Clarissa
tinha por crédito de sua personalidade o bom humor, a picardia, um
caráter íntegro e o respeito que obtinha naturalmente dos que a
conheciam. Todos a tinham por uma mulher feliz, realizada e
independente. Trabalhava duro como muitos que conhecia, em uma loja
de roupas femininas. Trabalhava no caixa, e o movimento sempre era
grande.
Gostava
de Tarcísio, mas não tinha tido a oportunidade de conseguir algo…
Por enquanto eram apenas bons amigos. Sua vida não era complexa, ou
apenas ela deixava se levar por uma simplicidade em ver as coisas e
um pensamento elevado em compreender o que se conhece pelos fatos,
pelo conhecimento e pela prática diária em se prosseguir com as
tarefas do dia a dia. Quando Tarcísio a visitava em seu modesto
apartamento, ela conversava bastante com ele, como grandes amigos, e
revisitavam bons tempos já idos, pois ambos eram da meia idade: ele
com 50, e ela com 47 anos. Tarcísio estava parando de fumar, e
Clarissa ainda fumava bastante, e gostava de cigarrilhas e vinho
branco, de preferência e de acordo com orçamento, chileno.
Posto
como um diário, ela gostava de escrever, sonhava bastante com a
diversa e profunda literatura a todos os gostos, e esse era o dela;
era pontual no trabalho e neste abstraía a leitura tão profunda que
lhe enriquecia suas experiências, pois jamais deixara de ler, tanto
fora o seu primor de escrever, que lhe surgira depois dos quarenta.
Especialmente nesta noite, estava exaurida pela jornada dupla de seu
turno. Depois do dia completo, foi dormir, que fora longo o dia em
que a proposta de escrever sobre o dia não foi tão surpreendente
quanto o esperado. Dormiu bem toda a noite, e o outro dia será
sempre o outro dia…
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