segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

MOVIMENTOS PERPLEXOS


          Mesmo andando de viés, mesmo soçobrando em busca da arte, que se saiba que esta permanece sempre na quadratura de um espaço onde os barcos não soçobram… Nas vidas que temos a viver, contudo, nas de todos os que amamos, será quase certo que não sabemos o que seja suficiente para consentir dentro de nossos maiores sentimentos na espiritualidade, seja lá o que se entenda, no que possa haver suporte. Disto de suportes sabe-se um pouco, mas a questão fica em aberto no que se entenda de compreensão e solidariedade humanas. Esse vasto panorama em que a arte reside como expressão máxima do espírito humano faz com que a beleza natural àquela seja comparada. O belo natural e o belo artístico, faces de um diálogo que pode até certo ponto tornar a humanidade perplexa pela similaridade de um realismo gigantesco, ou burlar a imaginação com fantasias dóceis. São muitos os movimentos da expressão do homem, e seu lavor remonta a uma época de ouro em determinadas frações de tempo durante a história em seus intervalos. Como se em Paris do Impressionismo não se tivesse a noção imediata em nosso tempo do que representou o fantástico quilate da dimensão artística. Vem a foto, com ela o cinema, tecem-se as décadas, e o que mais faz agora a veia do criador é justamente reler o próprio Pós Modernismo com o viés da disponibilização de bibliotecas prontas que oferecem ao criador uma criação já realizada, conforme demandas estruturantes no pensamento que aparentemente, em sua cosmética, se diz de vanguarda. Não há muito de se contestar, pois há muitos que se aproximam da arte por um tipo de osmose, ou seja, vendo trabalhos que até mesmo alguns algoritmos resolvem em termos de design. Haja vista as cores complementares e suas derivações serem equações dentro da ciência computacional, com as combinações possíveis e aleatórias, e as regras de composição aos iniciantes serem de fascínio fácil e imediato. Três, seis ou oito colunas: um jornal – a grosso modo – pode ser resolvido dentro do computador, com as respostas que a máquina dispõe em seus recursos de diagramação na probabilidade. Os recursos contemporâneos são os mais diversos, mas em virtude de grandes empresas, a facilidade em se abrir um negócio em certos ramos de atividade esbarra em megaestruturas, no que acaba facilitando a mera cópia de algumas iniciativas, pois quem investir mais em banco de dados e informações que gerem projetos prontos assume a dianteira, na proporção da capacidade de investimento e de alicerçar uma grande empresa. Esses temas muitas vezes são o contorno visível de dificuldades ainda maiores em seu cerne para que uma empresa decole e se mantenha através da iniciativa de uma ideia apenas, ou da transferência de conhecimento a partir de concepções produtivas externas. Alguns desses movimentos possuem em si a perplexidade que existe quando vemos um pião girar sem sair do ponto, tornando o período em que gira a duração do tempo desse mesmo movimento.
          Quando vemos que um pão possui receitas fixas, e que ademais preparar para uma padaria obedece um critério de qualidade, com mais ou menos fermento, sabemos que o diferencial está no atendimento e no ponto estabelecido no comércio. Assim, se assumirmos que tudo o que temos no mercado a uma disposição imediata já foi inventado, vai-se ao funil de opções que por si, se comparadas a anos atrás, já são soluções que foram encontradas antes, em que uma adequação ao mercado nativo apenas faz por restringir a variedade como a qualidade do serviço ou produto. Essa é a questão de se movimentar esforço em um movimento quase pendular para dentro e para fora, que também exaure, nessa pesquisa por vezes intensa, a energia despendida pelo trabalho, seja de prospecção, análise, etc, igualmente dependente do montante gasto para tais empreitadas. Essa questão – outra – se resume na velha equação de que a melhor investigação é de dentro para fora, onde o critério de isenção inibe e filtra dados e informações que não sejam pertinentes e focais, posto dever-se ir mais profundamente em todos os processos produtivos, e finalmente alicerçar fortes conhecimentos na área em questão, mesmo para se evitar que um algoritmo seja um segredo auto sustentável, posto na sustentabilidade não linear e dinâmica é que se revelam os processos produtivos compatíveis com a evolução e compartilhamento de bons resultados. Portanto, é na esteira do conhecimento – a partir-se de premissa básica – que conheceremos os movimentos mais remotos e isentos da perplexidade do desconhecido, das brumas, nas vertentes de uma educação que forneça o material necessário à compreensão da matéria, seja no ensino básico até as esferas mais desenvolvidas do saber. Do mesmo modo, a arte auxilia, dando ao aspecto frio da tecnicidade a garantia do aspecto subjetivo atinente ao mesmo saber…  

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