quarta-feira, 16 de maio de 2018

UMA HISTORIETA DE FICÇÃO

            Poderia começar o texto falando do que está na fantasia, distante da realidade. Neste mundo contemporâneo, quiçá um encontro que realmente exista, na ciência do par, ou de três, ou de quatro, vai da preferência. Consegue-se talvez conjugar o conjugal... Na melhor das hipóteses, o olhar do outro que se vê no self de quem é – ou quase admite – de si próprio. Mas isso é bom, como se diz, apenas bom, que não se veja tudo o que desejamos, mas aquilo que desejamos ver, independente se é fato nos vermos em um espelho que nos revelará um futuro em que estaremos mais jovens. Tantas coisas, o silicone, o botox, o viagra, talvez até as vitaminas ou o ginseng. Mas não, algo de hormônios, algo de células reconstruídas, ou as descobertas de que a lógica da célula imortal do câncer prolongue a vida do indivíduo. Não, não chegamos na ficção: o grande game não é ficção. Serão ambientes onde com os apetrechos indispensáveis nos remeterão à lua, nos pousarão nas estrelas, ao menos se a luz não faltar, ou se a bateria estiver bem carregada!
            Algum fato que seja que nos surpreenda e nos revele a vida sem a ficção tornada real. Talvez um camponês possa dizer algo, talvez a experiência de um operário, ou mesmo as pessoas em intermináveis filas para um emprego em busca da colocação, talvez isso seja mais real do que uma startup. Ou mesmo uma proposta que seja, a se permitir que um indigente tire o mato da calçada com direito a um lanche, ou mesmo a inoculação do veneno do agrotóxico nas feiras nos faça sentir melhor quando apenas estamos nos alimentando... O sair-se em certas ruas, se manter ileso, salvo da violência, do preconceito, da hostilidade que alguns teimam em encarnar com suas máfias de ficção, entrando vorazmente no plano da realidade com suas rotulagens. Ou mesmo os salvacionistas que pensam em doutrinar o que se pensa melhor para uma sociedade, limpando-a nas calçadas e sujando nas águas. O que mais surpreenderia é ver quando um arquiteto urbanista se preocupa realmente com uma cidade, aí é tarefa de uma ficção sem tamanho quando os construtores se assoberbam e negam a melhoria: tarefas do lucro, missões da realidade. Essa missão que costuma usar nomes em vão, resultando na catástrofe da entrega de países ou, se houver resistência, na guerra pura e simples. A bala fora do game não é ficção, é realidade bruta, compacta e destruidora. Não há escudos e nem weapons sobressalentes, há de somenos importância a tentativa cruenta de justificar massacres no mundo. Aí, sim, beira a ficção da irrealidade, da insanidade, da ignorância letrada para o mal, de tornar uma escritura um pretexto, de barganhar com a fé inocente a manipulação, de estabelecer critérios dentro do cruento e imperdoável. Já aprendemos com o Mestre dos Mestres a perdoar... Se tocam cada vez mais na ferida da violência em qualquer modal, veremos que resulta disso algo em que quando percebemos a realidade, fora da ficção de nossos aparentes confortos morais, ou de éticas relativizadas, já é tarde para vivermos na nação qualquer do planeta que, quando deixa de fazer o dever de casa com justiça real e soberana, enfrentara o próprio inferno frente a frente com o Gólgota em que em época mais remota os que O condenaram já deveriam ter se arrependido desse pecado dantesco.

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