Vamos
a ver uma superfície escarlate, mesclada com um amarelo cromo
Em
que o pincel duvida e freme, a mais um tom, uma pincelada maestra
Como
um nó que se desatasse antes de reaprender qualquer realismo
Mas
na atitude quase impressionista das manchas e complementaridades…
Vejo
um céu de ultramar, mais claro nos limites das nuvens, um tom rosa
Sobre
os cortes dos pés de Cristo, um alvejar no rumor de uma foto de
noiva
Em
noites que acompanham aquele tom do azul da Prússia quase negro
Que
promete alguma estrela, meio que em tatuagem de fogo no ato seguro.
Os
corpos que se amam, quem sabe, se o amor não fosse a tonalidade
atonal
Que
uma prédica não ensaia o verbo, mas que na barba de Pissarro possui
Um
toque de Gogh no predizer de outras frentes tão gigantes quando a
posse
Que
se dá ao menos na historicidade motriz que a arte embala em mundo
primeiro.
O
canto de tonalidades rubras, o azul que esmaece na poesia dos ventos,
Haveria
quem apostasse na loucura azafamada do poeta, mas que este sobrevém
Como
em um drone que retira do romantismo qualquer sinal de nostalgia,
Ao
menos em que quando um encontro nos fazia quase perder noites de
sono!
A
noite cai no jardim de um poeta, vai sucumbindo o chá chinês em uma
casa,
Verte
a feliz bebida de conhaque barato na dimensão mesma das alturas,
Onde
pode-se ver o encontro da montanha com o mar, sem saber-se tanto
Se o
que há no encontro são cercas, ou se os cães do mato podem se
banhar…
Em
vida da palheta do artista assiste um cenário quase estimulado pelo
som
Que emana do coração de pedra desabrochado pelo rancor coletivo e que,
Nem
sempre, sobra a limalha sagrada do material que o ferreiro fabrica
Nas
noites em que o mesmo rancor está separado por quilômetros afora.
Verbo
de artista, verbo louco de uma luz profunda em que o sofrimento há
muito
Ancorou
as desditas do mesmo encarceramento de um corpo frente ao limite
Onde
a mente encontra-se apaziguada por uma tonalidade abstrata do non
sense
Que
poderia ser traduzida pelo gesto da linha e a pretensa tonalidade dos
pontos.
O
que se dirá se dissessem que um dia, a arte florescesse nas mãos
dos artistas
E
que homens, mulheres, velhos, adultos, crianças pudessem ao menos
praticar
Algum
ensinamento que construísse, quem sabe ao menos as bíblias
dissessem
Uma
nova maneira do crente possuir uma ferramenta para ao menos
expressar-se!
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