Porventura
esquecermos de algo é notório, quando de coisa importante. Temos
por nós o costume de hierarquizar as coisas, como de esquecer-se de
ir ao trabalho, coisa que não se esquece, ou esquecer-se de lavar a
louça, coisa que de muito se esquece… Passamos a bola ao outro,
não cumprimos tarefas sem ganharmos, e o mercado finca sua lei
inesquecível, quando conta no dinheiro de alguém, que esse alguém
se faça notar, ao menos. Acontece que por vezes um ser humano
esquece sua identidade enquanto ser cultural, passa a viver de uma
fantasia, algo que possa ser quase meritório pela criatividade, ou
imitativo enquanto referências que se catam no entorno, ou mesmo na
profunda mudança tecnológica, que vem esta acompanhada de mutações
no processo de entendimento dessa mesma mudança, como fator externo,
em que os países mais ricos acabam por anular nossa identidade
nacional, brasileira, latino americana, como queira se chamar.
Acabamos por crer apenas em um tipo de movimento religioso, e aceitar
o mais rico como superior. Haverá sempre mais espaço para que nos
solidarizemos com tudo o que nos importa, que nos referenciemos com
questões realmente de cunho mais cultural, de aceitarmos as
diferenças como um modo de aceitar a dinâmica das sociedades como
um grande painel de arte onde encontraremos nossos caminhos. Essa
prerrogativa dinâmica é que nos permitirá exercer muitas
atividades que pertençam ao universo do saber, e sabendo dessa
latitude da existência nos deixa mais ocupados em buscar a
verdadeira identidade, ou mesmo perceber que tudo depende da
relativização do selfie na Natureza Humana.
Como
se previu na psicologia moderna que temos nossos arquétipos, uma
compreensão do inconsciente coletivo, símbolos que modelam as
personalidades, mas falar sobre uma psicologização social apenas
nos permitiria enquadrar casos de patologia, quando estes ocorrem,
como as psicoses, a esquizofrenia e outros males. Na verdade, estas
doenças já são controláveis e passam a ser garantidas as
liberdades individuais e coletivas que vão desde um leve transtorno
a males mais graves, e a coexistência social é de suma importância
para que passemos a fazer do “outro” uma vitória contra o
estigma que acomete toda essa população. Pois que esta vem
crescendo em grau e número com o tempo, na medida em que a própria
identidade cultural dos povos vem se dissociando da realidade, ou por
causas as mais variadas, entre elas a inconforme relação do homem
contemporâneo com seu entorno: a Natureza. Nada há muito a
especular sobre esses temas, mas quanto à perda de identidade do ser
com o seu meio haveremos de saber quando a própria tecnologia e suas
transformações forem conhecidas pelo poder que nela é investido.
As
grandes inovações tecnológicas históricas como a arma de fogo, o
vapor, a imprensa, foram matérias de importância capital nos tempos
que nos precederam, e hoje temos a tecnologia que ultrapassa as
fronteiras do saber e gira as informações e seus processamentos em
níveis muito altos. A terra fica relegada a segundo plano, o
camponês vira um ser à parte, e o trabalho do operariado se torna
uma espécie produtiva à parte da tecnologia na sua manufatura, no seu quesito de resolver o aspecto do engenho humano. Essas
divisões laborais é que tornam a sociedade uma modalidade inventiva
no compartir do conhecimento, onde um operário pode publicar um
conto e um policial pode desenhar ou pintar em um suporte artístico.
Não há a menor importância em afirmarmos que um profissional da
segurança tenha que ser um homem ou uma mulher sedimentados por um
padrão de conduta duro, por quem sabemos que o simples
compartilhamento de conhecimento pode tornar qualquer cidadão mais
culto e apto a desenvolver diversas habilidades quais não sejam
aquelas que os tornem mais engenhosos, criativos e cidadãos do atual
século, e não revisitar um passado turvo em que os paradigmas dos
anciães sejam apenas o que se aceite por então…
O
passado, a história, ambos são importantes, mas fazer de uma
história antiga o suporte da modalidade de uma sociedade
conservadora no sentido de não aceitar as mudanças do mundo, é
fazer de uma projeção estática a vivência cotidiana em um mundo
dinâmico e sem paralelos com qualquer outro, o que nos permite
afirmar que se uma modalidade de Governo não se apoiar em uma
sociedade contemporânea e eclética, não poderemos falar em
Democracia e sociedade livres. A libertação de um povo não vem com
a arma que lhe é concedida, mas com a atualização de um sistema
autônomo, sem precedentes, e de estatura de boas lideranças. Sem
esses pressupostos não há um governo fundamentado na paz, mas
apenas um caos de boa aparência e uma farsa regulamentada.
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