quinta-feira, 28 de março de 2019

A PROSPECÇÃO DE RIQUEZAS


          Tal seria não reconhecermos o que vem a ser riqueza, na realidade. Quem sabe um sorriso em um oceano de angústia, quem sabe darmos uma cédula para alguém saciar a fome, quem sabe até mesmo sabermos que a mineração vira riqueza quando não oferece riscos a toda uma gente… Haveria portanto uma palavra que não denote a separação, mas tudo o que é a riqueza em seu sentido lato, geral, positivo. Essa procura por ambientarmos um cenário de beleza, rico, não quer dizer que não podemos ser feios, pois a beleza também assume o caráter da harmonia entre as diversas formas de pensar, os trajes, o comportamento e suas idiossincrasias, as diferenças como versatilidade do padrão humano, caráter essencial do aprendizado em coabitarmos humanamente nosso mundo. O pressuposto oposto, segregacionista, de favorecimento à desigualdade social estanque, a venalidade instituída da ofensa a autoridades, ou às pessoas de origem humilde no tocante á cidadania ampla e irrestrita, a destilação de um veneno já anacrônico, remetem a um atraso que só quem seja responsável direta ou indiretamente pode tomar – ou não, por questões de ignorância – ciência desse fato. Já houvera percepção de que a riqueza pode se tornar uma ordem de princípios fundamentais, baseada no direito constituído a qualquer cidadão. Afora isso, não se obtém uma democracia justificada pela sensatez, e nem o reconhecimento de faltas a que todos devem se acostumar, pois o aprendizado de qualquer lição demanda uma certa humildade, uma posição em se reconhecer que o Estado não caminha fora dos princípios de se tentar um bem estar a todos, sem exceção. Ausenta-se a palavra ideia e realoca-se simplesmente a lógica, apenas isto. A bem dizer, como em um jogo de xadrez, para se ter um bom contendor não se abandona jamais a posição de qualquer peça, pois todas possuem a sua função, e por vezes o acordo é fundamental para o desenvolvimento central seja de qual jogador for, quando o jogo ao menos for responsável e disciplinado, como qualquer esporte.
         Prospectar a relação entre partes por vezes antagônicas é encontrar mais possibilidades do que reiterar diferenças e altercações quase sempre desnecessárias. O mérito da paz vem com a compreensão do outro e de si mesmo, e na parte comercial é tão crucial para o andamento da riqueza econômica sendo o conhecimento mútuo citado de vital importância. Acaba pela riqueza ser dada ao titular de alguma empresa ou gestão no bom andamento e na possível aceitação dos parceiros, a partir do momento em que amplia-se o leque relacional, subentendendo que a inteligência emocional nessa medida possui uma grande e latente riqueza. No entanto, a aproximação com instituições galgadas na tradição histórica deve ser através de representações mais inteligentes, no sentido da diligência e presteza em tomar as atitudes certas no tempo correto e com algum aprofundamento e planejamento estratégico. Essa é a relação que deva ser multilateral, pois a articulação é feita de múltiplas esferas de atuação. A riqueza de toda a gente vem da questão da Democracia, e essa é a conquista tão presente que se fez na história recente de muitos países, outros obviamente no Velho Mundo com tradições mais antigas, como o parlamento e a realeza britânicos. No sentido amplo não se discute jamais uma democracia como a dos EUA, e jamais estes tiveram que buscar saídas totalitárias, haja vista que, se tivermos que tomar de seu exemplo, a Democracia Brasileira continua como condição sine qua non para o andamento do nosso processo de cooperação com a paz e a diplomacia internacionais. Apenas envidar esforços para solucionar problemas com prazos reduzidos não servirá a que se equacionem problemas estruturais de longo prazo.

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