quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

UM COMPORTAMENTO REBUSCADO



            Quem dera um comportamento incontrolável não fosse apenas um retrato fiel de um desequilíbrio, mas a culminação de alguns referenciais quebrados, em rompimento da realidade, como se o chão não existisse. Essa velha questão do equilíbrio, de se saber lidar com níveis de stress, pode ser a passagem almejada para um bom andamento em se viver socialmente. Em uma busca qualquer, que se culmine em não pensar muito sobre, a não ser que a simplicidade e um pensamento elevado nos erga para uma via de realização espiritual, do anímico, da religião, da filosofia, da arte, enfim de ser: o ser da questão, que nos abraça tanto a todos, desde um operário, um militar, uma dona de casa, um teórico, um cientista, um arquiteto, o artista, o poeta, a miríade que somos tantos, que a tanto não se conta, vai muito além de estatística ou de informação, posto não haver regras sobre o existencialismo, nem ao se tentar compreender o subjetivo, pois esse ser subjetivo é a consonante veia da sociedade contemporânea, como em outras e como no nosso passado. Há que se haver um controle qualquer, mas levarmos o controle como regra ou pilar fundamental só trava a ideia, a criatividade, só faz por estagnar aquele que empreende ou se expressa na liberdade magister de um tempo em que a história só nos relembra outras conquistas tecnológicas do passado e que, a haver agora, revela que todos têm seus acessos à comunicação, por exemplo, e muitos dão a vivência exemplar de um bom costume quando atravessam a boa postura e civilidade, mesmo que a brutalidade queira imperar. No entanto, a farsa da brutalidade e totalitarismo encobertos já deu mostras em alguns países, com a atenção do processo civilizatório que revela a história mais profunda em suas raízes e origens. Muitas sanções existenciais geram comportamentos mui rebuscados e por vezes formas de pensar que exime-se de culpa o escritor, pois o que fala é apenas de interesse próprio das gentes que abrem-se para novas proposições.
            À vista de espectadores em geral se montam vários espetáculos, ou se adorna o ato ou a atitude em sobrescrever em titulações, coisas que entrarão no xadrez, qual jogo inenarrável, quanto se observe que os games são os mais variados, e gerações de vinte anos atrás são proficientes na ciência do game. Acharmos que abrimos um grande pano sobre a mesa onde só quem joga são os veteranos é subestimar toda uma juventude ou plataformas de três ou mais décadas na demanda em que o próprio mercado desconverse com si mesmo para reler suas próprias doutrinas. Na reinvenção do factível está uma indústria tornada convexa no paradoxo de toda uma rota que emplaca no verso de algumas medalhas o viés do próprio sistema financeiro mundial. Esse mais alto do que tudo – comportamento rebuscado – revelará aos povos que a manutenção apropriada da concentração abissal de bens e riquezas nas mãos de poucos tende a fraquejar na ciência da sociedade humana, assim como as plutocráticas iniciativas do totalitarismo em vários aspectos da nossa história mantém atrelado sob si as invectivas do autoritarismo cego na sua circunspecção da crueldade e da egolatria. A bem de se dizer há uma necessidade de um preparo individual de cada agente que parta a querer saber um pouco de totalidade, ou melhor, de uma questão holística do que vem a ser a preservação não apenas de nosso entorno natural, mas das instituições que devem ser sólidas para a preservação urgente dos mananciais no quesito essencial do saneamento fundamental.
            Não adianta se pensar que quem se dispõe a ajudar no processo de manutenção das nossas riquezas pátrias seja uma erva daninha, pois isso leva à uma segregação do próprio poder, tendo em vista que a preservação de um país como o nosso traz a reboque toda a atenção internacional, e não podemos achar que um comportamento de um pensador que atente para essas questões não passa de embuste. Há perguntas que ficam no ar: por que um arbusto não merece a mesma atenção de um ser humano? Por que um cão não pode ser um objeto de afeto por aqueles que não conseguiram gerar progênie? Por que reiterar que há apenas um texto sagrado que oficializa o que chamam de civilização ocidental? Finalmente, por que crer que os muito ricos devam se permitir ter mais fortunas enquanto muitos se tornam exangues de tanto trabalhar e pouco se alimentar nos continentes que creiamos pobres por determinismo e consecução para não mudar essa realidade? Não são questões ideológicas, pois não existe direita nem esquerda, já que precisamos dos dois braços. E das duas pernas. A princípio devemos perdoar, conforme Cristo sempre ensina, mas quando um ensinamento não é colocado em atos e atitudes, a sociedade fica à mercê do mal, gerando mais maldades para combatê-lo e, como diz uma vítima de um crime que roga por justiça, assim clama-se, por suposto: por uma sociedade mais justa e igualitária, e que Deus perdoe as faltas do contrário...!

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