quarta-feira, 28 de novembro de 2018

COMO UM PAINEL DE SOMBRAS


         Um homem calmo atravessa o umbral de uma abertura quase rompida em sua madeira… Um homem calvo, gordo, ou poderia ser magro, com cabelos negros, ser um homem negro, nascido no Brasil ou nos EUA, sedimentado por palavras ou quaisquer meios. Com a devida categoria, nele implantado o mote do bom senso, implantado por vida e cultura, pelo gênio da história, por consagrar-se não um reflexo de se tornar algo, mas de uma vida em que quando se fala de painel e de botões, o seria o painel de sombras: menos do que a vida em si. Se é que porventura se olhe para um lado que seja de mais nexos… Nada de nada, apenas acordos, pois a vida não se encontra vívida quanto de imaginarmos, as mesmas categorias, sejam de sorrir, do sol, lua, o quente, o frio, a contradição, os fatos! Essa aparente ausência da técnica, onde a pureza de um pensamento pode gestar e comungar com a luz, deve ser jamais auditada, jamais de se prescrever sua origem, posto por vezes seja um olhar sobre o natural, ou fruto do espírito humano, o que vem ambos a dar na concretude da consciência, ainda mais se o olhar sobre a Natureza couber dentro do pressuposto da estética, enquanto ciência anímica e criadora.
           Navegar por painéis que não sejam tão rudimentares enquanto fossem sombra, e de monta a veracidade que não podem realmente ser assim, pois de sombras nos engrandece o viés mesmo da existência, não fora por vezes a reptílica voz que não nos entra tão exatamente quanto a coisa em si, o objeto que objetifica, o motor com energia dos ventos. Ventos quentes, que não refrescam, não apetecem pelo conforto maior do que o fumegar de um vapor que fez história em outras máquinas de outras épocas. Não seria tão fácil, companheiros, o fumegar de uma tampa mal encaixada na chaleira, que dança e atrapalha o fazer o café, um chá, ou do preparo que deve ser um pouco mais exato do alimento: o arroz que se deixa cozer até ficar maior do que a nossa ou outras fomes. Por sim que há uma fome grande, por vezes de um desconjunte, do esquecimento humano, da inépcia, da contingência sistêmica, de um açodamento moral sobre os indivíduos, quando estes se largam nas ruas a pedir. O grande barco que não sofreu avarias teria que ser o teológico, do Espírito, do olhar caritativo, ou do simples significar do “outro” sobre nós mesmos. A questão é de uma semântica que não se resolveria nunca tão facilmente quanto querermos transformar a essência do ser: o ser, o nada, algo, o suprassumo de tudo o que se faz com a sapiência ao que não renda sempre frutos, mas que deve-se partir para que haja a lei onde lá bem para baixo o grão possa germinar e vingar, e dar frutos, e crescer e se multiplicar. Não o ostracismo de quaisquer boas intenções, mas de tudo o que nos cerca tirarmos o sumo do bem querer, daquilo que se pode construir, da força aplicada em seus fundamentos e girante em seu mesmo alicerce que tanto demora-se a arguir. Desta força teremos que ser argutos, pois o que gira mescla-se com o funcionamento de uma engrenagem que dá a partida ao motor, e o barco só possui um leme, que este tanto se dará melhor quanto dele se predizerem a navegabilidade alta, já que mesmo na sombra de um painel, que por vezes não possa funcionar muito bem, o leme dá a virada manualmente, depois obviamente da ajuda tão necessária de um rebocador, pois o mar alto não suporta uma tripulação que não saiba trabalhar onde não há luz o suficiente.

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