quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

EMERGE O MARKETING

          Não saberíamos talvez enumerar certas possibilidades, mas ignorarmos algumas questões sobre o funcionamento do mercado e suas estruturas por ventura pode caracterizar a ausência por ausência, a negação do conhecimento. Posto quaisquer críticas mais incisivas incluso sobre as incertezas e as contradições do chamado neoliberalismo necessitam de antecipados e sólidos estudos. É como termos que estudar a pós modernidade na arte e suas variantes um pouco inconsúteis, que fizeram por diluir as manifestações artísticas de acordo com as raízes existentes nos povos de culturas diferenciadas, quando reverencia o novo e estabelece padrões para serem seguidos como uma instância inevitável do descarte e da produção serial ou com a parafernália toda que segue essa ótica da modernidade às avessas: que não edifica, apenas decora.
          Parece que temos a impressão de que a ciência do marketing acaba por mesclar as linguagens, onde a tecnologia amplia as suas possibilidades gigantescamente, e os meios diluem cada vez mais a nossa cultura, negando processos anímicos, como se fosse tornar o social fruto do emblemático e inconsistente fator dos descartes que sucedem consumos quase compulsórios. Edificar uma nação baseada no consumo como geração de renda e emprego parte do pressuposto de que a educação passa a ser coisificada no processo, sendo alvo do emprego totalitário de medidas de contenção da crítica, tratando professores em um ganho muito menor do que o justo, e pensando em um país como uma casamata de onde emergem os sucessores do descaso, o nada, um jogo mercadológico. Esse processo de ver sociedades como algo que globaliza apenas acentua as diferenças a favor dos grandes investidores, ou países com interesse de ganhar as corridas na performance econômica e suas variantes de competição inglória para nações que não investem internamente sequer na sua educação pública. A tendência é se acentuarem as diferenças cada vez mais, supondo que a razão do self made money emprega a imaginação e o sonho de que sem capital e com ideias apenas pode-se obter ganhos superlativos de crescimento…
          No entanto, a seara com que nos confrontamos na realidade econômica de um mundo globalizado subentende sabermos crescer com a lógica do mercado. Agregar valores essenciais no conhecimento e lutar para sabermos ser mais independentes com relação a novas tecnologias ou processos produtivos, e a ingerência que nos traz o contraponto entre a não aceitação ortodoxa ou a valoração de coisas a que antes não encontrávamos significados. Como em uma nova gramática, a saber, suas formas, relações entre palavras, estas com as letras, e o significado tendo em vista a possibilidade de comunicação que se obtém através de um atento estudo. Pois todo o sistema possui uma sintaxe, uma linguagem, e a aproximação com essas vertentes nos faz criar expectativas de melhora necessárias, dentro do contexto específico, em que teremos que possuir as habilidades com novas ferramentas nesse pressuposto, em que a arte e suas metáforas como figuras profundas serão sempre válidas nessa grande e complexa questão. Aparentemente todas as potências mundiais querem se valer da chamada globalização no planeta, e a corrida aos recursos praticamente é fruto de um mapeamento geopolítico que toma proporções alarmante na medida em que a ciência dá verdadeiros saltos e a velocidade de informações surpreende com progressões em que a luz é o limite. No entanto, há uma divisão do trabalho em que aqueles que são empregados em modais manuais de fabrico e serviços passam a ser uma única classe, enfrentando sérios problemas na chamada ratificação do mercado, onde seus direitos cedem ao poder constituído, que são o patronato de países como o nosso, instrumentalizados pelo pressuposto de se manter o interesse estrangeiro em territórios onde a manipulação da opinião chega a ser cordata, mas intimamente é fria e cruel. Eclode, como fruto esperado, um tipo de marketing onde a ação, os filmes, o alcance da mídia como um todo trabalha em estranhas sincronias com uma programação onde a classe trabalhadora não encontra mais espaço para um entretenimento, qual não seja ver o exemplo das máfias do governo, e coadunar, e tomar como sinistra referência, onde muitos caem no crime, onde a polícia enfrenta as crises de soldos injustos, o sistema prisional colapsa e a repetição da podridão administrativa em todos os escalões continua, apesar do alcance de investigações cabais e a luta de muitos membros do judiciário ainda se manter no sentido de tentar melhorar esse status.

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