sombras, o sim, o não…

A que se veja a mácula intempestiva de uma ordem assaz funesta
Na estrutura piramidal que revela um tempo de capitólio de Brasília
A saber que o túrgido aparente não remonte o outro tempo da Bastilha.

Quando porventura nasce de uma semente uma flor tempestiva
O verso pousa em um agrião de águas molhadas no solo nu
Em que o molhar-se da planta revela realmente que a água rega.

Em se tratar de uma questão de sobrevivência super-leniente
A toga indizível e maior do que o uniforme dos vencidos
Parte a entregar aos ventos o rugir renitente das palmas no céu!

terça-feira, 17 de setembro de 2019

O VALOR RETORNADO


          Se criamos um índice no valor de um produto, há que se ter em conta a natureza da proposta de indexar o mesmo valor, posto a camada produtiva há que ter vários níveis, na sua instância pregressa, quando o produto é alimentício, ou depende de safra, quanto da matéria bruta a ser refinada: o manejo, as vias produtivas de curto alcance e a verdade do mesmo valor, porquanto não determinação reativa do mercado. Se há motivações na especulação de uma safra, em sua acomodação a ser liberada a matéria bruta para o refino, se a estocagem do produto final for de conservas maiores, ou se in natura convivermos com a carestia de não encontrarmos o mesmo valor de troca em que há maior possibilidade de se compartir do alimento no consumo. Há que se ter em conta que o lucro em excesso pauperiza a frente de consumo majorada, facilitando a que uma pequena fatia tenha o seu privilégio marcado, como se marca o próprio boi, como se acumula a contenda naqueles que não possuam acesso no mesmo mercado. Se convivermos com uma democratização do consumo, em que se revele total coerência em aumentar a produção para escalas de valor minoradas ao indivíduo, há sentido de ampliar o leque para a coletividade, e aumentar a escala de qualidade e alcance próprios de um sistema mais civilizado. Posto a ausência da empatia com os seres que compõem a natureza humana não servirá jamais para um andamento de uma sociedade onde o consumo – posto no que queiramos de boa fé ao menos entender – não seja democratizado, donde se alavanque um progresso mais acentuado em sua forma e em seu processo produtivo.
           Que se parta a querermos aceitar que as humanidades sejam menos tendenciosas para o mal, que se esqueça a contenda da ignorância em suplantar por atitudes incoerentes porquanto iracundas, o que se passa na mente daqueles que defendem uma desigualdade extremamente vertical é a razão infecunda que sedimenta cada vez mais as diferenças gritantes na geometria disparatada da pirâmide social. Passa a não se ter mais razão na alegação de ideologias, pois o que está em jogo é uma economia onde se pense no bem-estar do brasileiro, independentemente dos jogos que se travam por essa espécie de contenda onde muitos se penduram perigosamente por seus cantos e beiradas, posto ainda termos justiças por aqui, e o que alega-se é a justificativa de dispor de fortunas enquanto outros vivem em um limbo: não produtivo e não consumidor…
          Na impossibilidade do trabalho poder fluir com tranquilidade, em se tratando de entraves de escopo existencial, aquele processo produtivo mais tradicional, onde as categorias se punham mais felizes por ganhos majorados, pela estabilização mais perene, pela oferta em outros campos, os extratos se ampliavam em termos de conhecimento, porquanto jamais se esperaria que o valor fosse questão de mérito familiar ou influência política. Ou seja, agrega o valor na circunstância espiritual e anímica do agente do trabalho, onde se veja a superfície em um mínimo e necessário tom de solidariedade, sem a esperada e esmiuçada competição onde quem perde não tem chances de reentrar na luta, e quem ganha, por si só, por vezes o faz de modo inconsequente e criminoso: na intenção corruptível de um dolo, no dolo eventual de fazer parte de agrupamentos isentos da lei. Retorna-se por si um valor mais alto, que nada mais é do que a consciência cada vez maior do que acontece em vários países, e na proposta de denúncias correlatas no sentido de uma justiça plena e sem compactuação. Esse valor retornado é por si mesmo uma peça que se fabrica e que se amplia na mente das massas que passam, aí sim, a promover um processo de real transformação da sociedade.

domingo, 15 de setembro de 2019

QUE NOS SEPARE A RAZÃO


           É certo que sejamos seres racionais… Sim, é certo. Porventura resolvemos equações complexas, e que a ciência tem provado ser mais importante para a mecânica, nas técnicas de um ofício, no trabalho de um operário, em todos seus aspectos produtivos e igualmente no tempo em se resolver questões de ordem de relacionamentos, quanto se vê que a razão desconhece fronteiras, e se coaduna com o portar-se, afora isso passamos a ser selvagens. Não no sentido lato, de termos que ser de uma religião para não sermos da selva, porquanto o silvícola talvez saiba de uma razão, mesclada com suas crenças, que na antropologia revela o amadurecimento com relação ao seu entorno. A lógica aplicada na absorção de conhecimento para a exploração desenfreada revela um tipo de pensamento racional de selvageria: bárbaro, tirano e inconsequente, quando se mostra em açambarcar a propriedade do mundo em termos de riquezas naturais e exploração de nossos biomas e sistemas de vida. Nada há que explicar esse fato concreto de se pensar o mundo como a propriedade do homem, e não este fazer parte daquele. Milhões e milhões de seres residem em um cupinzeiro, milhões são as abelhas, centenas são os pássaros que fazem a faxina no planeta, e igualmente as baratas são responsáveis por grande limpeza no que entornamos com resíduos e restos de nossas vias sociais. Esse tanto de resíduos altera o nosso ecossistema urbano, pois somos ecológicos mesmo por entre o asfalto e o cimento, mesmo que os lixos sejam a realidade pungente, a mesma realidade em que um país do terceiro mundo ainda tem que conviver com um descaso do residual, da falta de investimentos em infraestrutura como o saneamento, e na carência de se educar criticamente o pensamento dos jovens: nascituros desse grande sistema.
          A bem de se dizer, os sistemas que comportam o mundo contemporâneo são os mais diversos, recolhendo informações, coletando dados, mistificando o ato criador de um invento, seja este no plano do design, na confecção de uma peça, ou ainda no processo criativo mas algo raro – infelizmente – do pincel. A arte e o ofício tornam-se mais raros, e a consecução de tarefas as mais variadas exigem cada vez mais de habilidades do executor sem, no entanto, haver ganhos proporcionais à velocidade em que os sistemas computacionais demandam nesse gesto de funcionalidade, tornando cada vez a massa menos habilitada um tipo de prestação de serviços não continuada, ou mesmo o serviço independente mal remunerado. Isto atrelado na dependência cabal de uma rede de relacionamentos, ou do isolamento em que o capital toma por si seu reduto algo meritório por trabalhos mais isolacionistas, na fuga do cooperativo vinculado, no padrão imposto e nivelador que não agrega grandes valores enquanto dependa da mão de obra básica ou circunstancial. Afora isso, uma massa razoável de boas cabeças migram para outros países através da incrível defasagem em que se compromete a ciência dentro das nações de terceiro mundo com a situação irrisória de mera espectadora da realidade daqueles outros países, que mantém sólidas as suas instituições acadêmicas. É muito raro encontrar professores desonestos, posto quem abrace esta profissão se torna como um bom estudante: ávido pela descoberta, entusiasmado com a ciência, mas parvo com a realidade pungente das carestias que por vezes tem que passar.
          Em virtude das circunstâncias por que passam os povos do terceiro mundo, há que se atrelar com países que acrescentem, independentemente de ordens graves no plano moral, como os preconceitos sexistas, de classe ou étnicos. Países que visem acrescer no arcabouço social os fundamentos de termos uma civilização aliada à razão fundamentada no juízo de seus valores. Afora isso, é perder para uma agressividade no bom senso, na preocupação de se vestir rudimentarmente dentro de padrões de contendas, é se preparar antes para ilusórios conflitos a fim de salvaguardar benefícios egoístas. Esses são nossos tratos à bola, o que devemos saber para que não haja um conflito que desfoque o bom aluno de seu compartir do conhecimento, posto que para um item de um índice de nota, o progresso se fará presente para qualquer classe que esteja justamente se mesclando na pirâmide real de nossas condições econômicas.

sábado, 14 de setembro de 2019

MEDALHAS DO MÉRITO


Quantos são os que se debruçam por sobre missões quase possíveis
Quando recrutam na impossibilidade de si mesmos
O próprio agir, na esteira algo circunflexa dos descasos
Ou porventura na plataforma distante de imaginares…

Os que sabem para que foram escalados, não sabem de muito por vezes
Quanto vale a medalha que sequer ganham, posto civis em função
Que não denote a batalha, mas que não redime a festa que não há!

Estranho quebra-cabeça este do antanho que não revele o tempo
Em que muitos soçobram na sua escalada de vertigens
Qual não fosse apenas uma falta de habilidade no viés dos traumas.

Mas que não era para se supor a vertente sem nome dos que não sejam
Um pouco a mais do que a voz não surpreenda a queda de um cidadão
Quando do exercício algo constante no surpreendido e forte tendão.

Sim, posto que as pernas não nos fraquejem na imensa caminhada
De duros caminhos, de peças que deixamos em uma algibeira
Qual lata que o andarilho não retoque no farnel de seu grande saco.

Do lixo que não nos tornemos, da carestia que não possui origem
Pois das origens seremos melhores do que os ancestrais que protegem
Com seus imensos genomas a proximidade que permitimos ter
Com aqueles que descobrem o fogo sem isqueiros para aquecer.

Ah, sim, a veia não seja muito discreta, que de cidadãos sem porte
De documentos veem nas ruas que alguém os rouba na calada do que não há
Com a ciência de sabermos que haverá um tempo melhor ao menos consciente!

Desse tempo equidistante da miséria saibamos que saber-se de algo
Pode estar em fronteira em que nos distanciamos do se estar concreto
Na latitude algo vaga em que nos pronunciamos o caudal de imenso século
Este, que não termina sem ao menos ter realmente dado o início na sensatez.

E por medalhas não seremos, mas o sejamos apenas na presença da coragem
Em que não feneça a rosa libertária, de vermos que nas vésperas das leis
Teçamos apenas a comiseração de sermos sinceros como as palmas
Que vertem por sobre um céu por através de seus imensos pelos
Os ventos que não nos esquecemos quando precisamos firmar o chapéu!

sexta-feira, 13 de setembro de 2019

AS TÁBUAS DA INTELIGÊNCIA


          Um ponto em que chegamos, nessa era de profundas mudanças estruturais, revela que comandamos – através da tecnologia dos computadores – questões relevantes que abraçam o comportamento e idiossincrasias coletivas ou individuais. Basicamente, são letras e números, seguindo a risca ocidental onde a linguagem corrente, que nos comunica com os diversos países, é o idioma inglês… Saibamos que muitas fontes da tecnologia estão sediadas nos países de primeiro mundo, mas essa tecnologia pode ser instrumento de prospecções de riquezas, onde os países de terceiro mundo muitas vezes são aqueles que primam por reservas muitas vezes inexploradas, como o exemplo dos minérios, ou mesmo da diversidade da fauna e da flora, que em geral tem sua importância, com base na preservação, de riquezas ou fontes para a ciência, como as descobertas de vários remédios, o extrativismo sustentável no rico exotismo de muitos alimentos, o que não depõe logicamente com o imediatismo de se prover à concentração desmesurada de fortunas o imediatismo exploratório do que há por baixo dos nossos patrimônios essenciais. Por entendermos o perfil da sociedade contemporânea, saibamos que não significaria pouco saber-se no nível de conhecimento, de muito razoável, números de gentes que incluem em suas tábuas digitais um processo de vulto através da comunicação e seus propósitos de desenvolvimento, aliado à indiscutível facilitação que nos concede a ciência. Pequenas placas, feito tabuinhas, formalmente funcionais, com os ícones que porventura remontem culturalmente a constância progressiva de um uso mais coerente, e não motivações outras que denotem instrumentalizar a ignorância no recorrente malfazejo do uso indevido. Essa deve ser a prática de se conquistar novos rumos na comunicação entre os povos, e na consecução de novas modalidades, no que o investimento da educação é tarefa prioritária em qualquer nação que queira avançar acompanhando ao menos a lição de se ver uma fase melhor, evitando carestias através da supressão causal.
          Vezes sem conta algumas gerações se tornam muito distintas com verdadeiros abismos de compreensão do mundo, de valores éticos ou morais ou de níveis culturais que encerram o novo em uma redoma sagrada, enquanto o velho é descartado, porquanto mesmo em simples painel existencial. Esses fatos dificultam o compartir, recorrentemente também nos casos onde a diferença e empoderamento de gênero não seja compreendido como liberdade, bem como esta na sua expressão máxima da cidadania, assim como a diversidade étnica, de classe e cultural, todas as questões relativas ao encontro do ser com a arte, do ser com a cultura e com a diversidade. Questões que aparentemente parecem insolúveis no aspecto da compreensão de que seremos cada vez mais cáusticos se permitirmos preconceitos de qualquer ordem. Se passarmos a acreditar em um grupo beligerante, em que educamos nossos filhos para algum tipo de combate ou hierarquia, sairemos do propósito da civilidade em estarmos com a nossa bondade em dia… Certa feita, talvez seja chover no molhado falar sobre o que é um ser civilizado, mas que não importa tanto termos que colocar parâmetros na conduta dos homens, mas reza a Lei desses mesmos homens o que é da Lei, e o que não poderá ser, posto inconstitucional, quando se quer ultrapassar os limites, em certas situações que muitos urgem e esperam, mas no escopo do egocentrismo, de se achar no centro do mundo. Sejam as tábuas da lei algo inteligente, um quase reverso do que a falácia não deixa prosseguir, quando trabalha nas entrelinhas, mas o que se supõe correto será acompanharmos que todos os objetos feito tijolinhos com chips nos ajudem a consolidar a paz sempre como a Lei de Todos!

terça-feira, 10 de setembro de 2019

O RECURSO DA IMAGEM


           Propriamente, a imagem é sensorial ao olhar, tão logo não o possuíssemos seria mera ilusão encontrar a atrativa questão do belo. É um recurso grandioso, é tema de expressão na arte, é ciência em uma cirurgia, e é a crítica mais facilitadora posto se encontrar mais literatura, fora do braile. Uma dádiva é o comportamento do olhar mesmo, supracitado… Quem dera esboçássemos em nossos rudimentares silêncios o que nos revela uma fotografia, um gráfico, o Universo que temos nesse campo, sem sabermos que a visão compraz o retorno do que se vê, na abertura de uma manhã, ou no despertar do sono em que fechamos nosso canal perceptivo.
           A imagem ponteia a maior parte dos recursos do que aparenta ser real, naquilo que é belo, mas que por diversas razões, nem sempre é indicado, quando porventura acreditamos na apropriação, primeira, e no compasso de espera, segundo, ou quando tudo o que pensamos ser de nossa propriedade passa pelo mundo tátil, terceiro elemento cabal da compreensão do que se torna a gama de sentidos. Tanto no plano afetivo material, como na subjetividade onde a imagem compreende a interpretação, e o gestual compreende o ato reflexo do tempo, um filme emergente, uma série de treinamento, ou mesmo uma sincera e espontânea atitude algo rara, nos tempos de hoje, em que se joga tão abertamente com os sentimentos causados pela percepção e seus insights retroalimentadores. Pudera sermos tão certos de atitudes várias, ou que essas mesmas atitudes não fossem tão previsíveis como inteligências limitantes por seu foco, embasadas no perfil iterativo. Compreende-se a atitude colaborativa algo que seja de focos mais secretos, onde um grupo se mantém coeso na versão de um trabalho, mas que não abre muitas vezes ao universo das humanidades quanto de se esperar que esse mesmo trabalho não se traduza no jogo, no brinquedo que se anuncia como emoção alheia. O processo elucidativo do jogo torna-se um painel onde brota a velha questão de antigas receitas, onde um batom atraente pode significar a estampa de um reflexo, de uma aproximação, até mesmo de algo que pudesse ser traduzido por amor, essa tradução relativizada por uma civilização onde se joga até com os sentimentos mais essenciais dos seres em geral. Onde, genericamente, possamos afirmar que, com os animais, talvez exista uma maior franqueza de caráter, pois estamos declinando para certos absurdos as relações humanas e as permissões algo equivocadas em que alguns grupos não aceitem ver em um par amoroso a latitude de um sentimento mais verdadeiro. Os casamentos passam a durar menos, a não aceitação de alguns sacrifícios ocorrem fora da amplitude da doação e do compartir a vida, com suas dificuldades, e as relações cada vez mais se tornam liberalizantes, no próprio reflexo social de envolver as conquistas econômicas, políticas ou sociais, com a escolha de um parceiro/a.
          Os recursos da imagem são como molas que refratam o próprio caráter, nesse universo algo já mais frágil nas relações entre os sexos. Quiçá as novas interações com o outro/a sejam mais coerentes na forma e no modo, o que isenta de preconceitos da ordem de gêneros, posto combater coisas que refletem o andamento de uma sociedade, dentro de um panorama ocidental de liberdade existencial, é como proibir a uma máquina de usar seu combustível. Não há como tolher as vidas pelo que se apreende como realidade visual ou comportamental, haja vista que na esfera dos valores temos por cá, na sociedade contemporânea, coisas absurdas que se comportam mal e que vão contra a valoração da vida, não apenas em sociedade, como na existência – que deve igualmente ser respeitada – de outras espécies com o direito de usufruir do planeta. E a nossa, mera intrusa em assuntos que não deviam estar na pauta na forma como tem se comportado em relação à Natureza.
          Que se concluam os estudos imagéticos na área da ciência, que os exames sejam feitos à luz da tecnologia, mas se valer de prerrogativas praticamente institucionalizadas nas contendas na ordem de informações lidas, ou apreendidas, não passa a um critério de excelência na construção cabal de um viver mais inteligente – qualitativamente – no cenário globalizante de nossa Era. A identificação de algo, de um ser, de uma prática ou de uma teoria baseada no que se vê, é estar alheio aos filtros das sinapses mais coerentes que devem fazer parte de nossa massa encefálica, pois, do homo neandertal ao sapiens a evolução não foi muito rápida, e do sapiens a outro talvez não seja mais possível dentro do que se vê e do que se sente, bastando um gato, por vezes muito mais esperto e solidário, dentro de sua indiscutível forma de mamífero com genoma congenial!
          Quando passamos a utilizar os displays de modo a ausentarmo-nos do tato com o ser humano, é significativo que passamos a depositar o nosso afeto a algo mecânico, e basta saber se quando passamos a encontrar a alegria por nós pensada em estarmos afeitos apenas à tecnologia, estamos nos afastando de nossa identidade humana, depositando por vezes a barbárie permitida nos recursos visuais da rede. Encontrar vértices quase reais já se torna uma questão relevante, quando ignoramos que ao nosso lado o sofrimento humano nos olha pelos flancos dos celulares…  

domingo, 8 de setembro de 2019

NISSO QUE DIZEM


          Nisso o que é isso de se dizer, o que dizem, que andemos pelas ruas. A ver, que por encima de nossos costados nada de pesos eternos nos desenfeixem a razão… Por uma suposição anacrônica estaríamos versando sobre qualquer verbo, o que nos torna mais significantes de uma regra, uma versão, um quase esculacho. Veremos se a pena aguenta, mas a pena é leve, não é uma caneta de chumbo, mesmo porque o tirocínio parte de sua escolha. Veremos mais se não formos míopes a tal ponto, que a distância entre a reta e um ponto depende do ponto, e não muito da reta. É mais fácil mudar um ponto do que dois, e um que seja, dista do universo de dois, que compreendem por onde passa a mesma reta, esta que nos limita, nos conforma e sequer sabendo, pode orientar! Ah, se andar pelas ruas não fosse tão bom, a ponto de vermos os motores, algo construídos em solo pátrio, vermos compressores, asfaltos, caminhos, cimentos. E à parte disso, vermos a vida de uma mosca, que teimosamente clica em nós o sentimento quase invasivo, e que passe, que não nos avoe muito, mas do complexo voar desse inseto, espelhemo-nos na infinitude e lentidão de um drone, sob o controle humano, sem reflexos, sem as saídas de alma do inseto, no seu mote de ofício, quem dera, vigiar ou ser circunspecto como o nosso lazer de ver coisas voando por aí.
          Se passa que não nos passemos muito por adiante, que vejamos a calibragem dos pneus, que empunhemos uma régua que ainda possa medir, de metal milimetrado, um alicate de pressão como uma conquista, ou a instalação de tomadas em paralelo, assim de dizer que o poeta ainda sabe algo de sua casa. Conforme, expedito. Não creiamos em se trocar as molas, pois do impulso precisamos da técnica, e seria mais salutar em se crer do alimento antes, posto de leite cru, um amendoim de paçoca, uma tapioca e seu crepe. Mas em sair na cidade, quem dera, vermos um mar na ilha de Santa Catarina, a Floripa de tantos e raros ocasos, e que se pressinta o nascimento de um dia igualmente de nossa beleza, posto quem quer visitar que nos visite, sem necessariamente ter um viés qualquer de pensamento, quando por suposto queira ou goste de pensar! Não, porque o justo é querermos a expressão corriqueira, um time de futebol ganhando, ou o sol se pondo como agora, em uma arquitetura alongada no tempo, já que pontifiquemos quatro e dez. E o sol parte, como um refresco de primavera, nessa mesma estação em que nos colocamos à disposição de que venha, ao que se retornou antes do inverno acabar, e se pôs como guardiã do céu, como página enriquecida pelo azul, como frente inabalável de alguma boa notícia.
           Que certas forças nos perdoem, mas a força se encontra nos braços da digitação, qual seja, de um programador, de um redator, de uma ilha de informática perdida pelos continentes cruciais, de um jornal renitente, de uma sacola plástica a carregar do alimento, da liberação de um povo todo, da preocupação de ser entendido, e de uma tabela básica de orçamentos caseiros… Quem dera um serviço de contador em um departamento, uma secretária eficiente, um pano que enxugue a louça exemplarmente, um lixo corretamente reciclado. Mas, no apogeu, que nos presenteie o Criador com os cantos de pássaros libertos, conforme o que dita a Natureza, conforme o que Jesus, o Filho do Homem, nos conceda em sua glória pois, mesmo em uma retórica de que o Verbo não possua similar posto inexistente, é a glória esta mesma que reitera o Cristo vivo em um reino que nos tenha legado, e que supostamente faz parte da mesma Criação, como um mero inseto que vemos por sobre a algibeira de séculos. É esse respeito às coisas naturais que diz mais do que apenas creditarmos a fé sobre o Filho, posto o pai em unicidade seja grandioso, como suas verdadeiras e onipresentes formas Naturais!

sábado, 7 de setembro de 2019

HÁ QUE SERMOS RESILIENTES PARA DEFENDERMOS NOSSOS PONTOS DE VISTA, MESMO SABENDO QUE FORÇAS ANTAGÔNICAS SE ESMEREM NA CONTESTAÇÃO DO RANCOR, NESSA LATÊNCIA DIALÉTICA DA IDA E DA VOLTA.

A VIDA EMPRESTA À ARTE SEUS SINAIS, E O AMOR PARTE A SER FRUTO DESSE LABOR QUASE ESPONTÂNEO.

ANOS PROSSEGUEM, E ONDE SÃO MELHORES QUE IRRADIEM SEUS MODOS DE ATUAR, PARA QUE SIRVAM DE EXEMPLO À HUMANIDADE.

NO CADINHO DE UM ALQUIMISTA EXISTE A FLORA DE SUAS ERVAS E A TRANSMUTAÇÃO DO CHUMBO.

MIRÍADE DE INSETOS PARTICIPAM DE NOSSO VIVER, E QUE SE NOS BASTE OBSERVÁ-LOS PARA SABERMOS MAIS SOBRE O QUE PULSA NA VIDA.

DE UMA VIDA PREGRESSA REMONTEMOS O PROGRESSO, E DE SEU FUTURO A SE COLHER DELE OS FRUTOS...

A AMOSTRAGEM DA FORÇA TORNA-SE LARGA NO SEU ENTORNO E GRANDE NA SUA CAPITANIA.

UM VÍCIO POSSA SER PERMITIDO DENTRO DE SEUS LIMITES, POIS UM BOM HOMEM VENHA A PRATICAR SEU TABAGISMO ACEITO PELOS CIVILIZADOS CIDADÃOS.

MAS QUE A PAZ E SEU ARSENAL É INFINITA, E SUAS BOMBAS RESCENDEM A FLORAIS DA PRIMAVERA, ONDE EM CADA CANHÃO DEPOSITÁSSEMOS AS NOSSAS CARGAS DE FLORES.

A VIDA DE UM ARSENAL VIVE MENOS DO QUE PRINCIPIAR UMA CONTENDA, TANTO É ÓDIO EM USÁ-LO.

ASCENDER PARA UMA LATITUDE NOBRE É COMO ABANDONAR A SUPERFÍCIE DO TEMPO E DEIXARMOS NOSSAS IRMÃS PERIFÉRICAS.

E TÃO VELHO É O TEMPO DE OUTRORA QUE ESQUECEMOS POR VEZES QUE TEMOS QUE REGISTRAR, A CADA COMPRA, NOSSO PRÓPRIO CÓDIGO DE BARRAS.

NÃO HÁ METÁFORAS, IRMÃOS, EM SABERMOS QUE A INGERÊNCIA CAPITAL DE NOSSOS DIAS TRADUZ-SE NO VELHO LIBERALISMO.

O QUANTO DE SABERMOS SER ADIANTE DO TEMPO É MAIS DO QUE ANOITECER SEM SERMOS DORMITÁVEIS EM UMA BOA CAMA.

NÃO HÁ PROPRIAMENTE CAMINHOS DE LABUTA, POIS ELA MESMA REVELA SUA PRÓPRIA VEREDA...

SALTE-SE UM NOVO SALTO PARA DAQUI A VINTE ANOS, QUE SEJA, UM TEOR POSITIVISTA DA ESPERANÇA.

A ESQUADRILHA DA FUMAÇA ESQUECEU-SE DE VOAR DE DORSO, ONDE AS TRILHAS SÃO INVISÍVEIS...

A VERSÃO COMPLETA DE UM FATO REVELA QUE NO DIA SETE VÁRIOS BRINQUEDOS FORAM APRESENTADOS AO SEQUIOSO PÚBLICO!

QUEM DERA FOSSE O PARECER ALGO DA INQUIETUDE QUASE EXISTENCIAL, POIS SEJAMOS EM CRISTO O SOFRIMENTO QUE NÃO HOUVE SIMILAR NA HISTÓRIA.

NA VÉRTEBRA DE UMA PALMEIRA AS PALMAS POR ELA GERADAS FALAM DE UMA ESPERANÇA DE VÁRIOS LIMITES.

O PINO NÃO APONTE MUITO PARA CIMA, POIS DEBAIXO O PALATÁVEL MUNDO SE ADMIRA.

UM DIA IGUAL A OUTRO


Quem dera fôssemos independentes em maquinário,
Nas peças que nos faltam sobressalentes,
No túrgido romper das molas,
Em que um ponto não diste da plataforma do trabalho
E que igualmente não distancie o querer-se trabalhar…

Se é semente proximal, a vertente do suor de estar na rua
Prediz não sermos ausentes no código ao menos de uma honra
Que não seja vã, posto igual, posto direito constitucional
De estar-se à procura, na luta sem tréguas da colocação!

Ah, os dias setes, quem dera fosse o número a mais, um oito
De uma nota que se passe na escritura de um lote a mais
Quanto de supor sejamos mais do que apenas mais um.

Seremos dois, três, quatro, saberemos ser mais do que a peça
De uma montadora, de um cabo de fibra ótica,
De uma vertente em se estar no caldo da pressuposição lógica.

Haverá sim, um dia melhor, posto o tempo enferruja a engrenagem
Quando o torque pede mais, e se muda o diferencial
Para que os carros tornem a funcionar com seus próprios óleos.

Ah, o tempo presente de nos presentearmos um tempo
Em que imantados fôssemos, de uma energia quase lúdica
Para usufruirmos o tempo do futuro no presente de nós mesmos
Quanto de sabermos brincar com nossos filhos a chave dos nós.

Nós que nos distanciamos, do leme ao arpoador, do convés ao estrado,
Da cama à luta, de sabermos que o esforço tem um tipo de remuneração
Que não embarace os ventos, pois que sigamos os alísios solitários
Na mera compreensão de trazermos chuva ao fecundo deserto.

quarta-feira, 4 de setembro de 2019

O PRINCIPIAR DE UMA VIRTUDE


            O andante de uma música mostra, mesmo quando não erudita, seus ritmos marcados por compassos, assim como o tempo oscila nossos sentimentos... Quem dera fôssemos marcados por uma boa música! Quem dera se a música refletisse uma arte gigante, onde pincéis gigantes pintariam sobre a superfície da Terra a salvação de todos aqueles que esperam por um futuro maravilhoso. A música iniciaria, daria um tom, um tom generoso de paz, no seu principiar. Os tecidos pintados se revezariam nos cenários, um grande teatro correria solto dentro do mesmo espaço, casas seriam construídas ao som de seus operários, felizes por suas vidas construtoras. A virtude não seria racional, seria congênita em todos, na seleção de um time concreto para a obra. Não se cobrariam pedágios existenciais, a liberdade seria apenas uma fração da vida, e os olhos de um pobre encontrariam sempre com o olhar de se compartir, de se doar, de se dar uma parte a mais. Encontrariam outro ser, com esperança, uma mão que afague, um sol mesclado com a chuva que faz brotar a planta do sentimento de serviço àqueles que necessitam de maiores cuidados. O trigo seria pleno, a comida não faltaria, não faltaria medicina, nem educação, e nem livros de filosofia: os pensares seriam repletos. Que bom que fosse algo assim, mas haveria um principiar...
            Em uma aldeia qualquer, uma semântica invisível estaria jorrando como uma água brotada do chão. Um significado de bichos, uma seiva qualquer de plantio, uma planta devocional, um respirar secreto de Deus. Não haveria chance para a maldade, esta não medraria, e secaria de pronto, pois a bondade estaria partindo de algum lugar, ficando, se mediando com a própria Natureza bondosa, generosa e farta. A medicina encontraria nessas ervas curas gigantescas, e o câncer viraria apenas uma reação alérgica. A vida seria boa de ser vivida e duraria no mínimo cento e oito anos, e o mais seria de viver bem, sem a náusea correlata que não merece a justificativa! Todos seriam protegidos por mãos serenas na sua força, por tenazes de flor, que justificariam – aí sim – a ternura da bondade humana, sem ser artifício de ourives, ou recurso da hipocrisia. Nessa aldeia, Cervantes renasceria para ensinar o ofício das letras, e Dom Quixote encontraria sua Dulcineia del Toboso sem precisar de ajuda de Sancho. O diálogo pontuaria, o ser humano voltaria a se comunicar com cartas, feitas de papel reciclado, e o papelão enriqueceria bons catadores... Cada latinha se transformaria em ouro, e os bilionários estariam catando pelas ruas e avenidas. Os trens voariam sobre trilhos magnéticos e robôs maravilhosos seriam produzidos por crianças, e seus pais, e seus avós.
            A discórdia não existiria jamais, e não se consumiriam as drogas, nem o álcool, talvez apenas um bom tabaco, pois senão seria demais da construção aleatória do ideal. A justiça seria de fato justa, observadora, no relutar – porém – de apenas mediar alguma defasagem que houvesse, porquanto muito a se distar da aldeia citada. A se conhecer a aldeia, a televisão não seria a referência, e os jogos de vídeo seriam a vida ao vivo, a não ser que reconhecessem a lógica do ser, essa estranha lógica que perpassa a alma e nos finca a raiz profunda em uma cultura diversa, cosmopolita, onde a diversidade seria vária e plena, quanto da tentativa bárbara e solene que as letras nos ensinam quando queremos nos comunicar com alguém realmente interessante, sem o rancor reinante daquele tal passado, antes do aflorar o sumo da vida. A haste da grama falaria mais do que o suficiente, e o papel do homem seria tão importante quanto de um formiga, a partir do momento em que aquele olho d’água da floresta faria com que outras mãos se unissem reflorestando o inabitável e onde uma gota já servisse para atenuar a sede de uma sequoia. Os santos se multiplicariam, e a virtude, que antes fora um pequeno jorro em uma aldeia em um coração de um imenso continente, viraria razão de diálogo e consentimento, onde os ricos e os pobres regulamentassem seus ponteiros, fazendo de uma sociedade diversa o viver sem fronteiras, sem taxas, sem débitos, onde a música do jorro da água em uma aldeia reconstruísse um panorama de excelência para todo o planeta Terra... 

segunda-feira, 2 de setembro de 2019

UM ATO CONFORME


          Resta-nos saber o que é uma atitude, sem se pensar nas causas desta, mas relembrando que há que se ter alguma coerência no seu proceder… A conformidade com a mesma coerência – a que se dizer, ao menos justa socialmente – se dá com a pressuposta forma de que estamos em um barco que caminha no mar com suas pás rolantes, e nessa vereda não pousamos muito em terra árida. Não há muitos modos de combater a aridez infecunda. A não ser que o húmus rebrotasse, se houvesse uma maneira de se restaurar o motor da Natureza. Mas o tempo dos seres é diverso assim como seus aspectos materiais, seu animismo e sua espiritualidade, acima de tudo, já que temos atavicamente ignorado os diferentes estados da alma de outros seres, afora nós, humanos. Esse fato é revelado por uma profunda ignorância baseada no egoísmo e na arrogância de nossa espécie com relação ao que nos cerca, dando vasão aos diversos abates e suas modalidades cruentas, a que nos distanciamos quando se pretende, por uma questão moral, preservar as outras espécies do planeta, isentando-as de qualquer sofrimento. Há que se ter consciência de que o carma é uma justiça infalível, e estamos sujeitos a ele se não nos comportamos bem, através de uma vida bondosa para com todos. Essa é uma plataforma ideal no plano em que nos encontramos, dentro de um mundo repleto de desavenças e hipocrisia. Um dos segredos do bem viver é não cultivar inimigos, lutar por um mundo de paz e aceitar as mudanças progressivas dentro do caminho de fé e razão. Dois índices que podem nos fazer compreender melhor a ciência devocional no universo consonante da criação cósmica, seus fundamentos e o ulterior processo de se compreender o universo material, igualmente. Nada disso, desta posição algo existencial, se opõe a que porventura seja a não crença, o creditar-se em si, mas obviamente uma boa ética há de fundamentar melhor a mesma existência do indivíduo e seu propósito dentro do ser coletivo. Há de ser coletivizada a boa proposição, a construção solidária, e a consecução do progresso que respeite igualmente o andamento coletivo da cultura dos povos, sua gente, sua flora e sua fauna.
         Uma pessoa que se alimente o suficiente para viver bem com seu entorno, que não gaste mais do que o necessário para a sua vida digna, que tenha a oportunidade de adquirir bons medicamentos, que possua no esteio de sua sociedade uma boa medicina, uma boa escola, universidades de excelência, entre outros, há de ser mais feliz, obviamente. O caso daqueles que se tornam rancorosos ao ver que um cidadão pobre esteja ganhando melhor, que esteja ascendendo socialmente, é um retrato de um egotismo francamente inexplicável, posto achar que a flexibilização das classes seja algo ruim. Não é uma atitude de bondade, mais parece uma presunção de que apenas deva haver o rico e o pobre, o medianamente rico e o pobre, ou, mais precisamente, um viés ideológico da ingerência do capital gerado unicamente pela exploração do poder sobre o mais fraco. Daí surge a prerrogativa necessária de que a reivindicação seja o instrumento do coletivo empobrecido de pautar por uma vida melhor. Se a vida do cidadão desassistido fica melhor, mais vale o poder de consumo a que se gire a roda da indústria e do comércio e, obviamente, o surgimento de melhores escolas e demais serviços em que seja atendido o interesse do trabalho, com base em melhor renda. Essa é uma condição absolutamente lógica para se atender os requisitos da construção melhor para toda uma nação. Afora isso, que passasse ao menos, na visão de um bom gestor, o desenvolvimentismo nacional, para fazer frente ao que se quer de uma soberania plena para que se torne o ato conforme, obviamente dentro do preceito constitucional.
          Nada maior que o equívoco de pensarmos que estamos dentro de uma ilusão absoluta, pois ao olhar do outro estamos repaginando nossa identidade, sob o discreto mas importante holofote do bom senso, conforme, e que não precisa tanta atenção, pois a luz não ilumina a fonte, já que desta é gerada e, se for solar, aproveite-se a energia, posto infinita. Isso, estamos próximos do sol e ele é o olhar de Krsna! Em tudo que seja imenso, imensurável, pleno, total, mais do que isso é a plenipotência de Deus… Portanto, o ato em conformidade com algo sumamente importante tem a ver com o reflexo do Supremo, e é a partir disso que por vezes a necessidade da crença pode se tornar concreta, mensurável, real, mas importa realmente possuirmos essa verdade sobre um Criador, e a tolerância de uma árvore, no que nela nos espelhemos, pois igualmente as plantas possuem um significado espiritual, apenas estando em corpos distintos dos nossos, mas igualmente com os mesmos direitos de habitar este planeta. Tanta é a variedade de Deus, Krsna, como tanto são os corpos nesta natureza material…

domingo, 1 de setembro de 2019

UMA FACE RECORRENTE


          No que vemos, desde o aparentar de um rosto com maquiagem, as características de um corpo, no que vemos de tantos caminhos, no mundo virtual, no trânsito, nas pessoas em geral, vemos as faces que existem: ilusórias ou não. A face da produção, que seja, em estarmos alugando patinetes, em uberizarmos a sociedade, em que esta se torne mais e mais pauperizada, não vemos muito a face de progressos reais, por uma suposição evidente, em que nossos antigos viadutos se rompem enquanto há países que constroem um trem-bala em alguns meses. Temos vias de asfalto, temos as lajotas, as construções, as casas, mas de sólido em que tudo não se desmanche no ar não vemos nada do que não seja recorrente em empobrecermos, mais e mais. Talvez seja uma crise mundial, mas aparentemente é um caminhar pífio sem maiores responsabilidades, onde as queimadas na Amazônia viraram um estigma por onde devemos estar cientes do fato, ou de tudo o que atrasa o nosso andamento. Visto sermos um pouco etéreos, considerando o nosso nascimento que predispõe uma vida de quase 100 anos, mais ou menos, estaremos cônscios se aceitarmos o fato de que há outros mundos além desse nosso.
           O Baghavad-Gita deve ser um livro de cabeceira, talvez – em virtude das circunstâncias de nossos dias, igualmente a Bíblia. O que nosso olhar deve ser mais atencioso é no sentido de sabermos que muitos possam viver cerca de mil anos, ou mais, como quase a vida de Matusalém, cerca de 600 anos, se não estiver enganado, mas não há maiores importâncias de se mensurar a vida, porque o que nos importa é viver recorrentemente a face do que há, e o passadismo não seja o limite a que nos impõe um ciclo de história, ou mesmo a miríade de templos com suas particularidades, não importando tanto a união em torno de Deus, mas a diversificação permitida pelo não pagamento de impostos quando se cria uma religião à parte, desde que não se atravessem com o absoluto poder das igrejas mais antigas e tradicionais. A face produtiva passa pela crença, muitas vezes, quando o que importa ao trabalhador é encontrar uma frente religiosa para lhe dar um amparo e um norte em relação a tudo de iniquidades que se vê nos tempos contemporâneos. Mas, na verdade, não importa tanto que seja um pregador algum tipo de autoridade, posto a colocação social de um cidadão não há de passar necessariamente pelo viés existencial em relação a profissão, credo, força ou política. Todos são iguais perante qualquer constituição civilizada. De um simples varredor a um presidente de um país, a lei é igual para todos. Assim sendo, há que se manifestar no seu direito, o direito dos partidos políticos, dos sindicatos, das greves, da administração igualmente, no que se clama que seja exemplar.
          Não há muito de filosofia inquisitiva, pois não deve haver qualquer coação que se parta de uma autoridade, e, esta, só deve ser manifestada de modo cabal quando for requisitada no extremo caso, quando um crime é praticado, ou nos modos em que se previna o acontecimento dessa natureza. Será possível que certas autoridades ainda tenham que citar algum parágrafo da Constituição para que fique claro o direito a que o cidadão esteja incluído? Na colocação de uma lei promulgada, tenta-se a outorga, mas na realidade não se governa com plenitude da intenção de uma frase, nem de maior período. A face recorrente de algo não desejado, pode querer aparecer como em uma obra cubista, mudando os lados – analiticamente – ou na síntese de expor apenas alguns recortes, em uma montagem picassiana. Uma beleza é ver que Pablo já tem o seu adjetivo no léxico de nosso idioma, pois quanto mais insistirem na dissimulação, o tempo acaba expirando em horas…