quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

A NECESSIDADE DA ARTE

Qualquer gesto que utilizamos nas fronteiras do que a realidade
Aponta para que sejamos quem não sabemos, na corrida de um ego
Que nos descarte através da fruição mesma de uma vivência cotidiana
Parte àqueles que denotam hierarquias sendo de civilidades móveis
Quando ausentam da mobilidade a prerrogativa de ao menos ser do carinho.

Melhores anos serão se nos pautarmos por guias que nos sejam mais
Do visível em sabermos que nem tudo é um segredo a sete chaves
Quando cremos em uma vida em um serviço que seja mais autêntico
Nas palavras de Krsna que nos abracem nos caudais do contentamento!

E que a expressão fique longe de contextos quase necessários, posto
Um algoritmo os use como modo de estabelecer limites de sintaxes
No verbo que passa a ser algo maior do que estabelecer padrões...

Rege a arte a única saída, o acesso de alguma inocência, a raiz, o cerne
De tudo o que já vimos por história, e que a ignorância radicular
Ao inverso substabelece ser aquela a via mais vulnerável de possível ganho.

Quem dera a poesia fosse nerudiana ao excesso de ser, ou mesmo o ignoto
Daqueles que ignoram Shakespeare, ou a sombra de João Cabral de Melo Neto,
Ou mesmo nos vértices que nos unam nas conexões de Alighieri...

Sabermos que existe uma letra qualquer, um prelúdio de uma cultura
Na semântica algo simples que abre e fecha a porta de um caminho que brilha
No dizer-se das possibilidades ao que o nanquim também se encontre veia.

Sabermos que Rembrandt foi um grande da história, que Brancusi era rápido
Em demonstrar na forma algo que a escultura ainda consentiria em vermos mais
Do que apenas o brilho irrequieto do play de uma tela escura enquanto luz real.

Abre-se e fecha-se o caminho da pesquisa, pois que a palavra caminha ao vento
E a Itália que renasce mostra ao mundo que o homem foi uma peça chave
Porquanto no Brasil estamos à volta com o giro inquieto e contemplativo
Do Naturocentrismo como a veia em que o indígena já cita ao que veio!

A juta e o cipó, da Amazônia ao São Francisco dos rincões, o pampa e o sertão
Que nos digam com que matéria se faz um documento náufrago, em que copo
Beberemos quando nosso açaí for importado de lugares tão distantes
Que o solitário caminhante possa um dia andar sem tremer as pernas de culpas.

Não, quiçá disséssemos mais da Arte, essa eterna musa que capitaneia o barco
No seu serviço a si mesmo, pontuada com a filosofia que a abraça no palpitar
De um sonho que a mais linda nereida ainda viesse a falar de outros do Egeu!

Assim que viessem todos os personagens, por que será que só aceitamos o fel
Quando de açúcar cande trilharemos os caminhos da chegada ao paraíso
Todos aqueles que leem a seu bel prazer, e caminham pela musa citada
Na ópera de um vintém ganho quando percebemos que quem ganha é o mel...

Sabíamos do processo, quiçá, de uma mecânica algo insalubre quando vimos
Por entre as gentes anunciar as maravilhosas conquistas algo científicas
E suamos quentes de uma febre a multidão de vertentes infinitas e inauditas.

É certo que o Canto estará sempre a anunciar o ramo da árvore de Noé
Quando antes de dizermos terra, esta se nos apresente um dia personificada
E nos puxe as orelhas citando apenas a pergunta: quem eram os filhos de Caim?

Algo de insalubre passa por vezes em nossos queixos, algo de fera, de veloz
Que fosse um carro ou uma moto, contínuos e derradeiros, mas é informação
No que transformam em petróleo e desfazem dúvidas distantes das artes
Na literatura crua de uma geopolítica em que dormem os travessos e acordam
Aqueles sons que mais uma vez poderiam particularizar os milagres das poesias.

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