domingo, 28 de janeiro de 2018

INCLUSÃO EXCLUDENTE

          Saibamos que o mundo não está tão diverso assim, com toda essa miríade computacional que aparentemente abraça uma verdadeira constelação de possibilidades, mas que na verdade restringe o valor do que antes era a simples ferramenta para o trabalho de editoração, para citar um exemplo, onde o desktop publisher era uma profissão importante, para agora termos a necessidade dos profissionais compulsoriamente terem que aprender muito mais para um ganho relativo igual a antes, enquanto criador. O que nos leva a crer que o contraponto disso, o viés de utilizarmos antigas ferramentas como os pincéis, o nanquim e um importante e necessário ressurgimento da arte faça da migração inversa a garantia de um olhar sobre a memória de nossa sociedade e uma releitura assaz concreta da necessidade da expressão como condição da autenticidade criativa. Essa autenticidade não deve ser material de descarte, haja vista não ser propriamente matéria, posto anímica. Nessa questão vai o espírito de encontro ao expresso, seja na impressão, no plasmar a matéria, no encontro com um veículo ou sobre um suporte, no diálogo, na busca de um pensamento, ou na difusão deste com a própria filosofia e na prática essencialmente criadora. O trabalho sem vinculação com a ideia que não parta de fonte de luzes maiores perde para o previsível, e o ganho da questão empresarial passa a ver o lado criativo nos faturamentos, suas demandas, seu lucro. A ponto de imensos recursos serem despejados quase aleatoriamente em sistemas criados como exemplo da construção de aplicativos, ou da complexidade de algoritmos que no mais das vezes não são compreendidos de fato pela “imensa minoria” que compõe suas manufaturas via linguagens e projetos ou ideias milionárias, que muitas vezes – com devidos entrelaçamentos de redes computacionais antecipadas – vem a dar na pontual concentração de lucros excessivamente desiguais justo quando os aplicativos mais utilizados fogem da esfera nacional de países menos desenvolvidos, como o nosso país, que não possui grandes projetistas e precisa importar os processadores (corações das máquinas) para poderem fazer funcionar o sistema com todas as vinculações de dependência tecnológica. Portanto, não possuem inteligência suficiente ou Universidades à altura dentro do contexto democrático, para fazer frente a esse desenvolvimentismo que torna os ricos mais ricos e amplia o leque gigantesco da vulnerabilidade social no seio de nossas grandes cidades, quando pensamos na questão das populações urbanas…
         Resta sabermos que na visão de um Estado nacionalista a razão do desenvolvimento de suas populações deve sempre permitir que nossos administradores não entreguem as nossas riquezas para quaisquer outras nações a fim de aparentemente solver problemas de fundo de caixa. O Brasil não pode ser uma empresa, pois esta só existe como tal quando sacrifica o lado humano em detrimento de seus ganhos. Não estamos em uma posição de achar que o problema é de gestão, mas sim de grandes lideranças capazes de mobilizar as massas trabalhadoras a fim de que estas participem de seus próprios desenvolvimentos e qualidade de vida no seu lado social, humano e patriota. Não serão os mesmos que continuamente venderam nosso país em tempos atrás que continuarão a capitanear a derrocada de nossas reservas e riquezas.

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