quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

O MAR E AS PEDRAS


Avança um caudal de águas, de marinhas atitudes no azul da profundeza
Em que na orla o resultado dos oceanos revela cicatrizes da intempérie.

Batem com furor as ondas nas pedras, há que sejam renitentes, pois onde
Reside um pássaro possa fremir na escuna a vertente da fuga ao penhasco.

Se não houvera um muro altíssimo, os homens do litoral em alguma erma praia
Tentam silenciar o contínuo ataque das marés, fixando pedras para preservar a esmo.

O trabalho é contínuo, e o mar também demonstra suas forças motrizes, no que põe
Em alvoroço uma simples tentativa de impedir desabamentos de muros, de outra pedra!

O mar impõe regras absurdas e incalculáveis, pois sua natureza líquida pressupõe
Que seus tentáculos alcancem os interstícios do que não se canta: marulha intensamente.

E as tentativas prosseguem em tempos inexoráveis, onde belas casas da orla supõem
Que suas existências de fausto tenderão a ser de se cancelar qualquer critério grave.

No que se habita, que outros possuam outras casas, mas de uma única propriedade
Os mares prometem engolfar inclusive a esperança de se ter dele uma boa vista…

Nas metáforas de um possível recuo de toda essa aparente e fortuita atmosfera
Se veria o erro da humanidade em que na outra ponta o gelo se desfaz na sua forma.

E as pedras móveis mudam de lugar, se plasmam em suas posições, mas em curto tempo
Não haverá a mínima possibilidade de rolarem em direção à força que as empurram.

Entretanto, no mesmo refluxo que insiste, os passos atrás são dados, frente a frente,
A saber, que as pedras não tem sua posição referencial como aquelas imóveis do mar.



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