terça-feira, 15 de maio de 2018

O MITO DE QUALQUER PARTE

            Seguem-nos as vertentes dos mitos, como um recorte meio transparente, como um filme de mistério, algo que nem sempre conhecemos, mas que parte a ser de um fascínio surpreendente, como tudo na fronteira que por vezes achamos de algo inóspito, mas que o desfecho do encontro pode nos surpreender como experiência gratificante pelo processo em si no nosso auto-conhecermo-nos e termos a noção que igualmente surpreende que por mais que saibamos, o mito de quem tudo sabe continua – ao que se refira ao pensamento laico – sendo apenas o fragmento do que não se conhece. A qualquer parte, mesmo no fascinante mundo do inconsciente coletivo junguiano, até a retomada dos avanços dos mapeamentos cerebrais, aliás, todos os mapas, todos os registros são pontualmente a medida de um tempo em que existe a história antes, o durante é a exatidão quase subtemporal do registro imediato, ou a continuidade de um game onde aparentemente nunca termina, mas nunca será infinito em seu próprio manufaturar-se extensivamente, e que – em um estranho paradoxo, reconta uma outra realidade chamada virtual na simulação ainda cartesiana, fruto da derrocada da verdadeira variedade da Natureza, transposta ao mito da tecnologia. Verte-se nesse estranho paradoxo a realidade aumentada das armas reais como um reflexo de treinamentos virtuais, presentes em quaisquer grupos ou conglomerados onde a técnica surpreende e o volátil vira quase uma necessidade. A variedade como resultado da contemplação, apenas, não retrataria o se agir com a Natureza, um tempo a mais no estudo do voo de um pássaro, a constatação de que em uma paisagem podemos fotografar algo de Cèzanne, ou que no olhar cristalino de alguém possa se ver um pano aberto para um palco onde o teatro respire maravilhoso ao andamento do surgimento da arte e do amor, tão necessários para a compreensão da bondade em nosso planeta. Justo que se perca muito desse teor cultural, posto aos poucos estruturas cartesianas – baseada em lógicas reducionistas – passam a enquadrar comportamentos como sustentáculo de padrões reducionistas da existência.
           Dessa forma, o mundo Oriental passa a ser a vanguarda da ação íntegra, e países como o Japão, as Coréias e China e Índia ponteiam como estruturas de culturas de ponta adormecidas por milênios, ressurgindo agora nas cristas da nova civilização mundial e seus processos mais articulados e mais holísticos do que o Velho Continente, ou o estertor do Império Estadunidense. O reducionismo do arcaísmo de certas sociedades dão margem a que a Economia Global estabeleça seus próprios padrões e o mercado com suas liberdades estabeleça as escolhas que não são peças de refugo para qualquer nação, incluso na nossa realidade e de outras nações mais empobrecidas. Desse modo, acompanhamos agora barbáries cometidas por sequazes onde seus critérios só falam de força bruta, como se todas as conquistas humanitárias até os nossos dias e suas lutas se retraiam como moluscos frente às insanidades de Trump e seus aliados Israelenses, ou o contrário, que seria mais provável. Ou seja que abismo entre Trump e Obama e este de Carter, em não saber nem ao menos negociar paz em qualquer lugar do Oriente Médio, na sandice cruenta por petróleo e dominação religiosa em território palestino. A pergunta seria: é justo? Qual será a determinação do Altíssimo? Certamente o mito dos sinais dos fins do tempo não seria tão simplista e previsível, haja vista um império decadente que dispõe de milhões de toneladas de explosivos e artefatos de guerra crerem piamente que basta o arsenal para mandar no mundo. Não, seria simplificar demais o Apocalipse de João. Muito mais se vale ler a Encíclica de Francisco, nosso Papa, para que o mito da esperança e dos Evangelhos de Cristo mostre e volte a mostrar ao mundo que, tão certo quanto a gravidade de Newton, a esperança brote da primeira pedra que ergueu das mãos de Pedro a Grande Igreja e que – sempre – um bilhão de tiros disparados nunca valerão uma conta do rosário de Nossa Senhora, a mãe do Salvador!

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