terça-feira, 26 de junho de 2018

CONTRADIÇÕES

          Vive o homem a contradição do que tem implantado na ordem das coisas, que foge a regras, que não organiza algo realmente de ponta, plantando para novas gerações as contradições – sistêmicas – no seio de nossas sociedades. Talvez sempre houve contradições estas citadas, mas igualmente o que ocorre é justamente uma onda de ficção extremamente vinculada à realidade. Os caminhos do entretenimento e usos que se faz das novas gerações de tecnologia nos parecem inevitáveis, mas a sintonia com o que É de fato está distanciada com aquilo que esperam que seja, dentro de uma mística algo mais eletrônica do que terrena. Mas talvez estejamos rebuscando cada vez mais o nosso pensar ou agir em detrimento de um avanço incalculável e positivo na era contemporânea. De tal modo que inclusive o rompante de rebeldia por si só dá espaço para recriarmos nossas micros realidades, mas espelhando para o mundo, casualmente, na adição, no agregar-se possibilidades novas de comunicação, tanto que quando somos autores de maior monta, ou seja, em processos em que não é apenas o ego que conta, mas a realização de algo mais concreto e eficaz como competência, o retorno garante certo orgulho, este mais verdadeiro quando vem de mais esforço. Quem diria, estamos escrevendo histórias com corretores ortográficos, estamos na mesa de um restaurante estrangeiro pedindo comida com o tradutor no celular: isso talvez seja contraditório, mas o espelhamento sereno que se faz com outros modais de existência revela a ampliação – mesmo que em frases curtas – das nossas capacidades comunicacionais. Destarte, nem sempre é fácil enfrentar contradições inerentes ao processo histórico dessa revolução tecnológica, pois remetem a um descaso com coisas importantes no nosso dia a dia. Tentar verbalizar algo, por exemplo, um parágrafo longo, a profundidade de um pensamento, talvez esteja mais distante da realidade cultural de nossa civilização, e a diferença entre nações só faz relativizar um pouco o processo como um todo, uma totalidade. No entanto, o mundo não pode ser traduzido pelas nuances econômicas, pelos processos industriosos, pela hegemonia de tal ou qual país, por lideranças e etc, pois tudo isso dá margens a que se justifique a relação de poder e as consequências dessa ótica em sempre vermos como donos do mundo material, que na verdade não é um fato, pois muito antes do homem aparecer na Terra, esta já estava aqui, como um planeta. E não será destruindo sua tênue superfície que os homens encontrarão em seus utópicos delírios a supremacia neste mundo. A tendência é piorar, ao menos se não se tomar consciência velozmente, na contraparte da chamada evolução, pois a prática não tem espelhado essa palavra. Essa superfície que habitamos pode ser bem aproveitada, se teimarmos em respeitar a Natureza que nos dá tanto e tanto e voltarmos nossas faces para a paz tão urgente, uma paz social que significa a distribuição equitativa de fortunas que, a grosso modo, estão nas mãos de pouca gente, enquanto mais de noventa por cento ganham menos do que essa faixa da população. Uma conta concreta que causa o grande malefício social no dito mundo “civilizado.” A corrida desenfreada pelas riquezas dos territórios da Terra continuará, sob a égide do poder das armas, que tantos são os curiosos que gostariam de apertar botões para ver estranhas carnificinas, como temos visto na Síria e na Palestina, como vimos na África e talvez venhamos a ver na Venezuela. Afora o Iraque, Namíbia, Congo, Haiti, nos golpes de antanho e na dominação assaz cruenta de todos os territórios que quiseram se tornar independentes do jugo imperialista. Essa luta sem tréguas não terminará até que o último quinhão de petróleo seja sinistramente subtraído de países que acabam por consentir o roubo. Entre outras riquezas, como os diamantes que fizeram de Mandela um herói da resistência na África, em que agora tece-se uma guerra comercial para que a contenda entre nações continue, e não há nenhum herói que bote termo na administração de Trump, que continua a fazer das suas protegendo mercados em detrimento de sua falência enquanto império. Falência moral, indignidade, picaretagem e falcatruas.
         Há que se esperar, existem países como o Japão e a China, há sorrisos no Oriente e a Índia ensina ao mundo o que é saber matemática, dentro de seus mercados centuplicados, externados à última potência, em que veremos que basta esperar mais um pouco que a própria Rússia dirá o mundo qual deverá ser a sua rotação, pois igualmente faz parte da realidade concreta do Leste…  

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