Profundos
são os nossos sentimentos perante a ausência que nos faria uma
razão que os circunscrevesse. A época em que vivemos, toda uma
condição em que as classes sociais – aparentemente com escolhas
horizontais – não recebem a gratuidade necessária em viver
condignamente. Nada está líquido no horizonte de nossas
perspectivas, pois a questão é a mesma engrenagem que possibilita o
controle do que fazemos, dentro de uma prerrogativa existencial mais
nula porquanto menos tenha contato com uma Natureza dilapidada,
ferida, subtraída, ainda que esteja em muitos lugares preservada, o
que pode nos dar esperanças para um futuro que, no entanto, é
incerto.
Muitos
seres habitam não apenas fisicamente nosso planeta, como o
imaginário de tantas pessoas, que mal podemos sequer conceber os
sentidos que nos aflorem enquanto páginas que somos por vezes em
branco, por não deixarmos fluir a arte em nossa própria literatura.
Quando usamos de metáforas, de certo modo, claras e lúcidas nas
colocações de uma linguagem que se aproxima da poesia, estamos
colocando as questões da preminência do ser porquanto não seja
este uma nulificação de suas próprias projeções e possíveis
dissociações psíquicas. Quanto mais se apreende o que quer que
seja a saudabilidade como herança ou construção futura de genomas,
ou no reflexo de tudo ao comportamento, recebemos como viés um
recrudescimento do preconceito atroz com relação àqueles que estão
vulnerabilizados por uma veia que não entende nada do que venha a
ser a cidadania e a conformidade com o respeito humano. Pensamos em
retroagir com a inserção de velhos dogmas, e é nesse parêntese
que devemos trabalhar a favor da paz entre os povos, pois saberemos
mais quando tivermos a concepção real do que vem a ser a arma
deflagrada e a situação em que nos colocamos a nós mesmos com a
necessidade de pretendermos fazer com que a sociedade passe a
boicotar aqueles estigmatizados pelo sistema. Quando de posição
importante perante a própria e importante intelectualidade entre o
que o ser escolhe como seu próprio paradigma de existência, há
certos tipos de cortes famélicos e crus que impedem a um enfermo
psíquico, mesmo enquanto estável, que enfrente em pé de igualdade
perante os Direitos Humanos Internacionais, que em países que vivem
na sombra de seus próprios atrasos permitem a irradiação de apenas
uma tonalidade da tradução mesma do que vem a ser a vida dessas
populações vulneráveis. Passamos a viver de migalhas onde os
sistemas computacionais apenas reiteram essa segregação, na criação
de ferramentas que se alimentam da fraqueza concedida fartamente por
esses estigmas apoiados pela condição sine qua non desses
processos de isolamento social. Visto como exemplo, uma propaganda
linear em que pontos de irradiação ou conexão de redes complexas
como as sociais expõem certos funcionamentos que permitem a
nulificação do ser, e suas ausências em vertentes onde pensamos
agir com grande poder, mas o que funciona é apenas a disseminação
de fachadas operativas onde estamos em uma grande vitrine, como em um
reality show onde nossos pontos de vista já são observados há
muito, como compete em algumas casas as web cams e os testes de
resistência analíticos. Como frutos de experiência de como um
grupo, uma família, ou uma pequena célula social poderão conviver
com um sistema de vigilância pago pelos poderosos que estão por
antemão blindados desses processos operativos.
Vivemos
a era do ensaio e erro, em que apostamos em modais do que seja o
menos pior, de um processo onde a ideologia não se faz mais
presente, posto não termos cabedais suficientes para contestar de
fato algo que não seja de pressões anódinas em torno de suposições
governamentais onde os pobres viram massa de manobra em mãos que se
afastam do que realmente seja importante na questão de ideários
transformadores. O ser passa a ser ausente de si, voga-se que quando
uma liderança passa a ter mais importância, atrai a atenção dos
chacais, em que nada supõe uma quebra de paradigma, e o horror
esperado no sentido da subtração encapsula os vórtices do Poder.
Convenhamos,
talvez seja a transição, mas veremos que no mundo inteiro o túnel
se torna muito longo, e a luz não vem de graça, e o dilema seria
realmente vendermos estatais para pagar contas do funcionalismo? No
mundo é assim? Que diria o chinês, ah sim, vocês querem vender
partes substancialmente estratégicas de sua nação, e nós
compramos sim, senão vocês entregarão a outros. E vendemos, e nos
dilapidamos. Faça-se a nação, nação feita: morta,
indispensavelmente entregue às moscas que vão depositar os vermes
para nos decomporem. Não há país socialista, não haveremos de
sociabilizar nossas conquistas, pois o que vem por aí será a
entrega de todo o nosso país, já iniciada nas grandes concessões
do que dizia ser o Partido dos Trabalhadores, e que não mudou. Não
é crítica, é constatação… Não queremos migalhas do poder,
talvez seja bom Lula voltar, mas como diria Gramsci em espelhamento
de uma Itália próxima do Brasil: por vezes o carrilhão da história
traz em si o fascismo como resultado de atos procrastinados em
regimes duvidosos, no que não foi realizado, como fato de que o
doente só ressuscitará quando passar por fases terminais. Estamos
caminhando pouco a pouco para um regime fascista, a se dizer por alto
que seja quiçá algo até piorado. Mas lembremo-nos sempre: quando
se constroem tipos alargados de concessões a fim de mantermo-nos em
poderes equivocados, a roda da História gira muito lentamente, pois
na letargia de governos nacionalistas ao extremo teremos sempre que
surgir com verdadeiras respostas, pois a engrenagem dos grandes
continua embolsando os valores que agora já faltam na mesa do povo
brasileiro.
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