domingo, 20 de janeiro de 2019

FELIZ CLARISSA


          Clarissa tinha por crédito de sua personalidade o bom humor, a picardia, um caráter íntegro e o respeito que obtinha naturalmente dos que a conheciam. Todos a tinham por uma mulher feliz, realizada e independente. Trabalhava duro como muitos que conhecia, em uma loja de roupas femininas. Trabalhava no caixa, e o movimento sempre era grande.
         Gostava de Tarcísio, mas não tinha tido a oportunidade de conseguir algo… Por enquanto eram apenas bons amigos. Sua vida não era complexa, ou apenas ela deixava se levar por uma simplicidade em ver as coisas e um pensamento elevado em compreender o que se conhece pelos fatos, pelo conhecimento e pela prática diária em se prosseguir com as tarefas do dia a dia. Quando Tarcísio a visitava em seu modesto apartamento, ela conversava bastante com ele, como grandes amigos, e revisitavam bons tempos já idos, pois ambos eram da meia idade: ele com 50, e ela com 47 anos. Tarcísio estava parando de fumar, e Clarissa ainda fumava bastante, e gostava de cigarrilhas e vinho branco, de preferência e de acordo com orçamento, chileno.
          Posto como um diário, ela gostava de escrever, sonhava bastante com a diversa e profunda literatura a todos os gostos, e esse era o dela; era pontual no trabalho e neste abstraía a leitura tão profunda que lhe enriquecia suas experiências, pois jamais deixara de ler, tanto fora o seu primor de escrever, que lhe surgira depois dos quarenta. Especialmente nesta noite, estava exaurida pela jornada dupla de seu turno. Depois do dia completo, foi dormir, que fora longo o dia em que a proposta de escrever sobre o dia não foi tão surpreendente quanto o esperado. Dormiu bem toda a noite, e o outro dia será sempre o outro dia… 

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