Pois
que seja, apenas uma semente, e que esta nos remeta ao significado
primeiro da vida… O estágio em que se descortina o potencial de um
quase broto, ao que homem saiba que dele dependemos, e uma terra
saudável é o quilate da fecundação. O alimento de nossos corpos,
a vertente que não se doma jamais, o aplacar-se a fome de um cidadão
na miséria devem ser o continente de nossa compreensão, e não o
conforto em que poucos se situem na metáfora da realidade e seus
atores. Posto que a mesma semente coloca a mão do lavrador frente a
frente com a esperança de se possuir a terra, ou ao menos o fruto do
seu trabalho. A todos que se compreenda a equação, pois o
agrotóxico, por um exemplo produtivo, jamais será a vertente
verdadeira de uma boa agricultura, haja vista a possibilidade de
ganho real quando se democratiza a produção no campo. Seria
um modo ideal a solução da vida em sua variedade produtiva nas
lavouras e culturas familiares com excedentes para o mercado. O país
deveria prestar mais atenção para essa qualidade, em que a vida não
incidiria nas moléstias se o campo cultivasse os orgânicos,
disponibilizando ao mercado essa fatia quase – atualmente – nobre
para massas que consomem do sempre a se consumir. Essa nobreza não
vem da posição social, mas sim do caráter que nos falta na
sociedade para compreendermos suas reais necessidades e como a
semente se torna o pivô da solução necessária da carestia rural.
Entre
outros tantos assuntos, a semente pode ser vista em seu simbolismo
como a origem da vida, não apenas vegetal. Quiçá o big bang tenha
partido de um tipo de partícula como potencial de tudo que há no
universo, ao menos neste que se nos manifesta. A
certeza científica obviamente nos aproxima mais da semente vegetal
ou animal do que nas ditas origens dos planetas. Sempre
o que nos é mais real são as coisas do dia a dia, mesmo quando não
precisamos estar distantes de alvoreceres do pensamento, mas ocorre
justamente nas grandes maiorias populacionais a preguiça em se
aprofundar naquele, como algo que não importa à existência, esta
que na contrapartida por vezes é desconhecida em qualquer contexto.
O pensamento pode ser uma grande semente, por si, não apenas por
frutificar leitores mas também com alimento da alma para quem o
expressa. E, em nosso retorno às imediatamente linhas superiores,
por vezes esquecemos – quase sempre – da semente vegetal como
fato e causa própria do que temos por mais essencial que é o
alimento. Da água igualmente, os animais que somos dela precisamos,
assim como toda a vida no planeta. Talvez
despontasse críticas, mas o que se deve requerer é que tanto outras
espécies como a nossa possuem a sua fecundação, e o ponto magister
é que a semente apresenta o potencial, por vezes em que o excesso de
hedonismo humano exaure a semente, ou o oposto sem planejamento
sobrecarrega os frutos.
É
lindo ver os rebentos da Natureza, como na mão da técnica, que gera
com base no conhecimento da nossa espécie uma nova peça da
indústria, uma obra de arte, uma mensagem que seja e a oportunidade
que deveria ser mais profunda e democrática dos meios que temos para
o engenho e as luzes. Viríamos com base em pressupostos tecnológicos
as Eras respectivas e seu estudo afirmativo ou de crítica mais
cabal, mas que no atual século o
próprio tempo tem se relativizado mais do que em Eras de revoluções
tecnológicas anteriores, com a inevitável e consequente amostra e
irrupção de distúrbios de origem nervosa, quando a realidade e a
ficção passam a se tornar cada vez mais invasivas dentro de suas
próprias fronteiras, de cada qual. Começa a surgir a questão
particular do indivíduo e seu rebatimento coletivo nos governos que
passam a inevitavelmente relativizar suas ações, ou permitir o
descaso com a coisa pública e a discriminação do rebento
humanitário, qual seja, quando a autenticidade e veracidade com que
se atua não encontra a compreensão do progresso ou evolução que
pode partir da cidadania como busca. Essa
busca que se torna mais cavalheiresca e nobre não depende de
qualquer posição, dentro igualmente dos progressos dessa ordem, que
se constituem os vigamentos mestres que compõem uma sociedade
democrática que, como se deduz, é fruto de sementes que não devem
ser lançadas a esmo, mas em terra soberana, em pátria e em vida.
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