segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

O ENSAIO E A ORQUESTRA


          Qual ramo do conhecimento, um que seja qualquer, que leve a evidenciar a ciência, esta matéria não dista da verdade. O conhecimento progressivo pelos agentes dessa atividade, qual não seja quaisquer de uma população em um Estado, em um município, em uma vila, rua ou casa, haver-se-á de casar-se com o bom entendimento de quem promove direta ou indiretamente essa iniciativa, essa proposição que permite a oportunidade. Esse conhecer não estanque, progressivo, a prospecção do conhecimento técnico ou não, não deixa de ser um bom ensaio para que tenhamos respeito ao livre arbítrio do acesso ao saber. Um ensaio em que o cenário que se tenha para tal seja o mais particularmente sem a hostilidade ou o desconforto de não se poder estudar algo, porque tal ou qual coisas atrapalhem, como a falta de saneamento, as violências cotidianas em certos lugares, ou mesmo o preconceito quiçá generalizado de que as populações desfavorecidas não podem erguer-se socialmente, ou compartir do mesmo conhecimento de quem possua mais posses. Isso é uma questão de querer que não se democratize a educação, em que escola boa é escola particular, paga. Pois, se os pais de um aluno, trabalhando como operário e diarista, por exemplo, recebendo conforme o mercado, como se pagar uma escola que obedece as leis do mercado para ser igualmente boa quanto às melhores? Isso é pertinente quando falamos de oportunidade, e esta só é real quando existe não para uma ínfima minoria, mas para todo o contexto da coletividade, ou seja, educação de qualidade para todos, uma equação complexa a ser lançada para as correntes neoliberais, pois se for factível que se tomem as rédeas para cumprir essa exigência popular. O mesmo a se dizer do esgotamento sanitário. Em tese um país melhor tem seu saneamento cumprido à risca conforme um temperamento quase familiar, pois quando um filho pequenino tem uma indisposição, os pais tomam as medidas para se sanar o problema: tornar são. Ou impedir que o filho este tome banho em água suja, ou cuidar para que o vaso sanitário esteja correto em seu funcionamento. O que se pode fazer, é como o cuidado que se tem com os filhos, com os parceiros e parceiras, com o irmão, irmã, sogro/a, etc. Se a situação nacional não vai bem, se a falta de saneamento afeta duramente a família brasileira, é mister resolver. Não resta a menor dúvida que diversos problemas estão entrelaçados com aquilo que se crê mais justo socialmente, mas a pauperização de uma sociedade gera muitos problemas, e quem paga o pato é a mesma sociedade, paradoxalmente. É nesse ensaio tramado como um novelo que é preciso consertar para que a música não se perca, e a orquestra toque afinada e com boa harmonia. Nessa pressuposição de que não há porque assumir uma postura malévola com relação aos necessários avanços sociais, pois vindo de como vier, uma iniciativa que cumpra com os anseios do povo só trará melhorias na balança de uma boa gestão. Pois que isso possa sinalizar algo positivo, já que trilhar um caminho de progresso sempre é de bom alvitre, de boa iniciativa. Essa é A iniciativa… Sempre!
          A orquestra passa por ensaios constantes. Possui a sua história, é amiga do maestro, reitera o solista, dueto de piano e violino, as obras que passam e retornam para outras apresentações. Para realizar bons concertos, há que se fiar na experiência e talento dos artistas e no virtuosismo da excelência. Pode passar por dificuldades, mas é no conjunto dos instrumentos que reside a competência técnica de surpreender e realizar um bom espetáculo. Assim é uma nação: uma orquestra, um samba de raiz, um blues, uma arte, um estadista, um povo, seus administradores, suas religiões, suas cores, suas vidas...

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