sábado, 17 de novembro de 2018

SOBERBAS NOTÍCIAS


          Do que seja algo novo já se sabe. No entanto, o “novo” em si é como verter na vaidade encoberta um tipo de prêmio por se estar inserido em um bom contexto. No lugar que muitos acham certo, exato, com o tipo de iniciativa que se crê criativa, mas que nem sempre é alguma novidade, e pode ser que já existam modalidades similares. O mesmo contexto é cambiável, torna-se quase sempre um lugar-comum onde o pretexto de se inventar acaba escorando-se na alienante cópia ou ideia já com outros criadores, como se na origem ou especulação do criar já se cogite em outros cantos como no ensaio de uma orquestra, ou no estereótipo de se encontrar gentes para o tipo de trabalho que se diz inclusivo por colocar essas pessoas no mercado digital. O vértice da descoberta é esse, enquanto outros trabalham sem muito poder com os objetos computacionais. As questões relativas a condições as mais variadas sobre as novas modalidades do construir ou trabalhar na nova contextualização, põem em xeque o próprio termo contextualizar, posto o domínio dos estereótipos ser quase absoluto, dentro do universo mesmo que se supõe dinâmico, mas que se situa como fábrica estática de novidades. O resultado da indústria mesma do consumo supõe que haja um modal daquilo que gera alguma diferença qualitativa de um objeto a outro, mas não revela que algumas “compensações” de cunho regresso na qualidade justifique o salto, por um lado, e a banalização de outros componentes, por outro, em virtude de acrescer lucro no detalhe novo suprimindo a qualidade de algo essencial e estruturante, por vezes. Valendo-se de uma globalização com mão de obra massificante e supondo robôs nas linhas de montagem, o preço varia na cópia do produto original, e as marcas ou grifes não revelam saltos de qualidade. Talvez a resposta a isso vindo da humanidade em seus caudais absurdos de normatização de ostentação venha do leilão do desodorante que Michael Jackson usou, ou algo similar, em que se ostente valores gigantes, como na pop arte de Warhol feita com a emblemática Marilyn Monroe, ou nos modelos de carros que fizeram história nos seus lançamentos.
           O novo, ou o velho, dois estigmas sempre pertencentes ao rigor da sociedade, mas certamente em um modal de consumo o novo jamais cede espaço ao velho, pois este vira descarte, e não se compreende a veracidade da história cultural dos povos naqueles que viveram muito mais a história de suas origens, e o próprio escopo da sua sociedade. Na verdade, naquilo que supõe a identidade de um povo, ou mesmo aquilo que se traduz em um alicerce em que aquele creia, falando-se em valores espirituais dentro da realidade material, poderia se supor que o indivíduo enquanto ser isolado sem referências maiores do que uma retroalimentação de qualquer objeto, perde a mesma identidade enquanto fé em algo de anímico, passando a crer instintivamente no mesmo objeto que lhe tece estranha companhia. Esse indivíduo de cunho isolacionista no plano das informações não repercute bem como aquele que compreende qual a razão primeira do uso da informática em certas metas, bem como seus usos exponenciais. A relativização da razão enquanto uso a favor ou contra uma dita dinâmica em cujo processo se obtenha ou se estanque uma meta, significa a questão mais dileta a alguns sobre a égide da razão quase obscurantista, em certos casos. A permissividade de se propor razões que permeiam o mau senso revela a mesma permissão de defender uma culpa revelando o silogismo na sua última consequência, fazendo por confundir um juízo de fato e escolhendo entre um ramalhete apenas as flores de dita cor, e criando uma sociedade onde a razão turva passa a ser a instrumentalização truculenta da mentira enquanto justiça social.

Nenhum comentário:

Postar um comentário