Pois
sim, que não vivamos de débitos. Isso de cartões, por ser
incrível, não sabemos mais administrar ou organizar muito bem se
não dispomos de eletrônica para isso. A se cavar um pouco
encontramos a jazida por vezes que nos aguardaria, mas que no sentido
inverso as coisas apenas pesam como o ouro. Um quê de processo se
dará por saber-se o cidadão quando pertence a algo que não seja
apenas o lugar de uma normalidade padronizada, como se recebesse
instruções de como se portar ou como ser diante de certos fatos,
por vezes não respeitando rebuscamentos de uma outra pessoa, ou seu
modo de pensar e etc. Não se fala aqui que o comportamento padrão
não seja bom, mas o comportar-se autenticamente também leva a um
engrandecimento do caráter, posto todos os homens e mulheres devam
ter sua voz garantida em qualquer circunstância, dentro da liberdade
de expressão, de credo, crenças culturais e identidade própria.
Não devemos nada sob a ótica de termos que responder a algo ou
alguém em virtude de atitudes nossas perante a vida, desde que estas
venham ao sabor da lei. No entanto, algo que coaja manifestações de
caráter pessoal ou coletivo, a arte como expressão, as músicas e
sua crítica, não deve ser aceito como ação propositiva, no
andamento mesmo da nossa existência tão difícil já neste nosso
mundo de Deus. O andamento de uma sociedade livre diz respeito não
apenas à tolerância de cada cidadão perante as diferentes
manifestações do espírito humano, mas igualmente a capacidade de
uma sociedade de valorar a cultura e suas várias manifestações,
independente de o aspecto ou redundância de algum valor cultural não
esteja conforme com a dita indústria do entretenimento, que para si
já rende muito mais do que a suposta alternativa de se fazer a arte.
Não
estamos nós de qualquer país conjecturando que a modalidade do
entretenimento não possa vir de um computador, de uma TV aberta ou
fechada, de uma rede de comunicação, mas apenas colocando mais
tijolos no sentido de preservar o que aí está e continuar buscando
algo mais, esmerilhando as peças que nos chegam… Devemos sim, a
nós mesmos, continuar entusiasticamente a propor a busca, seja
através da leitura e foco nas letras, seja na acepção mesma da
filosofia, na compreensão e deleite estético da poesia, ou a arte
visual – digital ou não – e a compreensão, aí sim, que devemos
à Natureza basicamente todo o nosso esteio existencial, como espécie
que, à medida que queira predá-la cada vez mais em direção ao
lucro, assina seu óbito enquanto pequenas formigas destruidoras a
que não precisamos nos tornar. O que são dez anos frente a
imensidão do planeta? A cada árvore arrancada bastaria que
morressem dez homens que estes que as arrancam não fariam falta
nenhuma, pois a árvore é mais importante do que quem a arranca, com
a motivação do lucro desmedido. Podemos até ter a intenção de
nos desenvolver, mas quem destrói a Natureza jamais leu a Bíblia
como deveria ler, principalmente a poesia do Novo Testamento! Jesus
Cristo nunca derrubou uma árvore, pois o mais que fazia era ensinar
as maravilhas espirituais do mundo.
Não
importa de que lado estamos, ou de que partido sejamos, o respeito às
coisas naturais deve ser mais imenso do que a intenção de propor-se
um tipo de administração, e já não há mais espaço nem para a
devastação no planeta, muito menos para algum tipo de conflito,
mesmo porque o ódio no lugar do amor é de uma sensaboria sem
tamanho, e aquele que fundamenta – de um lado ou de outro – o
amor há de florecer como o lírio do campo em que
jamais a passagem maravilhosa dessa escritura teve contato com os
olhos daqueles seres que queiram predar a Criação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário