Saibamos
que o mundo não está tão diverso assim, com toda essa miríade
computacional que aparentemente abraça uma verdadeira constelação
de possibilidades, mas que na verdade restringe o valor do que antes
era a simples ferramenta para o trabalho de editoração, para citar
um exemplo, onde o desktop publisher era uma profissão
importante, para agora termos a necessidade dos profissionais
compulsoriamente terem que aprender muito mais para um ganho relativo
igual a antes, enquanto criador. O que nos leva a crer que o
contraponto disso, o viés de utilizarmos antigas ferramentas como os
pincéis, o nanquim e um importante e necessário ressurgimento da
arte faça da migração inversa a garantia de um olhar sobre a
memória de nossa sociedade e uma releitura assaz concreta da
necessidade da expressão como condição da autenticidade criativa.
Essa autenticidade não deve ser material de descarte, haja vista não
ser propriamente matéria, posto anímica. Nessa questão vai o
espírito de encontro ao expresso, seja na impressão, no plasmar a
matéria, no encontro com um veículo ou sobre um suporte, no
diálogo, na busca de um pensamento, ou na difusão deste com a
própria filosofia e na prática essencialmente criadora. O trabalho
sem vinculação com a ideia que não parta de fonte de luzes maiores
perde para o previsível, e o ganho da questão empresarial passa a
ver o lado criativo nos faturamentos, suas demandas, seu lucro. A
ponto de imensos recursos serem despejados quase aleatoriamente em
sistemas criados como exemplo da construção de aplicativos, ou da
complexidade de algoritmos que no mais das vezes não são
compreendidos de fato pela “imensa minoria” que compõe suas
manufaturas via linguagens e projetos ou ideias milionárias, que
muitas vezes – com devidos entrelaçamentos de redes computacionais
antecipadas – vem a dar na pontual concentração de lucros
excessivamente desiguais justo quando os aplicativos mais utilizados
fogem da esfera nacional de países menos desenvolvidos, como o nosso
país, que não possui grandes projetistas e precisa importar os
processadores (corações das máquinas) para poderem fazer funcionar
o sistema com todas as vinculações de dependência tecnológica.
Portanto, não possuem inteligência suficiente ou Universidades à
altura dentro do contexto democrático, para fazer frente a esse
desenvolvimentismo que torna os ricos mais ricos e amplia o leque
gigantesco da vulnerabilidade social no seio de nossas grandes
cidades, quando pensamos na questão das populações urbanas…
Resta
sabermos que na visão de um Estado nacionalista a razão do
desenvolvimento de suas populações deve sempre permitir que nossos
administradores não entreguem as nossas riquezas para quaisquer
outras nações a fim de aparentemente solver problemas de fundo de
caixa. O Brasil não pode ser uma empresa, pois esta só existe como
tal quando sacrifica o lado humano em detrimento de seus ganhos. Não
estamos em uma posição de achar que o problema é de gestão, mas
sim de grandes lideranças capazes de mobilizar as massas
trabalhadoras a fim de que estas participem de seus próprios
desenvolvimentos e qualidade de vida no seu lado social, humano e
patriota. Não serão os mesmos que continuamente venderam nosso país
em tempos atrás que continuarão a capitanear a derrocada de nossas
reservas e riquezas.
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