sexta-feira, 29 de março de 2019

AS SEMÂNTICAS DE UM GESTO


          Não se espere muito de algo com certo movimento descontinuado, impróprio, ilógico, ou até mesmo de certo modo movido por curiosidades que sejam a volta de uma peça que não encontre em sua base o que não seja de movida e circunstância atenuadora de um sofrimento do eu, do self, daquilo que porventura merece atenção por cuidados e responsabilidades. O legado do conhecimento jamais deve passar por trilhas descontinuadas, a saber, que é bom estacar, não perder a posição e continuar em seu justo tempo. Folhas secas se acumulam, e é de importância pertencer ao domínio do respeito em relação à sua existência, pois a fertilização do saber está na história das árvores… O modo em que se pensa a respeito de toda uma existência onde as plantas florescem ou não, onde suas folhas repousam suavemente no solo, a dureza deste e, no entanto, com afago as recebe, vem a significar o gesto da Natureza tão simplificador quanto complexo, pois em seu princípio pode ser recusado o aprendizado por mentes obtusas, ou de vertentes mais toscas na busca, ao que o oposto pretende saber a razão e o sentido lato da circunstância que ocorre para bem, ou seja, resulta na compreensão e justeza de caráter, haja vista a humildade ser tão importante em nossos dias… Mesmo quando investigamos mais atentos a estrutura societária, ou menos, que seja, em menor importância, as micro relações que não dependem da atitude em si e para si, mas na própria origem tão crucial do diálogo como atenuador de ruídos que possam impedir a arguição dos fatos. O significado semântico está para a palavra assim como a formação mais erudita rege na nossa sociedade o ganho desigual, no que se equalize o mesmo conhecer.
         O pensamento tem origem em variados modais onde a equalização de vibrações motivacionais repetem por vezes padrões em que o repentismo pode ser uma variação quase infinita de conexões cerebrais, refletidas pela cultura naquilo em que a letargia em passivamente preencher o tempo com canais prontos remete em dormência e inatividade cerebral. Justo quando o filme passa a não ser lido a partir da sua nuance, a principiar pela fotografia, culminando com as mensagens e posições gestuais que jamais serão compreendidas em sua magnitude, tanto é o território das artes. Na literatura se dá algo parecido… Infelizmente, o Brasil nunca ganhou o Nobel nessa área artística, e nem por isso não possuímos grandes literatos, históricos e contemporâneos. A descrição geológica e botânica de Euclides da Cunha em seu Os Sertões remonta a algo tão maravilhoso que nos faz, no mínimo, extremamente felizes com a profundidade de sua verve. O gesto serve para enaltecer, o gesto do escritor, e que muitos escrevam, mas com o objetivo de serem best-sellers não há tanto de literatura nisso. O artista deve ser a expressão de uma época, mesmo no desatino de um rubor absurdo, no sentido do absurdo, no teatro de vanguarda, e na possibilidade em que se crie um verdadeiro teatro, com bons dramaturgos e a preparação necessária para esse feito. Posto ser a criação obra de gênio e de engenho, de estudos profundos, a que não necessariamente tenha que partir de uma elite, pois há muitos impostores e controladores da cultura em meio aos mais diversos rincões do planeta. Nessa pretensa dominação cultural alicerça-se a indústria de entretenimentos, onde toda uma cosmética, toda uma embalagem de marketing arrasa com tentativas menores de expressão artística, e reduz a poesia a um clube seleto e fechado. Resta, em um país ou continente como o nosso, e aí incluídos os EUA, buscar uma cultura que se faça realmente diferente do que se propõem a falsa vanguarda, em que os carrilhões da história se façam presentes em todos os lugares, e o gesto se torne espontâneo e invisível de tão belo e expressivo!


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