terça-feira, 4 de setembro de 2018

A NOBREZA DO CARÁTER



            O ocultar-se é premissa da escrita, quando de uma noção em que a literatura com personagens prevaleça. Na acepção crua do caráter filosófico, ou mesmo da expressão do pensamento, que o reitera, há de se ver que o rompante dos preciosismos de linguagem pode valorizar o que possui valor e orçar moedas inexistentes. Do quinhão de admiradores que se ganha, ou em um mero parágrafo dito em uma rede qualquer: no círculo literário, ou mesmo no frenesi das mensagens instantâneas, a grosso modo, sem pensar muito ou fazê-lo de modo irrefletido, quase como espalmando entre as mãos uma nota que se ganhe, de dois, de cinco ou de dez reais, quando simbolicamente há o fruto de se ganhar algo, mas não por lado mercenário, graças a Deus, pois isso de lutar por encomenda não condiz com caráter nenhum do ilibado que mereça.
            Mas que abrevie-se o pensamento que se volatiliza em uma linha, que alcance melhor o processo de entendimento, em períodos aqueles que se possa dizer abertamente o que ocorre com o modal de aprendizagem, dentro supostamente deste universo das letras... Sé é de acrescentar, sem neologismos temáticos, sem a lenda da autoria, mas que se considere uma garrafa largada em alto mar, sem assinatura, apenas a carta, anuncia-se a sobrevivência dos grupos que aparentemente soçobraram com algum navio! A mesma embarcação de todos os paradoxos do mundo, desde Schopenhauer até Flaubert. Passando por Homero, sempre a poesia grande, o mar que enobrece o mesmo caráter de percebermos letras nas ondas, em que letras também levem os seres pelo que se lê na Natureza Material: princípio e fundamento de um pensamento material. Mas que o Espírito anime a missão quase inconclusa na diáspora das divisões que não deve existir jamais.
            Há que se ter uma União fabulosa, e talvez uma premissa algo válida é perceber aquele inocente observador quando acordado de um longo sono de ignorar o entorno, os botões, ou os ventos, que se preze a perceber, seja um douto ou não, que as categorias a si percebem uma distinta união “quase” ideologizada, dentro de prerrogativas que subentendem algum tipo de alucinação considerada absolutamente normal, no espectro e equivalência de frequências alimentadas por canais. Por si, por essa divisão formal e informal, as contendas parecem vir a galope. O que antes era alimento da alma, como a arte, se torna o figural da preparação marcial do gesto e da atitude perante o que se vê, seja uma tele ou um fato real, um homem, uma mulher, uma criança, um animal, as águas, enfim, quaisquer elementos da vida que não passem através de um meio eletrônico para a percepção nossa, humana, pois nesta página alcançamos de cabeça sapiens a cabeça sapiens o que se tornou o estigma de uma comunicação sem demandas do sucesso. Nesse vai e vem de evitar competições desmedidas seremos mais fraternos porquanto não aventarmos sequer a hipótese de paternidade em relação a algum tipo de insight, ou neologismos neoseculares do tipo. Fazer valer a linguagem dentro da nobreza de caráter é fundamental, e conhecer as rotinas da comunicação e da semântica é igualmente importante, pois não se pode partir a aceitar o empobrecimento da língua, pois o processo civilizatório por que se atravessa o mundo com a tecnologia está reduzindo a literatura e lapidando as técnicas de programação, onde o software está valendo mais do que um livro de poesias, mal sabendo-se que as sinapses espirituais e materiais para gerar este – a poesia ou a literatura – são mais agigantadas do que os sistemas gerados por rotinas de programação. No entanto, a aproximação da literatura convencional com sistemas descritivos através da inteligência artificial aproximará cada vez mais das convenções humanas em padrões limitados com o crescimento da “expressão” de novas respostas tecnológicas. Por mais que se pretenda educar um cidadão sem a preparação filosófica e artística e a análise crítica, teremos cada vez mais um conceito civilizatório previsível e cooperativo com o desastre, não apenas da Natureza na sua aceitação em conformidade com o absurdo, como na destituição de instituições como os poderes representados pela elaboração das leis, sua aplicação e o desastre na representatividade do povo, consolidado pela falência da Democracia enquanto participação popular e, na contra parte, sistemas endógenos de usurários internacionais, em cúpulas separadas e independentes dos conceitos da ética de caráter formal e justo enquanto cidadã. Nessa paradoxal lógica, parte-se a uma supressão de direitos, cada vez mais frequente, e a ramificação quase aleatória, mas convencional e previsível ainda com base no capital financeiro e especulativo, avesso à produção fabril e motivado continuamente a derrotar os movimentos de classe.
            Cabe a esse conceito quase geopolítico às avessas, pois se trata de grandes organizações onde poucos executivos sabem exatamente de onde vem o mando, quem realmente administra, ou como chegar aos patamares superiores de dois ou três níveis, que seja. Os módulos da Tecnologia da Informação permitem que questões de ordem burocrática sejam funcionais sem que o toque humano seja estritamente necessário, preenchendo anodinamente, com sistemas computacionais, o que se torna um vazio existente entre relações humanas mais aprofundadas, de caráter e franqueza sinceros.
            Resta às grandes estruturas financeiras, que agora correm para informatizar seus sistemas e privatizar seus quadros, no atendimento frio da informática a partir de empresas na ilusão de funcionamento que na verdade já expõe a fragilidade de seus esqueletos estruturais, que os trabalhadores dos mesmos sistemas quebrem a lógica endógena e revelem ao mundo o que há por trás, ipsis litteris, dos sistemas capitaneados pelos poucos usurários de poder quase ilimitado. O diálogo e o debate dos trabalhadores desse setor, em suas diversas categorias, devem expor como serviço à sociedade a real natureza do processo de espoliação crescente que tem vitimado cada vez mais os países mais pobres, e fracassando o capitalismo como um todo. Essa grande estrutura de poder está contida em um conjunto numérico restrito à velha combinação dos juros e no uso que os grandes financistas fazem do dinheiro que o cidadão deixa aplicado na instituição bancária. Há que se partir do pressuposto de que, quanto mais cidadãos do mundo souberem o verdadeiro funcionamento dessas entradas sem retornos das riquezas nacionais em cartéis gigantescos internacionais, é que saberão como participar ao menos da compreensão de que há uma razão injusta que alimenta toda uma cadeia de injustiças nas sociedades ocidentais contemporâneas, fruto de uma blindagem dos que muito recebem e muito poucos são no mundo, e aqueles que vivem expondo do seu trabalho o pouco ganho que, ainda que paradoxal possa parecer, não deixam de estar à mercê desses imensos conglomerados financeiros que mandam política, econômica e militarmente nos países ocidentais, que enfrentam imensas dificuldades.

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