Valeria
muito mais à sociedade se revelássemos a quem não saiba o conhecimento. De fato,
compartir não é o modal de como funciona a iniciativa do mercado. Se antes de
cobrar uma informação que seja, se for democratizada a mesma informação, ao
menos podemos – como exemplo cabal – dar o reboot no celular ou no computador
para atualizar ou dirimir problemas de ordem técnica. Se algum país tem em seu
escopo produtivo alguma máquina avançada e queira compartilhar seu uso no nosso
país ao menos deveríamos tentar produzir a mesma máquina, para não termos que
pagar toda vez que a utilizarmos: isso é mercado. Mas, se assumirmos que é
melhor um mercado onde se paga para se obter um manual de instruções, teremos
um país incapaz de ter ao menos a incipiente indústria que agrega valor no
dispositivo, conforme reza nos países desenvolvidos. Temos que saber o know how, saber como usar, como fabricar
e como desenvolver a indústria brasileira. Se temos um produto avançado como um
avião, ou se podemos desenvolver mecanismos de defesa compatíveis com o
primeiro mundo, porque a questão que nos envolve sempre de parecer que queremos
estar no terceiro? Se o país não ultrapassar certas barreiras, se não investir
no conhecimento interno, dos cidadãos trabalhadores e empresários que aqui
operam suas atividades produtivas, de que vale contratar estagiários de montes,
enquanto um profissional com experiência pode oferecer incluso o treinamento
conforme, e alavancar o processo produtivo em escala progressiva? Por vezes se
leva um aparelho celular para se verificar as pastas internas, e o cidadão dono
da empresa de manutenção se sente confortável ao dizer que cobra por esse
serviço. Nisso da falta de uma escola livre, de um balcão gratuito de
informações, o usuário pobre fica restrito a um atendimento que não pode pagar,
e por vezes seu rendimento na empresa onde se emprega decai pelo motivo de que
não há um serviço público que o atenda. Recai na questão da saúde, na educação
onde a preocupação passa a ser como restringir, e não como estruturar mais e
mais escolas, recai nas tragédias anunciadas que pasmam a população não pelo
acontecido, mas pela ausência de se evitar tais ocorrências, A evidência de um
fato se traduz como preto no branco. Seja na notícia, no texto, na foto, no
vídeo e nas respostas que por vezes não se encontram com a sensatez. Em todos
os casos, seja na segurança jurídica, judicial, institucional ou das
catástrofes climáticas e de origem humana, há que se propor quase um mutirão
nacional, regional ou municipal, na questão dos territórios, no
compartilhamento das informações, na efetiva rapidez de tomada de decisão, ou
seja, em tese, na construção de um edifício não centralizador e inteligente
para sanar os casos mais simples e gerenciar positivamente os mais complexos.
Essa urgência põe em xeque a crítica que sempre vem a responder negativamente,
como que um corvo que se apresenta perto da carne para comê-la quando
fraquejar. A crítica é necessária, mas deve se posicionar no âmbito de se
construir soluções, de se irmanar positivamente à uma intenção fecunda, quando
esta se dê. As regras são algo que um leigo estranha, mas a extensão da
cidadania a uma abertura de que uma opinião possa valer ao menos na intenção,
pelo menos aventa a possibilidade de não se estranharem contendores criados
pela ilusão do processo ideológico, como se reinventasse o muro de Berlim entre
cidadãos do mesmo país. Roga-se que efetivamente se crie a condição para que as
informações, os dados, o conhecimento, tudo esteja ao alcance da população,
posto a transparência ainda é o que dá acesso ao eleitor aos status de seus
representantes.
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