quarta-feira, 30 de maio de 2018

TRÍADE


Três vértices estão dentro do espaço infinito, quais não sejam, o que de referência
Permitimo-nos saber que se os estamos vendo, atrás de nós pode estar a finitude.

Digamos se o último é uma estrela, e se o do meio fosse pontualmente um barco
Sendo o da frente a distância infinita além da primeira estrela que não o sabemos.

Vemos as duas dimensões, o olhar não capta além das luzes que façam existir
Aquilo que não referenciamos igualmente as coordenadas, visto não mapearmos.

Em um filme, que o mais distante convencionado pela nossa geometria indutora
Segue dentro do plano do fundo, o cenário, como no teatro vemos uma luz no pub.

No mesmo filme, dois vértices muito próximos podem ser um olhar de uma pantera
Ou dois que se encontram com seus cigarros no lusco fusco da penumbra do espaço!

Se os pontos são da Trindade, o Pai estaria acima, em um alto vertical, enquanto
O ponto de baixo seria de uma luz tremenda e o envolvente Espírito nos dá certezas...

Na cidade podem ser pontos voláteis, as luz noturna de um farol, o fogo do isqueiro
Enquanto outra estrela firma a incontinência da razão abraçar uma distância eterna.

Finalmente, enquanto entidade em um espaço é um triângulo formado, gera um plano
Que talvez ateste a estranha sinapse que gastamos em uma mera razão geométrica,
Das vezes em que o ponto se torna aresta, quando comunica com o outro suas três linhas!

terça-feira, 29 de maio de 2018

SOMBRAS QUE PASSAM

Efígies noturnas, que nos passam à frente, como se caminhássemos ao encontro
De suas pernas algo sólidas, de dimensão soturna, quem diria no canto
De uma plataforma existencial que a triste missão de seus gestos nos revelem
A dimensão mesma de possuírem algo em seu sagrado domo, no que se gesta
A pretendermos uma questão maior do que o exangue: a vértebra clonada!

Não que não possuamos os nossos secretos ensaios, para o bem viver que somos
Algo de tanto em passarmos por essas pedras e nos apercebermos da tristeza
Que ponteia o anátema de seus atos, o claudicante parágrafo, uma linha que seja!

Sombras que anunciam torpores no vórtice de certos quesitos de peças oxidadas
E que não sejamos tais operas de vintém, por um tanto de querermos mais e mais
A saber que outros não sabem que suas pretensas forças sucumbem em seus males...

E o Canto permanece intacto, não que seja desejo da poesia, mas que basta um dia
Para que a esperança de abraçarmos um mundo mais ordenado seja concatenar
A equação da luz e da sombra, do diáfano e do opaco, do aço e da água, do sim e não.

São tantos os procederes de uma sociedade de formigas que encontramos em ninhos
Os pássaros em passeios frente à totalidade de uma Natureza circunspecta em formas
E modais onde o fomento dos homens e mulheres com bagagem voa na imensidão!

E a liberdade toma a face de um cristal sereno e moreno, como a negra que passa
Em ruas com suas majestades de ébanos, não mais expatriados, posto nação brasil
Seja a mesma em que depositamos o fado dentro das caixas da realidade ausente!

Sejamos o claro e escuro dos ventos, as agulhas das rochas na imensidão das pátrias,
Algo a se prescrever como a latitude dos poetas, a arte lancinante da razão e da ciência
Posto anímico igualmente o espírito que nos abrace com seus gestos de verdades...

Assim, de querermos uma vida a dois, sem par, encontro, amores, a trégua do que não é
Quando nos apercebemos que um quilate de esperança verte-se no mundo brasileiro
Sabendo-nos imensos brasis em torno do que chamaríamos da pátria dos viventes de luta!

Nessas órbitas encontramos nossos cernes, de vida, missão, plataformas cruas e arte,
De um chip menos ruidoso, que permita passar a vertente de algumas linhas a quem
De desejo e curiosidade cultural queira curtir a mensagem que se obtém do mundo.

Não que não seja clara a ciência da vida, mas o país atravessa agora o reencontro
De si mesmo com algo maior: de um retornar-se, do estabelecer padrões de consciência
No diálogo de per si que se refaz no pensamento e organização restauradores e humanos!

A manta das folhas rejuvenesce, as flores desabrocham, os que estão a ver o mar
Encontram infinitas veredas, as pedras mudam seus matizes, e dessa ciência crepuscular
Se torna um nascente onde as mesmas razões vencedoras merecem o destaque do papel...

segunda-feira, 28 de maio de 2018

TODOS OS RESPEITOS AQUELES AGENTES DE SEGURANÇA QUE APOIEM O POVO E SEUS ABASTECIMENTO E SEGURANÇA.

TODO AQUELE QUE OLHA COM IMPERTINÊNCIA SEU COLEGA QUE ANDA AO SEU LADO, TEM POR SI SEU PRÓPRIO RANCOR, E NUNCA CHEGAREMOS AO PONTO DA AGRESSÃO INVOLUNTÁRIA, COMO MASSA DESTROÇADA PELO ÓDIO.

O QUE SE SABE É QUE A CIA NADA SABE, QUANDO PENSA TER CERTEZAS EM SEU PRÓPRIO PAÍS.

NEM TODO O PENSAMENTO MAIS CONSERVADOR DESEJA A SUPRESSÃO DOS DIREITOS DA NAÇÃO, JUSTAMENTE O OPOSTO.

A TÍTULO DE CONFIRMAÇÃO, O FASCISMO DEIXA A GENTE IGNORANTE FASCINADA!

SE UM PAÍS SUBLEVA-SE AO CAOS SEM LIDERANÇAS INTELIGENTES, DE DUAS UMA: O CAOS NOS TORNA CONTINGENTE DE DESPOJOS E SAQUES, OU O PODER É SAQUEADO PELA VIOLÊNCIA ARMADA.

SE UMA VARA VERGA EM UMA PARTE, AS OUTRAS COMPENSAM COM FLEXIBILIDADE, POR ISSO PARA QUE AS OUTRAS NÃO COMPENSEM COM MOVIMENTOS INDESEJÁVEIS DEVE-SE SEGURÁ-LA NOS NÓS MAIS FRÁGEIS...

A APROXIMAÇÃO ESPIRITUAL

Verte-se um manto algo sombrio de turba em oceanos feito rios, dos rios
Que não desembocam em nada, que viram, que se sucedem nos tortos lados
Em que acreditem por através de seus cálculos inexistentes se um líquido
Significa a questão do espírito ao menos que consiga nos transportar ao templo!

Sim, por que não voltar para as suas casas, ao menos para justificar seu credo
Não no próprio pensar de sinistra intervenção, mas que a força de bem deve saber
Que erradicar certos impulsos inflamados por um ego na crescente maré da ilusão
Significa não permitir tarjar ao poder certas circunstâncias em que sejam apenas homens.

Que o espírito da beleza nos una, que saibam os da Força o que deixam de fazer
Em um momento crítico onde notícias falsas já navegam por todos os meios de tela,
Onde os rádios incendeiam esse crime que brota bárbaro aos cidadãos de bem
A saber que um exército que não obedece e se subleva é apenas a querência covarde!

Pudera termos realmente um espírito sagaz e observador, pudera termos uma inteligência
Que por fim nos revele que o fomento do caos em um país como o nosso é obra externa
Em que desestabilizam as poucas instituições idôneas que sobrevivem, tornando a massa
Refém da ignorância de estar participando de um teatro de fantoches capitaneado pelo mal.

Se há cisão nos comandos, em esperar-se alguma atitude mais drástica, saibamos que na verdade
Aqueles que depõem contra a ordem social vertem no caldeirão dos rancores a luta inglória
De muitos pensarem que estão praticando mudanças nas estruturas, mas simplesmente
Repetem o estopim gerado por históricos processos repetitivos nas páginas de nossa América!

Quando uma nação possui de modo tentacular as garras sobre o nosso solo pátrio, saibamos
Que não será na base dos despojos e dos saques já avizinhados que farão do Brasil um país
Destroçado pelas massas ignorantes daquilo que já deviam ter aprendido sobre a realidade
Quanto de saberem que o nível da represa está alto e que o dique se rompe ao menor sinal.

Quando tínhamos uma Presidenta capaz, de bom nível, humana, gentil, camarada e competente,
Deveríamos estar ciente de que descartando-a covardemente estaríamos assinando o óbito
De instituições que se prezam verdadeiras, e que agora acreditam fielmente, não a instituição,
Mas o arremedo dos truculentos homens que transportam apenas, ditos sentenças traindo acordos!

domingo, 27 de maio de 2018

UMA SIMPLES LINHA PODE EXPRESSAR UM SÉCULO INTEIRO, NEM QUE O SEJA TIPOGRAFICAMENTE.

SE NA VIDA REVELAMOS ALGUM TALENTO, PARECE-NOS QUE EM UMA SOCIEDADE BASEADA E INFORMAÇÕES TEMOS QUE PROVAR O TALENTO ALHEIO.

EM CADA FLOR DE UM JARDIM, ENTREVISTA POR ENTRE MUROS E GRADES, RESIDE A ESPERANÇA DE QUE ALGUÉM A REGUE COM A CAUTELA DO CUIDAR-SE.

A CADA CAMINHAR-SE ENCONTRAR AS GENTE É DE UMA FELICIDADE INENARRÁVEL PARA UM HOMEM SOLITÁRIO QUE VIVE AS RUAS E SENTE O PADECIMENTO HUMANO...

SE UM HOMEM EM SEUS DESVARIOS PEDE UM CIGARRO, POSSAMOS SABER QUE TALVEZ SEJA FOME DE ALGO O QUE SINTA.

OS PÁSSAROS CAMINHAM, MAS POR VEZES PERCEBEM QUE O HOMEM NÃO SUSPEITA DE QUE REALMENTE SAIBAM VOAR, QUANDO NÃO OS VEEM ANDANDO POR SOBRE AS CALÇADAS....

SEGUNDO A OPINIÃO CORRENTE

          Muitas são as máquinas que auferem medições. Pesquisas são feitas em vários países, tanto no Brasil – em sua relação de dependência cada vez mais acentuada – ou em outros como os EUA, que nos colocam em uma posição por vezes apátrida, quando vendemos não apenas as riquezas como as nossas reservas daquelas. Mas o que aufere uma opinião? Será que agora estaremos em torno do mesmo barco? Pode ser: nesse entorno que não permite sairmos da barra… O que há no país parece uma parvoíce sem tamanho, alguns que observam distantes com suas grossas lentes, outros que chegam ao seu trabalho de helicóptero e uma grande massa que se sacrifica enormemente por causa da reivindicação de uma categoria à qual toda a logística do Brasil se tornou dependente: o fluxo de mercadorias, insumos e serviços pelas estradas. Tomara fosse uma opinião medida por um termômetro algo que embasasse as iniciativas preliminares. E essas iniciativas em tese tem que se pautar em cancelar qualquer movimento que deixe em xeque a vida ou a integridade dos abastecimentos, e decorrentemente do consumo. Estancar as malhas viárias e ao mesmo tempo pensar que precisamos de outros transportes em seus modais, tais como as vias férreas para o escoamento da produção, com saídas e acessos para todos os ramais. A se pensar, talvez com a opinião cabal que temos todos que ao menos o país esteja melhor… Mas que seja a realidade, melhor a bem dizer para todos: mais justo, equânime, cordato, equilibrado e rico para dentro antes, para depois se estudar o que é economicamente e o que não é, dentro do panorama nacional estrito, sem nos desviarmos desse interesse comum que é a Nação imensa que compomos em ação, em trabalho, em verso e prosa. Obviamente, quando se fala em interesse do país como um todo é necessário não separar mandatos, permitindo sinistras alternâncias, mas dar continuidade ao que se fez de bom para um país. Obviamente, se as religiões não chegam a um termo e se imiscuem na política, saibamos aceitar critérios que não sejam necessariamente espelhados em países de suas origens, porquanto propriamente nosso país recebe todas as frentes religiosas e culturas com a empatia e nobreza que não se encontram em outros solos internacionais e, se isso acontece no Governo atual, merece consideração e empatia de todos os brasileiros. Talvez seja a hora de um grande e amplo debate nacional, com as lideranças políticas, os empresários, líderes dos trabalhadores e empenho da burguesia para que – internamente – escusemos todos os fatos passados sem ignorar ganhos cometidos, que a classe política tradicional encontre seus rumos para mudar para melhor, sem pensar em sangrias que desfazem a esperança popular, que a Justiça e todas as instâncias continuem seus trabalhos de modo imparcial, e que saiamos fortalecidos enquanto Pátria de eventos que aparentemente beiram a catástrofe e o caos, mas que devem nos levar a refletir que não se pode abusar de autoridade quando a questão é o desenvolvimento para todos os brasileiros!
          A paz está nas ruas – quando sempre deve estar – e pensar em tocar o barco adiante conforme grande parte dos grevistas sugeriram, através de uma intervenção militar depondo o atual Presidente, é no mínimo desrespeitar o código necessário de honra que devemos por estarmos em uma Democracia que, apesar de alguns entraves, deve ser aceita por todos com atitude de gratidão por se existir dentro da liberdade, da moral e dos bons costumes. É com uma vida de cavalheiros lutando bons combates que devemos aceitar o nosso processo democrático com o fluxo que começa agora a fluir, literalmente, para prosseguirmos com a inteligência redobrada e espírito participativo, reiterando que todas as manifestações são válidas enquanto não gerem o caos e as carestias sociais.
         A vida respira em um vaso de plantas, em uma ave que também possui os seus sonhos quando fazem uma pessoa sonhar, naquilo que porventura encontramos quando nos apercebemos que está sendo preservado, não em caminhões lotados de suínos que não foram entregues para o abate. Numa horta orgânica, em um caminho longo de um andarilho desempregado em busca de uma colocação, no pão que nos é concedido diariamente, nas vertentes mais claras da compreensão humana. Não deixar que uma massa bruta e ignorante tome conta do Poder no país é apenas a defesa de que o diálogo possa vir mais sucinto e verdadeiro, e que o mesmo Poder compreenda que o essencial para a sua manutenção é apenas pensar que certas atitudes estruturais economicamente partam de princípios que, do mesmo modo que uma manifestação não pode causar convulsão social, as ações governamentais não podem insuflar a carestia humana: esses são os dois aspectos, as duas tramas e as duas vias, a rigor.

terça-feira, 22 de maio de 2018

TEMOS O QUE TEMOS

            Por sobre uma viga está claramente um teto, quiçá de um material ou outro, como por dentro dos espaços estão viventes, em conjuntos entrelaçados, no que encontramos de especial ainda são as casas e o que elas significam por hora, sabendo-se que estão por aí, sustentando vidas, animando os mesmos espaços com o que encontram os seus participantes na ordem do dia: ou no aparente caos, na tristeza de uma crise, no encontro que pode ser mais duro com a realidade. Quem dera se a formação de um professor pudesse ser longa, diletante, quem dera estivéssemos na Firenze dos ofícios, onde os mestres ensinavam – sábios – com a liberdade dos meios que possuíam. Pois sim, que estejamos perto dessas inovações, onde, naquela época, a perspectiva espacial passou a existir e os retratos tinham o brilho da Nobreza ou da Santidade. Temos um algo a saber?... Seremos maiores se quisermos, ou apenas escarnecemos de quem não tenha os mesmos insights em relação à tecnologia? Pode-se usar argumentações livres, pois em ocultarmos uma palavra, ou a possibilidade de haver uma troca, nos ensimesmamos mesmo sabendo que compartir é algo de maravilhas... É o possuir o compartir com o outro/a o modo de nos aproximarmos do que é pungente em relação com o conhecimento, incluso o da natureza humana. Visto que recebemos concretamente uma afetividade dos bichos, pudera que não fossemos tão cáusticos quando a essa questão contestamos, na indicação de que devemos relacionarmo-nos mais com gente do que com animais. Quando a anima do processo Natural nos revela que, mesmo observando metodicamente algum voo de pássaro e às consonantes pedras de seu pouso, podemos, logicamente, estar inferindo existencialmente mais profundidade do que com o contato de gentes que possuem alguma estreiteza ou mesmo estranheza em estar nesse estado contemplativo. Quando um homem ou uma mulher se sente melhor com sua vida apensa à liberdade, sem infringir danos a qualquer ser, melhor dizendo, respeitando a inequívoca presença multifária da Natureza, revelará esse ser uma sintonia mais ampla com a realidade exterior, sem precisar necessariamente estar pertencendo à máquina por vezes necessária, em outras não em absoluto. Essa questão de nos reaproximarmos com a Natureza nos fará atores partícipes de suas transformações negativas ou positivas, nessa questão da positividade quando remeta à preservação: condição sine qua non para mantermos viva a ciência de Deus. Esse ser que buscamos quando percebemos que algo em nosso entorno é mais amplo do que a ciência que os homens tanto desenvolvem, mas que por certo não explica todos os fenômenos, e parte a contradizer algumas conquistas, dando espaço a que na filosofia exerçamos o papel mais anímico do pensamento, naquilo que também dialeticamente se suplanta com a relação do tempo, em rebatimentos outros que a tecnologia atual tem nos separado da preservação do Ser enquanto criação, e a ignorância com relação à arte e sua importância no modal expressivo e necessário a qualquer cultura no mundo este em que vivemos, onde as crises realocam as mesmas contradições supra citadas.
            Desta forma o conhecimento investigativo em relação aos fenômenos da Natureza, sua origem e história, o recontar com diálogo interno e compartido às idiossincrasias boas e nocivas inerentes à nossa espécie, desde a mais torpe ofensa, até trágicos desfechos, remontará as questões de construção de uma sociedade que finalmente não precise fazer divulgação de suas melhorias, quando estas se tornam fator essencial e multiplicador pela mesma sinergia que sentimos brotar naqueles por quem temos de tecer companhias que buscam as luzes, ao invés das contendas, seja qual a motivação, dentro do escopo da livre expressão do pensamento e da fruição artística. Estas são as vertentes das descobertas do que seja a questão da educação e tomada de consciência a respeito do funcionamento de nossos sistemas e de outros, quando o processo do conhecer é amplo e irrestrito.

domingo, 20 de maio de 2018

CANTAR-SE

De um canto profundo, de uma cultura perdida no tempo, em Mesopotâmica
Frente quando vemos o surgimento das civilizações no que urgimos tanto
Que nos sejam dadas as ferramentas antigas, a tecnologia arcaica de muitos
A que aprenderemos mais e mais quais trabalhadores tornados duros de aço
Que nada a que não aprendêssemos em outras esferas seria o suficiente
Para que nos tornassem o tudo do conhecer, do Canto que se canta o bastante
Quando nos apercebermos do valor que um mestre emana para seus alunos…

Não, que não pudéssemos cantar tanto, que o limite nos pusesse as sombras
Naquilo em que já pertencemos muitos, a ver que não temos cor nem sexo
Que se compatibilize com o que já está, de sermos todos iguais, de um direito
Que se preze bastante de se bastar de fato, que muitos não saiam com seus ternos
Porquanto o território de nossa busca pela paz e coerência com os nossos atos
Não depende de que um tente marcar tanto no espaço ou na área pretendida
O véu que nos surpreende existir na fronte de uma mulher que está recolhida…

Qual peristilo, ou da flor que se sinta a delicadeza, não precisamos saber mais
Do que aquilo que se nos permitiu a nós mesmos a questão, em que muitos
Mutilam seu ser em espécie de trocos que a muitos perdura durante tempos
Em que a atmosfera de um recado suplanta toda a cultura que existe ainda viva
Quando evanesce um aroma que tecemos para a mesma vida em que esperar
Possa ser um caminho de esmeraldas rutilantes nas mesmas peças de habitações
Que não distem muito do que ensaiamos no erro para não errarmos em cenas!

A que se diga, há um nome, um código, havemos de pensar que o sistema
Funcione na sua origem de objetos, mas tipificar o exato porquanto fora do amor
É no mínimo transcender para a órbita das indústrias aparentes a lâmina que entra
No lado que não esperamos quando desferida simbolicamente por estruturas
Distantes do pouco provável, pois nossos impulsos ainda coexistem com máquinas
Que por vezes piamente acreditamos que somos, ainda que no ultrassom da alma
Não há a música esperada, mas todas as belas canções que deixamos no chão do lar.

Revestimo-nos de falsetes e claves, quando saímos para um encontro de praxe,
Ainda que não saibamos quem encontrar, se a reunião é para negociar a amizade
Ou se trata de fingirmos que amamos para nos sentir amados, no que não neguemos
Que uma situação imprópria de tal monta não significaria tanto de afirmarmos
Que o tabuleiro que pensamos existir, ou que a sede de seduções formais e longas
Não se traçam na esquina de um carro por dentro onde esperamos o céu escurecer
Para deixarmo-nos a retração de um câmbio ou motor que nas internas não funciona.

Veste-se o canto a caráter, quando estamos chegando em uma espécie de redil,
Onde conseguimos suplantar algo de cáustico em nossas colunas de pedra e mó
Em verdades consonantes com o que se diz do átomo que nos exista sempre
Mas que infelizmente soa melhor falarmos de um pão que se nos acompanhe
Em alguma fome de madrugar-se, ou na manhã com os filhos que se preparam
A uma escola que se improvisa em casa, ou na vida em que estamos quase sós
Quando enobrecemos o comportar-se sereno de deixar fluir uma primeira estrofe.

sábado, 19 de maio de 2018

A LUZ DE NOSSOS TEMPOS

            Inegavelmente temos luzes brilhando ao nosso redor – literalmente – na forma da luz, em si, natural, ou no chip que encandece e nos reflete no que se torna uma eletrônica: um meio, o meio digital. Pois sim, temos um computador de bolso, finalmente, e disto devemos nos acostumar, sempre, no entanto, respeitando aqueles que vêm de gerações onde isso não era ou não é ainda muito usual. Como filhos de pais idosos, devemos dar todo o suporte, caso deste necessitem, para que o andamento de nossas famílias e consensualmente o poder que exercem dentro da hierarquia como patriarcas ou matriarcas, possa esse ser exercido com o respeito que devemos a eles e a gratidão universal e irretocável igualmente. Se querem e têm condições de mandar nas famílias, se têm a experiência que aos jovens necessitará inevitavelmente do mesmo tempo em que a posição da sapiência é por ele regida, se não os escutarmos mui respeitosamente, as pretensas verdades da juventude sempre cairão por terra. Dessas certezas de rompantes, sempre será necessária a queda da juventude em si: para si, para que se situem em uma plataforma dialogada com si mesma, no enfrentamento do que é o certo e o errado, obviamente dentro do campo do bom senso e escutando a experiência dos mais velhos, pois são aqueles que viveram mais é que souberam realmente da vida os seus segredos, atalhos ou importantes sacrifícios que por vezes passam em suas empreitadas, preservando o movimento, o andar, o rápido, o lento, o sistólico e o diastólico. A se pensar que a dança da vida é como a consciência desse movimento, como o Chi, a essência da energia, o surgimento do Tao, o Espírito Santo, o que move um Mahatma, ou a existência inequívoca e consciente do Paramatma. Ou tantas as vertentes da existência humana, sem necessariamente trilhar a senda do místico atuar, mas a ação que nos impele a viver com nossas opiniões relativas ao que quer que nos suceda, dentro da arguição de nobreza material ou anímica que nos mova. Não somos obrigados a aceitar que a sociedade ou algum grupo ou governo nos obrigue a um ressarcimento de nossas ideias, posto nelas é que vivemos, desde uma conversa bruta e breve com um engraxate até um debate com um Iluminista consagrado. Dessas luzes não são tantas por vezes, mas seguimos vivendo, e mesmo com o cansaço e a carestia de nossas massas trabalhadoras encontramos as inquietações que, em conjunto com sua própria dialética acaba por naturalmente desfazer certas dúvidas, em que o ato rude e insano cede para o diálogo, por vezes incluso o diálogo interno que temos por nossa conta, se é de razão e nobreza de caráter o que igualmente nos mova, seja em um debate ou num quarto solitário.
            As palavras nos ofuscam por vezes no tom, de um que dite certezas, mas a leitura e o escutar dos experientes nunca devem ser aceitas ao pé da letra sem um crivo crítico como anteparo de blindagem comportamental a que nos esquivemos das ciladas... Um conselho enquanto instituição é algo de grande importância, mas canais por vezes infrutíferos em rebatimentos baseados na manipulação da carência de saber humano leva-nos a aceitar o veneno como sendo néctar. Se uma pessoa já passou por inúmeras dificuldades, e se aprendeu que é evitando certas coisas que sua roda gira saudavelmente para um progresso real, é dessa atitude que precisamos, e é por esse lado que conquistamos a sincera confiança de nós mesmos, a princípio, para podermos humildemente colocar certas questões que o próprio meio dialético da mensagem e seus pressupostos podem vir a achar um consenso cabal e necessário. Um olhar que seja, uma quebra de barreira de classe, quando um cidadão mais rico encontra um mais pobre, um pobre encontra o mar, e este é razão da pesca, e compra-se algo, e troca-se um cigarro ou, para quem não fuma, palavras de conforto e esperança! Essa ida e vinda, sabermos que quando temos um lar devemos consagrar o teto, tornar valor o pouco que se nos sobre, dedicarmo-nos a estudar a origem das riquezas, e igualmente a transposição do poder nas esferas e seus pesos sobre os ombros da atualidade. É nessa ingerência que coparticipamos de solidariedade com nossos vizinhos não propriamente apenas de nossas ruas, mas do que encontramos ao nosso lado, em uma fila, em um ticket de caixa, na solidariedade no trânsito, no diálogo tentado quase impossível, no ruminar a leitura longa, no estudo de um rabisco, no ensinamento de uma questão simples de aritmética, sem necessariamente sermos, quando de burguesia de vanguarda, a progressão de qualidade humana que compense a diferença de classe, e a consciência de que se temos livros, podemos ler, se podemos ler, podemos emprestar, e, se emprestamos, podemos compartir, e, se compartirmos, podemos ajudar a mudar no sentido de manter acesa a luz de um conhecimento. No mano a mano, na rua, no ônibus, nas padarias, nas oficinas, sindicatos, na vida, em família, em uma reunião, não propriamente ocupando espaços, mas permitindo arejamentos de esperança a partir destes, realocando o pensamento tirano à sua releitura no preconceito quebrante, que seja, igualmente ensinar ao preconceituoso com ações que de cunho humano nos aproxime desse imenso teatro em que a realidade vira um cenário onde as cores são mutantes, onde as palavras verdadeiras nos assombram positivamente, e onde o fôlego de um pensamento pode ser a mola que deixa de inibir a inibição do próximo e do distante...
            Essa é a questão existencial que na pior das hipóteses oxida por vezes, quando como uma onda que quebra no mar e vem outra contrária no refluxo, mas a vida marinha não se ressente, pois é hora de passar além da linha das ondas, no preamar. Tornada a vida de um peixe, sabemos que a gaivota observa de longe. Sabemos de leis que aproximam, que protegem e, por isso, distanciam por vezes. A sociedade é imensa, e os sistemas se sobrepõem como na atualidade com a globalização. Todo o conhecimento é importante quando é conhecimento, por vezes técnico, por vezes com uma notícia de boa fonte... Realmente é necessário, quando queremos expor algum tópico, que se sinta a veracidade da argumentação, e isso não é qualidade de classe, e nunca foi. Os níveis de compreensão são concretos ou voláteis, conforme a rotina de cada qual, ou suas quebras, seus hábitos, seus costumes. Aventar hipóteses de contendas nada saudáveis no panorama cáustico que por vezes encontramos em certos caminhos não chegam a frutificar o suficiente para que haja um progresso cabal e importante. Há cidadãos que carregam um livro, de quaisquer... Quando pousam em um mar revolto sobre uma pedra, folheiam tacitamente as páginas em seu silencio, porquanto a pausa relembra histórias em que navegáramos sobre o caos. Esse intervalo faz parte de nossa bolha espacial, estudada na arquitetura, que todos possuímos ao redor de nosso corpo, como quando as aves pousam, deixando sempre um espaço entre si. Sobre essas geometrias da vida é que nos situamos, e como somos seres com linguagem, a oralidade deve obedecer a certos padrões de cavalheirismo, em um mesmo processo civilizatório que faz com que se respeite a tudo e a todos como parte intrínseca dos andamentos de qualquer agrupamento humano educado. Afora isso, se falta educação, não há a menor possibilidade de nos tornarmos um país soberano.

sexta-feira, 18 de maio de 2018

O REFUGIADO

As penas escrevem de través, na forma da fome, quando circunscritas em imenso oceano
Na pátria reencontrada do nada, em que qualquer atitude do anfitrião na mesa dos homens
Se transforma em atitude diamantina, a saber que faltarão braços na acolhida mais justa
Quanto de sabermos que as origens das gentes pouco importa, e que nossa pátria é farta!

A continuar o padrão de recepção em nossos refúgios, é de monta humanitária sermos o país
Em níveis humanitários sagrados perante as instituições que aceitam de bom alvitre e paz
Aqueles que necessitam de acolhidas a mais, que fosse ainda melhor, dos pobres todos
Que teimamos por vezes a não querer olhar, para que nossa consciência não pese o sono!

Sim, queremos o nosso Brasil em recepção constante, com os braços abertos como em Itália
Na grande pátria da humanidade que foi Roma, uma cidade hoje aberta à cultura alta
Sem desmerecer o profundo conteúdo religioso do Vaticano que promove a grande não aceitação
Dos sofrimentos humanos desferidos em medianos orientes que urgem da ausência da diáspora.

Não se pode admitir erros cruentos em nome de religiões ou territórios, porquanto a vida
Não se situa em áreas previsíveis ou consentidas no sentido de existirem aquelas famílias
Que por um nexo de interpretações históricas com fundamentos duvidosos enquanto origens
Venham bater às costas de exércitos rigorosos e imperdoáveis por força maior de fato e chão.

Se o conforme em não saber-se do que se pensa justo, que as imagens que nos chegam
Revelem a concretude dos atos em sabermos que um refugiado foge de sua terra quando
A esperança de viver em paz é inversa a ele de modo sistemático e cru nas guerras em que
Por vezes apenas um país sanguinário atenta as suas ofensivas com o que usa por detrás.

Não há o ensaio de horror, mas o horror da guerra, os crimes cometidos por Estados
Que invadem sem contemplação o modus vivendis do mesmo refugiado que estava com os seus
Já sabendo que opor resistência é motivo de defesa insalubre, posta na mesa para aqueles
Que, como corvos, vêm recolhendo os corpos depois de uma tempestade no deserto.

A ação que culmina em que uma instituição receba um cidadão devastado de país devastado
Apenas eleva a instituição a um patamar mais alto de humanidade do que todas as reuniões da ONU
Que de motum perpetuum recalcitra atitudes diplomáticas com esforços nulos na aceitação da paz,
Oferecendo bandejas de ópio no coração de combatentes que retornam quase loucos de sua missão.

Dita na questão de uma verdade que seja própria, a pena do refugiado por vezes é tamanha àquela
De não saber se sua esposa conseguirá fugir para o mesmo país, se seus filhos desaparecidos
Finalmente serão encontrados fora dos escombros da tipificação do horror contemporâneo,
Ou se finalmente vai ter que esperar que a guerra termine a fim de que possa rever os seus restos…!

quarta-feira, 16 de maio de 2018

UMA HISTORIETA DE FICÇÃO

            Poderia começar o texto falando do que está na fantasia, distante da realidade. Neste mundo contemporâneo, quiçá um encontro que realmente exista, na ciência do par, ou de três, ou de quatro, vai da preferência. Consegue-se talvez conjugar o conjugal... Na melhor das hipóteses, o olhar do outro que se vê no self de quem é – ou quase admite – de si próprio. Mas isso é bom, como se diz, apenas bom, que não se veja tudo o que desejamos, mas aquilo que desejamos ver, independente se é fato nos vermos em um espelho que nos revelará um futuro em que estaremos mais jovens. Tantas coisas, o silicone, o botox, o viagra, talvez até as vitaminas ou o ginseng. Mas não, algo de hormônios, algo de células reconstruídas, ou as descobertas de que a lógica da célula imortal do câncer prolongue a vida do indivíduo. Não, não chegamos na ficção: o grande game não é ficção. Serão ambientes onde com os apetrechos indispensáveis nos remeterão à lua, nos pousarão nas estrelas, ao menos se a luz não faltar, ou se a bateria estiver bem carregada!
            Algum fato que seja que nos surpreenda e nos revele a vida sem a ficção tornada real. Talvez um camponês possa dizer algo, talvez a experiência de um operário, ou mesmo as pessoas em intermináveis filas para um emprego em busca da colocação, talvez isso seja mais real do que uma startup. Ou mesmo uma proposta que seja, a se permitir que um indigente tire o mato da calçada com direito a um lanche, ou mesmo a inoculação do veneno do agrotóxico nas feiras nos faça sentir melhor quando apenas estamos nos alimentando... O sair-se em certas ruas, se manter ileso, salvo da violência, do preconceito, da hostilidade que alguns teimam em encarnar com suas máfias de ficção, entrando vorazmente no plano da realidade com suas rotulagens. Ou mesmo os salvacionistas que pensam em doutrinar o que se pensa melhor para uma sociedade, limpando-a nas calçadas e sujando nas águas. O que mais surpreenderia é ver quando um arquiteto urbanista se preocupa realmente com uma cidade, aí é tarefa de uma ficção sem tamanho quando os construtores se assoberbam e negam a melhoria: tarefas do lucro, missões da realidade. Essa missão que costuma usar nomes em vão, resultando na catástrofe da entrega de países ou, se houver resistência, na guerra pura e simples. A bala fora do game não é ficção, é realidade bruta, compacta e destruidora. Não há escudos e nem weapons sobressalentes, há de somenos importância a tentativa cruenta de justificar massacres no mundo. Aí, sim, beira a ficção da irrealidade, da insanidade, da ignorância letrada para o mal, de tornar uma escritura um pretexto, de barganhar com a fé inocente a manipulação, de estabelecer critérios dentro do cruento e imperdoável. Já aprendemos com o Mestre dos Mestres a perdoar... Se tocam cada vez mais na ferida da violência em qualquer modal, veremos que resulta disso algo em que quando percebemos a realidade, fora da ficção de nossos aparentes confortos morais, ou de éticas relativizadas, já é tarde para vivermos na nação qualquer do planeta que, quando deixa de fazer o dever de casa com justiça real e soberana, enfrentara o próprio inferno frente a frente com o Gólgota em que em época mais remota os que O condenaram já deveriam ter se arrependido desse pecado dantesco.

terça-feira, 15 de maio de 2018

O MITO DE QUALQUER PARTE

            Seguem-nos as vertentes dos mitos, como um recorte meio transparente, como um filme de mistério, algo que nem sempre conhecemos, mas que parte a ser de um fascínio surpreendente, como tudo na fronteira que por vezes achamos de algo inóspito, mas que o desfecho do encontro pode nos surpreender como experiência gratificante pelo processo em si no nosso auto-conhecermo-nos e termos a noção que igualmente surpreende que por mais que saibamos, o mito de quem tudo sabe continua – ao que se refira ao pensamento laico – sendo apenas o fragmento do que não se conhece. A qualquer parte, mesmo no fascinante mundo do inconsciente coletivo junguiano, até a retomada dos avanços dos mapeamentos cerebrais, aliás, todos os mapas, todos os registros são pontualmente a medida de um tempo em que existe a história antes, o durante é a exatidão quase subtemporal do registro imediato, ou a continuidade de um game onde aparentemente nunca termina, mas nunca será infinito em seu próprio manufaturar-se extensivamente, e que – em um estranho paradoxo, reconta uma outra realidade chamada virtual na simulação ainda cartesiana, fruto da derrocada da verdadeira variedade da Natureza, transposta ao mito da tecnologia. Verte-se nesse estranho paradoxo a realidade aumentada das armas reais como um reflexo de treinamentos virtuais, presentes em quaisquer grupos ou conglomerados onde a técnica surpreende e o volátil vira quase uma necessidade. A variedade como resultado da contemplação, apenas, não retrataria o se agir com a Natureza, um tempo a mais no estudo do voo de um pássaro, a constatação de que em uma paisagem podemos fotografar algo de Cèzanne, ou que no olhar cristalino de alguém possa se ver um pano aberto para um palco onde o teatro respire maravilhoso ao andamento do surgimento da arte e do amor, tão necessários para a compreensão da bondade em nosso planeta. Justo que se perca muito desse teor cultural, posto aos poucos estruturas cartesianas – baseada em lógicas reducionistas – passam a enquadrar comportamentos como sustentáculo de padrões reducionistas da existência.
           Dessa forma, o mundo Oriental passa a ser a vanguarda da ação íntegra, e países como o Japão, as Coréias e China e Índia ponteiam como estruturas de culturas de ponta adormecidas por milênios, ressurgindo agora nas cristas da nova civilização mundial e seus processos mais articulados e mais holísticos do que o Velho Continente, ou o estertor do Império Estadunidense. O reducionismo do arcaísmo de certas sociedades dão margem a que a Economia Global estabeleça seus próprios padrões e o mercado com suas liberdades estabeleça as escolhas que não são peças de refugo para qualquer nação, incluso na nossa realidade e de outras nações mais empobrecidas. Desse modo, acompanhamos agora barbáries cometidas por sequazes onde seus critérios só falam de força bruta, como se todas as conquistas humanitárias até os nossos dias e suas lutas se retraiam como moluscos frente às insanidades de Trump e seus aliados Israelenses, ou o contrário, que seria mais provável. Ou seja que abismo entre Trump e Obama e este de Carter, em não saber nem ao menos negociar paz em qualquer lugar do Oriente Médio, na sandice cruenta por petróleo e dominação religiosa em território palestino. A pergunta seria: é justo? Qual será a determinação do Altíssimo? Certamente o mito dos sinais dos fins do tempo não seria tão simplista e previsível, haja vista um império decadente que dispõe de milhões de toneladas de explosivos e artefatos de guerra crerem piamente que basta o arsenal para mandar no mundo. Não, seria simplificar demais o Apocalipse de João. Muito mais se vale ler a Encíclica de Francisco, nosso Papa, para que o mito da esperança e dos Evangelhos de Cristo mostre e volte a mostrar ao mundo que, tão certo quanto a gravidade de Newton, a esperança brote da primeira pedra que ergueu das mãos de Pedro a Grande Igreja e que – sempre – um bilhão de tiros disparados nunca valerão uma conta do rosário de Nossa Senhora, a mãe do Salvador!

A QUEDA

            Que bom seria se um enfermo mental lúcido ou propriamente tentado a ser, nessa tentação imperdoável para um ser “especial” caísse nas ruas como vítima de si próprio a se afirmar que fora a simples equação do surto... Nada é mais confortável para o establishment ver que um homem que busca a consonância com a verdade, quando enfrenta as feras vazias e inexistentes do exterior o reflexo do que seria, quiçá a outra parte do que não se sabe, ou se argui nas aparências algo desferidas pela indução, pela mídia, pela espetacularização de um inocente frente aos ataques incontinentes de uma sociedade devastada por si mesma. Não, não seria bom ver um enfermo mental feliz enquanto com capacidade crítica acima dos outros mortais, qual não seja capaz apenas de desferir flechas certeiras com as palavras, exatamente no coração da tirania! Que Camus nos perdoe, mas esta é a história não da queda de um qualquer, mas da queda da humanidade como um todo.
            A princípio, tantos são os amores da vida, que não sabemos ao certo a quem amar verdadeiramente, e se Gogh fosse vivo e afamado como quando depois de sua morte, talvez houvera uma petúnia linda e aberta para ele. Mas não. Seu caminho foi o da Queda. Foi o caminho longo, dos santos, dos inocentes, dos mártires. Não tenhamos agora que tecer proximidades com algo que acontece agora, pois é fato que nada está realmente acontecendo no mundo, a não ser o impacto global e a destruição do Ser, porquanto não apenas o humano, como seus consortes outros. Essa atávica perseguição não diz respeito à enfermidade psíquica, mesmo sabendo que nosso estigma põe a mesa dela para que sejamos caídos por antemão, apenas pelo fato de não termos o direito de existir sem o preconceito que consome nossos poros. Não se cite a relação entre o macho e a fêmea, pois esta está escrutinada em cadernos mais recentes, o voto sacrificado e duro de se redimir é a tentativa irredutível de fazer com que a nossa população – os enfermos dessa natureza – seja negada a possibilidade de termos olhos que vejam, bocas que falem, mãos para a nobreza dos gestos e ouvidos para a necessária compreensão.
            Esperem, que mais algumas palavras e ei-la: a loucura! Tão presente e tão ausente, meus camaradas da terra do nunca... Quem é de qualquer partido de esquerda sabe que nunca foi tão fácil nulificar qualquer liderança que venha dessa fonte, pois seu trabalho “assistencialista” só permite a participação dos funcionários da “saúde”, em progressos de mesmice, em atalhos do descrédito. Sabendo-nos vulneráveis nos chamam ao partícipe gesto, para depois fincar ciclópicos gostos ao entendimento de uma psicotrônica que não faz qualquer sentido, pois nunca resulta algo desse micro panorama analítico. Resta saber que os ganhos de tais feitos passam pela desconstrução de possíveis lideranças, a saber, contextualizar medicamentos como algo que não seja próprio, apenas uma ideia consignada de um psiquiatra, que encontra no rebatimento dessas pseudo instituições um tipo de parceria congênita, por vezes. Na verdade, a ciência da psiquiatria é para quem entende, e um profissional gabaritado obviamente possui em seus caminhos na ciência mais resultados humanos do que a fantasia de se preocupar com os movimentos sociais de fachada, onde o orçamento alimenta de ócio a burocracia. Creditar uma palavra que seja a respeito de um tipo de revolução é o mesmo que encontrar nas costas de um enfermo dessa ordem a cruz que ele não é obrigado a carregar.
            Por essas questões – repito – a queda não significa muito quando vem de um a preocupação do outro, por ventura seja esse outro estranho ao que se passa com aquele que sofre e sempre sofreu da psique e seus tormentos, justo por não ser aceito em qualquer tipo de organização, principalmente as de cunho ideológico, partidário, social, etc, pois o que pega no couro de nossa infelicidade é a velha pergunta de sempre: você está bem? Como se a própria humanidade não pudesse dizer o mesmo de si própria, quando se preocupa apenas em pegar o poder e permanecer com seus interesses intactos, cooperativados com antigas e oxidadas concessões, no moto contínuo de uma história em que só os loucos levam a verdadeira culpa: sistêmica e inexorável.

segunda-feira, 14 de maio de 2018

A VIDA EM UMA SEMENTE

          Pois que seja, apenas uma semente, e que esta nos remeta ao significado primeiro da vida… O estágio em que se descortina o potencial de um quase broto, ao que homem saiba que dele dependemos, e uma terra saudável é o quilate da fecundação. O alimento de nossos corpos, a vertente que não se doma jamais, o aplacar-se a fome de um cidadão na miséria devem ser o continente de nossa compreensão, e não o conforto em que poucos se situem na metáfora da realidade e seus atores. Posto que a mesma semente coloca a mão do lavrador frente a frente com a esperança de se possuir a terra, ou ao menos o fruto do seu trabalho. A todos que se compreenda a equação, pois o agrotóxico, por um exemplo produtivo, jamais será a vertente verdadeira de uma boa agricultura, haja vista a possibilidade de ganho real quando se democratiza a produção no campo. Seria um modo ideal a solução da vida em sua variedade produtiva nas lavouras e culturas familiares com excedentes para o mercado. O país deveria prestar mais atenção para essa qualidade, em que a vida não incidiria nas moléstias se o campo cultivasse os orgânicos, disponibilizando ao mercado essa fatia quase – atualmente – nobre para massas que consomem do sempre a se consumir. Essa nobreza não vem da posição social, mas sim do caráter que nos falta na sociedade para compreendermos suas reais necessidades e como a semente se torna o pivô da solução necessária da carestia rural.
          Entre outros tantos assuntos, a semente pode ser vista em seu simbolismo como a origem da vida, não apenas vegetal. Quiçá o big bang tenha partido de um tipo de partícula como potencial de tudo que há no universo, ao menos neste que se nos manifesta. A certeza científica obviamente nos aproxima mais da semente vegetal ou animal do que nas ditas origens dos planetas. Sempre o que nos é mais real são as coisas do dia a dia, mesmo quando não precisamos estar distantes de alvoreceres do pensamento, mas ocorre justamente nas grandes maiorias populacionais a preguiça em se aprofundar naquele, como algo que não importa à existência, esta que na contrapartida por vezes é desconhecida em qualquer contexto. O pensamento pode ser uma grande semente, por si, não apenas por frutificar leitores mas também com alimento da alma para quem o expressa. E, em nosso retorno às imediatamente linhas superiores, por vezes esquecemos – quase sempre – da semente vegetal como fato e causa própria do que temos por mais essencial que é o alimento. Da água igualmente, os animais que somos dela precisamos, assim como toda a vida no planeta. Talvez despontasse críticas, mas o que se deve requerer é que tanto outras espécies como a nossa possuem a sua fecundação, e o ponto magister é que a semente apresenta o potencial, por vezes em que o excesso de hedonismo humano exaure a semente, ou o oposto sem planejamento sobrecarrega os frutos.
           É lindo ver os rebentos da Natureza, como na mão da técnica, que gera com base no conhecimento da nossa espécie uma nova peça da indústria, uma obra de arte, uma mensagem que seja e a oportunidade que deveria ser mais profunda e democrática dos meios que temos para o engenho e as luzes. Viríamos com base em pressupostos tecnológicos as Eras respectivas e seu estudo afirmativo ou de crítica mais cabal, mas que no atual século o próprio tempo tem se relativizado mais do que em Eras de revoluções tecnológicas anteriores, com a inevitável e consequente amostra e irrupção de distúrbios de origem nervosa, quando a realidade e a ficção passam a se tornar cada vez mais invasivas dentro de suas próprias fronteiras, de cada qual. Começa a surgir a questão particular do indivíduo e seu rebatimento coletivo nos governos que passam a inevitavelmente relativizar suas ações, ou permitir o descaso com a coisa pública e a discriminação do rebento humanitário, qual seja, quando a autenticidade e veracidade com que se atua não encontra a compreensão do progresso ou evolução que pode partir da cidadania como busca. Essa busca que se torna mais cavalheiresca e nobre não depende de qualquer posição, dentro igualmente dos progressos dessa ordem, que se constituem os vigamentos mestres que compõem uma sociedade democrática que, como se deduz, é fruto de sementes que não devem ser lançadas a esmo, mas em terra soberana, em pátria e em vida.

sexta-feira, 11 de maio de 2018

O MOTE INCANSÁVEL

No que nos nubla o lutar-se se o for de luta quase incontinente
Saibamos que o que nos transporta é a justa sede de vida e sol
Quando temos por testemunha quiçá uma nuvem solitária
Abrindo cortinas sobre um horizonte nada turvo da montanha.

Eis que surge o mar tal como sempre foi, mutável e soberano
A que um mote de escriba tenha a ele como fonte perene e linda
Quanto soubermos que a escala do infinito é uma questão única
Da temporalidade efêmera que nos alcance o sabor das ondas…

E a Natureza igualmente surge, engendrada sem engenho maior
Posto que na nossa observação dista esta da diferença entre o olhar
De olhos serenos ou tensos, que presenteiam a percepção humana
Como mais uma apenas, visto não participarmos de voos tantos!

E os pássaros passam através de quase todo o nosso pensar na bruma
De nós mesmos que teça que por vezes estamos em terra firme
Nas diferenças em que um navegador solitário encontre tempo útil
Para enunciar no rádio de suas conquistas marinhas bons tempos no sul.

Este mesmo tempo em que sua escuna verte na proa a clara divisão
Das águas profundas e escuras que não seguem apenas na crista
Em que borbulhas brilhantes reverberam qual criaturas do mar
A inexplicável equação antiga de que navegar é necessário e real…

A órbita das noites que surgem como uma razão inextinguível
Não perece na sua superfície de estrelas que nunca caem da posição
Mesmo sabendo que no transcorrer da noite a própria lua acompanhada
Segue sendo engolida pelo futuro horizonte que se percebe apenas acordado.

A forma da poesia se distingue da mesma arte, pois tal como o perfume
Que o Cruzeiro do Sul alastra pelos céus, vê-se na superfície diamantina
Das águas o modo como encerramos um página discreta no seu afã
E tecemos o grande manto escuro da noite com a irmã clara do dia…

É nessa hora de divagações que não nos turvem o espírito, de sermos
Apenas coadjuvantes do que seja o nosso planeta, é que estaremos sendo nós
Na autenticidade de percebermos que a hora em que empenhamos nossos olhos
Sobre a nossa superfície estelar, é que seremos melhores enquanto ser ou seres.

Do que é e apenas seria, não basta uma questão de significados quase ausentes
Pois o que recrudesce em nós pode ser algo de plástico que esquecemos isolado
Na própria concepção de que uma luta pela esterilidade anacrônica do petróleo
Não deve mais admitir a crueldade em que as nações acordem para gerar a guerra!

Não devem existir esses acordos, o que se deve é pautar para uma paz de coragem
Em uma realidade em que dialoguemos abertamente com o próximo, fora da tela
Para que o olhar volte a se tornar mais humano do que o próprio outro diálogo
Que nubla o humanismo quando temos por intermediação apenas a tecnologia.

Por ventura queiramos algo mais do que apenas crermos que somos material de ensaios
Quando de fato o nosso quinhão no planeta deva ser justo, na dimensão serena do céu
Em que nos vislumbramos com a beleza, onde o infinito nos supere nessa ordem
A termos a referência cabal de que com a mesma Natureza podermos existir com o bem.

quarta-feira, 9 de maio de 2018

FEBRIL E FABRIL

Quantos somos a sacar de molas na aventura industriosa da sede de cumprir
Que se segue a um verso quase longo a pensar que a peça destoa do ninho
Em que se ergue a cortina produtiva, em mãos que sacam de seu despertar.

Febril é o diamante de uma broca que rompe o aço, costurando ao revés
Do que o torno não saberia da iluminura tão antiga que se consome a vela
Em um fogo tão consonante com o dizer que não tracemos a contento!

A fabril mensuração do talento em redescobrir nossos aspectos do cotidiano
Em que no mais das vezes a moeda fosse tão antiga quanto um pensamento
Que de uma escritura, de um grande livro nos garantissem como garantia…

Grande é o alvorecer de uma poesia, que não se cumpra impreterivelmente
Do que se teria cumprido sob as luzes de outros quilates, dos fachos brancos
Sobre a superfície plúmbea do consentimento em podermos sair das casas.

Não, que somos apenas botões em uma camisa de asfalto sereno e duro
Que nos remete a uma realidade consonante quando saímos no ato de entrar
E entramos pelas saídas em que jamais permitiu-se maiores divagações!

Que bom se o bom sentir-se se pronunciasse em nossos lábios, secos de sede
Quando os vemos em um caminhante saído cem vezes de uma fila de emprego
Onde não se tardaria nesse exército de reserva humana o pago insolvente…

Não, que o conforto não seja injusto, que tenhamos nossas casas e, para o sim,
Que possamos olhar para um pobre sabendo-o saindo dessa condição
Por entre as faces da honestidade, onde o espelho da nação não tem se encontrado.

Seria alvissareiro termos em vista no mesmo ano de nosso grande e cru ideal
A maturidade em que as escolas pespontassem qual um rosário de esperança
Todas as vilas que de lei trespassada pela desesperança tecem ainda de miséria.

Não, é apenas um canto da pena indecifrável de um poeta, a pena que canta,
Apenas um cantar-se de um verso que talvez ainda se encontre com o justo
Em que o joio não crie almanaques na velha questão de consumir celuloses.

Pois sim, a derradeira palavra que se nos cante agora e sempre, antes que o alaúde
Verta a sua música na parafernália de uma engrenagem cheia de novidades
Sem que soubéramos que a plataforma da humanidade não é de imposição de um.

A saber, que uma crítica onda se nos nubla a face, qual miríade de um orvalho fresco
Despontando sobre a grama de toda uma multidão de seres muito pequenos
A fortaleza de si próprios a saberem-se grandes na dimensão hercúlea de suas tarefas!

domingo, 6 de maio de 2018

OS DIAS MAIORES

           Qual não fosse a ideia, mas Adamastor esperava pelo correio, lendo obras, não propriamente de uma leitura convencional. Cartilhas talvez, apenas, pois era um cidadão de formação técnica. Exatamente qual ofício que exercia não era de um padrão corrente, mas sim que fosse uma espécie de far tutto. Gostava, aliás, tinha uma relação quase afetiva com objetos, coisas, máquinas, computadores, além de ser profundamente curioso com relação à ciência: sempre a newtoniana. Sempre havia coisas a chegar via postal, eram tempos de espera, pois Adamastor chegara à conclusão de que a internet realmente facilitava a disposição de materiais para seus estudos. Sempre havia o chamado up grade, como um liquidificador mais forte ou, na contraparte, um móbile mais descartável. Sua vida girava com intensidade em torno de peças, soluções e equações difíceis por vezes, mas que quase sempre resolvia. Casado com Edite, esta reclamava sempre que um homem tão sábio deveria ter se formado em alguma faculdade, e não o ofício de prestar serviços, aos quais nem sempre recebia do merecido. Esta, formada em letras, lecionava aulas particulares de português a estudantes e fazia revisões no campo de teses e peças literárias. Eram ganhos mais fixos, quando seu esposo não conseguia trabalho em alguns dias mais difíceis.
           Surgiam justamente dias mais temerários, dias em que não se sabia se as pessoas gostariam de prosseguir estudando, pois Edite – antes – lecionara em uma escola que posteriormente foi fechada por falta de verbas e descaso, levando-a a optar por ser autônoma, com os riscos inerentes em uma sociedade que enfrenta suas crises e dificuldades. No entanto, o casal se dava muito bem, estavam na casa do quarenta anos, e se conheceram na entrada de um cinema, quando Adamastor foi apresentado a ela por um amigo. O filme não dizia muito, era meio fantástico, com os efeitos em 3D, e a plateia estava infantil, nas suas reações, no modo como fixadamente seus olhos pousavam curiosos sobre a grande tela… O casal trocou olhares como se já se conhecessem, e Edite convidou-o para um café. Saíram antes do filme terminar, criou-se um idílio amoroso e despertaram juntos em um hotel do centro da cidade: absortos, apaixonados e esfomeados. Não haviam trocado muitas palavras, nem juras secretas, apenas assentiram com o prazer apaixonado, com o fruir de seus corpos, nada mais que não fosse desse tamanho e, no mês seguinte, já estavam morando juntos.
           Visto que a convivência desde o primeiro momento foi serena e de companheirismo mútuo, o casal enfrentava por vezes alguns atritos, mas por incrível fosse, estes cabiam na palma da mão, e sentiam ambos a tendência de uma compreensão cada vez maior e mais sólida. Não eram tempos de muitas flores nos jardins, parecia que os calçamentos tomavam conta da terra, não bastassem as ruas e as lajes, o asfalto cotidiano e as ervas raras brotando nos interstícios. Ao que vinha de qualquer panorama do mundo nos canais convencionais, se fosse pesado em uma balança de dois pratos, o trágico venceria. Mas os pratos não possuem nomes, qual fossem os da justiça, e para esses seria melhor não serem postos à prova. Aquele início de inverno chegava sempre pela manhã, em um frio metódico, e depois o sol, um sol sem ozônio. Por essas questões de que o mundo não estava lá sem alguma cólica era que Adamastor e Edite passavam como um exemplo de relacionamento… Falar-se de um exemplo, quem sabe, que o fosse dos dois, apesar de tanto relativizarem esse tipo de tema. Poder-se-ia dizer que eram uma dama e um cavalheiro, nessa posta mesa de hipocrisias e desavenças em que muitos se fartam, e um portar-se bem por vezes é tarefa difícil diante de idiossincrasias e preconceitos, patrulhamentos ideológicos e julgamentos sem razões aparentes. Mas a questão era que muitos são totalmente distintos de cada qual, e a individualidade e suas vivências misturavam-se por vezes a grupos, a times, ou equações de convivência a que nem todos possuiriam uma ideia geral, ou um consenso a respeito da existência de um particular como particular, um espírito e sua história, anímica propriamente, exponencialmente.
           Não se veria o caso da particular existência do casal o fato de que suas diferenças em relação à vida, a qualidade e virtude e defeitos que cada qual encontrasse diante de si, não se veria tanto como se não fora algo tão natural como o comportamento das conchas, onde nunca há um espécime igual. A casca é diferente, o molusco é diferente, obviamente fruto do Darwinismo e sua grandiosa ciência. Ele encontrou as formas e seu funcionamento. Não chegou a explorar o desenvolvimento do pensamento humano no correr da história, mas isso fica a cabo da filosofia. A um ponto científico da ciência, chega-se ao estudo do cérebro. Mas estamos mais perto dos cônjuges falando de amor, da compreensão, da revelação espiritual que ninava o relacionamento de Adamastor e Edite… Posto sendo o espírito muito maior do que a matéria, veremos a real possibilidade de um mundo onde uma máquina não precise gerar tanta soberba no que somos, animados por um piloto que mal conhecemos e que reside dentro de nós, o pivô mais nobre do rico e do miserável, do feio e do bonito, do que escolhe e do que rejeita, mas principalmente daquela inteligência que só existe quando permite que esse espírito desponte em nossos atos, posto ser uma mera e infinitesimal partícula de Krishna!

sexta-feira, 4 de maio de 2018

NÃO NOS AVANCE A CARESTIA

           Quem somos neste mundo redondo e gigantesco, tão grande que tudo parece um grande plano, onde a esfera gira a muitos perceberem o sol, em suas lavouras, ou nas cidades, sem dar-se exatamente conta do que a ciência tem revelado à humanidade desde o tempo mais remoto. Têm-se a impressão do mesmo tempo em que, ao suceder uma informação de trilhões de byte por segundo, há na estação das chuvas a espera que esta realmente venha, espera de meses por vezes, para garantir a colheita de alguma cultura. Por ventura que há a colheita quase certa da soja e da cana de açúcar, mas em outras a mandioca passa a ser rara. O tempo relativiza muito, quando de uma greve as dificuldades por que passa uma categoria transfere a dificuldade para muita gente, que depende do serviço, mas a greve é o único modo de fazer com que algum direito pelo menos seja obtido, ou que se abra um diálogo assim, na forçada. A greve, esta mesma que encontramos nas ruas, as manifestações, são instrumentos ao menos para o diálogo, se transforma em um tipo de valor. Está certo que as mídias sejam alinhadas com os governos mais conservadores no neoliberalismo, e portanto algo como uma manifestação seja contra um governo mais voltado ao povo, a aquelas dão a cobertura plena, e o inverso não acontece. Mas a greve, quando afeta diretamente o próprio povo, e deste as classes mais favorecidas, são veiculadas pela mídia e recebem a crítica, dentro de uma espécie de engrenagem onde há um tipo de ação e suas negativas. Ou melhor dizendo, o zero e o um, quando estamos recebendo da informática o funcionamento da lógica dentro de seus sistemas, e fazendo praticamente o espelho de nossas realidades dentro dessa mesma razão, ou lógica simplista, como se queira chamar. A carestia não sabe bem desse criativo modo de ver as coisas. Ela exaure as massas, boicota o próprio cansaço com mais esforço, faz revidar uma luta de cunho muito mais individual, pois as famílias que se multiplicam na linha da miséria e da pobreza muitas vezes não possuem referências concretas de como reivindicar suas questões: não possuem muitos mecanismos, muitas vezes seus trabalhadores são autônomos, não possuindo nem a garantia de se aposentarem. Dá-se a carestia para um indivíduo, mas toda a relação deste com o sistema depende de seus esforços, seu trabalho, quando se sustenta peremptoriamente que mesmo a vida honesta dentro da extrema injustiça social se dá por vencida, nos padrões desiguais da concentração de renda. Como não negar isto? Será que se fala na entrelinha algo diferente? Não. É isso, um retrato nítido de um país como o nosso. Essa condição há que estar de acordo com uma premissa que o bom senso humano estabelece: há que se melhorar, a piora desse quadro é insanamente proscrita, deve ser proscrita qualquer ação de governo ou não que tente segregar mais a nossa nação e espalhar esse conceito nefasto à sociedade brasileira.
           Ter mais condição de desenvolvimento humano é logicamente a razão que nos coloca frente a frente com desafios difíceis porém não impossíveis. Se porventura colocássemos o valor do caráter humano, seus fatores, seus bens pessoais enquanto vivência existencial, se super valorizássemos a arte como meio de compreensão com a lavra, com o fazer, com o construir, como um diálogo com a matéria animado pela vida anímica, espiritual, versando unir no coletivo e na expressão individual, será que não mudaríamos portanto uma sociedade onde a virtude e a honestidade viraram sucata? Estes refugos têm a chance que esperamos, e talvez o trabalho alternativo, a vida em uma única comunidade onde aceitemos as fronteiras que separam cada indivíduo do outro em modalidades competitivas onde a lei do mais forte prevalece e os mais fracos acabam por serem dispensados, ou enjeitados frente a conquistas inócuas onde o proceder segue prosseguindo falso e temerário, onde por vezes só vislumbramos a luta que dizem lutarmos, e as greves, e os protestos tornam-se uma aparente saída, sempre no viés político. Um artista ainda é uma grande antena para o mundo, e encapsularmos sua vida trazendo-o para o mundo digital, funcional, como profissão, tirá-lo do lápis, dos pincéis e transferir a vida da expressão para algo chamado de design, ou utilitarismo, é no mínimo desprezar a leitura que muitos poderiam fazer com um talento maior sobre os problemas, as felicidades, ou a consciência mesma da vida, das formas, da estética e do fruir maior e mais espiritual que a carestia cerca para uma questão onde não encontraremos todas as respostas, pois mesmo um governo mais voltado ao aspecto social por vezes carece de deixar espaço a essa tão importante falta que nos faz a arte: sua expressão, seus modos.
           Resta a nós sabermos que não basta sermos preocupados com o andamento social, se dentro de um desenvolvimentismo exacerbado não deixarmos espaço tão necessário à arte, à poesia e à literatura. Esse é um grande alimento quando pudermos nos situar em qualquer lugar, uma sociedade totalitária revela por vezes a perseguição implacável a quem tenta criticar ou expressar o que sente ou pensa de seu entorno, na expectativa de não necessariamente ter que recorrer à política. Por esse encontro com a arte devemos saber que qualquer cidadão do mundo deveria ceder espaço a ela, já que há pessoas que se tornam enfermas por não possuírem o escape natural de sua alma artística quando lhe tolhem a expressão, ou reprimem a arte e os artistas de modo a que sofram a segregação e o preconceito, que são da natureza mais brutal à existência cultural de qualquer nação.

terça-feira, 1 de maio de 2018

LEIS, MERCADO E COMPORTAMENTOS

            Possuímos um certo acervo de que falar sobre tantas as coisas que significam estarmos inseridos em uma economia de mercado, ou o que dizem deste, como se o neoliberalismo fosse realmente importante dentro do contexto de sabermos diferenciar certos paradigmas de outros. Surge que nos tempos de hoje, para o consumidor médio, que precisa estar nos estabelecimentos a fim de suprir sua demanda do cotidiano, como as feiras, as padarias, os pequenos comércios ou mesmo grandes lojas, é importante que estabeleça boas relações de compra: garanta o trânsito entre quem vende e quem paga, pois para o cidadão comum um açougue é um fornecedor de carne, e para aquele, é bom dispor do serviço. A bem dizer, o que se é de lei fundamental em uma sociedade capitalista é que quando se tem o valor, compra-se a mercadoria. No entanto pode haver trajetórias que não se encaixem bem nessa simples relação de troca: o fator humano. Por exemplo, por questões de natureza política, ideológica, ou racial, pode haver um espaço segregacionista acontecendo nos interstícios desse ir e vir, e uma provocação ou outra cede espaço para que alguns não pretendam mais frequentar a pretensa liberdade do mesmo mercado, pois o poder dentro das empresas pode levar a uma busca de seleção dos indivíduos que participam das compras, ou abertamente dizendo, em um plano macro, da capilaridade que atinge até os maiores fornecedores de serviços no comércio de algo, onde por vezes conseguir o trânsito de negociação é uma tarefa árdua. Muitos já adotam o comportamento de mercado dentro das plataformas digitais, mas supondo que sejamos uma nação livre da segregação que pode surgir dentro de divisionismos políticos ou etnológicos, ou de gênero, ou classes sociais, a lógica de que o freguês tem sempre razão por vezes não cabe no que ocorre dentro de algumas cidades, bairros e vilas em nossa nação.
            O sistema tece seus próprios comportamentos, e carece da compreensão de seus líderes ou empresários a união necessária ao menos para que o dito mercado livre funcione, dentro da civilidade e incorruptibilidade de seus atores. Por errar o troco, mesmo que inconscientemente, se alguém fatura mais três valores em cima de um quilo de arroz, por um exemplo cabal, e toma ciência, e toma gosto, por vilipendiar seu erro em próprio benefício, esse negativismo positivista toma corpo de modo sistêmico no outro valor que se perde, em um outro tipo de exclusão de si mesmo, em que se perde o pequeno e dá jus ao grande que perde a nação inteira... Esse estar-se excludente passa do modal transitório ao sintomático, e a riqueza pede passagem sobre os ombros do trabalhador que não pode desse mesmo modo ganhar mais do que o que é acertado pelo patrão. Não tem como, o trabalhador ganha do seu fixo, e tem que se tornar doutor em suas contas e fiscal nas suas compras. O seu ganho real é fixo, demarcado, enquanto em uma economia onde o mercado se corrompe – isso em todas as plataformas mundiais de mesma esfera – a garantia de que não haja o crime de lesa pátria é pouca, trazendo a reboque tantos e tantos modais outros, de crimes menores, de pequenas máfias, de máfias poderosas, enfim, algo que nos destroça enquanto cidadãos fixos e honestos.
            Passa a ser a lei um granel irrefreável de processos, um andamento contínuo de mais e mais profissionais da área jurídica, uma tendência a politizar até mesmo preceitos constitucionais, familiares entrelaçados, proteções e jargões intraduzíveis. Mas a lei sempre deve ser respeitada, sobre todas as veredas, mas sujeita ao debate, onde aquela ponta que é a base da pirâmide, dos enjeitados, dos que dão o sangue para o trabalho duro, tem que participar, dentro do grande modal que nos resguarde sempre, quiçá em um ideal de pátria soberana, que é a Democracia Participativa, essencialmente, em que os líderes não necessariamente sejam vinculados a partidos, mas que sejam a voz ativa de suas categorias e profissionais de cada setor do país.
            Passa a ter voz sonante, clara, audível e verdadeira aquele que afirma: meus direitos não se negociam, pois apenas com a consciência vibrante e gigantesca de verdadeiras lideranças que não se preocupem com hierarquias ilusórias em um planeta como o nosso, onde os peixes são tão importantes quanto a realidade poluidora, onde estamos vivendo um massacre nas nossas fontes energéticas, derretendo os oceanos e orando para que se massacrem religiosos na busca vã de explicar e justificar as guerras sob a ótica salvacionista. Apenas aqueles que não possuem a ignorância de não serem reais coniventes com o fracasso que está se tornando toda a nossa espécie poderá dormir um sono tranquilo sem dever acreditar que é através de um movimento qualquer inócuo que estaremos na verdadeira paz de Deus! O que nos encaminha para o sempre é feito de uma grande ponte: oscilante, gigante, verdadeira... A guerra ou a luta, meus caros, está no coração do ódio e do rancor, e enquanto não houver a União desejada, por todos os brasileiros da nossa pátria, haverá diáspora, temor, conflitos e guerras silenciosas...

O TRABALHO E SEUS DIAS

          Nunca será suficiente sabermos que há um dia para celebrar o trabalho em sociedade. Não há porque tentarmos virar a página e ignorarmos a extrema dificuldade por qual passa grande parte da população de nosso país, este que passam a enquadrar como em desenvolvimento, este que possui a alcunha de ser terceiro mundista. Teremos que considerar que a nossa força trabalhadora construiu tudo o que se vê da lavra humana, e tanto a ser ver no cotidiano de nossos lares, de um Brasil pacífico e, no entanto, paradoxalmente com altos índices de violência. Haveríamos de fazer uma revisão introspectiva para tomarmos ciência de como caminha a nossa relação com outras nações e requisitar melhorias internas urgentes para emergirmos socialmente dentro do escopo do desenvolvimento, este que seja para todos. Enfrentamos dia a dia um recrudescimento das carestias sociais, de indefinições políticas, de uma economia quase ausente quando se pensa em algo mais nacionalista, de uma democracia que encontra nos seus opositores o maniqueísmo daquela existir, como algo que não possua muito sentido. Essas questões que abraçam o tentarmos viver em comunhão com o próximo por vezes enfrenta o abismo que muitos creem existir entre as classes, e suas pretensas lutas, porquanto hoje não se sente as melhorias tecidas pela reivindicação daquelas, haja vista estarmos em uma situação de vulnerabilidade jurídica que abraça desde o crime comum àqueles que hoje detém o Poder.
         Não fará sentido se a crítica contumaz vier a dar nos costados do comportamento que muitos tenham aceito por opção, pois o que verdadeiramente se preza é a posição cavalheiresca de nos portarmos diante dos desafios e da solução que encontraremos paulatinamente no que viermos a encontrar por encima de nossos propósitos… Este padrão que está fortemente vinculado à revolução tecnológica de nossos tempos e as ferramentas que já estamos obtendo como meio de nos comunicarmos com velocidade surpreendente comporá um cenário de sedimentação para efetivamente encontrarmos um uso compatível com o que queremos dizer e para quem, em uma conquista desses mesmos meios que agora já estão nas mãos dos indivíduos e seus grupos, do coletivo às instituições, na forma de mídias digitais onde não apenas somos protagonistas, como atuantes enquanto produtores da mesma e necessária mídia. Porquanto haja uma preocupação qualquer existencial, faremos de uma vida algo solitária a compreensão de que os mais velhos tracem com suas experiências de saber a história: companheiros que deixamos de lado por convenções externas que muitos fazem crer na sociedade errônea do descarte. Essa mescla de gerações deve existir de qualquer modo, assim como culturalmente a conexão de um indígena é a Natureza, e essa forma de viver deve ser profundamente respeitada, não apenas como constatação, mas em bases do costume jurídico cabal.
          Por assertivas de modo humanitário, saibamos que é através da compreensão do próximo que não se dê através de falas ensaiadas, mas sim de um amor surpreendente com relação ao mistério das nossas existências é que faremos de um trabalho algo que antecipe, desde o início em lócus, nas oficinas, cozinhas, páteos, etc, uma concórdia que nos pareça o progresso verdadeiramente humano enquanto diálogo consonante com as diferenças e questões de liberdade afirmativa que compõem o cenário não excludente daquilo que venhamos a aceitar, nas questões de uma paz social e igualitária em seu direito universal. Não menos do que isto.