sábado, 2 de março de 2019

O LUMINOSO LIMIAR


Das luzes, que nos guarde a semântica dos signos de esperança
Que a bem dizer, melhorar seja substância do mesmo tempo
Em que alçamos o voo de nosso espírito sobre a alfombra da vida…

Das árvores que se sustém em troncos, das raízes torcidas e antigas,
Que nos digam os alvitres da harmonia em tons graves e solenes
Na orquestra indizível de nós mesmos, ao som de um cipreste turvo.

Há quem pronuncie o signo da discórdia, há quem siga um parvo
Que silencia um gesto na eficácia de seus turnos e ignota vida,
Mas que deste mundo faz parte como um fundamento humano…

E todos os que respiramos na cota de um gigante que durma,
As palavras se sentem a ufanar o mesmo outro gesto que desgasta
Nosso comemorar pífio de um conhecimento algo quiçá milenar
Na tessitura áspera do ventre de um continente igual na soberba!

Não que convenhamos tudo, o que se nos diz é circunspecção
No qualquer ideário pátrio sem um nome exato que o defina,
Mas que o nome de um país se escreva maior do que tudo
Aquilo que os poetas grandes fizeram por nos acordar sempre!

No átrio de uma casa não se vê as coisas como deveriam ser
Quando queremos algo que não é exatamente o mesmo que deveria
Podendo calçar as botas que não nos disseram os argumentos
Quando uma perfídia nos incute o erro de termos apenas comentado.

Ah, sim, quem dera a queda não se fora por uma questão de verso
Na altaneira vertente de não querermos suprimir o seu significado
Posto na algibeira do poeta residir ele por inteiro, quando aponta
No seu caderno de companhia o simples e rudimentar ato da existência.

Mas que a consorte, a musa que assombra em outros mundos, viva
A acompanhar a superfície do manto estelar, onde as galáxias finalmente
Revelem a importância de um mero signo de Aquário nas estrelas
Em que o firmamento por vezes só conheça ainda o Cruzeiro do Sul.

E assim que nos termina mais um dia, e a construção de tijolos ocres
Revela o sedimento de um amálgama duro que talvez possíveis escavações
Em um futuro distante e lindo encontre outros lares erguidos sobre nosso mundo,
Na mesma terra que sirva de leme para a boa vontade e a comunhão dos povos!

E que a mesma noite de luzeiros amarelos façam lembrar que a luz é Krsna,
Apenas tecida em séculos passados pelos inventores, na busca do Sol particular
E que tornaram outros mundos como Vrndávana e sua refulgência sublime.

Pelo caminho da Criação veremos muito das descobertas, mas de quem seria
A terra como propriedade, se sempre houvera, e desnuda fora mais linda,
Senão que quem a criou seja sempre o seu dono, posto a humanidade pega emprestada
Em um gesto usual que faz verter a mesma correnteza de um rio imaculado, limpo,
Na evidência em que pelas atualidades nossa raça começa a urdir atos de sujeira…

Posto a limpeza por aproximação com a nossa espécie continua por bifurcar
Entre a integridade de uma beleza, e a destruição ambiental, que obviamente urge
Para que possamos atravessar o limiar da desumanidade em direção à luz
Na tênue linha que divide a atitude incerta daquela que se pareça ao menos com a consensual.

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