Seremos
os mesmos todo o tempo, ou será que o que anunciamos tem em nós mesmos as
regras de mercado? Como uma gôndola em uma loja, havemos de tecer considerações
de que seríamos mais uma embalagem em promoção: produzida, rotulada e colocada
à disposição para enfrentarmos diante da prateleira mais acessível e portanto
mais cara os rivais da concorrência. A situação é tão simples e o estoque nos
multiplica, isso em apenas um supermercado. Sucedam-se perfis, que a ocasião é
farta, mas poucos por vezes querem nos comprar. No entanto, há intenções que
conduzem à venda, mas quiçá isso nos tire o foco do que tratamos, apenas um
perfil. Não sempre que se trate de uma mercadologia, mas a criação de um bom
perfil acaba virando algo científico, calculado, enquanto que há poucos – sem reserva
– sinceros. As fotos são essenciais, no que dizemos da imagem que muitos creem
ser A imagem. Talvez algo de um caráter palpável, condizente, no entanto
formada por pixels e suas resoluções limitantes, como no cinema os antigos
grãos sensíveis à luz definiam muito melhor as películas ampliadas no foco do
projetor, sobre a grande tela.
Temos
um jornal, para citar um exemplo da colocação de outros perfis. Este exibe
sempre os seus anúncios em páginas chave, para que sejam lucrados o que há de
ter lucro; a leitura, como um fluxo em que a diagramação o reveste de um design
apropriado, acentua o entendimento e o funcionamento do comunicar algo a alguém,
mesmo que esse algo não seja parcial, e o alguém na via rara seja sincero. Em
um outro exemplo a televisão também se apresenta com grandes novidades, e os
nossos perfis já começam a entrar em seu modal. Nem sempre com o rebatimento
econômico, mas com um grafismo animado que beira o surreal dentro de uma hiper-realidade.
A imaginação traça roteiros aleatórios, onde o texto passa a ser de outro
nível, mais facilitado, e a exposição de filmes realmente de arte sejam sempre
mais invisíveis, não apenas na frequência, como na percepção e compreensão da
mesma arte, em um desencaixe de perfil que se porta mais passivo com a verdade
que vê, com os games que joga, com a ignorância ao revés. Os recursos em
excesso passam a confundir o que cremos ser Verdade, daquilo que na verdade é
por vezes um grande palco ilusório.
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