Uma mera
tatuagem imprime no corpo um signo, uma alocução própria, quiçá a tentativa de
um significado, talvez um sinal, quiçá a própria potência em se achar com
isso... Pinta-se o corpo, graças a Deus, que alteremos nossas linguagens
mesclando o narrável com a falsa narrativa, assim, de sabermos se nos alcançam
quando não estamos em palestras onde nunca nos colocarão. Que não nos imponham
a linguagem dos fantoches, ou que a aceitemos como teste e jargão concludente
do teatro de bonecos. Os antigos, o patrimônio, as nossas saídas permanentes, o
jogo eterno do conhecer através da leitura. Abramos espaços em nossas dimensões
existenciais, para que o mesmo foco em estarmos silenciosamente afeitos a
qualquer apreensão da ficção ou da realidade possa irradiar como um gesto
fremente de uma docência, de um ensinamento, onde quaisquer debates pautem para
verdadeiras razões, e igualmente o conjunto irracional que pertence ao real.
Perdoem as leves derivações, mas o neoliberalismo é assaz simples, tanto como
quando uma gaivota perde seu peixe para o bando, e o peixe cai na água, e o
bando se distancia para outras rochas. Não há maior temor nesse pássaro, pois
os outros não lhes tiram o alimento do estômago, caso ele conseguisse concluir
o resultado da caça – da pesca. Essa narrativa se acresce do visor em que
nossos olhos se tornam: um visor singular, fixo, vítreo, já que quando estamos
no display quadrado de imposição comunicacional, muitas coisas acontecem em um
operário e seus movimentos de trabalhador. Como na água um homem com movimentos
písceos se torna fundido com a superfície de olhares talvez curiosos, talvez –
em uma esperança humana – mais profundos. Há que se ganhar no lúdico a
superfície da linguagem ao menos, no começo de algo além de um verbo, por
dentro de um olhar, por fora das semânticas previsíveis. Atentem que em
períodos de revolução tecnológica os acertos começam sempre perdendo para os
desacertos, estes consolidados como injustiça social, quebras em instituições
onde as gerações de poder por vezes são ignorantes ao novo e mantém tradições
revisitadas nos seus aspectos sinistros, e por fim a tentativa de sistemas totalitários
como escape de controle ao que pese ser o “ideal” de um mundo melhor.
Havemos de
saber que não dispensemos todos os discursos, posto se dissecarmos a linguagem
receberemos o aval do positivo e negativo, a contradição positiva e a coerência
negativa, e o que temos a fazer é não separar jamais, mas apontar o justo
dentro do injusto e o injusto dentro do justo, nas energias contrárias que se alternam,
e que repensemos o Tao. Talvez a dialética seja algo aproximado, mas na
história que se tende a apontar o final, vemos programações de linguagens onde
a ilusão torna o começo do mesmo fim o equívoco na cabeça da maioria. Façamos
nos caminhos as forças contrárias serem as forças de frente, e aquelas dúbias
os alicerces dos flancos, abrindo para retaguardas em significados de linguagem
mais próprios, por vezes duros, mas sempre ternos, onde deixamos os
provisionamentos intocáveis, um país que alimente muito internamente, e a
valoração de todos os grupamentos produtivos que ainda pensem, ou em estudar
fora e trazer para cá o conhecimento, ou conhecer aqui e ir para fora trazer
riquezas para o Brasil e nossas comunidades latino-americanas. Em um trânsito a
que se permita vigorar a pátria, sistematizar boas instituições e primar por reformas
que não sejam do interesse de lubrificar apenas as peças algo arcaicas do
sistema, mas a troca de óleo que permita o avanço social e a consolidação de
melhores distribuições de renda, e orçamentos com prisma nos setores de
educação, saúde e segurança. Viveremos um pouco mais consortes não do ocaso da
derrocada da civilização ocidental como um todo, capitaneada pelo declínio político
e humano dos EUA que puxa todo o carrilhão europeu com suas dívidas e acertos
antigos. Mas, em oposto, pela aurora de um despertar necessário em todo o
mundo, onde cada qual possua a sua ciência e as suas verdades, sempre de modo
dialético... Justo, onde a metáfora não deva ser excludente e simples, pois nas
linguagens mais eruditas, no fremir de um passatempo intelectual está um prazer
intenso! Sabe-se que uma vida mais inteligente e progressista no mundo puxa o
carrilhão para um sentido de aproveitamento mais coerente e coeso com as expectativas
e esperanças de todo um povo. Este necessita mais de prática em conseguir
reivindicar as coisas necessárias à vida nas suas comunidades, e nestas o
espelho para outras mais agigantadas... Serenamente, pois nada muda nos furores
do caos.
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