Do
que seja algo novo já se sabe. No entanto, o “novo” em si é
como verter na vaidade encoberta um tipo de prêmio por se estar
inserido em um bom contexto. No lugar que muitos acham certo, exato,
com o tipo de iniciativa que se crê criativa, mas que nem sempre é
alguma novidade, e pode ser que já existam modalidades similares. O
mesmo contexto é cambiável, torna-se quase sempre um lugar-comum
onde o pretexto de se inventar acaba escorando-se na alienante cópia
ou ideia já com outros criadores, como se na origem ou especulação
do criar já se cogite em outros cantos como no ensaio de uma
orquestra, ou no estereótipo de se encontrar gentes para o tipo de
trabalho que se diz inclusivo por colocar essas pessoas no mercado
digital. O vértice da descoberta é esse, enquanto outros trabalham
sem muito poder com os objetos computacionais. As questões relativas
a condições as mais variadas sobre as novas modalidades do
construir ou trabalhar na nova contextualização, põem em xeque o
próprio termo contextualizar, posto o domínio dos estereótipos ser
quase absoluto, dentro do universo mesmo que se supõe dinâmico, mas
que se situa como fábrica estática de novidades. O resultado da
indústria mesma do consumo supõe que haja um modal daquilo que gera
alguma diferença qualitativa de um objeto a outro, mas não revela
que algumas “compensações” de cunho regresso na qualidade
justifique o salto, por um lado, e a banalização de outros
componentes, por outro, em virtude de acrescer lucro no detalhe novo
suprimindo a qualidade de algo essencial e estruturante, por vezes.
Valendo-se de uma globalização com mão de obra massificante e
supondo robôs nas linhas de montagem, o preço varia na cópia do
produto original, e as marcas ou grifes não revelam saltos de
qualidade. Talvez a resposta a isso vindo da humanidade em seus
caudais absurdos de normatização de ostentação venha do leilão
do desodorante que Michael Jackson usou, ou algo similar, em que se
ostente valores gigantes, como na pop arte de Warhol feita com a
emblemática Marilyn Monroe, ou nos modelos de carros que fizeram
história nos seus lançamentos.
O
novo, ou o velho, dois estigmas sempre pertencentes ao rigor da
sociedade, mas certamente em um modal de consumo o novo jamais cede
espaço ao velho, pois este vira descarte, e não se compreende a
veracidade da história cultural dos povos naqueles que viveram muito
mais a história de suas origens, e o próprio escopo da sua
sociedade. Na verdade, naquilo que supõe a identidade de um povo, ou
mesmo aquilo que se traduz em um alicerce em que aquele creia,
falando-se em valores espirituais dentro da realidade material,
poderia se supor que o indivíduo enquanto ser isolado sem
referências maiores do que uma retroalimentação de qualquer
objeto, perde a mesma identidade enquanto fé em algo de anímico,
passando a crer instintivamente no mesmo objeto que lhe tece estranha
companhia. Esse indivíduo de cunho isolacionista no plano das
informações não repercute bem como aquele que compreende qual a
razão primeira do uso da informática em certas metas, bem como seus
usos exponenciais. A relativização da razão enquanto uso a favor
ou contra uma dita dinâmica em cujo processo se obtenha ou se
estanque uma meta, significa a questão mais dileta a alguns sobre a
égide da razão quase obscurantista, em certos casos. A
permissividade de se propor razões que permeiam o mau senso revela a
mesma permissão de defender uma culpa revelando o silogismo na sua
última consequência, fazendo por confundir um juízo de fato e
escolhendo entre um ramalhete apenas as flores de dita cor, e criando
uma sociedade onde a razão turva passa a ser a instrumentalização
truculenta da mentira enquanto justiça social.
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