sábado, 26 de janeiro de 2019

NEXO QUE NÃO FALTE



            Ah, o mundo e seus percalços! A se dizer tanto da tecnologia que precisamos aprender realmente cada vez mais... Do que é técnico, da performance de uma máquina, de novos modais produtivos, pois sim, quem nos ensinará? Não, que não se fale jamais na primeira pessoa, falar-se-á da ciência somente, talvez um pouco da religião, tão consagradora e tão faltante na atitude mais coerente do ser humano, que tal que se preveja, mas não se trata de forma alguma de obrigação. Aquele que opta por ser agnóstico ou irreligioso não tem a obrigação de versar sobre qualquer crença, posto a liberdade de opção religiosa e da expressão há que ser de garantia suprema em qualquer Estado de nosso planeta. No entanto, que se dedique apenas uma menção no que não precise se falar das faltas do homem no quesito ambiental. Sem palavras... Às vezes não há mais nada a se dizer sobre acontecimentos dessa ordem. Apenas que se mude o prumo, que se fale de outras coisas estas mais positivas, como a ordem em si, e a tentativa que a humanidade tenta em sobreviver a certos reveses que estancam por vezes nosso processo civilizatório, ou que obrigam os seres a uma releitura: os seres que somos, não mais que os outros que coabitam o mundo. Se estamos caminhando por uma vereda, atentemos ao fato de que minúsculos insetos compartilham do mesmo solo, e de que um metro quadrado de qualquer bioma é tão sagrado como um pequeno planeta, tanta é a vida que se nos apresenta. Apenas isso, que prestemos mais atenção aos nossos irmãos de outras espécies, pois uma espécie de direito nos dá a oportunidade sinistra de matar a outros, diga-se outros em uma guerra ou em um matadouro para o consumo da carne.
            A comunhão com o Espírito Supremo vai além da certeza de que somos tais ou quais devotos, que teremos tais ou quais respostas, pois a mesma comunhão demanda atos e atitudes certas perante o próximo, daí incluídos todos os seres do planeta. Pois que uma árvore demora tanto para crescer, desenvolver raízes em solo fecundo, e por vezes isso é jogado fora como um descarte de um naipe qualquer, em um jogo em que a maior parte agente desse processo sequer ver a árvore tombar morta. Como diz o Papa Francisco, cada qual carrega uma cruz, mas aqueles que não sentem o seu peso mesmo tendo cometido por negligência atitudes vis, cruentas, só geram a lamentação e inquietude, pois têm que continuar com seus afazeres: destruindo ou matando, na guerra ou na exploração desmedida de riquezas. Em uma sociedade justa, ser cristão é quase uma incerteza, pois o Velho Testamento parece que toma vulto onde contradiz de modo regresso o princípio do perdão. Assim, como comungar da bondade de muitos, se muitos e muitos outros partilham do ódio e da criminalidade, ou da relação quase simbiótica com esta? Parece que se vive em um paradoxo, mas não, a cegueira com relação a não se querer ver em profundidade as questões existenciais mais cabais, acaba permitindo que o descaso aflore como consequência da desigualdade do humor, da desigualdade da humanidade, em termos de competência, solidariedade e justiça. Ver certos desagues desconformes no mínimo deveria fazer de tudo um grande ser atônito que buscasse com todas as forças do bom senso tentar restabelecer a mesma ordem citada, uma ordem de paz, em que por vezes um acidente fatal pode gerar um genocídio com dolo e, no entanto, sem culpabilidade. Não, que não se errasse, mas o erro grassa nos campos de atuação do próprio erro. Fazer do erro um obstáculo transponível passa por uma questão de erradicar a irresponsabilidade das costas do que origina esse erro, mas tratando de se questionar se essa questão irresponsável não apenas não se repita, como se conserte dando o exemplo à altura para que o erro não vire de novo uma grande pedra, por si desse modo quiçá então intransponível. O rancor que as pessoas de sensibilidade humana guardam dentro do peito se traduz por uma tristeza de ver que a esperança consagradora não passa por vezes de farsa, quando um quadro de mudanças muda desfavoravelmente, tornando a vida ausente da ternura, da poesia, da arte, da compreensão e da bondade correspondida.
            Mais do que nunca, sempre será a hora de pensar no bem, não no conflito, não na destruição, pois o que remete à uma maldade está na omissão de não se perceber que tudo não passa de ilusão, como relação à fama, à popularidade, às questões do poder de estar à frente de possíveis soluções, pois a massa encefálica do planeta Terra trabalha em favor de um progresso real, e as medidas não atinentes a isso tendem a ser questionadas continuamente, pois não serve para nada imolar uma boa intenção, um bom debate, para através da esquiva se imiscuir nas crises humanitárias deste mundo.

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