domingo, 18 de junho de 2017

COMO RESISTIR A UM MUNDO HOSTIL

            A princípio, não há tranquilidade sem a paz... Não adianta ferirmos com o ferro a quem nos feriu, se toda a forma de violência gera mais e mais violência, e travestirmo-nos de falsa bondade enquanto estamos coniventes com modos por vezes inconscientemente brutais de conduta fere o princípio básico de civilização humana, ou o que entendemos o que isso pode e deve significar. A resistência pacífica é um meio de aplacarmos algum tipo de energia que colocamos invadindo o espaço do próximo, por vezes manietando, a troco de obter vantagens, o bom senso e a mantença do caráter tão necessária naqueles que por vezes estão em situação de vulnerabilidade. O mundo é hostil porque o homem e seus processos históricos quer explicar que isso é natural, e obviamente a vontade de poder leva à hostilidade da competição desmedida, da ganância sem conta e da hipocrisia que acomete as pessoas de tal modo que não sabemos mais quem é quem, a onça ou o amigo. Na verdade crua, sentimos que muitas vezes a hostilidade é inevitável, mas instar para que ela ocorra nos protestos com a veemência de gostar de enfrentamentos é no mínimo coadjuvar com a demência coletiva. A não ser em legítima defesa, toda a forma de violência é demente. Temos que saber nos proteger, isso é válido, mas usar de artifícios para se prevalecer sobre o outro, mesmo em termos de país, é sabermos que estamos dando panos demais para mangas incertas.
            Por vezes a hostilidade começa – e isso com recorrência óbvia – com o uso indevido de informações sobre algo ou alguém, quando submetidas sob a interpretação equivocada e muitas vezes prejulgada de outro algo ou alguém, subentendendo-se que estes algos podem ser frutos de veiculação de massa, postagens, fotos manipuladoras sob contextos variados, superexposição de fatos de menor relevância, ou mesmo de brutalidades mercadológicas sobre grupos mais fracos. Essa relação ou o fato de muitos se unirem para executarem suas escusas propostas de vida, com a informação como crédito por muitas vezes ilegal, demanda que a sociedade passe a fiscalizar corretamente o uso indiscriminado da invasão de privacidade, a decorrente difamação, e o uso da ofensa para tornar aquele, que está já em posição mais fragilizada, vítima da brutalidade da segregação e do preconceito. Palavras doces por vezes ofendem sobremaneira pelo modo de hipocrisia brutal quando “sabiamente” proferidas... Esses paradoxos sociais são frequentes, pois a vida em sociedade deveria ser positiva, mas a vida em uma sociedade de competição sem medida, leva a que um queira passar por cima do outro, por vezes em suas carreiras, por vezes por motivos ideológicos ou políticos, ou muitas vezes meramente por inveja a outros que levam suas vidas com a autenticidade dos bons seres humanos. Essas premissas têm que ser levadas em consideração por autoridades que saibam por experiência profissional as dificuldades sociais por que passam muitos viventes, e cabem igualmente às empresas humanizarem suas equipes. Claro que o caminho talvez fosse mais grato através de uma social democracia, em que ao menos o povo se sentisse partícipe das questões governamentais: legitimamente representado pelos seus parlamentares e chefes do Executivo.
            Em síntese, obviamente só teremos um país melhor e menos hostil se ao menos o representante de sua população venha de encontro com a escolha dela, de sua maioria, pois não há povo satisfeito quando sente que está sendo ludibriado pelo seu representante, ou é impedido de votar em quem realmente quer que esteja no Poder.

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