A
uma simples busca em uma praia, que seja, em um mar qualquer, do continente, um
riacho a céu aberto, uma simples chuva, e descobrimos os mistérios das águas.
Por se descobrir não há de tanto, pois os mistérios de Krsna são tantos que a
mais leve gota de orvalho em si é um outro Universo. Essa potência da Criação
verte de sabermos olhar, pois se olharmos a Natureza como mera provedora de
riquezas estamos a colocando em função dos homens, e se passa exatamente o
oposto, e por isso estamos sofrendo por nossos erros imputados pela
criminalidade ambiental, que A destrói e ao homem, a este mais do que àquela...
Nossa percepção é tão diminuta frente à própria Natureza Material que queremos
que ela se disponha a nos servir com nossos olhos míopes á frente da gerada
ignorância em como nos portarmos perante esse fato, aliás, incontestável.
Criamos nossas leis, queremos cada vez mais com a nossa nada humilde ganância,
para termos nosso lugar dentro de nossa riqueza acumulada, talvez em paraísos
restantes, ou em países quiçá – pensamos –
melhores, mas é essa ganância que deveria trazer um escalpelo da
integridade para mostrar o que estamos fazendo dos nervos da humanidade,
apontando caminhos tortos e tenebrosos para esta, quando destruímos os
alicerces sociais, não permitindo que se faça algo ao menos sustentável: o
mínimo, em nossa situação atual.
Absolutamente,
não somos a única espécie de vida no mundo, e os homens não assassinam apenas
os da mesma espécie, mas industrializam a matança de outras, tornando o planeta
uma energia inapropriada, de regresso, pois o fato deste novo mundo que se
avizinha é sabermos da realidade espiritual, de seus contextos e da necessidade
premente e emergencial de lutarmos para ampliar a consciência de todos a que
não cometam guerras por essas questões de religião, e obviamente, por uma paz
em todas as frentes de ação e diplomacia. Há que se propor que ateus e espiritualistas
convivam em harmonia, dentro das idiossincrasias particulares e de ideologias com
seus diálogos mais abertos, pois uma nação se faz com todos, e não com glebas
ou tribos que se matam uns aos outros, pois isso não passa de barbárie, e é
nesse sentido que, se houver um bom império, ou que se imperem ideias, melhor
dizendo, estas devem colocar a questão da democracia plena, com a discussão
premente da Natureza como reserva fundamental para a sobrevivência da espécie.
Por aí vai a discussão de um trabalho mais justo em seus ganhos, de uma saúde
que atenda a todos bem, e de uma educação que ensine não apenas a ciência
material, como a espiritual e as artes como um todo. A não violência tem que se
tornar o ponto chave das conquistas da sociedade, pois não há mais lugar para
que algum vivente queira saciar seu espaço sobre o mesmo do próximo. A questão
é o espaço de respeito, o cavalheirismo, no tanto de se compreender que o
diálogo deva estar presente nas mais difíceis contendas, pois o stress da
sociedade contemporânea, com seus estigmas crônicos e preconceitos arraigados
não está deixando desenvolvermos as faculdades humanas que devem ser inatas, e
não a covardia e a brutalidade entre os homens. O famoso sapiens está obcecado
com as conquistas tecnológicas sem perceber a mesma brutalidade que estas estão
gerando no seu viés de competição inglória, desmedida, na mesma dose em que ser
artista passa a ser subversão existencial, ou melhor dizendo dentro do padrão behaviorístico, comportamental. Nas
vezes em que nos agrupamos parece que criamos coragem para insuflar ódios,
manipular massas, dentro de modais impotentes na relação que deveria existir em
reais conscientizações dos que não possuem muito tempo para tal, mas que por
muitas vezes possuem mais luzes do que pretensas lideranças. O gesto fala, não
há mais como abandonar a práxis do gesto, e o teatro do incauto não manda no
teatro do real, posto tamanha a necessidade de um realismo crítico na estética
de vanguarda hoje em dia, a espelhar um autor como Camus, ou outros,
existencialistas, que ainda hoje podem revigorar os padrões das “inteligências”
obsoletas, que fazem apenas o discurso do método arcaico das antigas máquinas
de tear da suposta revolução industrial de um século de 200 para trás.
O
desmonte de uma pretensa esperança de fazer valer um discurso que se diz
progressista é apenas a constatação de que todos os líderes “capazes” da
esquerda já estão caindo há bom tempo, em se relativizar um ano ou quatro,
desde os primeiros processos, quanto na mesma relação do tempo atual resguarda
muito mais fluxo de informações do que a memória histórica possa suportar, com
as veias silenciosas do “imaginar” preenchendo os vácuos históricos, sobrando
as grandes mídias como antigos microfilmes de registros, e apagando do que nos
tornamos: uma linha de tempo, irrisórios falsetes de protestos. Isso abre um
tremendo espaço para que se agigante uma sociedade cada vez mais totalitária,
sem face, sem nome, plutocrática, a serviço da força maior do que outra, uma
foice contra um canivete emperrado, infelizmente.
Enquanto
não relativizarmos o conhecimento e tivermos medo de uma linguagem mais
aprofundada dessas questões, não encontraremos nem mais a relação de postura
com as referências cabais da existência e acompanharemos diversas éticas
caindo, e recriando-se outras bastante discutíveis, cada qual em sua bolha
integrada, mesmo sabendo que na América Latina nunca a integração se dará, a
não ser no esperado isolamento das fronteiras e as sedes de atuação dentro
deste nosso precário mas “instigante” mercado.
Esperemos
por uma primavera latino-americana, sem os grilhões que apertam cada vez mais
as nossas nações e suas questões de independência efetiva, pois o mundo globalizado
está apenas acentuando a barbárie e trazendo ao Ocidente os erros das agressões
que foram paulatinamente aplicadas contra povos que estavam, por sua vez, em
sua própria primavera e viram o monstro aparecer com os seus canhões... A clara
evidência de que o povo palestino cada vez mais é massacrado por Israel em um
apartheid brutal é uma face de estranhas parcerias público-privadas. É por esse
modal que devemos pensar nos que hoje sofrem como verdadeiros holocaustos nunca vistos e sem tréguas, remontando já várias décadas que esperemos que aqueles povos que
já sofreram as carestias da guerra saibam se portar diante do mundo e não
repetir as sanhas plutocráticas e segregacionistas que o passado do século
vinte tão “bem” nos revelou. O mal está no ato, no primeiro ferro, na primeira
ferida. Na falta do perdão de Cristo que, revelado e aceite, mostrará ao mundo
como ainda podemos resgatar a salvação... Esta tem de vir, senão de todos, da maioria.
Nenhum comentário:
Postar um comentário