segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

A LITERATURA COMO PANO DE FUNDO

          Eis, na crua acepção, que a história possa ser contada a partir da literatura, esta que sustém o bom roteiro de cinema, quiçá um segredo em que as ferramentas da criação da ficção ou narrativas mais realistas em estilo possam ser de uma vanguarda mais democratizada… Igualmente, há o lado mais conservador, que paradoxalmente ostenta o que pensam ser a vanguarda, quando apenas se dá seu encontro excludente das visões da tecnologia como único modal, a busca em auferir lucro, mesmo com a "in"consciência de que viver com arte não pertence mais ao nosso mundo, reiterando margens de sustentação de romantismos em sua aparência tornados quase impraticáveis e derivando à alienação sem precedentes, comparando-se os anos deste novo século com séculos anteriores. Tudo passa a ser meio que aparentemente produtivo, em um excesso onde talvez uma página literária ou mediana de um pensamento arejado que alcance essas almas lhes permita situar-se, assim, aos poucos, de preferência, com uma realidade dura enquanto se lhes conceda compreender o funcionamento das engrenagens que pensaram o sistema tal qual é. Passamos a ver frações de verdades, na criação mítica dos avatares que mais nos serão futuros robôs humanos, se nos permitirmos ao avanço desse modo de estruturarmos nossas vidas.
            Não devemos tentar estabelecer o que seja a cultura, tentar elucidar pontos da civilização similares a filmes ou games onde passamos a treinar o nosso entreter ou em jogos de amor afora da delicadeza ao menos do carinho, não ao ente amado – propriamente – mas a todos os que porventura carecem das luzes do afeto e da compreensão, mesmo vivendo coisas díspares, ou por situação de conveniência, ou mesmo por determinação de se ignorar o que seja uma vida distinta. Falarmos de mudanças substanciais, dista mais em seus importantes alcances quando tratamos de refletir o mesmo carinho entre nossos próximos, sem necessariamente herdarmos – frente às ondas criminais que acometem o mundo – a ficção não necessária de que somos certos agentes ou factótuns comportamentais em viver a hierarquia de certa luta que não é certa, enquanto estamos desprezando a arte e a filosofia como modo de realmente compreendermos o nosso entorno. Mais do que isso, a contemplação não como uso de um tempo cronometrado, o não igualmente a que nossos filhos tenham tempo contado para brincar, afora das atividades que impomos a eles como composição indelével de um futuro competitivo ao extremo, onde se nega possíveis fraquezas… Não, seria muito querermos uma sociedade assim, tão distinta, mas se virmos o sentido de mudanças ao entorno mais próximo estaremos – se for a questão – permitindo a outros ver que os órgão gigantescos de comunicação, entre eles a TV, o computador e as redes sociais podem ser bem utilizados nesse processo, haja vista que só compreenderemos os seus devidos teores em essência se nos aproximamos da literatura, em um exemplo claro e magnificamente prático de sabermos “ler” a comunicação, de sabermos “apreender” a arte.

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