domingo, 11 de junho de 2017

UM ENCONTRO COM A VIDA

            Nada era tão suficiente para qualquer vivente, não fosse um tempo incerto, do que apenas deixar-se viver... As gramáticas da ilusão posto quase evidentes, e suas estruturas dúbias nos pregam peças, no que éramos antes, tanto ao sermos um pouco distintos agora. Nesse sentido: as vertentes das palavras que por vezes não dizíamos em outros tempos, daquilo a que não tecíamos críticas, qual não fossem as mesmas em outras roupagens, mas que a dimensão do universo das palavras nos permita outros horizontes. A ponto de deslocarmos nossa compreensão do estofo em si, por tentarmos sermos menos rotos no significado, mas colocarmos certas questões de modo mais evidente. Esse encontro tão surpreendente que nos faz pensarmos mais sobre uma totalidade que não se fecha em nosso parecer mais essencial, mas que na verdade por vezes se retrai nas vias em que tentamos fazer sobreviver o nosso pensamento mais autêntico e livre de amarras. A questão da liberdade será na verdade algo a nos lidarmos com a própria vida, e um encontro que se faz necessário para que não tomemos o gosto pela farsa com que nos colocam essa por vezes duvidosa palavra, que abraça um significado, tão parecido com outra: a independência!
            Ao menos saibamos que certos viventes bem “inteligentes” trabalham em sinistras entrelinhas, no que dista a classe trabalhadora formal, a que a informal algo participa, e em que agências no mais das vezes externas atuam dentro do território nacional. A forma dessa inteligência sem nome, ou assumidas, como as agências dos países ricos, por exemplo, em se tratando de Brasil, é de uma plêiade de gabaritados profissionais em diversas áreas, sendo que por aqui chegam a derrubar presidentes. Como destrinchar seu modo de ação? Efetivamente é meio complicado, mas pontua na sua vertente em fazer com que países que creem serem os seus quintais não possuam a educação que merecem historicamente, posto apenas um direito que deve ser fundamental. Essa questão fundamentada na experiência de que o desenvolvimento das nações que se tornaram autônomas não discerne do que seja o tipo de sistema envolvido nessa premissa única e salutar, pois os países mais ricos completaram seus processos civilizatórios, encontrando saídas melhores dentro de um pressuposto nacionalista, ou seja, que protegesse a vida de seus cidadãos, no sentido de promover melhores condições a toda a coletividade. Surge dessa conformação o fato de sermos quem somos, enquanto Brasil, e nunca deixaremos de ser patriotas, naquele mesmo sentido em que devamos pensar na velha questão de que quem ganha com um Governo que atenda à sua população como um todo. Que erradica a miséria, que fomenta a participação e a voz ativa daqueles mais vulneráveis, que respeita a vida de cada qual, que pensa no progresso e nas empresas estatais como proteção econômica. Este sim seria um bom Governo... As questões do óbvio do óbvio!
            Não se pode datar o realismo, mas que fosse um pouco necessário, convenhamos, para elucidar algo da cultura, mostrar um sonho possível. A crítica de um real imaginário não dispõe de consonância lógica, posto a imaginação está sendo a palavra de ordem e, baseando-se na realidade para espelharmos o nosso próprio mundo, esse estranho fazer a arte está na ausência atualmente em nossas artes. O indigenista quase não aparece mais no cenário brasileiro, e homens como Darci Ribeiro e Leonel de Moura Brizola fazem uma tremenda falta. Estamos emperrando o processo de nossa própria aculturação, quando pensamos que agimos melhor na colcha de retalhos das redes sociais, trabalhando na superficialidade linear, sem a sinceridade de errarmos no conteúdo para acertarmos mais adiante, pois a dialética do costume tece a mesma indústria cultural, quando não vemos a quem servimos. Essa diluição se processa no fato daqueles que não estão inseridos na rede não possam participar das ruas em consubstancial, quando sofrem a pressão rebarbativa de outros rivais, quais não sejam os agentes externos que combatem a inteligência nossa, brasileira, quando, convenhamos, temos mais os pés fincados no que realmente ocorre no cenário nacional. Essa assertiva não chega a ser de protesta, mas o fato em si, para aqueles que estão meio que perdidos, quando não se sentem obrigados de participar sistemicamente desse falso encantamento coletivizado, muito aquém de uma coletivização em progresso: a partir disto, pensarmos apenas em um país melhor, sem pobreza. Uma rede social pode ser um passeio em uma rua, uma caminhada longa não necessariamente em trilha, uma conversa informal mano a mano, a compreensão desassossegada de uma realidade que se nos apresente. Apenas isso. A rede social é algo mais do que a NET. Dentro da semeadura do bom livro de papel está a fase necessária, a aproximação com os caracteres de impressão, a necessária compreensão que quando escrevemos estamos em um meio, mas seria melhor que o fizéssemos vivenciando melhor o que nos querem fazer crer que seja a hostilidade, as ruas, o entorno, saber ver a nossa arquitetura, os nossos parques, a faculdade de uma vida pedestre, em suma, se achamos hostil, que preferiremos um Governo que torne o povo satisfeito com suas oportunidades e conquistas, com a diversidade de seu caráter, a fim de sempre nos encontrarmos com a vida, uma que temos por aqui, amigos e amigas de sacrifício, pois sim, não é sempre fácil encontrarmos justiça, quando sabemos que na ética esta mesma está em dificuldades de se igualar com o bom senso da balança. Será possível que aquela esteja conseguindo ver quais são os pesos e as medidas? Apenas isso, não silenciem as esperanças...

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