quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

SIGNOS DE UMA LINGUAGEM

            Uma mera tatuagem imprime no corpo um signo, uma alocução própria, quiçá a tentativa de um significado, talvez um sinal, quiçá a própria potência em se achar com isso... Pinta-se o corpo, graças a Deus, que alteremos nossas linguagens mesclando o narrável com a falsa narrativa, assim, de sabermos se nos alcançam quando não estamos em palestras onde nunca nos colocarão. Que não nos imponham a linguagem dos fantoches, ou que a aceitemos como teste e jargão concludente do teatro de bonecos. Os antigos, o patrimônio, as nossas saídas permanentes, o jogo eterno do conhecer através da leitura. Abramos espaços em nossas dimensões existenciais, para que o mesmo foco em estarmos silenciosamente afeitos a qualquer apreensão da ficção ou da realidade possa irradiar como um gesto fremente de uma docência, de um ensinamento, onde quaisquer debates pautem para verdadeiras razões, e igualmente o conjunto irracional que pertence ao real. Perdoem as leves derivações, mas o neoliberalismo é assaz simples, tanto como quando uma gaivota perde seu peixe para o bando, e o peixe cai na água, e o bando se distancia para outras rochas. Não há maior temor nesse pássaro, pois os outros não lhes tiram o alimento do estômago, caso ele conseguisse concluir o resultado da caça – da pesca. Essa narrativa se acresce do visor em que nossos olhos se tornam: um visor singular, fixo, vítreo, já que quando estamos no display quadrado de imposição comunicacional, muitas coisas acontecem em um operário e seus movimentos de trabalhador. Como na água um homem com movimentos písceos se torna fundido com a superfície de olhares talvez curiosos, talvez – em uma esperança humana – mais profundos. Há que se ganhar no lúdico a superfície da linguagem ao menos, no começo de algo além de um verbo, por dentro de um olhar, por fora das semânticas previsíveis. Atentem que em períodos de revolução tecnológica os acertos começam sempre perdendo para os desacertos, estes consolidados como injustiça social, quebras em instituições onde as gerações de poder por vezes são ignorantes ao novo e mantém tradições revisitadas nos seus aspectos sinistros, e por fim a tentativa de sistemas totalitários como escape de controle ao que pese ser o “ideal” de um mundo melhor.
            Havemos de saber que não dispensemos todos os discursos, posto se dissecarmos a linguagem receberemos o aval do positivo e negativo, a contradição positiva e a coerência negativa, e o que temos a fazer é não separar jamais, mas apontar o justo dentro do injusto e o injusto dentro do justo, nas energias contrárias que se alternam, e que repensemos o Tao. Talvez a dialética seja algo aproximado, mas na história que se tende a apontar o final, vemos programações de linguagens onde a ilusão torna o começo do mesmo fim o equívoco na cabeça da maioria. Façamos nos caminhos as forças contrárias serem as forças de frente, e aquelas dúbias os alicerces dos flancos, abrindo para retaguardas em significados de linguagem mais próprios, por vezes duros, mas sempre ternos, onde deixamos os provisionamentos intocáveis, um país que alimente muito internamente, e a valoração de todos os grupamentos produtivos que ainda pensem, ou em estudar fora e trazer para cá o conhecimento, ou conhecer aqui e ir para fora trazer riquezas para o Brasil e nossas comunidades latino-americanas. Em um trânsito a que se permita vigorar a pátria, sistematizar boas instituições e primar por reformas que não sejam do interesse de lubrificar apenas as peças algo arcaicas do sistema, mas a troca de óleo que permita o avanço social e a consolidação de melhores distribuições de renda, e orçamentos com prisma nos setores de educação, saúde e segurança. Viveremos um pouco mais consortes não do ocaso da derrocada da civilização ocidental como um todo, capitaneada pelo declínio político e humano dos EUA que puxa todo o carrilhão europeu com suas dívidas e acertos antigos. Mas, em oposto, pela aurora de um despertar necessário em todo o mundo, onde cada qual possua a sua ciência e as suas verdades, sempre de modo dialético... Justo, onde a metáfora não deva ser excludente e simples, pois nas linguagens mais eruditas, no fremir de um passatempo intelectual está um prazer intenso! Sabe-se que uma vida mais inteligente e progressista no mundo puxa o carrilhão para um sentido de aproveitamento mais coerente e coeso com as expectativas e esperanças de todo um povo. Este necessita mais de prática em conseguir reivindicar as coisas necessárias à vida nas suas comunidades, e nestas o espelho para outras mais agigantadas... Serenamente, pois nada muda nos furores do caos.

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