terça-feira, 1 de maio de 2018

LEIS, MERCADO E COMPORTAMENTOS

            Possuímos um certo acervo de que falar sobre tantas as coisas que significam estarmos inseridos em uma economia de mercado, ou o que dizem deste, como se o neoliberalismo fosse realmente importante dentro do contexto de sabermos diferenciar certos paradigmas de outros. Surge que nos tempos de hoje, para o consumidor médio, que precisa estar nos estabelecimentos a fim de suprir sua demanda do cotidiano, como as feiras, as padarias, os pequenos comércios ou mesmo grandes lojas, é importante que estabeleça boas relações de compra: garanta o trânsito entre quem vende e quem paga, pois para o cidadão comum um açougue é um fornecedor de carne, e para aquele, é bom dispor do serviço. A bem dizer, o que se é de lei fundamental em uma sociedade capitalista é que quando se tem o valor, compra-se a mercadoria. No entanto pode haver trajetórias que não se encaixem bem nessa simples relação de troca: o fator humano. Por exemplo, por questões de natureza política, ideológica, ou racial, pode haver um espaço segregacionista acontecendo nos interstícios desse ir e vir, e uma provocação ou outra cede espaço para que alguns não pretendam mais frequentar a pretensa liberdade do mesmo mercado, pois o poder dentro das empresas pode levar a uma busca de seleção dos indivíduos que participam das compras, ou abertamente dizendo, em um plano macro, da capilaridade que atinge até os maiores fornecedores de serviços no comércio de algo, onde por vezes conseguir o trânsito de negociação é uma tarefa árdua. Muitos já adotam o comportamento de mercado dentro das plataformas digitais, mas supondo que sejamos uma nação livre da segregação que pode surgir dentro de divisionismos políticos ou etnológicos, ou de gênero, ou classes sociais, a lógica de que o freguês tem sempre razão por vezes não cabe no que ocorre dentro de algumas cidades, bairros e vilas em nossa nação.
            O sistema tece seus próprios comportamentos, e carece da compreensão de seus líderes ou empresários a união necessária ao menos para que o dito mercado livre funcione, dentro da civilidade e incorruptibilidade de seus atores. Por errar o troco, mesmo que inconscientemente, se alguém fatura mais três valores em cima de um quilo de arroz, por um exemplo cabal, e toma ciência, e toma gosto, por vilipendiar seu erro em próprio benefício, esse negativismo positivista toma corpo de modo sistêmico no outro valor que se perde, em um outro tipo de exclusão de si mesmo, em que se perde o pequeno e dá jus ao grande que perde a nação inteira... Esse estar-se excludente passa do modal transitório ao sintomático, e a riqueza pede passagem sobre os ombros do trabalhador que não pode desse mesmo modo ganhar mais do que o que é acertado pelo patrão. Não tem como, o trabalhador ganha do seu fixo, e tem que se tornar doutor em suas contas e fiscal nas suas compras. O seu ganho real é fixo, demarcado, enquanto em uma economia onde o mercado se corrompe – isso em todas as plataformas mundiais de mesma esfera – a garantia de que não haja o crime de lesa pátria é pouca, trazendo a reboque tantos e tantos modais outros, de crimes menores, de pequenas máfias, de máfias poderosas, enfim, algo que nos destroça enquanto cidadãos fixos e honestos.
            Passa a ser a lei um granel irrefreável de processos, um andamento contínuo de mais e mais profissionais da área jurídica, uma tendência a politizar até mesmo preceitos constitucionais, familiares entrelaçados, proteções e jargões intraduzíveis. Mas a lei sempre deve ser respeitada, sobre todas as veredas, mas sujeita ao debate, onde aquela ponta que é a base da pirâmide, dos enjeitados, dos que dão o sangue para o trabalho duro, tem que participar, dentro do grande modal que nos resguarde sempre, quiçá em um ideal de pátria soberana, que é a Democracia Participativa, essencialmente, em que os líderes não necessariamente sejam vinculados a partidos, mas que sejam a voz ativa de suas categorias e profissionais de cada setor do país.
            Passa a ter voz sonante, clara, audível e verdadeira aquele que afirma: meus direitos não se negociam, pois apenas com a consciência vibrante e gigantesca de verdadeiras lideranças que não se preocupem com hierarquias ilusórias em um planeta como o nosso, onde os peixes são tão importantes quanto a realidade poluidora, onde estamos vivendo um massacre nas nossas fontes energéticas, derretendo os oceanos e orando para que se massacrem religiosos na busca vã de explicar e justificar as guerras sob a ótica salvacionista. Apenas aqueles que não possuem a ignorância de não serem reais coniventes com o fracasso que está se tornando toda a nossa espécie poderá dormir um sono tranquilo sem dever acreditar que é através de um movimento qualquer inócuo que estaremos na verdadeira paz de Deus! O que nos encaminha para o sempre é feito de uma grande ponte: oscilante, gigante, verdadeira... A guerra ou a luta, meus caros, está no coração do ódio e do rancor, e enquanto não houver a União desejada, por todos os brasileiros da nossa pátria, haverá diáspora, temor, conflitos e guerras silenciosas...

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