segunda-feira, 24 de setembro de 2018

O CERTO DIA SAGRADO



No encontro com algumas sílabas de material espiritual e eterno
A natureza humana se funde com as fontes que jorram de Krsna,
Sabe aquela que é apenas uma Verdade inaudível a alguns tolos
Mas representa a consagração de um canto a todos dirigido...

Levantar-se a um dia como todos, ver a luz da janela, o sol
Como o olhar de Deus, será como compartir serenamente
Na dimensão mesma daquilo que jamais pensamos existir
Qual não seja, mesmo em uma aparente solidão, o compartir...

Nada mais resta ao respirar dessas sílabas de material sagrado
A que todos os universos manifestos e não manifestos traçam
O não ignorarmos aquilo que porventura cresça qual sagrada planta
No florescimento de um serviço em devoção, de nome bhakti...

Na bhakti yoga, na perfeição máxima do conhecimento, onde tantos
E tantos fazem por surgir na mesma perfeição espelhada
Qual figueira de bengala surgida na realidade de suas raízes
Em que o mundo material apenas é o seu reflexo descensional.

Não, que certo realmente, na aurora do pensamento de uma atma
A outras que nos reunimos, e que os seres todos teçam companhia
Na impessoalidade do gesto que possa iniciar a contento um ser
Mas que se reforma na Pessoa Suprema em que Deus torna fácil.

Que o encontro antigo das especiarias, que Marco Polo alcance
Em uma história do simples contato com as Índias perenes
Revelam que no século passado haveria um indiano santo
A trazer no Jaladuta a prescrição da literatura e do canto sagrado!

Que ao poeta não remeta a especulação ingrata do que não é
Posto em sua ciência esquece por vezes que a ciência devocional
É comprovação suprema de que nosso Svarupa é o encontro
Com a identidade espiritual de além fronteiras, de além filosofias.

E que tudo o que existe como intolerância, preguiça, egolatria,
Maldade, arrogância, ganância, nada serão mais do que apenas
Estados turvos de um espírito que navega na ignorância, posto
O modo da bondade ser o princípio de tudo o que pode o homem.

Kuruksetra vive em cada consciência, a saber, que em nossa Era,
A era do ferro, demanda que nos entreguemos a Deus, na profusão
Dos mesmos significados em que outrora se permitiu a refulgência
Como em Satya Yuga, e que porventura ninguém fenece na luz.

A alma não pode ser dobrada, não serva como facho, não é grande,
Mas apenas infinitesimal, e no entanto anima um paquiderme,
Faz brotar e crescer a sequóia, faz voar o mais lindo pássaro,
E dos insetos os mesmos direitos de viverem no nosso planeta.

Por arguição derradeira, não nos ressintamos pela cadeia do Karma,
Pelas algemas da vida sexual irrestrita, pela intoxicação da humanidade,
Posto importar que os cantos de Deus se espalhem, e que não fiquemos
Com a tristeza em que a justiça divina tece para um mundo difícil.

Na realidade o processo é mais simples, estamos por ver mudanças
Em boas atmosferas espirituais, e as sementes plantadas por mestres
E sábios da antiga cultura brahmínica deixam-nos silenciosamente a par
Daquilo que muitos ignoram seja o aprofundamento espiritual auto-realizado!

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