Claudinei
atrasava-se, mal sabia... A saia da sua esposa estava rota, a rua oferecia
perigos, e tanto era que não coadunava muito mais. Ana Amélia dizia de seu
passado àqueles que inquiriam um pouco. Não que fosse covardia faltar à
verdade, mas essa questão de ser verdadeiro parecia algo do século passado,
mais dos anos oitenta, se fosse lembrar, algo do Ford 55, quiçá! Recados da
bolsa de Nova Iorque, quem sabe, a indústria, as ações, algo a se falar do
grande país da América do Norte. Tão próximo e agora tão distante. Não haveria
diálogo nestas linhas, nem poderá haver, a princípio: adendo do escritor.. Uma
reticência de dois pontos talvez bastem, mas a rigor, isso não é necessário. As
histórias correm, a aventura sobre negócios, as negociatas, algo de empreiteiras,
coisas afins, talvez sempre houvera, nem tanto que a mídia dissesse, mas fazia
de suas contas a ciranda financeira do entretenimento algo pronto que não se
relaciona com o que há, camaradas! Apenas isso, o atraso de Claudinei, para
que? Pouco importa, este não é ninguém na bolsa, sequer possui uma bicicleta e
Ana, a Amélia de olhos bonitos quando jovem, a procuram por aí, como um antes
bela, agora tornada fera meio sem rumo, sem muitos precedentes legais, e é aí
que mora um risco: de passarem ricos e olharem com outros olhos. Quem daria por
Ana? Certamente ninguém, e isso ocorria de fato, com a anuência que toda a
legalidade do mundo confirmasse, no conforme do legal: jurídico, judicial? E
qual a ternura lógica das diferenças, camaradas? Camaradinhas que respeitem a
integridade de um homem justo, quando este emerge da sujidade que se estabelece
facilmente através dos aparatos aparentes, pois nada se apresenta da maneira
como queiramos que seja, seja através de treinamentos, ou da ignorância de não
termos lido mais enquanto cidadãos seguros pela pátria, que não detrata:
relata. Vejam e leiam, liguem algo, mas que as TVs adormeçam um pouco, pois
esse troço de 24 horas de giro no mínimo é para o café dos Distritos, ou para outras
coisas nas festinhas prives intocáveis. Ah, sim, um parceiro, quem dera, um que
fosse de ponta, inteligente como algo inenarrável, a se descortinar processos
em aldeias remotas. O tempo é atemporal, meus caros amigos, e o que se revela
não terminou a revelação dos filmes, posto o diafragma esteve deixando pouca
luz e o obturador trabalhou só no dia de hoje, 1/500 talvez e a ISO, esse não,
pois a sensibilidade estava alta, a luz fixou-se na prata e a posterior
revelação promete evidências que não conhecemos, ou delas não fizemos parte. A
foto, a luz, o barco, as marionetes, o cenário, as falas, os ditos, os olhos
arregalados de Neuberg, tudo, um pano de fundo que Chacrinha, bem... Este não é
mais do contemporâneo, pois o contemporâneo aceita um cafezinho, expõe ideias,
rechaça artistas, despreza artesanatos, recompõe dígitos, parte para certos
ataques, marca com urina os portais, bate ponto nas piscinas, é
psicologicamente correto, um exemplo behaviorístico
com seus toques de sutis agressividades, manda ver nas provocações, tem corpo
para embates físicos e, vejam só, conhece até a Krav Maga! A contento,
preparou-se a contento, está feliz com a capital em Jerusalém, tem raiva de
freiras, aparentemente tem orgulho de ser um pequeno monstrengo. Não levem a
mal, pois quem escreve nem passou, posso ser um eterno curioso, não possuo
nomes, pois posso ser a própria linha! Quem dera gente, que seria um diálogo,
mas não passo de um monocular, um fabricante de óculos para monólogos
atravessados por uma floresta que não é cenário, nem é de pinus, mas, pois sim,
existe, é crua, é nua, é frente e verso, de madeira viva, ao menos por
enquanto, pois já dizem que há peixes que navegam como um teatro de absurdo por
páginas e mais páginas de oceanos naturais, por dentro das árvores, por cima de
bandos, com formigas atravessadas por todos os caminhos, na profusão que não se
vê por baixo, pois não há uma ferramenta que disseque o húmus de suas raízes,
que estas se fincam, e andam de ônibus, até.
Pausa que
talvez o absurdo consinta, mas não nos quedemos preocupados com nada, com o
teatro da vida, que esta é da arte, e esta, por sinal imita aquela, e não nos
confundamos: uma vive, e a outra igualmente, as duas com força, impulsionadas
por deusas mulheres, pois as mulheres se revelam com coragens amazonenses, do
sul e do norte. Não relutemos apenas, a vida merece a arte, essa é a condição
sine qua nom de um homem sobreviver com o ocaso raro de um parágrafo, mesmo
quando o surgimento de outro vem corroborar a latitude libertária de fluir sem
o dogmático preparo teleológico, pois não há tempo, camaradinhas de respeito,
de usufruirmos de o mesmo tempo em que sobrenadamos em boias depois de afundar
barco perante nossa incompetência em navegar. Afunda um pouco o barco,
cresçamos em proa! Afunda um pouco a frente: popa!!! A linguagem entre nós
mesmos merece essas atitudes, de estarmos dentro de um espelho convexo
irradiando o sol dentro do brilho que este concentra sobre nós... Então,
saiamos do espelho, viremos uma página, a oportunidade da arte é dada...
Melhor, é Dadá. É Breton, é Ernst, é Duchamp e seu urinol virado. Que
desviremos e usemos de uma vez! O absurdo dá a sua largada, e que me perdoem os
psiquiatras – grandes mestres da ciência – mas a contribuição de um pensamento
é apenas a necessidade de sinapsear
um pouco a cachola. Que vivam os antigos, que vivam eles tanto quanto, o Gates
e o Gogh, nem tão antigos, quem sabe o Galileu, ou o Gutberg, este nem
precisamos escrever corretamente, que graças ao seu feito estamos por aqui,
melhor dizendo, neste pensamento que não seja ao ponto do Padre Vieira, mas que
a ladroagem, bem, esta não faz parte do pensamento, nem destratar nem coisa e
tal, mas fincamos pé em uma igualdade em que todos possam expressar de um modo
corrente, desde que Woolf mergulha em seu lago, talvez por ter descoberto uma
semântica muito mais além do que seu tempo predispôs, na tristeza que não deve
jamais deixar a descoberto um encéfalo que funcione a descobrir em suas
miríades de conexões, estas mesmas mais amplas dentro do aspecto biológico do
que todas as redes sociais do planeta...
Pois é,
dia é dia, e o que se vê no dia é o aspecto pouco presente da noite, que vem a
anunciar a jornada, onde os pássaros noturnos tomam a dianteira e recebem a sua
como um brinquedo sem espaço, onde os seres se encontram, onde os bichos se
veem. Na quarta, que seria, nada mais do que algo que não faça todo o sentido,
mas que há muitos que sucedem não saber do tempo como fator de reverberação de
certas atitudes, certos atos. As motos estão por aí, trabalhando, os cães de
guarda guarnecem obras, a lei dos homens intui a ordem, e esta por si termina o
expediente nos fetiches do globalizante mundo que é muito mais do que isso
tudo.
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