Por
mais que sejamos perscrutadores de nossas condições, por mais que
estejamos em um planejamento sobre o que faremos nos dias que se
seguem, as mesmas condições nos fazem rolar a grande pedra de todos
os dias para que saiamos incólumes de nossas dúvidas. Mas estas são
recriadas, reeditadas, e aquilo que vemos na grande mídia, ou mesmo
as notícias do exterior ao nosso país passam a nos trazer a
incerteza. Muitos derivam para o álcool e outras substâncias, há
aqueles que se acham inseridos no contexto dessa economia competitiva
aos extremos da brutalidade, há inclusive os que se assumem egoístas
por convicção… E apenas um tipo de tolerância passa a existir: a
comportamental, em sua maior parte das vezes, pois que nos pegamos
tendo que usar barbas com desenhos, ou a moda da falsa rebeldia,
posto sermos de esquerda ou direita vira uma questão de guerra e não
mais o debate social, ou um combate saudável pontuado pelo diálogo.
Nas vertentes que segregam o diálogo, que nos colocam no silêncio
algo imposto pelas ruas, a intolerância recrudesce, e os extremismos
seguem para as suas pontas de afastamento, e a desunião de uma nação
e seu povo faz com que a vulnerabilidade de nossas instituições
cada vez mais permitam a interveniência estrangeira em seus piores
modais invasivos. Tornamo-nos um país com a falta crescente de
identidade cultural para nos inserirmos pela porta serviçal no mundo
globalizado, efetivamente assumindo a postura do terceiro mundo. É
com esse panorama que nunca devemos negar que as agências
internacionais passem a agir no Brasil com muito mais liberdade do
que se tivéramos uma nação mais nacionalista, que ao menos
restringisse ao nosso território as questões cruciais ao nosso
desenvolvimento pátrio. Justo, passamos a não ser nossa pátria,
passamos a entregar nossas riquezas, a dilapidar nosso patrimônio em
estranhas e calculadas jurisprudências de outras ordens, no escuso
operar-se. Fomenta-se como capital intelectual as organizações
criminosas, em todos os setores, em todas as camadas, nas empresas,
nas instituições, na sabotagem de mercadorias.
Devemos
sempre ter em conta que aqueles que primam por uma democracia sólida
já sabem o que isso significa, e que nosso país já está em uma
grande falta com relação a isso, e não será nenhum processo
investigativo que mostra o fato, pois as vértebras dessa realidade
já estão expostas. Os fatos sejam contados, outras investigações
procedem, mas estamos já à margem de nosso construir histórico.
Faltamos com a própria realidade de se portar bem perante a lei de
fato, e a urgência em remediarmos nossas faltas é o que nos moveria
em tese a um país mais progressista, mais nacionalista, que
protegesse nossos patrimônios e que mantivesse suas estruturas
produtivas estatais intactas para reverter a riqueza de seu modo
operacional para o povo brasileiro. Isso apenas seria a grande tese
para conseguirmos sair do paradoxo enquanto nação, cada vez com sua
identidade nacional mais destroçada, onde um cidadão não é mais
patriota, sentindo atração cada vez maior por atos fora da ordem,
ilícitos. Essa é a grande questão da maturidade que deve montar
guarda em nosso país, pois não somos crianças brincando de
travessuras para comprar coleções de carro ou iates, ou para as
offshores
que foram tão frequentes no que se chamou – com provas
contundentes – de privataria tucana. A história se apaga, o viés
da balança pende viciado pelos dados do acaso da imposição, de um
lado apenas. Lideranças são excluídas, arquivos são engavetados,
e a memória dos fatos passa a construir-se sob a moeda de uma face.
Tão
logo se saiba como sanear uma cidade, que é necessário fazê-lo com
TODAS as residências, e que TODOS tem direito a uma propriedade,
mesmo porque é necessário construir todo o sistema hidráulico de
esgotamento e fornecimento de água, e será simples sabermos que
sanear as finanças de um país não pode passar pelo paraíso fiscal
de seus bancos e corporações multinacionais, sem que o Brasil ganhe
muito mais do que perca. Não podemos deixar vazando um rio de águas
estagnadas a céu aberto em uma favela, mesmo porque não podemos
permitir que se avancem áreas de extrema pobreza, em todo um sistema
trabalhista posto em xeque em virtude dos caprichos de um governo
interino por imposição. A crítica deve ser vista como algo não
necessariamente extremo, mas que não deve relutar em que a questão
do nosso guarnecimento enquanto país passa pelo socialismo. Não se
vive mais em castelos e os sistemas de segurança já não podem mais
com as pressões por que passa, inclusive, aquele que possui um pouco
mais. Se não houver ainda a possibilidade de chegarmos a um
socialismo conforme, que ao menos se distribua melhor a riqueza, que
não se tire dos movimentos sociais a grande missão a que se
pretendem. Que não venham aqueles com missões outras e indiscretas
de quererem vendem a intenção dos que almejam um país melhor.
Esses estranhos seres com seus propósitos de entregar o país ao
oposto do que deva se pretender para que nos desenvolvamos. Se é de
máquinas, que as tenhamos as nossas, próprias, pois o brasileiro já
é inteligente o suficiente para saber o que é melhor para si, em se
tratando do que possuímos, e esse engrandecimento da nação vem a
ser a prerrogativa básica de termos condições plenas para isso.
Toda
uma questão, companheiros de luta, toda ela é sanearmos no que há
de se propor ao país. As forças que nos devem levar adiante devem
estar consonantes com uma democracia participativa, onde as
comunidades de base permaneçam juntas como uma diretriz única e
conforme, arregimentando novas fronteiras do conhecimento, sem
estagnar-se em quaisquer doutrinas, em um movimento ascendente nas
propostas e na prática. Essa luta deve ser constante e árdua, com
muita disciplina, método e ousadia, em um processo de criação sem
fronteiras nas vertentes do pensamento de nossas frentes de atuação.
Se uma das peças fraquejar, deve ser azeitada no sentido de fazer
girar todo o motor, pois não seremos nada sem harmonia, sem a
frequência e sem o trabalho conjunto e continuado. À medida que
sentimos na régua que passamos além do negativo, se construímos um
ponto ou dois, que seja, já possuímos resultado que não deve
fenecer e deve ser regado com boa água, como quando sabemos que a
temos para beber em circunstâncias de seca.
Se
outros não mostram suas missões, se se imiscuem em seus propósitos
arredios de farsas e traições, por outro lado devemos ser algo
discretos nas nossas missões fundeadas na verdade e no conhecimento,
no diálogo com quem nos permitir – mesmo com alguma dificuldade –
e naqueles casos onde basta ignorarmos um contato mais caloroso. Por
vezes – e nisto manda a maturidade da prática – não nos é
possível avançar muito, ou temos que recuar um lote razoável. Mas
essa mescla de saber ciência, arte e Natureza, esta como pivô
central, nos ditará, igualmente com o conhecimento da experiência
histórica, como procedermos nas nossas veredas...
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