O
lá que seja a percepção, mas que esta pode ver aqui. Estar lá, é
o mesmo que estar aqui. De um ser que esteja distante, mas o
entremeio são integrais e derivadas do lá e aqui em cada
circunstância, na área linear que leva do aqui ao lá essencial,
porquanto significado semântico, ou conferência da ideia. A
consciência pode ser tanto do aqui casa, como aqui carro, em que o
lugar com a fração de tempo não circunscreve exatamente a verdade.
Torna-se dialético o pensar em conceitos em que a percepção humana
alimenta a certeza de algo que muda conforme o status da mesma
percepção, ou mesmo o meio de se empregar a mesma certeza de se
estar em algum lugar com um nome proposto, abstrato, o que não chega
a ser a coisa em si, com suas propriedades: calor, frio, duro, mole,
branco, negro, nas dualidades que abraçam o ausente prático, pois a
prática pode ser concreta e, no entanto, ilusória, aparente…
A
coisificação depende das circunstâncias, de seu posicionamento
enquanto objeto, ou ser que o percebe, que atua. Atua de modo
distinto, pois a imperfeição dos sentidos humanos versam sobre uma
limitação em que o pensamento trilha uma linha apenas de suas
conquistas, e de sua tecnologia. Quando a humanidade se propõe a
trilhar a mesma como um padrão que queira definir o subjetivo,
impondo a linha para que a rede com seus ramais teçam a mesma
circunstância existencial. Esse propor algo circunstancial e
pretensamente impositivo, mesmo na correnteza de uma ciência lógica,
não refaz ou contesta essa lógica que acaba sendo limitante
conforme um algoritmo, ou a ilusão da subjetivação de um robô,
tornando o objeto como tese e síntese, ausente da sua contradição,
através da maquiagem ilusória dos grandes meios de comunicação e
propaganda, tornando condição sine qua non da coisificação em si,
sem levar a idolatria do objeto com a pertinente participação do
sujeito em si, do ser que atua, nulificando, mesmo que os sentidos
sejam imperfeitos, a ampliação e liberdade de percepção. A
coisificação toma conta na mesma inverdade criada. Separam-se
existencialmente os meios produtivos e realocam brutais
transferências de riquezas, no mesmo sonho das teses sem o
contraditório. No que era humano e potencialmente agente de mudança
de algum paradigma, passa a ser objeto coisificado na lógica de uma
linha alfanumérica de traduções simplistas e recorrentemente
substituíveis por templates, por padrões de inteligência,
por desafios escassos e empobrecimento da linguagem mesma que possa
transcender humanamente as rotinas programáveis de algum processo
computacional.
A
arte acaba perdendo a sua necessidade, os meios de expressão da
cultura sentem-se órfãos de técnica, conhecimento e recursos,
separados da educação em seus processos onde o ser pensante e
expressivo se torna fruto da coisificação – da predominância do
objeto como meio – onde perdem-se a manufatura e a compreensão da
habilidade manual para uma virtualização vertical, na pretensão de
transformar o tudo, onde na verdade adquire papéis inversos através
da aplicação quase compulsória do treinamento através do
entretenimento funcional. Lá se torna aqui, no dígito e, no
entanto, o dígito é uma peça em tantas outras, e a ferramenta
continua sendo um processo de propriedades, de características, como
na linguagem de programação orientada a objeto, o comportamento
deste caracterizasse uma classe, e o índice da crítica de uma razão
inerme fosse o impedimento de se criar ou se ambientar a lógica em
suas diversas progressões, e na sua relativização do processo
saudável do conhecimento humano e sua Natureza diversa, porquanto
queira-se verticalizar a divisão.
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