terça-feira, 12 de junho de 2018

RAZÃO DE IDADE INCERTA

            Sempre nos perguntaremos se estamos certos com relação a algo, pois temos dúvidas e quando não as temos somos apenas um par de conhecimento, à medida em que realmente nada sabemos, quando a própria origem do saber é a questão do absoluto,  das origens do universo, de uma ciência que se torna incógnita. Sairemos pela tangente quando pensamos que encontramos um esteio infalível de nos situarmos sabendo do que achamos que seja tudo, e que a busca não continue. O que seja a verdade em nosso pensamento, mas necessariamente essa verdade acontece no mundo material, quando de concretude, como em uma fábrica ou no brotar-se de um plantio. A terra nos dá algumas respostas, mas é uma ilusão quando pensamos entender a Natureza completamente, pois obviamente não podemos nos colocar no lugar de outros seres, e estes têm seus próprios atmas. Um desses seres, um desses espíritos, pode existir como espécie por mais de um bilhão de anos no planeta e não seremos nós que estaremos sabendo – através do comportamento daquele – os segredos de sua vida. Temos que possuir e aplicar a humildade diante dos mistérios da vida, mesmo a que nos atenhamos a fazer brotar pensamentos vívidos sobre a mesma Natureza que é fonte inesgotável da própria filosofia, ou modo de se viver em harmonia, apesar do homem ter errado tanto. A fonte é inesgotável, e a contemplação, necessária. Quando assistimos um filme, parece que estamos de acordo com o que é um entretenimento, este que passa pelo cinema, depois pela bebida, depois para o sexo, e que assim nos esquecemos do duro trabalho da semana... Mas se vamos a um parque, ou se cultivamos um jardim – um magote de terra que seja –, se vemos o movimento de um gato, o trabalho das formigas, os besouros que atravessam o pátio, e até mesmo a vida que pulsa na lentidão de uma lesma, passamos a compreender que jamais estamos sozinhos e que, dentro de casa, temos igualmente sistemas de informática, TVs, telefones, e – dê-se superlativa importância – livros que igualmente nos dão o suporte anímico ou filosófico para imantarmos nossas consciências a respeito do muito que a cultura nos reserva sempre.
             A questão da razão enquanto suas idades relativas pressupõe a que sejamos suscetíveis a muitos modos de nos portarmos, mesmo quando se cogita não haver o predomínio da razão mesma, mas que inevitavelmente esta nos abraça quando ficamos mais maduros, mais experientes, mais velhos... Essas condições quando exercitadas, ou seja, quando temos pressupostos filosóficos ou existenciais, ou mesmo religiosos, fazem do encontro com o real e o imaginário o evitar-se mesclas que nos remetam à ilusão, posto tarefa difícil, esta mesma na sociedade onde Maya aparece em milhares de aspectos. Essas expansões de natureza a confundir mentes e vidas revelam o nosso desconhecimento de certos aspectos sistêmicos da tecnologia que não evidenciam o tudo por si só, visto meios apenas, fins tecnológicos em si, com largas fatias do mercado em consumir as ferramentas que podem originar diversos tipos de alienação, na contraparte das vantagens em termos acesso a expressões de comunicação que antes não havia. A diferença entre o uso dessas ferramentas para fins ególatras, e seu uso pragmático, ou seja, no que serve à máquina ou em que a máquina nos serve, ponteia valores existenciais que podem progredir ou regredir validando o processo da indústria do consumo desenfreado como uma engrenagem rápida, ou o uso correto que nos retire da lógica engrenada, onde a ação vale mais enquanto modo. Em síntese, há muito de contemplação fora da questão linear escrita ou não nas linhas de tempo. Assim, sucede que conhecer-se alguém através de um gadget torna o encontro tão previsível quanto o registro de feedback que encontramos em cada passagem desse contextualizar mal a ferramenta. Em contrapartida, o uso de utilidade da ferramenta por si abre espaço a que resolvamos as questões de ordem prática, isolando o uso para depois poder “reler” antigos meios que perfazem velocidades muito maiores de apreensão consciente.
            A razão de toda uma geração que se treina a lidar com a informática, quando ignora o viver por um tempo em algo que pode se chamar papel de boa edição, só se fará presente quando os professores souberem orientar documentos ou ficção históricos dentro do escopo do livro impresso, quando principalmente pensamos em populações de baixa renda que vivem em diversos rincões – por vezes de difícil acesso – do nosso país. Os muitos ribeirinhos, as pequenas nações dentro de grandes metrópoles, o espaço urbano como aprendizado, a vida da cidade e do campo com suas possíveis mesclas de culturas e o enriquecimento cultural que se deve dar ao andamento de questões de natureza alimentar farta a todos, como condição sine qua non do que se preza como desenvolvimento humano em ermos onde por vezes nem a luz tenha chegado. A simbólica luz que não nos falte quanto de entendimento e diálogo, pois nas questões de ordem espiritual temos a ver que tantos são da obra em um mundo como o nosso, e que essa mesma luz ilumine a consciência dos mentores que por erros banais acabam por deixar de evitar catástrofes, quando permitem a farsa como meio de se chegar a um ponto, este que inexiste enquanto realidade justa.

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