Há de ser o próprio tempo, que
teima em nossos ossos firmes,
No que temos de endurecer as cascas
de um ou outro sistema
Em que o parâmetro do mundo divaga
mole como um asno
Dentro de alguns e únicos botões
que são iguais no todo aparente.
No que tanto nos é tangida a força
que não possuímos suficiente
Quando aparentamos uma fraqueza
necessária, ao contraforte
De apenas mostrarmos que somos
forte porquanto combativos
Naquilo que é espontâneo e sincero,
na autenticidade do gesto...
Qualquer ser sente quando o seu
planar fica restrito a um ovo
Em que a quadratura encerrada
limita as dimensões do alcance,
Posto a ser pássaro que somos – uma
linha qualquer – não dista
O segundo significado do depois do
suficiente voar, que seja dito.
Não há armas que nos atravessem,
não há o furor da violência
Quando nos transformamos em gatos
na estiva crua do retalho
Das calçadas enlameadas pela
naturalidade ou não das chuvas
Em que roedores pousem na
plataforma de um sanear desconstruído.
Posta a realidade na mesa, para
muitos passa a nada significar
Quando o de comer se falta na
matéria de muitos e muitos anos
Em que todos os familiares sabem da
ausência dos ganhos
Refletida na carestia de algumas e
outras distintas gerações.
Mas na voz de uma esperança que
abrace o quilate das sílabas
Resta ao canto sonoro de uma flor
encantar a vida de muitos
Que porventura não imaginam sequer
o ramo de uma árvore
Na escalada de um menino por dentro
de suas infâncias solenes.
Pudéramos tecer da juta o balaio
fértil de nossas intenções
Com o parecer dos deuses que já há
muito do olimpo não se dão
Quando a riqueza de uma nação verte
o fluxo de sua seiva
Em uma mão mal escanhoada no viés
em que se encontra fel.
Da loucura em julgado o trânsito,
da escola com fartas gotas
Daquelas chuvas que não motivariam
algum desastre climático
Basta que se anteponha a condução
de algum ônibus pleno
Para que se entenda a categoria da
responsabilidade do timoneiro!
E arcos se pretendem na pretensão
de suas hastes metálicas
A alicerçar estruturas quase neo
românicas, nas grandes ocas
Onde a missa sagrada se dá ao som
de Bach e um Evangelho
Segundo Mateus, que possa soar um
pouco da Nona de Beethoven.
O próprio esclarecimento de que não
se cita o Salvador jamais
Em textos que se pretendem
salvacionistas, dos códigos de consciência
Não enquadram messias algum nas
suas antessalas de alguma fachada
Quando reverbera o real sofrimento
pelo qual passa uma humanidade ferida.
Assim que seria algo como se existíssemos
de acordo com um Missal
Que Cruz e Souza legou à herança
cultural da raça essencial e humana,
Trabalho trajado por uma arte
gigante, redimido por quinhões da aurora
Que jorra ardente por caminhos onde
um pé escalavrado reporta a África.
Não que não se dissesse muito, mas
o mesmo quinhão do não se estar
Manda que rezemos pela pátria tão
numerosa que se chama Brasil
De tantos e tantos líderes
inadvertidamente concomitantes ao passado
Que repetir algum erro de um lado
turvo pode ser aquele outro do melhor.
E não há negaceio na esfera de uma
letra, na arte que tangencia a necessidade
Atávica de se dizer algo com todos
os requisitos da grande maioria,
Quando essa pretende que se torne
justa a sequência verbal inumana
Afim de que se possa pretender
igualmente o pontual instante de um Direito!
Nenhum comentário:
Postar um comentário