A
princípio, não há tranquilidade sem a paz... Não adianta ferirmos com o ferro a
quem nos feriu, se toda a forma de violência gera mais e mais violência, e
travestirmo-nos de falsa bondade enquanto estamos coniventes com modos por
vezes inconscientemente brutais de conduta fere o princípio básico de
civilização humana, ou o que entendemos o que isso pode e deve significar. A
resistência pacífica é um meio de aplacarmos algum tipo de energia que
colocamos invadindo o espaço do próximo, por vezes manietando, a troco de obter
vantagens, o bom senso e a mantença do caráter tão necessária naqueles que por
vezes estão em situação de vulnerabilidade. O mundo é hostil porque o homem e
seus processos históricos quer explicar que isso é natural, e obviamente a
vontade de poder leva à hostilidade da competição desmedida, da ganância sem
conta e da hipocrisia que acomete as pessoas de tal modo que não sabemos mais
quem é quem, a onça ou o amigo. Na verdade crua, sentimos que muitas vezes a
hostilidade é inevitável, mas instar para que ela ocorra nos protestos com a
veemência de gostar de enfrentamentos é no mínimo coadjuvar com a demência
coletiva. A não ser em legítima defesa, toda a forma de violência é demente.
Temos que saber nos proteger, isso é válido, mas usar de artifícios para se
prevalecer sobre o outro, mesmo em termos de país, é sabermos que estamos dando
panos demais para mangas incertas.
Por
vezes a hostilidade começa – e isso com recorrência óbvia – com o uso indevido
de informações sobre algo ou alguém, quando submetidas sob a interpretação
equivocada e muitas vezes prejulgada de outro algo ou alguém, subentendendo-se
que estes algos podem ser frutos de
veiculação de massa, postagens, fotos manipuladoras sob contextos variados, superexposição
de fatos de menor relevância, ou mesmo de brutalidades mercadológicas sobre
grupos mais fracos. Essa relação ou o fato de muitos se unirem para executarem
suas escusas propostas de vida, com a informação como crédito por muitas vezes
ilegal, demanda que a sociedade passe a fiscalizar corretamente o uso
indiscriminado da invasão de privacidade, a decorrente difamação, e o uso da ofensa
para tornar aquele, que está já em posição mais fragilizada, vítima da
brutalidade da segregação e do preconceito. Palavras doces por vezes ofendem
sobremaneira pelo modo de hipocrisia brutal quando “sabiamente” proferidas...
Esses paradoxos sociais são frequentes, pois a vida em sociedade deveria ser
positiva, mas a vida em uma sociedade de competição sem medida, leva a que um
queira passar por cima do outro, por vezes em suas carreiras, por vezes por
motivos ideológicos ou políticos, ou muitas vezes meramente por inveja a outros
que levam suas vidas com a autenticidade dos bons seres humanos. Essas
premissas têm que ser levadas em consideração por autoridades que saibam por
experiência profissional as dificuldades sociais por que passam muitos
viventes, e cabem igualmente às empresas humanizarem suas equipes. Claro que o
caminho talvez fosse mais grato através de uma social democracia, em que ao
menos o povo se sentisse partícipe das questões governamentais: legitimamente
representado pelos seus parlamentares e chefes do Executivo.
Em
síntese, obviamente só teremos um país melhor e menos hostil se ao menos o
representante de sua população venha de encontro com a escolha dela, de sua
maioria, pois não há povo satisfeito quando sente que está sendo ludibriado
pelo seu representante, ou é impedido de votar em quem realmente quer que
esteja no Poder.
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