domingo, 11 de novembro de 2018

DEVEMOS ALGO OU NÃO…


         Pois sim, que não vivamos de débitos. Isso de cartões, por ser incrível, não sabemos mais administrar ou organizar muito bem se não dispomos de eletrônica para isso. A se cavar um pouco encontramos a jazida por vezes que nos aguardaria, mas que no sentido inverso as coisas apenas pesam como o ouro. Um quê de processo se dará por saber-se o cidadão quando pertence a algo que não seja apenas o lugar de uma normalidade padronizada, como se recebesse instruções de como se portar ou como ser diante de certos fatos, por vezes não respeitando rebuscamentos de uma outra pessoa, ou seu modo de pensar e etc. Não se fala aqui que o comportamento padrão não seja bom, mas o comportar-se autenticamente também leva a um engrandecimento do caráter, posto todos os homens e mulheres devam ter sua voz garantida em qualquer circunstância, dentro da liberdade de expressão, de credo, crenças culturais e identidade própria. Não devemos nada sob a ótica de termos que responder a algo ou alguém em virtude de atitudes nossas perante a vida, desde que estas venham ao sabor da lei. No entanto, algo que coaja manifestações de caráter pessoal ou coletivo, a arte como expressão, as músicas e sua crítica, não deve ser aceito como ação propositiva, no andamento mesmo da nossa existência tão difícil já neste nosso mundo de Deus. O andamento de uma sociedade livre diz respeito não apenas à tolerância de cada cidadão perante as diferentes manifestações do espírito humano, mas igualmente a capacidade de uma sociedade de valorar a cultura e suas várias manifestações, independente de o aspecto ou redundância de algum valor cultural não esteja conforme com a dita indústria do entretenimento, que para si já rende muito mais do que a suposta alternativa de se fazer a arte.
          Não estamos nós de qualquer país conjecturando que a modalidade do entretenimento não possa vir de um computador, de uma TV aberta ou fechada, de uma rede de comunicação, mas apenas colocando mais tijolos no sentido de preservar o que aí está e continuar buscando algo mais, esmerilhando as peças que nos chegam… Devemos sim, a nós mesmos, continuar entusiasticamente a propor a busca, seja através da leitura e foco nas letras, seja na acepção mesma da filosofia, na compreensão e deleite estético da poesia, ou a arte visual – digital ou não – e a compreensão, aí sim, que devemos à Natureza basicamente todo o nosso esteio existencial, como espécie que, à medida que queira predá-la cada vez mais em direção ao lucro, assina seu óbito enquanto pequenas formigas destruidoras a que não precisamos nos tornar. O que são dez anos frente a imensidão do planeta? A cada árvore arrancada bastaria que morressem dez homens que estes que as arrancam não fariam falta nenhuma, pois a árvore é mais importante do que quem a arranca, com a motivação do lucro desmedido. Podemos até ter a intenção de nos desenvolver, mas quem destrói a Natureza jamais leu a Bíblia como deveria ler, principalmente a poesia do Novo Testamento! Jesus Cristo nunca derrubou uma árvore, pois o mais que fazia era ensinar as maravilhas espirituais do mundo.
          Não importa de que lado estamos, ou de que partido sejamos, o respeito às coisas naturais deve ser mais imenso do que a intenção de propor-se um tipo de administração, e já não há mais espaço nem para a devastação no planeta, muito menos para algum tipo de conflito, mesmo porque o ódio no lugar do amor é de uma sensaboria sem tamanho, e aquele que fundamenta – de um lado ou de outro – o amor há de florecer como o lírio do campo em que jamais a passagem maravilhosa dessa escritura teve contato com os olhos daqueles seres que queiram predar a Criação.

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