domingo, 30 de setembro de 2018

ORALIZAÇÃO E HISTÓRIA


          Aprender a ver é faculdade inata do que ocorre hoje, um sentido quase pleno. No entanto, a faculdade de escutar, naquela conversa entre amigos, no encontro, no ensejo, é um sentimento salutar. A história de uma aldeia pode ser contada, relembrada, como algum bom tempo que se lembre, de uma praia ainda possível, das gentes que mudaram algum perfil, da atitude do liberal ou conservador, de uma situação política qualquer, ou mesmo da recorrente – hoje – verticalização imobiliária, e suas conotações do espaço urbano. Nota-se que há um certo desconforto a toda uma população original de um bairro, quando este se vê ausente dessa mesma população e vê-se que já acontece alguma imigração interna de um país ou mesmo com a interveniência de outros realoca as gentes para outros sítios. Esse quase êxodo permanece com frequência na valorização do espaço urbano. Cada povo conta a sua história e, no caso de mudanças tecnológicas profundas, a própria história acompanha o processo de adaptação dos novos processos do conhecimento e das práticas adotadas pela conveniência de novos meios e noções imediatas da percepção humana. Esses mesmos meios participam da exclusão do desconhecido através do foco do surgimento das ferramentas que possibilitam ao homo faber realizar a contento suas práticas de comunicação. Esse homem que surge mais e mais transformador de sua realidade contempla a si o conhecimento que a plataforma digital nos traz como de conteúdo limpo enquanto meio e mensagem. Essa é a verdadeira possibilidade concreta do novo milênio que resgata ao homem um renascimento estético de vanguarda, em que o progresso e sua aquisição pessoal ou coletiva permite-nos açambarcar a propriedade dos mesmos meios opiniosos ou não, de cunho jornalístico, de arte digital ou copiada, os acessos à manufatura inerentes dos processos digitais. Essa retomada profunda da aquisição dos meios às mãos do homem pode mudar as plataformas que vertem o poder para muitos que estão conscientes dessas transformações. Torna-se possível publicar, torna-se possível falar e postar o que quer que seja, obviamente dentro do espectro saudável e legal, pois do contrário se faria mau uso de um bom sistema, ou de uma ótima ferramenta. Essa apreensão da realidade torna os sistemas operacionais mais leves, muda um gadget qualquer em um bom equipamento eletrônico e permite a visualização coletivizada de conceitos filosóficos ou da arte instrumentalizada, uma possibilidade aos artistas de ao menos verem suas obras divulgadas.
          Na verdade, a história vem com muitas nuances, quando oralizada por questões de ordem mais arcaicas, posto ser através da tecnologia a possibilidade de se organizar as peças que retornem conhecimento oral dos povos também através das conquistas contemporâneas, pois apenas assim uma população indígena pode ser ouvida em qualquer lugar do mundo: basta que se use o meio digital para tal. Nada desse aspecto do novo pode agora ser suplantado ou suprimido, pois é e será através da revolução dos novos meios que o projeto de vivenciar a realidade de povos isolados e que vivem em lugares praticamente sem acessos é que torna possível a inclusão e a tarefa de mostrar a instituições na ponta da vanguarda humanística essa vivência cotidiana e de possíveis dificuldades inclusivas.
          Assim como nas políticas trabalhistas, na retomada de debates cotidianos de cunho social, e mesmo no poder de consenso coletivo com relação ao poder, ou a como alicerçar um poder legítimo àqueles que são a maioria, ou que sofrem com injustiças de cunho político ou segregacionista. A oralização, que antes acontecia com longas viagens, onde um agente social escutava e retransmitia, hoje é possível em direto, com postagens que chegam na ordem dos fatores sem alterar o cerne ou conteúdo: sem filtros e sem máscaras.
          Desse modo se fará história em qualquer lugar desse imenso país que é o Brasil, e que o que se escute seja amplo como é aquilo que precisamos reformar legitimamente em favor das populações vulneráveis de nosso território. Desse modo é possível criar vínculos sociais presentes com as instituições, construir uma sociedade de vanguarda, e estabelecer as prioridades que demandam tanto esforço naqueles que realmente lutam para que não recrudesça a tirania, pois nada pode alterar a mesma revolução tecnológica supracitada, haja vista termos uma obrigação existencial e moral de melhorar a situação do povo como um todo, apontando possíveis erros crassos e reiterando as possibilidades legítimas do progresso inerente a tais iniciativas.

sábado, 29 de setembro de 2018

O RENUNCIANTE


         De tanto se fala do poder, que nossos escapes por vezes são de se fugir da menor possibilidade dele. De qualquer modo, nem todos os querem, e assim são os que renunciam a essa vertente. O ato de renúncia vem de uma modalidade em que a fama não pode se equiparar com a mesma existência que vê essa mesma fama dentro do espectro do falso ego. Em tese, o renunciado pode vir de uma religião, esta mesma que encerra dentro de seus variados aspectos a riqueza espiritual que surge de potência interna do indivíduo, e suas associações com outros devotos. Acontece uma transferência de postura que muitos possuem de arrogância, para o oposto, que é a humildade, tão necessária em todas as classes sociais, em todas as ingerências sociais, mesmo fora da opção religiosa. No entanto, há que se reiterar que essa questão da fama pode ser de duas pontas: boa e ruim, dependendo de como a sociedade por vários motivos acaba por destruir ou não a fama, tornando-a execrável por vezes, praticamente quando esta pessoa que a possui passa a não atender às demandas de poder e interesses particulares, em que os veículos de comunicação, que são a engrenagem sistêmica do processo da irradiação dessa maquiagem em que muitos se tornam, muitas vezes trabalham no viés do que antes era plausível, e, de acordo, amigável ou mesmo verdadeiro. Pode parecer confuso, mas em síntese, o que antes era rei vira mero peão ou, mesmo tendo se empenhado por uma causa gigante, é ignorado pelos sistemas de comunicação pois vai contra o interesse que a mídia representa na sociedade, como ancoragem da solicitude aos poderosos. Essa coisa que não se mexe, isso de estar-se de acordo com um tipo de comportamento tele guiado, vira conforto em um tipo de Olimpo de neon que caracteriza a blindagem dos meios de informação e comunicação em países outrora emergentes e agora mais e mais pauperizados, como o Brasil.
         O renunciante passa a ser raro nos dias de hoje, em que o ascetismo praticamente não existe no modal de nossas sociedades modernas. Sempre há uma conotação sexual quando um homem ou uma mulher despontam em suas carreiras tornadas famas. A curiosidade dos cidadãos anônimos passa a ver nos ícones das historietas e da ficção que imita a vida – tal como material de indução, pois promete a que sejamos praticamente peças da mesma história – vê nos olhos da tela seu futuro e pouca identificação com si mesmos, na realidade por que passam cotidianamente. O renunciante renuncia – quando autêntico – ao véu da ilusão em nossas sociedades, a cobertura material de Maya. Pode parecer uma abordagem simplista, mas não importa onde o renunciado esteja, se no campo, na floresta ou na cidade. Ele certamente aparece mais aos olhos de Deus e rechaça a fama materialista, sua tipificação do resultado, e passa a prestar serviço amoroso a Krsna, mesmo que saibamos que na verdade isso independe de qualquer religião, e sim da postura perante o mundo e sua consciência planetária e universal, enquanto consciente dos deveres de estudar e pregar a consciência da bondade e da providência divina. Tanto um judeu como um muçulmano, um católico ou budista, um umbandista e um espírita, todos somos aptos para servir a algo. Essa vocação do serviço devocional é latente no ser humano e, como no exemplo de São Francisco, serviço aos seres outros que habitam este planeta é uma consagração idealmente maravilhosa!
          Se um homem ou uma mulher de bem servem ao país, à sua pátria, querendo o melhor para seu povo, este modo de serviço possui a histórica legitimidade, tanto é válida a intenção e o efetivo trabalho para tanto. Há que se pensar em uma sociedade pluralista, na aceitação incluso do ateísmo. A troco de sabermos o que possui diferenças no modo de se estar de um bom Estado, de uma Nação consagradora, tanto é válida a crença como o ateísmo ou o agnosticismo, pois o que importa é que ninguém pode estabelecer verticalmente a ordem em um país assolado pelas incertezas, pois essencialmente isso só poderá vir da União dos diferentes, e não da concepção beligerante de que internamente tenhamos que criar campos de batalha, de brasileiros contra brasileiros, pois não podemos ser o retrato algo criado sinistramente dos erros e truculências de países que por vezes consideramos mais ricos e portanto mais inteligentes, como um padrão que se possa copiar dentro de nossa realidade. Não há a menor possibilidade do funcionamento dessa argumentação interpretativa, pois não seremos jamais a repetição da insanidade institucionalizada, haja vista já não termos mais espaço para o regresso.


quinta-feira, 27 de setembro de 2018

A NOITE É UMA NOTA QUE NOS RESSENTE QUANDO NÃO A QUEREMOS, MAS É FORMOSA E LINDA COMO TODAS AS MULHERES DESTE MUNDO.

A BEM DORMIR, CHEGA A HORA, POIS DISTO NECESSITAMOS...

A TÍTULO DE AMOSTRAGEM, UM REMÉDIO QUE FALTA NAS PRATELEIRAS É TÃO GRAVE QUANDO A MÃO QUE NÃO O CONSEGUE PEGAR POR FALTA DE PRATA.

NÃO PRECISAMOS POSSUIR UM BONÉ DO PARTIDO REPUBLICANO DOS EUA PARA TOMARMOS PARTIDO DO OCASO DO OCIDENTE: BASTA QUE SEJAMOS PARTIDÁRIOS DO NADA.

VALE QUANTO PESA O QUE VALE, NÃO O QUE PESA, NA DIMENSÃO MESMA DAS MOEDAS QUE OS CÉSARES TEIMAM EM CONCENTRAR EM SUAS MÃOS.

QUANDO A EXPLORAÇÃO PRIVATISTA PASSA PARA A ESFERA DOS SERVIÇOS PÚBLICOS ESSENCIAIS, É NECESSÁRIO REVOLUCIONAR AO MENOS A CONSCIÊNCIA DESSE LOTE INSANO E BRUTAL DE UMA SOCIEDADE.

TRACEMOS LINHAS PARA UM BEM VIVER, E LUTEMOS PARA REIVINDICÁ-LO.

TODA ANGÚSTIA E ANSIEDADE HUMANA NÃO CESSA QUANDO TREINAMOS PARA ALGUM EMBATE, MAS QUANDO SE DESPREZA O CONTENDOR ILUSÓRIO.

O BELO ESTÁ NO GESTO, EM UMA ALIANÇA NA MÃO ESQUERDA OU DIREITA, EM UMA MÃE, EM UM FILHO, EM UM ANIMALZINHO, OU EM UM ANIMALZÃO. A PROPÓSITO, BASTA QUE QUEIRAMOS, POIS O BELO HÁ.

JÁ DIRIA UM POETA, QUANDO DE NAVEGAR SEJA PRECISO, POIS AS LETRAS CAMINHAM E ATRACAM, DEPOIS DE SEUS MOVIMENTOS NA LEITURA DA CRIAÇÃO, EM UM PORTO EM QUE MUITOS OUTROS APRENDEM COM ELA A NAVEGAR IGUALMENTE.

O POETA SÓ ENCONTRA CONFORTO ESPIRITUAL QUANDO EM CONFORMIDADE COM AS NUANCES ALGO DE FREQUÊNCIAS DE SUAS ANTENAS, QUAL BESOURO RESILIENTE... RS

QUANDO VEM A ANGÚSTIA, A FORÇA MOTRIZ DAS MUDANÇAS DE UMA PLATAFORMA A OUTRA DE SIGNIFICADOS PODE SER A MOLA QUE MUDA O NOSSO SÉCULO PARA AS LUZES: POSSÍVEIS!

POR FIM, RESTA SABER QUE NÃO ADIANTA FENECER A ROSA DO SONHO, POIS QUEM A SEGURA NO TALO TECE COM A DUREZA O CARINHO DOS ESPINHOS.

UM BAMBU MESMO LARGADO EM UMA PRAIA PRESCRITA PELO TEMPO QUE TUDO DETERIORA, PODE SER UM LANÇAMENTO DE UM DARDO EM UM INSIGHT PARAOLÍMPICO.

UM BICHO POR VEZES FALA MAIS AO AFETO DE UM SER HUMANO, QUANDO ESTE SE APERCEBE QUE NÃO DISTA MUITO DA QUALIDADE DAQUELE.

ALGUNS METROS DE ÁREA EM CONTATO COM O CÉU INFINITO, NOS FAZ COMPREENDER A DIMENSÃO MESMA, MESMO DO QUE ESTÁ ALÉM DAS NUVENS DA PRIMAVERA...

NO SIMPLES SOPRO DA VIDA HUMANA, POSSA SIGNIFICAR UM ALENTO DE MOLÉCULAS DE OXIGÊNIO QUE UMA VOLTA PERTO DO MAR NOS TRAGA MAIS FRESCO E PURO.

NESSAS QUESTÕES DE MUDANÇAS DE PARADIGMAS, HAVERÁ SEMPRE UM TEMPO EM QUE - ÀQUELE QUE SE DEBRUÇA EM FATOS NÃO NECESSARIAMENTE FACTUAIS - DESCOBRE CERTAS DIMENSÕES ENCOBERTAS PELA ILUSÃO RESTRITA E IMPOSTA.

NINGUÉM EXATAMENTE PASSA A SER DEPENDENTE DO QUE É OU FAZ, POIS HÁ MUITOS ARTISTAS QUE SÃO OPERÁRIOS OU ADMINISTRADORES.

NÃO HÁ PORQUE ACHARMOS QUE SOMOS MILITARES OU CIVIS, POSTO DE CONVENÇÃO REDUCIONISTA E SIMPLIFICADORA DA EXISTÊNCIA DOS HOMENS E SEUS FAMILIARES.

VIRAR UMA MASSA DE CONCRETO COM SABEDORIA É COMO MISTURAR AS TERRAS QUE DARIAM MORADIA PARA QUEM POSSA SE FIXAR EM SUAS PAREDES...

ENCONTRAR GENTES COM APARELHAMENTO GENÉTICO QUASE IDEAL É COMO RENUCIAR AO BROMATO DOS PÃES.

O ROSTO DE TRÊS FACES


Verse-se um verso, a dizer de três sílabas iniciais, quais sejam, não, não se precisa,
Que tantos e tantos de nós prescrevem as faces de dois lados, a ver que o rosto
Necessitaria de mais uma face para recrudescer a ofensa alternativa de tanto
Que é a barbárie prometida em escrutinar-se a ignorância latente em nossos cernes…

Vai-te um, a um lugar que não se entenda, vai-te dois, a dois lugares díspares,
E vamos um outro rosto de dupla face qual fita de cinema em que não se encontra o mar.

Não, não queremos ir a lugar algum, não queremos quaisquer resultados, apenas
O preview de que estamos mais seguros na antessala da véspera dos mesmos resultados
Quando o que há por se decidir não é mais futuro, mas apenas a realocação do Poder!

Queremos o não ser da não ordem algo cáustica, romper amarras de antecipação
Onde a justa não é mais ajustada em lugar algum, onde um homem não encontra mais
Uma ressonância que seja plena de nosso século atual, onde a ignorância não seja norma.

A rotina de pedra não a queremos, não podemos ser soldados desarmados, e muito menos
Fantoches armados nas mãos daqueles que nos impingem o fator seguro de sermos algo
Que na verdade não significa muito mais do que instrumentalização crua de contingentes.

O que significar-se-á de sermos mais do que outros, de sabermos que estamos nas ruas
De um lado que trace esperanças, quando estas são uma questão de ordens impostas
Ou as vertentes de uma face dupla, onde não podemos escolher a terceira, pois não há!

Sejamos três em uma ferramenta do trabalho, sejamos unos na preferência da vida,
Pois quem ignora a lava fecunda das palavras certas e que dispõem ao menos ao debate
Vê debaterem larvas como mel transudado sem cristais, mas na significância do melaço.

Nisto de vida, saibamos, o poeta posa de primeira mão, ergue o periódico, tenta dizer
Ao menos o que se lhe vem de pronta resposta a uma opressão das vésperas, ao círio aceso
Da fé que não seja apenas um canto de promessas, a um diário sem messianismo, um ciclo.

Hajamos de ter paciência, pois o império de seus impérios hão de fenecer em sua contradição,
Hão de mostrar que números e força nada significam quando comparados aos bilhões
Que são os insetos a inspirar a força outra que plange as cordas de alguma ciência que preze.

Não nos venham os subterfúgios do envelhecimento senil de propostas militares arcaicas,
Pois o comando da verdade há de residir muito mais nos pensamentos da alvorada da inteligência
Quando sabemos que em toda a região de uma fraqueza cotidiana em província reside o amargor.

Sabermos do que é sólido na selva da compreensão humana, no mínimo é tangenciar
Que na vértebra do que se pronuncia como genocídio ocorrido em muitos lugares
Toda a atitude de um imperialista nativo bota o braço da águia em sua posição canicular.

quarta-feira, 26 de setembro de 2018

A ARTE E A FILOSOFIA


          Meio que um ser que possui a razão como expressão pode ser um poeta do pensamento. Quando está meio enfermo, quando seu propósito existencial se limita pelo viés de um comportar-se que possa parecer estranho, esse ser – humano – expressa saudavelmente algo que pode vir a consolidar pungentemente como um quase teorema de sua virtude em ser da filosofia ou da poesia. Que seja, talvez um escape, mas não deixa de ser uma investigação da alma por parte da ciência que na mesma razão navegada pode vir a ser questionada ou afirmada categoricamente. Pode tratar-se de diletantismo, mas quando da necessidade da arte, vem a ser um pilar fundamental erigido para se criar ou sedimentar a expressão mais alta, enaltecendo a alegria de viver em que todos poderiam se estabelecer no caminho da compreensão do próximo e do conhecimento dos modos materiais e espirituais do planeta. Não se trata de estabelecer algum tipo de padrão, pois os indivíduos possuem tanto as suas qualidades enquanto fragmentos quanto as suas faculdades coletivas. Nada do que vem a subtrair as propostas de uma vida digna para todos os seres, ou o andamento de querer que venhamos a ter sociedades mais justas socialmente, merece a atenção como modalidade superior ou algo do gênero, pois apenas saberemos de nós mesmos o não afetarmos o correto funcionamento da engrenagem de sistemas que nos tragam verdadeiras inteligências para o solo de qualquer pátria. Isso de sistemas inteligentes remontam ao processo de melhora e aprofundamento das questões materiais para todos – no respeito igual à coletividade de todas as espécies – como andante fundamental do movimento sinfônico onde a Natureza é maestrina.
          Pensar que o mundo é trilha de superfície delimitado por áreas é simplificação que não modela corretamente a realidade das convenientes tecnologias que temos já à disposição, mesmo a saber de controles que sejam positivos, frutos de investigações mais acuradas e plenas para diagnosticar a situação emergencial em que se tornam os países pobres, como o Brasil. A planificação de sistemas aéreos como o novo correio e novos mecanismos dinâmicos de segurança já fazem de um futuro o espaço que nos una a correlação da mecânica e a maior compreensão mesma da gravidade e dos corpos celestes, como um retorno à ciência mais presente, em meio ao criacionismo e suas novidades algo já defasadas para o milênio que vivenciamos, em que não podemos empoderar populações que não veem a Evolução como algo evidente na conformação da espécie, fator essencial à compreensão de que o espírito também passa por ela na tarefa que temos como ciência em elucidar certos fatos. A extrema conveniência lógica em pensarmos na sociedade como um corpo com suas enfermidades, e tentar curá-la com todas as ferramentas e remédios adequados, investindo nos tratamentos por vezes sutis como a prevenção, alimentando todo o seu corpo com bons e nutritivos alimentos, ensinando a como se defender e como conhecer o novo, o velho e a possibilidade de conhecimento futuro, será apenas o uso sensato de uma coerência cabal e irrestrita, pois armar um corpo exangue é como tentá-lo à perdição de si mesmo. O corpo, como tantos e tantos elementos da Natureza, é como uma sociedade: se há conformidade com seu lado anímico e espiritual, como a Arte e a Filosofia, possui a sua seiva maior que é a qualidade de seu povo, o que flui por entre seus componentes, e cada instituição em que se possa residir uma linha de poesia ao menos, que um homem e uma mulher possam aprender, em que uma criação não seja apenas a Bíblica, em que se navegue a contento com as variantes de uma verdadeira liberdade que não dependa do poder de ganho, fará parte de uma espécie que se dignará a ser a Humana!

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

O CERTO DIA SAGRADO



No encontro com algumas sílabas de material espiritual e eterno
A natureza humana se funde com as fontes que jorram de Krsna,
Sabe aquela que é apenas uma Verdade inaudível a alguns tolos
Mas representa a consagração de um canto a todos dirigido...

Levantar-se a um dia como todos, ver a luz da janela, o sol
Como o olhar de Deus, será como compartir serenamente
Na dimensão mesma daquilo que jamais pensamos existir
Qual não seja, mesmo em uma aparente solidão, o compartir...

Nada mais resta ao respirar dessas sílabas de material sagrado
A que todos os universos manifestos e não manifestos traçam
O não ignorarmos aquilo que porventura cresça qual sagrada planta
No florescimento de um serviço em devoção, de nome bhakti...

Na bhakti yoga, na perfeição máxima do conhecimento, onde tantos
E tantos fazem por surgir na mesma perfeição espelhada
Qual figueira de bengala surgida na realidade de suas raízes
Em que o mundo material apenas é o seu reflexo descensional.

Não, que certo realmente, na aurora do pensamento de uma atma
A outras que nos reunimos, e que os seres todos teçam companhia
Na impessoalidade do gesto que possa iniciar a contento um ser
Mas que se reforma na Pessoa Suprema em que Deus torna fácil.

Que o encontro antigo das especiarias, que Marco Polo alcance
Em uma história do simples contato com as Índias perenes
Revelam que no século passado haveria um indiano santo
A trazer no Jaladuta a prescrição da literatura e do canto sagrado!

Que ao poeta não remeta a especulação ingrata do que não é
Posto em sua ciência esquece por vezes que a ciência devocional
É comprovação suprema de que nosso Svarupa é o encontro
Com a identidade espiritual de além fronteiras, de além filosofias.

E que tudo o que existe como intolerância, preguiça, egolatria,
Maldade, arrogância, ganância, nada serão mais do que apenas
Estados turvos de um espírito que navega na ignorância, posto
O modo da bondade ser o princípio de tudo o que pode o homem.

Kuruksetra vive em cada consciência, a saber, que em nossa Era,
A era do ferro, demanda que nos entreguemos a Deus, na profusão
Dos mesmos significados em que outrora se permitiu a refulgência
Como em Satya Yuga, e que porventura ninguém fenece na luz.

A alma não pode ser dobrada, não serva como facho, não é grande,
Mas apenas infinitesimal, e no entanto anima um paquiderme,
Faz brotar e crescer a sequóia, faz voar o mais lindo pássaro,
E dos insetos os mesmos direitos de viverem no nosso planeta.

Por arguição derradeira, não nos ressintamos pela cadeia do Karma,
Pelas algemas da vida sexual irrestrita, pela intoxicação da humanidade,
Posto importar que os cantos de Deus se espalhem, e que não fiquemos
Com a tristeza em que a justiça divina tece para um mundo difícil.

Na realidade o processo é mais simples, estamos por ver mudanças
Em boas atmosferas espirituais, e as sementes plantadas por mestres
E sábios da antiga cultura brahmínica deixam-nos silenciosamente a par
Daquilo que muitos ignoram seja o aprofundamento espiritual auto-realizado!

A EXISTÊNCIA PLENA


         Em um propósito de vermos mais profundamente as causas do sofrimento humano, além das carestias de uma categoria ou um grupo, temos que saber que a vida espiritual pode nos trazer confortos e suporte onde ignorávamos a possibilidade. Havemos de saber da importância de termos uma vida digna, com o devido suporte material, mas igualmente vermos o espírito como a dignificação da existência mesma quando de seus quilates e dimensões na aproximação com Krsna e seus devotos. Essa associação não depende das circunstâncias de onde vivemos, mas do estudo que se possa fazer dos Sastras, como o Baghavad-Gita e o Srimad Bhagavatam, ou mesmo no simples cantar dos santos nomes... Sob os auspícios do grande mestre e santo do século XX, Srila Prabhupada, tomamos contato com todos os materiais de textos sagrados compilados por Sua Divina Graça, bem como o grande movimento de sankirtan no planeta, desde sua vinda para o mundo ocidental no século passado, mais precisamente em 1966, quando aportou nos EUA e iniciou seu grande movimento que causa sempre a eterna luz sobre as almas condicionadas que tanto precisam de orientação espiritual.
           O reconhecimento de que nosso corpo muda com o passar do tempo, de que o envelhecimento e a morte são inevitáveis, fornece o subsídio importante de que somos um ser independente do corpo, somos uma partícula do Todo e partes integrantes de Krsna, o Senhor Supremo. Do mesmo modo, quando vemos um ser na Natureza como possuidor do Atma, ou alma infinitesimal, vemos de modo absoluto, vemos como a própria Natureza é o berço dos espíritos e suas várias formas de vida. Cada centelha de vida é como um sopro eterno e bem-aventurado para aqueles que se aproximam da Verdade. Conquanto as paisagens mudam, as nuvens conformam o céu, os homens erigem seus lares, a matéria, apesar de sua extrema importância no planeta, infelizmente apenas tem feito destruir e manietar sistemas ecológicos que dão sustentação às formas de vida neste planeta.
          Estamos sob uma trégua nesta Era de ferro, Kaliyuga, graças à vinda do Senhor Caitanya, na encarnação do Avatar Dourado. Ele veio para pregar o cantar dos santos nomes, já antecipando nossa atual Era de desavenças e hipocrisia, para salvar as almas condicionadas. Os sintomas desta nossa Era se tornam proeminentes, mas todos podem ser felizes quando se aproximam de uma vida simples e de um pensamento elevado, com a consciência que deve vir de dentro, em um tipo de releitura do processo da religião, o religar-se com Deus. Essa sintonia com nosso eterno mestre espiritual, que é o próprio Krsna nos fará vencermos as barreiras impostas pelos duros tempos em que vivemos, seus conflitos de natureza existencial, e os caminhos que não somos obrigados a trilhar, quais não sejam aqueles que melhorem espiritualmente o nosso destino rumo ao Supremo. Não se trata de um caminho complexo, mas de ver tudo com os olhos da bem-aventurança, atingir a serenidade e uma vida mais contemplativa, meditar nas contas da japa mala – o rosário – e prosseguir com mais fortaleza, com paz de espírito, tolerância e bondade no coração, pois se tivermos a intenção de agirmos com intolerância criaremos um inimigo em nossa própria mente, que é apenas uma veste que encobre nosso espírito, fazendo parte de nosso corpo e sentidos. Tudo o que percebemos nos órgãos dos sentidos passará a ter mais beleza e tranquilidade, e essas são as condições que nos permitirão avançar para a senda da solidariedade entre todos e o bem comum, sob a égide do bom senso e da própria compreensão mais acurada dos fenômenos que nos cercam.

domingo, 23 de setembro de 2018

O TEMPO EM QUE DESPERTAMOS



          De um sono imenso, ao sem muita palavra, no que nos dissessem outra, a mais, despertamos. De um sono atávico, secular, sem a planilha que infere futuro, sem o botão de voltar, sem o escapade do esc, feito tecla numérica, distante tanto do ábaco que não se sabe muito do insert, tanto quando do delete… Que não se pegue moda o se portar como em uma máquina computacional, que não importem tanto aos serviços e agências os imensos dados, as informações, a miríade de letras e códigos que porventura a raça humana tem recriado em cima de seus costados de matéria digital. A questão não é um mundo de máquinas, mas sim a restrição ao humano. A máquina facilita o processo, vem em benefício da alavanca que ergue, em tese auxilia e protege, tangencia a inteligência e condiz em fazer o bruto do trabalho burocrático, na organização e no funcionamento mesmo de quaisquer sistemas implantados. A busca de um buscador, no entanto, deve partir do sentimento sincero de ao menos buscar a oportunidade a todos de vivenciarem o comportamento da Natureza, e não retirá-la do seus acessos àqueles que muitos consideram já – como a barbárie contemporânea mostra e revela – descartados da sociedade. Se algo se mostra tão evidente como a guerra que se quer criar, ou fomentar a mais da violência que por um acaso ainda não se pratica, esse mesmo reflexo belicista se apresenta mais e mais frequente no imaginário algo teleguiado dos meros mortais que acabam entrando em sinistras linhas de fogo em um sono que só termina na cessão do ódio, mesmo imaginário. Alimenta-se um monstro, como uma tentativa derradeira de cessar as contendas de um país, e esse monstro perfaz o substrato do inconsciente mais reptílico, comandado por efeitos de estímulos e respostas, com pausas e atividades, com ou sem trabalho, e acaba-se por estarem vestindo a carapuça de antigos mitos e pregando a desavença, mesmo em lugares onde esta não seja pregada oficialmente. É o erro da brutalidade forçada, em países onde drogas como o álcool e outras substâncias ou vêm para sedar a existência, ou para alimentar a engrenagem do horror, que não passa da banalidade dos homicídios, latrocínios, tráficos, sequestros e, na pior das hipóteses, daqueles que passam apenas a serem espectadores do enfrentamento, colando-se ao pretenso e “saudável” combate, a motivação do enfrentamento através da força por cima das questões de ideia, opinião, arte livre, e similares, sem citar a imprensa alternativa que se esforça para mostrar a realidade tal qual é, na sua prerrogativa em revelar a Verdade. Resta se fazer um diagnóstico, onde sempre se aceitará a normalidade democrática como fundamento essencial aos cidadãos, o respeito como base da acuidade comportamental, seja ele de modo horizontal ou eventualmente mais vertical, a livre possibilidade de manifestações de ordem cultural e, obviamente, uma repressão mais efetiva contra as facções da criminalidade, seja de origens na corrupção, ou no mal funcionamento dos próprios sistemas jurídicos que obviamente hão de dar o exemplo mais cabal de proceder sem parcialidades, para que não se prossiga a tão sacrificada degenerescência que pode vir a acometer algum poder, ou capilaridades subalternas dessa ordem.
          Essas questões são fundamentadas na reforma importante que venha internamente, em uma tomada de consciência pessoal, não propriamente da substituição correlata dos seus partícipes, ou seja, daqueles que já estão empoderados. Retroagir em um caudal de intolerância em todos os níveis é passarmos, de um futuro que ainda podemos ter como democracia plena e vigência dos direitos e da cidadania, para um caos onde a força seja a única esperança dos que são mais jovens e inexperientes, ou daqueles que são erradamente e anacronicamente messiânicos com relação a mitificação da vida, vivendo no modo da ignorância, ou dos grupos restritos que temem perder algum privilégio, como a imensa concentração de renda, terras e similares.
          Há de se prestar muita atenção ao que ocorre em países como o Brasil, onde imensos mananciais naturais são destruídos em frações de tempo, onde a recuperação demora por vezes mais de um século… A aceitação e proteção aos povos que tem em sua vivência cotidiana o mote de preservação de florestas, mananciais hídricos e respeito integral à Natureza, como os indígenas, há de servir de exemplo a qualquer nação do planeta, pois todos aqueles que transformaram as suas culturas em desertificação existencial, acabaram por fazer definhar suas reservas Naturais, como as matas nativas, acabando por utilizar a madeira de florestas “recriadas” a motivação farta para lucrar com a celulose, interferindo em biomas e bacias hidrográficas. Em síntese, quando se pensa em uma sociedade fraterna, toda uma população não há de desejar a violência como consequência compulsória e remédio para curar uma ferida social que remonta há muito tempo, e que toda uma história revela que em qualquer regime que se estabeleceu neste país não a curou, pois só através da paz social e da consciência de que nosso corpo é mutável, e que a vida espiritual é mais poderosa do que o materialismo, é que as reformas estruturais tão importantes à Nação como um todo tem que vir de todo o corpo social, no modo da justeza de caráter e menos ganância. Que o espírito de fraternidade pouse os seus braços de misericórdia e nos façam ver melhor aqueles que vêm para estabelecer mais nobreza nas suas intenções, e neguemos a intenção dos que pregam a violência como atitude administrativa, já que não há mais espaço para guerras no planeta, e sim de uma grande tomada de consciência de que – para que se possa viver bem e preservar nossas riquezas naturais – os homens precisam ter melhores condições de vida na Terra, garantindo aos outros seres igualmente seus Direitos Fundamentais...

sexta-feira, 21 de setembro de 2018

RETICÊNCIAS E PARADAS



            Correr é como fraquejar as pernas, ou endurecê-las provisoriamente até que possamos exercer a atividade. Parar por vezes em uma caminhada de contemplação é muitas vezes algo de suficiência quando se sabe que o descanso na verdade é mais precioso do que alcançar alguma meta, em planejamentos que podem tornar-se hostis a quem procura por certos resultados. Em uma realidade que esteja nublada por esferas parcas de entendimento, documentada por ortodoxias cruentas, ou mesmo realizada a contento sem autorizações de ordem superior, tende-se ao desatino, principalmente quando sabemos que o divino e o profano devam conviver, mas na base do diálogo. Esse debate saudável onde não se deve temer ao manifestar de uma ideia, posto o reducionismo da opinião reside no pequeno universo da intolerância e do não perdoar. Quando a corrida ocorre por obra de imposições e idiossincrasias da limitação existencial, de modos verticais, como em pretensas colunas de se construir, fecham-se os vigamentos, e antes da casa oferecer morada transforma-se em prisão. Há que se pretender a grande recuperação humana, algo que vemos na face de Francisco, o grande santo, pois na apreensão daquela mesma realidade citada, temos sempre tempo para comungar da mesma beatitude e do mesmo perdão... Cristo nos chama, Chaitanya nos chama, aos votos do Ocidente e do Oriente, mesmo para que possamos dar a vez ao incremento material que tanto nos fortalece quando este vem não em forma da violência, mas como pilar inicial e derradeiro na consolidação da paz mundial. Não será em qualquer país que se roga combater a violência com mais violência, mas sim da justa necessária, no quesito da segurança social como em sua plataforma de justiça social, igualmente. A não repreender-se tão somente para que o caudal irrefreável da paz nos toque, e em seus alimentos que estes passem a servir à mesa do povo!
            A reticência reside em três pilares que aprofundam o sonho, o de se urgir a esperança, quando a poesia fala e deixa em aberto um componente humano tão exato como a ciência... Deve-se arguir e investigar o propósito de um bem comum a todos, ao menos que se recoloque a experiência democrática aos olhos da brandura e do caráter. Onde se coloca a transigência em uma entrega de nossas riquezas estaremos assinando mais óbitos causados por essa barbárie em nome de uma administração pífia, ou coisa que o valha, para o reparte algo sinistro: ou de sinistra extrema. Se temos fronteiras, reza à Pátria que delas cuidemos com bons alicerces, recebendo em solidariedade tal ou qual população, no ingresso de país de continente de bons modos, o mesmo a dizer-se ao menos que o petróleo seja nosso, além de sermos o celeiro do mundo. Esse resguardar-se é fruto do consenso de todas as nações que se dignam a respeitar-se porquanto de uma mera questão geopolítica, pois nossas forças só aumentariam com o incremento da vontade nacional em preservar as nossas riquezas em benefício de nossos seres, tais como a Natureza, nossas águas e a prospecção sustentável de melhores modais de energia, posto a curva dos combustíveis fósseis estar em descenso bem acentuado em nossos dias atuais.
            Seria altamente plausível que nossos administradores possuíssem a mentalidade mais simples com relação a tudo que existe, e que – ao invés de se criar um messianismo falso a respeito de algum salvacionista – o voto do grande santo Francisco mantenha a chama acesa no amor aos seres vivos, e que evite-se a todo o custo a contenda, movimentos de ódio e intolerância daí decorrentes, como o preconceito de qualquer natureza e as armas como motivação governamental, no se insuflar que pretendamos uma melhor sociedade através da força e da repressão, ao invés de postularmos para as Américas, incluindo a do Norte, uma releitura de como o Poder desumaniza por vezes os nossos líderes, tornando-os próceres de alguma espécie ilusória de revanchismo inóspito. Por essas razões seria prudente uma leitura mais atenta à nossa história e a consecução da Paz que o Evangelho carrega como a grande palavra do verdadeiro Salvador! É hora de um conceito de apostolado em todas as nossas frentes, e que o Antigo Testamento dê sinais que ao Novo se comparta melhor a palavra do Messias...

quarta-feira, 19 de setembro de 2018

PALAVRAS INOCENTES


          Sofrem muitos dos cidadãos de nossos sistemas – se tratando de tudo que demanda organização e metodologia na operação de dados – quando partem a tentar conhecer as coisas na iminência de se assoberbarem com informações em larga escala, sem terem o preparo suficiente para saberem o que descartar como impróprio, e como lidar com uma vida dentro da autenticidade legal, e sob o princípio cabal da simplicidade. Por mais que alguém possua encargos de complexidade alta, por mais que o giro de um ser humano seja maior do o que se avente suas próprias limitações, há que se dar um break uma hora ou outra, e deixar-se desligar do que se possa chamar integração de seus propósitos, posto isso demanda por vezes certas capilaridades, e o sono passa a ser substância por vezes rara, e no entanto sempre necessária.
          As palavras ditas com seus significados primeiros, sem a intenção de segundas intenções na mensagem, assim desse modo pode se afirmar que fazem parte de uma inocência cabal e importante, pois as palavras em si possuem alguns contextos, como afirmam linguistas, mas ditas na consciência pura do significado primeiro, cedem espaço a que outros possam afirmar a semântica clara, se não fora por uma posição latinizante, haja vista que aquele que compreende o latim, realmente compreende a comunicação entre os idiomas diversos do Ocidente. A princípio, a inocência das mensagens partem do pressuposto da ausência de malícia, e por exemplo, se em uma missa o Padre reza o Pai Nosso, o significado remete ao Deus Filho, nosso Senhor, Jesus Cristo. Sem qualquer significado em que não se espelhe a devoção, o rito religioso, a comunhão simples com a palavra. Se por outros significados, um fiel sai da Igreja e desanda a omitir a verdade, e outorgar a si mesmo o mesmo critério da dubiedade de palavras com muitos significados, intentando a ofensa mesma, como resposta algo rápida, em treinares outrora escusos, o fato narrado significa que assumirá o mesmo significado da perfídia. Passando a não ser da inocência, mas da malícia que tanto ensombra a latitude do perdão, máxima obtida graças à vinda do Messias à Terra, há mais de dois mil anos atrás.
         A versão da laicizante norma que se pretenda um Estado, pode partir do pressuposto que não é necessária, posto no caso do Brasil a maioria ainda é católica, e não será através de gratuidades religiosas que estaremos mudando o perfil de nossa Pátria. Saberemos dizer, sobretudo, que as qualidades do perdão estarão acompanhando as crenças básicas de nosso povo, e a inocência das palavras alicerçadas pela comunhão do conhecimento humano e vital para o pronunciamento de nossas civilizações, é um enunciado importante para o caminho ecumênico da Paz Mundial. Resta à comunidade dos diversos povos em seus processos civilizatórios que aceitem a autoridade Papal como uma palavra sólida e que seus representantes anunciem a boa nova de que a crença em algo é universal e remete à origem mesma dos povos que habitaram o planeta em priscas eras. O reconhecimento da validade das manifestações religiosas faz do mundo um cenário de paz mais duradoura, pois é através da tolerância e da compreensão do “outro” que se faz um mundo melhor, no respeito a todos os seres, sem exceção, e à Natureza como um todo.

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

COMO SE HOUVERA


Há de ser o próprio tempo, que teima em nossos ossos firmes,
No que temos de endurecer as cascas de um ou outro sistema
Em que o parâmetro do mundo divaga mole como um asno
Dentro de alguns e únicos botões que são iguais no todo aparente.

No que tanto nos é tangida a força que não possuímos suficiente
Quando aparentamos uma fraqueza necessária, ao contraforte
De apenas mostrarmos que somos forte porquanto combativos
Naquilo que é espontâneo e sincero, na autenticidade do gesto...

Qualquer ser sente quando o seu planar fica restrito a um ovo
Em que a quadratura encerrada limita as dimensões do alcance,
Posto a ser pássaro que somos – uma linha qualquer – não dista
O segundo significado do depois do suficiente voar, que seja dito.

Não há armas que nos atravessem, não há o furor da violência
Quando nos transformamos em gatos na estiva crua do retalho
Das calçadas enlameadas pela naturalidade ou não das chuvas
Em que roedores pousem na plataforma de um sanear desconstruído.

Posta a realidade na mesa, para muitos passa a nada significar
Quando o de comer se falta na matéria de muitos e muitos anos
Em que todos os familiares sabem da ausência dos ganhos
Refletida na carestia de algumas e outras distintas gerações.

Mas na voz de uma esperança que abrace o quilate das sílabas
Resta ao canto sonoro de uma flor encantar a vida de muitos
Que porventura não imaginam sequer o ramo de uma árvore
Na escalada de um menino por dentro de suas infâncias solenes.

Pudéramos tecer da juta o balaio fértil de nossas intenções
Com o parecer dos deuses que já há muito do olimpo não se dão
Quando a riqueza de uma nação verte o fluxo de sua seiva
Em uma mão mal escanhoada no viés em que se encontra fel.

Da loucura em julgado o trânsito, da escola com fartas gotas
Daquelas chuvas que não motivariam algum desastre climático
Basta que se anteponha a condução de algum ônibus pleno
Para que se entenda a categoria da responsabilidade do timoneiro!

E arcos se pretendem na pretensão de suas hastes metálicas
A alicerçar estruturas quase neo românicas, nas grandes ocas
Onde a missa sagrada se dá ao som de Bach e um Evangelho
Segundo Mateus, que possa soar um pouco da Nona de Beethoven.

O próprio esclarecimento de que não se cita o Salvador jamais
Em textos que se pretendem salvacionistas, dos códigos de consciência
Não enquadram messias algum nas suas antessalas de alguma fachada
Quando reverbera o real sofrimento pelo qual passa uma humanidade ferida.

Assim que seria algo como se existíssemos de acordo com um Missal
Que Cruz e Souza legou à herança cultural da raça essencial e humana,
Trabalho trajado por uma arte gigante, redimido por quinhões da aurora
Que jorra ardente por caminhos onde um pé escalavrado reporta a África.

Não que não se dissesse muito, mas o mesmo quinhão do não se estar
Manda que rezemos pela pátria tão numerosa que se chama Brasil
De tantos e tantos líderes inadvertidamente concomitantes ao passado
Que repetir algum erro de um lado turvo pode ser aquele outro do melhor.

E não há negaceio na esfera de uma letra, na arte que tangencia a necessidade
Atávica de se dizer algo com todos os requisitos da grande maioria,
Quando essa pretende que se torne justa a sequência verbal inumana
Afim de que se possa pretender igualmente o pontual instante de um Direito!

domingo, 16 de setembro de 2018

O PREGO E O MARTELO



            Tal será dizermos que bater um prego com um martelo pode não parecer tão fácil. A extensão da mão faz com que possamos aprender, no básico e não pragmático território, mas na prática algo pungente que apenas quem o consegue com vários formatos e aplicações poderá ser ciente dessa técnica. Intelectualmente, sabemos talvez que no futuro haverá um tipo de máquina que fará esse trabalho, mas a aquisição do robô-equipamento está longe de ter o conhecimento do entorno que cerca a obra, e um robô feito para essa função acaba por falhar na sensibilidade humana e necessária que envolve o trabalho qualquer, como um todo. Haverá robôs para o suporte humano? Alea jacta est, como se diz: há que se esperar da ciência quais as probabilidades, qual o contexto de substituições de mão de obra, e por que que o botão que aciona os mísseis atômicos não possam vir de um robô... Por mais que Blade Runner seja um filme, haverá chips ou inteligências de quase carne autômatos a serem descartados, em caçadas do que não deu certo? Voltemos ao prego e o martelo, quem dera, encontrar sob os restolhos de alguma obra alguns pregos não enferrujados e não tortos, mas que o torto por vezes possa ser pregado, e dependeria do conceito do que é um prego a ser pregado ou não, em uma tarefa a mais básica da construção de algo, e no entanto equidistante de um paradoxal e profético futuro em que o criador da criatura não funcionou, bem entendida a criatura metálica, distante enormemente do Criador da vida!
            Jamais se criou um ser que seja: o ser que é ser na Natureza, um mosquito ao menos, e pois, que se tente criar, animar a carne. Não, o metal é mais nobre, assim como a riqueza proveniente da inteligência artificial, sem aventar que a inteligência da Natureza é o próprio animus da matéria. Nada que se cria em termos de gadgets, motores ou não, há de não se ter a mão humana como dada em um start, em um início. O cientista inicia, porventura, e o que se diz da diferenciação cerebral parece ser um ponto de partida, mesmo que suas sinapses sigam aquém da plataforma espiritual, pois devemos saber que não somos este corpo: seus braços, suas pernas, a mente, inteligência e ego estão atrelados ao espírito que comanda, que é o piloto da máquina material, nosso corpo algo maravilhoso em que o próprio robô que tira tanta gente dos seus empregos – como oferta do que se pretende a ciência – é espelho quase fiel! À medida que se cresce com um futuro soberbo de máquinas pretendido, a fome grassa e inunda cada vez mais países pobres e cada vez mais espoliados. A violência se torna algo frequente e basicamente objeto de outros estudos, e a segurança não apenas de integridade do cidadão, como alimentar, se torna um problema onde comemos o que grandes robôs já existentes, como as colheitadeiras, nos oferecem, com graus de transgenia insuportáveis não apenas aos bois mas aos humanos que comem dessas carnes.
            Se a automação é a palavra de ordem do Japão, por exemplo, vemos, no outro lado da escala, que possuem real interesse em indiscriminadamente caçar baleias pelos oceanos para nutrir seus cientistas em sinistros paladares... A inteligência fará do homem bater seus pregos como sempre, e sempre haverá empregos em potencial quando tivermos um bom governo, o que passa necessariamente por um avanço não peremptório da tecnologia, e em grande medida quando os homens e as mulheres passarem a estar aptas a se desenvolverem existencialmente, com a respectiva e inclusiva em direitos cidadania, posto não haver nenhum xeque contra reis que se reúnam em favor de seus povos. Nada a ver com o absolutismo, porquanto a sinfônica música de pregos sendo martelados significa que os viventes estão presentes no mundo do trabalho, em que quem não quiser aceitar o fato, que coloque tampões nos ouvidos para não tomarem ciência de que o trabalho independe tão somente da técnica em si, mas intrinsicamente da presença cabal do trabalhador.

sábado, 15 de setembro de 2018

ACHARMOS QUE O BAMBU NÃO VERGA MAIS DO QUE TENTAMOS PODE SER UM EQUÍVOCO AO TENTARMOS ROMPÊ-LO.

SE NOS ESQUECEMOS DE QUÃO GRANDE É A MATÉRIA DO ESPÍRITO, DESCONHECEREMOS QUE O TANTO DE SE ESCREVER PODE NÃO SIGNIFICAR O QUE É DE VERDADE QUE ALIMENTE A GENTE.

UM CACHIMBO AO LADO DE UMA CALCULADORA É SINAL DO PRAZER DO TABACO COM A MATEMÁTICA, QUE PODEM ESTAR JUNTOS OU NÃO.

A ARTE DA FOTOGRAFIA PODE ESTAR PRESENTE NO SIMPLES OLHAR SOBRE UMA CORTINA FECHADA COM SUA LUZ SOBRE A SALA, EM UM DIA DE CHUVA INTROSPECTIVO.

QUEM DERA FOSSEMOS MAIS FELIZES NÃO PENSANDO EM SERMOS PARTE DE UMA FAUNA COMPETITIVA, ONDE SÓ OS FORTES SOBREVIVEM, POIS CERTAMENTE OS CÃES, GATOS E PORCOS JAMAIS PENSARAM EM SER HUMANOS...

OS MESMOS DIAS DO PROVÁVEL



Os meses dos dias de uma esfera girante, a partir de um equador
Qual linha imaginária que o seja na realidade, apenas de um referenciar
Naquilo de fronteiras, espaços, similitudes sem saber do que o que se quer
Quando de toda uma correnteza se espera o fragmento do especulativo...

Qual não seja à toa a contenda no coração daqueles incautos que premem
Por uma saudade atávica do que não fora, ou no acento circunflexo
De uma atenção redobrada quando um cidadão vira a esquina e não encontra...

Por carros afora vemos estacionares de rodas, vemos tungstênio, superfícies,
Caudais de românticas feras, veios de naufrágios esquecidos, cânones de um
Que prima por um recado quase simples quando o significado acaba por si!

Seria provável o se provar de água tépida, onde nem mesmo a bica que se perde
No que antes houve floresta – agora máquinas de colheita – se sabe que um peca
Quando retira da mesma bica coletiva do manancial de um córrego o saciar de todos.

A todos que se diga, pois os viventes no planeta não possuem mais um esperar-se
Consolidado em suas vozes, nas vezes em que o pretendido não se acautela
Quando mesmo assim os amantes das letras recusam o pensamento que seja único.

Pois provavelmente não será nos tapetes de uma lã de pedras que se renova a vida,
Já que as águas sabem dos prováveis escoadouros de sua subsistência em apenas
Escoar-se na frente dos homens levando os víveres pelo caminho dos erros daqueles!

Será a Natureza o limite daqueles dias em que não sabemos em que freios agir
Para que estejamos livres o suficiente daquilo que porventura queira ainda nos tolher
De direitos consagrados em medidas que não se mensuram com facilidade sem cor.

A cor não existe quando posta pela simbologia de algo em que estar-se no século este
Não se permitirá que algum prócer da ciência nos ensine que a sociedade do futuro
Vai ser maior em igualdade do que o nada provável que alguma estatística suceda.

A troco da miudeza de certas prerrogativas, espera-se que algum doutorando se ilumine
Com qualquer mínima lâmpada que possa ao menos ter-se de pilha algum brilho,
A saber, que se semelhante alma souber como potencializá-lo sábio até poderá ser...

Haverá um dia do provável quando a educação não se tornar sinônimo de escolas,
Posto que em um galpão de máquinas o próprio lavrador saberá desmontá-las
E notificar-se enquanto professor por titularidade não acadêmica como funcionam.

E ensinará aos outros, e de sua própria engenhosidade de mão e de fábrica partirá
A construir uma identidade que não seja restrita ao líder que esbraveja, mas ao gesto
Que em alguns dias revelará que é possível construir a máquina sem importa-la.

E a educação se torna uma atitude reflexa, como quando uma mãe tempera o feijão
Seu filho sedento de aprender observa todo o cozimento e preparação, a fim de que
Outros possam se alimentar em sua casa, e o mérito do aprendiz foi ter cozido o prato!

Como quando um comerciante sabe usar uma planilha barata, made in seu lugar,
Ou no sem lugar que outro faça a planilha e invente o processo, a que no comércio
Se avente a possibilidade de comerciar para que muitos possam usufruir do bom salário!

Assim são os dias que provável e logicamente seriam bons para uma casa, rua, bairro,
Cidade, estado e país, assim como um paramédico possa estar perto de algum evento
Que se tornaria trágico se não fora da sua presença e treinamento o serviço ao outro...

E que se ensine que a educação não presta que sejamos apenas guardadores de segredos,
Que o laurel da ciência se esconda no padrão de sinistras espionagens tecnológicas
Ou de relações de poder se substância de padrões inteligentes, ou mesmo o know how.

A partir do instante em que a própria arte seja fruto da escola como um todo, do viver-se
Em paz com uma riqueza social preeminente, dar-se-á término a grande e tosca questão
Que não será treinando a população para se armar e matar que se esconde toda a ternura!

Há de ser soldado quem seja, mas a pátria necessita de aprendizado e conhecimento sólido,
Ao menos que se preze o Espírito que navega dentro de nossos corações, encontrando
Uma seara fértil para encontrarmos mais e urgentemente o ato de amor consagrador no mundo.

Portanto, em uma sociedade em que alguns interesses já mais do que conhecidos sobre
As riquezas que compõem qualquer território vulnerável ou não deste nosso país
Necessitará que um líder seja mais do que preparado politicamente, senão também
Com a prerrogativa algo acadêmica da intelectualidade tão urgente na batuta maestrina!

quarta-feira, 12 de setembro de 2018

OS TONS QUASE COLORIDOS


         Passam os dias com a tonalidade da ausência… Não que a tonalidade não proponha, mas de fato a cor significa demasiado. Algo das vestes escuras, do dark na noite, dos cinzas que se travestem do colorido pouco, não muito, quase nada. Há que se ver que para alguns a roupa pode ser um comportar, uma estampa por vezes é um libelo ou a assunção do que não seria tão importante, haja vista o panorama mundial esteja exibindo muito alarde, aquele de modo fartamente ilusório. Resta ao vivente que se jacta de possuir a razão um rebatimento de suas próprias culpas. Lógico é que o comportamento tem sediado e limitado a existência cotidiana dos seres que somos, tão sedentos de plataformas que possibilitem o desenvolver-nos. No entanto, os dias prosseguem cinzas de quaisquer partes, ou vermelho, como rótulo de diferenciação, ou a agressividade e a violência como moeda corrente, em máfias de esquerda ou direita, de centro, de norte a sul, do Chui ao equador, que se teima que a solução não será encontrada antes de sabermos quem ganha uma eleição onde a simples tomada de poder dá um break, acelera o valor de moedas estrangeiras, tece acordos unilaterais com costuras futuras e dar-se-á assento no grande trono de um Brasil em mais um reinado, isso se houver súditos que permitam o resultado. Por vezes a figura do líder é um homem, mesmo com partido pífio, em outras um partido mais forte e um sem candidato, ao menos na opção possível, dentro dos novos padrões em que os poderes constituídos o permitam, pois há castelos irrefutáveis, e o do poder executivo é um mero detalhe.
         Segue-se o padrão das cores, pois vestir algo pode parecer dissonante, uma ausência do terno que intimida, ou mesmo um fraque na calada das reuniões de alto nível em noites regadas à champanhes e caviar, sediados por vezes em bunkers fechados por toda a segurança do mundo, qual não seja, um dito e mero condomínio para poucos. E o preto é fascinante, a gravata pode ter uma tonalidade de um cinza prateado, como as joias de uma coroa com o fascinante borrifo da prata ganha por alguma personalidade bem festiva: no mesmo caráter… Por outro lado, temos as cores da carestia e da miséria humanas: cores noturnas de papelão, cabeças em desalinho e tortas por álcool e drogas, a cor fria do sem compaixão que passa, a cor túrgida, como uma navalha na carne, do preconceito, a razão que desconhece a resposta, o direito a não ter trabalho, a alcunha de vagabundo, o êxodo, a desesperança e o vazio. A grande questão sartreana, de qual seria o tempo da razão, qual seria a motivação por vezes de elucidar uma práxis retórica ad juris, porquanto nos termos em que a conciliação da razão com a subjetividade humana não cabe! Parece o mundo feito de alguns castelos que edificam suas próprias pedras, na reconstrução de paredes invisíveis, onde as imensas salas darão cada vez mais espaço para o barbarismo, liderado ou não, pois a liderança que exerce um comando único sobre seus cidadãos é algo que beira o colapso da mesma razão, e que esta seja de alguma cor, por dentro, onde as crianças saibam ao menos que seus adultos por ventura nunca saberiam ler, mas que os podem ensinar agora. Justo, um pretexto ao menos de um agora de merecimento, de cultura, educação, gesto e amor mesmo àqueles que os poderes revogam no esquecimento.
         As cores que o sol prisma na água, na maravilhosa água do Vale do Rio Doce são as mesmas que o carmim do ferro mesclado com a lama espelha aos olhos de qualquer observador de qualquer continente. O calor varre nossa obra de um museu gigantesco, ao menos uma estampa de um museu em uma camiseta, na urbe daqueles que jamais deixarão de usar na sua aparência o que é apenas quase algo, quase cor, quase sapatos, quase botas, frações de um tempo, história do sem infância, ou infantes sem muita memória… Dessa prerrogativa de cores de frequência previsível e pouco alternada, de um comportamento onde considera-se uma crítica como ousadia insana antes de lê-la, aproxima a questão de um mundo onde as diásporas continuarão e as guerras fincarão pé na memória que servirá a pretensos resultados sinistros dentro do futuro que se avizinha.
        No entanto, a primavera pode trazer flores aos nossos jardins, no que os cupidos se ergam sobre as fachadas das nossas esperanças, e um bom futuro, ao menos no que envolve e àqueles que pensam no bem do próximo, com reverência aos mais velhos, com a reeducação do agressor, e um retorno a uma democracia de paz e desenvolvimento nacional, podemos ter certamente a sensação de estarmos assistindo a um documentário sobre as flores que nascerão nos vales do mundo! Talvez muitos não gostem da primavera, mas quando cuidamos do jardim no inverno, ela aparece com um sol mais gigante.

segunda-feira, 10 de setembro de 2018

MONÓLOGO QUASE INTERNO


Dias, dias e anos ao preço de um mês na mensuração do valor
Que tantos urgem por estabelecer em seus ganhos algo impróprios
Quanto de prerrogativas escusas ao não sabermos mais a exatidão
Mesmo que sejam dos versos as figuras que deixamos esvair
Em uma solidão de níquel, em um contratempo que não suaviza
A própria dimensão de um caráter na escola que nunca tivemos
Àquela que seria a promessa de outro tempo, mas parte da premissa
Que ensinar não é bom nem no facultativo pensar da universidade
Quando supomos que o próprio vento é pronúncia de uma verdade
Que não residirá nem mesmo no átomo de mil Einsteins esquecidos!

O que narra o pensamento é mais de Kant e filosófica plena, quando
Por vezes se pensa que ao pensar-se o tanto do dia, se nos escapa
Ao menos a referência de um quando se fala ao nós, se subentenda
Que a intenção não é sobrescrever um futuro algo inóspito e nu,
Mas a visão mesma dos treinares do sem volta ao que o sinistro
Talha um corpo com a intuição mesma de qualquer indício de som
Que remeta ao progresso de um corpo sano, qual não seja o de um puppet
Que percebe que os músculos já estão afixados frouxamente no tórax!

Quando das idades que não se aceitam, quando da fortaleza que se faz
Um homem ou uma mulher em sua velhice, posto tempo de refletir
Naquele sofrimento que não tem muitas vezes o par consanguíneo
Mas que revigora forças que se entendem muitas vezes no pensamento
Ou mesmo na carícia de uma flor tecida no pólen de uma vespa fugidia.

Ao se escrever um pensar sereno sobre um tempo que se prolonga assaz
Vê-se o mundo com a ótica de um prisma atento em certa dianteira
Quando se procede ao tom de um carro de centenas de cavalos
No estranho jogo em que cada peça tem ao menos uma casa movida
Diante de algum instante em que se pare a contenda para respirar a vida!

Mediante um átimo que não fará jamais recrudescer qualquer laivo
Que tenhamos em querer prosseguir de modo infame na estrada do mundo
Pudera levássemos a esperança como um troféu de toda a união
No sentido de se fazer plena e nada procrastinada felicidade que nos cerque...

Tenhamos as vozes que se perdem no tempo, o gesto hábil de um sábio,
As cores que não esquecemos de vestir quando não signifiquem tanto
E os passos que serenamente prosseguem em não deixar cair o caminhar.

A pressa que não nos desuna jamais posto não seja do claudicar-se o ser
Que se fará um planeta mais agigantado de soluções e bons projetos
Que contemplem a humanidade como um todo, e não meros balcões...

Posto não poder reverenciar cabalmente algum tipo de desigualdade
Quando se pensa que tudo é explicado pela justa exploração do ser sobre ser,
Adiantando a questão que é no ser que reside a existência, e o nada compraz.

O nada quando compraz o tudo, se torna uma não existência que seria tal
Como um fundo de investimentos falsos, onde a moeda do cofre injusto
Seja a mesma que se reveste da cunha reversa do trabalho igual em qualidade!

Se a verdade seja resumida em folhas e folhas de tintas gastas com uma pauta
Que regride na justa a cada e cada dia, será muito não se aperceber com o olhar
Aquilo que realmente seja injusto, pois a grande moeda não tem duas faces,
Pois daquela apresentada, cunhada com falsa prata, carrega no emblemático
A insígnia do que aparentemente possui um valor maior entre os egotistas
Quando urgem por sacrificar milhões em nome de uma Pátria falsa...

sábado, 8 de setembro de 2018

POESIA DO ENCONTRO


O passo de um ser encontra o caminho quase traçado de outro
No que vem em direções opostas e similares, cambiando formas
No path de uma curva, nas velocidades caminhantes e distintas
Ao que não fora apenas a leitura de uma Natureza que é e será...

Ao que é – no distar-se – porquanto um que se revela no tosco
Mato em que a nanotecnologia traduz ser o mínimo ao celular.

Mas que um ser de chip, ou da amostragem de uma nanopeça
Em uma veia que supostamente seja tão fina e sensível
Que a própria ciência mais simplificada não aceita a inovação!

De se encontrar algo será o muito que nos reserva a ciência,
Na vida que não se queira muito inteligente, mas que, por suposto,
É um gasto desnecessário em pensar que não seja apenas isto.

Isto de suprimentos da vida cotidiana, de se encontrar a comida,
De ter-se de consumi-la no prazo prescrito, ao que a oferta
Não seja apenas do consumo, mas do valor que a ela confere...

No encontro que se realiza em um comércio, tal qual uma permuta,
As gentes refazem muitas vezes seus planos de consumir a fábula
Em que se encontra a gôndola por vezes nas estimativas dos custos...

Não, que talvez não caiba o chão de vermos qual é o nosso sonho
Quando de cifras estamos fazendo valer um tempo a mais do merecer
Ou estar-se de mãos dadas com contos da carocha que não aparece!

Que talvez encontremos um timoneiro experto, sem mais que saiba
Que não encontramos nós, mas um de se encontrar na distância
Que algo revela melhor o sentido de tentar sentir alguma literatura.

Mas reserva-se ao direito da poesia, que os vates se pronunciam
No modo cabal de se ter algo a mais do que apenas palavras sentidas
E paragrafadas em grafologias em que o próprio e merecido verso
Se alcunha no de nome qualquer no que se surpreende o próprio vento.

sexta-feira, 7 de setembro de 2018

A VERSÃO E A ANÁLISE


Uma palavra dista de um significado, a que não seja um outro, distinto
Do que se discerne em outro contexto, esta, palavra vária que não pontua
Do mesmo modo em que se encontre o mesmo contingente das sílabas.

Flutua a letra, em próxima lição, de versões primeiras – frequentes –
Em um passo interpretativo, a dar os costados na ciência da língua
Por quais tantos e tantos pesquisam sem necessitar de encontrar um menos.

No menos tanto que de sua análise não se diga, que seria melhor não ter
O consonante verbo que passa a cru e a contenção de um parágrafo
Em que não compreenderia o ser sob a influência de seu próprio motivar.

Um parágrafo notívago, um proceder estranhamente correto na condição
Em que se vê que quando se sofre por vezes recrudesce à pena o retaliar
Nos leves detalhes que encaminham a existência para o nada soçobrado.

A análise do fato e da circunstância que fá-lo ocorrer, distaria em mitos
Que tecem outras versões do paradoxo onde o que a sociedade imagina
Passa a ser referência, onde a filmografia se faz no coadjuvante banalizado.

E as versões dos filmes – sérios ou não – tornam mais graves o que vem
Ao que era na memória de um sistematizar de diálogos prescritos
Algo que transcenda um detalhe ou outro da divagação especulativa.

Se no tanto que se queira verificar a anuência de alguma investigação maior
Houver a possibilidade de se encontrar com a realidade de um fato ímpar
À faculdade de se garimpar a notícia segue-se como prerrogativa veraz.

De um período curto a outro, na gramática em que nossa língua encontra
Não propriamente naquele português castiço, de entrecruzar a mensagem,
Se abraça com o caudal da informação os berços do conhecimento…

E é na compreensão mesma das linguagens na arte e na filosofia, atenta,
Onde o prescrito não sustém as mesmas formas do que sucede sempre
Quando, atônito, um escritor vê na outra garimpagem que encontrou algo.

Anda-se metros, roda-se quilômetros, e a paisagem da semântica estaciona
Em um tempo onde não haveria mais a possibilidade de se compreender
Que, no verbo atemporal, a ação mais cabal pretenderia um pretérito perfeito.


quinta-feira, 6 de setembro de 2018

SINGRANDO POR EXPERIÊNCIA


A partir de um carro, nas vistas da caminhada, no reconhecimento dos ventos,
Veste um homem nada do calvário, posto talvez sacrifício, mas que ande
Nas mesmas superfícies do tempo que tudo devora, e que navegue antes do tudo!

Não que se pretenda alçar voo inquieto, não que a nau não trafeguem em meios
Mas que veste-se um pouco do carmim, da teia irrefutável, quando não se percebe
O quanto já se havia navegado Vasco em territórios onde o sol talvez não morresse.

Oriente que seja a terra, um tipo de lugar onde os dias são afáveis porquanto vida,
Um bom motivo de se ver o verde das águas por similaridade dos tempos idos
Em que bastaria um navio para se ter obviamente a companhia da sólida tripulação…

Que as musas enobreçam a palavra, que Tétis nos acompanhe na empreitada do sol
Este, que refulge e, no entanto, deixa o espaço noturno para as estrelas: sólidas
Porquanto urge que se pretenda estar em dia com as tarefas algo de monta diuturna.

Há no cabrestante a ideia de que saiamos de alguma âncora perdida em remanso,
Alguma intenção que valide mais a poesia, e que esta navegue como diria Pessoa
Naquilo que pensamos que um vate possa no minimum minimorum expressar a letra!

Que não seja vista a arcaica visão no modal poético, mas o simples do simples no ato
De escritas com valor balanceado em questões de ordem como algo nascituro da terra
Em que o mar não evanesça, posto mais próximo da própria terra com raiz nativa.

Estranho que por vezes pode ser o modal de vida, a sentir-se com o mais cativo homem
Em que se propõem na mente as várias formas de existir-se sem que o sejamos mais
Do que aquela paráfrase que encurta o entendimento na ampliação do contexto da metáfora.

Das imensas e trágicas vidas consonantes com um declínio de uma civilização encoberta
Temos a saber que a ingerência externa só nos extenua portanto de não sabermos
Nossa verdadeira identidade enquanto uma pátria que cresce no volume do não valor.

Esse quase lucro existencial onde pernoitamos dentro de um hotel ao avesso de um quarto
Quando sabemos que por sobre a cama está um terço que jamais deveríamos esquecer
Na companhia irrequieta do que se pode chamar a religião na consubstanciação do fato!

Singrar-se o mar da temperança, ver-se o derradeiro dia da mesma jornada cotidiana
É como saber antes de algo que nos venha subscrever o tempo em que não havemos
De dissuadir uma promessa de que a embarcação de muitas vidas não soçobre na terra…

terça-feira, 4 de setembro de 2018

A NOBREZA DO CARÁTER



            O ocultar-se é premissa da escrita, quando de uma noção em que a literatura com personagens prevaleça. Na acepção crua do caráter filosófico, ou mesmo da expressão do pensamento, que o reitera, há de se ver que o rompante dos preciosismos de linguagem pode valorizar o que possui valor e orçar moedas inexistentes. Do quinhão de admiradores que se ganha, ou em um mero parágrafo dito em uma rede qualquer: no círculo literário, ou mesmo no frenesi das mensagens instantâneas, a grosso modo, sem pensar muito ou fazê-lo de modo irrefletido, quase como espalmando entre as mãos uma nota que se ganhe, de dois, de cinco ou de dez reais, quando simbolicamente há o fruto de se ganhar algo, mas não por lado mercenário, graças a Deus, pois isso de lutar por encomenda não condiz com caráter nenhum do ilibado que mereça.
            Mas que abrevie-se o pensamento que se volatiliza em uma linha, que alcance melhor o processo de entendimento, em períodos aqueles que se possa dizer abertamente o que ocorre com o modal de aprendizagem, dentro supostamente deste universo das letras... Sé é de acrescentar, sem neologismos temáticos, sem a lenda da autoria, mas que se considere uma garrafa largada em alto mar, sem assinatura, apenas a carta, anuncia-se a sobrevivência dos grupos que aparentemente soçobraram com algum navio! A mesma embarcação de todos os paradoxos do mundo, desde Schopenhauer até Flaubert. Passando por Homero, sempre a poesia grande, o mar que enobrece o mesmo caráter de percebermos letras nas ondas, em que letras também levem os seres pelo que se lê na Natureza Material: princípio e fundamento de um pensamento material. Mas que o Espírito anime a missão quase inconclusa na diáspora das divisões que não deve existir jamais.
            Há que se ter uma União fabulosa, e talvez uma premissa algo válida é perceber aquele inocente observador quando acordado de um longo sono de ignorar o entorno, os botões, ou os ventos, que se preze a perceber, seja um douto ou não, que as categorias a si percebem uma distinta união “quase” ideologizada, dentro de prerrogativas que subentendem algum tipo de alucinação considerada absolutamente normal, no espectro e equivalência de frequências alimentadas por canais. Por si, por essa divisão formal e informal, as contendas parecem vir a galope. O que antes era alimento da alma, como a arte, se torna o figural da preparação marcial do gesto e da atitude perante o que se vê, seja uma tele ou um fato real, um homem, uma mulher, uma criança, um animal, as águas, enfim, quaisquer elementos da vida que não passem através de um meio eletrônico para a percepção nossa, humana, pois nesta página alcançamos de cabeça sapiens a cabeça sapiens o que se tornou o estigma de uma comunicação sem demandas do sucesso. Nesse vai e vem de evitar competições desmedidas seremos mais fraternos porquanto não aventarmos sequer a hipótese de paternidade em relação a algum tipo de insight, ou neologismos neoseculares do tipo. Fazer valer a linguagem dentro da nobreza de caráter é fundamental, e conhecer as rotinas da comunicação e da semântica é igualmente importante, pois não se pode partir a aceitar o empobrecimento da língua, pois o processo civilizatório por que se atravessa o mundo com a tecnologia está reduzindo a literatura e lapidando as técnicas de programação, onde o software está valendo mais do que um livro de poesias, mal sabendo-se que as sinapses espirituais e materiais para gerar este – a poesia ou a literatura – são mais agigantadas do que os sistemas gerados por rotinas de programação. No entanto, a aproximação da literatura convencional com sistemas descritivos através da inteligência artificial aproximará cada vez mais das convenções humanas em padrões limitados com o crescimento da “expressão” de novas respostas tecnológicas. Por mais que se pretenda educar um cidadão sem a preparação filosófica e artística e a análise crítica, teremos cada vez mais um conceito civilizatório previsível e cooperativo com o desastre, não apenas da Natureza na sua aceitação em conformidade com o absurdo, como na destituição de instituições como os poderes representados pela elaboração das leis, sua aplicação e o desastre na representatividade do povo, consolidado pela falência da Democracia enquanto participação popular e, na contra parte, sistemas endógenos de usurários internacionais, em cúpulas separadas e independentes dos conceitos da ética de caráter formal e justo enquanto cidadã. Nessa paradoxal lógica, parte-se a uma supressão de direitos, cada vez mais frequente, e a ramificação quase aleatória, mas convencional e previsível ainda com base no capital financeiro e especulativo, avesso à produção fabril e motivado continuamente a derrotar os movimentos de classe.
            Cabe a esse conceito quase geopolítico às avessas, pois se trata de grandes organizações onde poucos executivos sabem exatamente de onde vem o mando, quem realmente administra, ou como chegar aos patamares superiores de dois ou três níveis, que seja. Os módulos da Tecnologia da Informação permitem que questões de ordem burocrática sejam funcionais sem que o toque humano seja estritamente necessário, preenchendo anodinamente, com sistemas computacionais, o que se torna um vazio existente entre relações humanas mais aprofundadas, de caráter e franqueza sinceros.
            Resta às grandes estruturas financeiras, que agora correm para informatizar seus sistemas e privatizar seus quadros, no atendimento frio da informática a partir de empresas na ilusão de funcionamento que na verdade já expõe a fragilidade de seus esqueletos estruturais, que os trabalhadores dos mesmos sistemas quebrem a lógica endógena e revelem ao mundo o que há por trás, ipsis litteris, dos sistemas capitaneados pelos poucos usurários de poder quase ilimitado. O diálogo e o debate dos trabalhadores desse setor, em suas diversas categorias, devem expor como serviço à sociedade a real natureza do processo de espoliação crescente que tem vitimado cada vez mais os países mais pobres, e fracassando o capitalismo como um todo. Essa grande estrutura de poder está contida em um conjunto numérico restrito à velha combinação dos juros e no uso que os grandes financistas fazem do dinheiro que o cidadão deixa aplicado na instituição bancária. Há que se partir do pressuposto de que, quanto mais cidadãos do mundo souberem o verdadeiro funcionamento dessas entradas sem retornos das riquezas nacionais em cartéis gigantescos internacionais, é que saberão como participar ao menos da compreensão de que há uma razão injusta que alimenta toda uma cadeia de injustiças nas sociedades ocidentais contemporâneas, fruto de uma blindagem dos que muito recebem e muito poucos são no mundo, e aqueles que vivem expondo do seu trabalho o pouco ganho que, ainda que paradoxal possa parecer, não deixam de estar à mercê desses imensos conglomerados financeiros que mandam política, econômica e militarmente nos países ocidentais, que enfrentam imensas dificuldades.