A
Natureza Material nos prega peças sem tamanho. Se formos argumentar
algo de substância, talvez sejamos quase “capturados” por lentes
de variados focos, lentes que podem ser traduzidas pelo “ver”
humano… Nossa imagem tem assaz importância em um mundo que faz do
consumo sua mola mestra, a ver que um perfil talvez não signifique
muito, mas milhões destes revelam a preferência, na dita sociedade
de mercado, de coisas que podemos adquirir, ou de ideias que podemos
ter, atendendo, a grosso modo, o mesmo mercado e as opiniões que
podem frutificar em ações previsíveis, se as lentes se foquem em
algum caso – ou casos – em particular. A imagem passa a ser
subjetiva, a tal ponto que o sistema em que vivemos na sociedade
globalizadora se atém na superfície, no que é visto, no que se
pensa talvez seja um pouco mais complicado, e a máquina de
fotografias se torna talvez uma das formas mais notórias de
manifestação das artes, posto infinitas fotos são frutos dos
selfies ou da curiosidade que um cidadão tem por capturar boas
fotos no sentido igualmente de participar da fatia de uma realidade
artística que sobrevive no modal das duas dimensões.
Chegamos
a um ponto onde o poder de um homem que seja dono de uma rede social,
não propriamente o grande titular, mas de um grupo ou outro em seus
ramais, ou da realidade de imensos bancos de dados onde se encontram
as informações atinentes a um grau de inteligência qual capacidade
de nos ver onde menos estaremos, quanto à acepção crua da busca,
da procura, estará quase em um viés onde a tecnologia perde seu
papel em que perscruta o ideário e passa a atingir soluções, no
mesmo viés onde a revolução tecnológica cede espaço a uma nova
revolução dos costumes. Mesmo que não queira, quem é dono de
mega-estruturas de comunicação tem que dar espaço ao que possa
ocorrer de forma lancinante nos caudais das tendências onde a mesma
tecnologia muitas vezes societária há que procurar um mercado que
possa estar em mutação. Essa mutação fala muito à questão
gênica que se transpõe na Natureza Material como índices reativos
de transformação, onde uma informação em um instante gerada cede
espaço a mecanismos orgânicos quais células biológicas que mudam,
se volatilizam, perdem o sentido, entram em um caos, premem pela
organização e finalmente se tornam capturas de um non sense,
este altamente necessário se quisermos prosseguir com humor
compatível: o bom humor, bem se dizendo! Esse non sense pode ser
vermos o ridículo não por prismas trágicos, mas na comédia da
farsa, ela mesma, gerando atores em uma grande palhaçada em que se
torna o homem e suas vicissitudes e idiossincrasias. Mas a questão
da imagem – do que se vê – é tornarmos os sentidos outros como
leitores, com se diz na atinência de Krsna, que ouve com os olhos e
vê com a boca, que fecunda com o olhar e desfaz com um gesto…
Obviamente não somos tão altos ou poderosos, pois essas são as
Lilas do Supremo: de Paramesvara, o Controlador, este que porventura
nem é seu único perfil, em sua Energia Multifária. Krsna é algo
mais gigantesco, em que todas as ondas pequenas ou grandes do oceano
não perfazem um fragmento de suas encarnações nos universos
manifestos ou não, pois são inumeráveis, estes criados no Oceano
Causal, que dista o Infinito dos universos materiais. Onde estarão
as capturas, se o gigantesco e real mundo descrito é muito e muito
maior do que a pequena noção que temos da finitude humana em um
planeta como a Terra, onde os satélites povoam sua atmosfera em
busca de riquezas e guerras travadas ou ainda por se definir, quais
não fossem o grau de finitude em que Maya nos coloca.
No
entanto, há a realidade mesma da matéria, e aqueles que possuem
dificuldades sempiternas com relação a seus duros dias têm seus
graus de consciência elevados ou não, e que sofrem muitas vezes de
certas brutalidades onde não se basta tentar achar o viés
religioso, em muitos casos, mesmo por que não tem acesso às
literaturas que versem sobre tal recurso amoroso por Deus… Antes de
tudo, para se entender ou compreender qualquer veio filosófico há
que se ter alguma bagagem intelectual, condição sine qua non para
isso é a educação das gentes em qualquer lugar – em uma
verdadeira massa de miserabilidade – que necessita de atenção
pelas instituições que se dizem democráticas. O Bhaghavag-Gita é
um bom livro, e a distribuição desses exemplares é uma atitude
incansável dos devotos de Krsna, Deus. A Bíblia é um bom livro,
ensina igualmente a Ciência de Deus, entre outras escrituras
sagradas, como o Alcorão e etc. Pois o espírito bem alicerçado na
religião não pode ser capturado pela ignorância e ler, a um
princípio de entretenimento necessário, seja o que for – de boa
monta, mesmo em bases filosóficas ou poéticas – é uma questão
anímica para que desenvolvamos a crítica em relação a tudo que
nossos olhos capturem inicialmente, mas que, enquanto frutos do
pensamento, vão dar nos costados saudáveis de sabermos nos
relacionar conosco mesmos.
A
religião é caminho indispensável para o desenvolvimento de um ser
santificado, e a literatura é algo anímico que trilha por diversos
caminhos a consciência intelectual de um ser, e porventura este que
vos fala não poderia falar além disso mesmo, pois os livros sempre
tecem a companhia indispensável para que saibamos como regar uma
raiz de uma planta, e como às vezes a ignorância com relação à
Natureza faz de um jardim um páteo coberto de cimento, onde os seres
como as vespas têm que buscar polinizar em outros lugares. Os
ensinamentos em grande parte estão nos livros e sabermos o que é
uma boa chuva representa às vezes mais do que o que realmente é a
água, esta enquanto livro e pauta.
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