sexta-feira, 29 de junho de 2018

CAPTURAR A IMAGEM

          A Natureza Material nos prega peças sem tamanho. Se formos argumentar algo de substância, talvez sejamos quase “capturados” por lentes de variados focos, lentes que podem ser traduzidas pelo “ver” humano… Nossa imagem tem assaz importância em um mundo que faz do consumo sua mola mestra, a ver que um perfil talvez não signifique muito, mas milhões destes revelam a preferência, na dita sociedade de mercado, de coisas que podemos adquirir, ou de ideias que podemos ter, atendendo, a grosso modo, o mesmo mercado e as opiniões que podem frutificar em ações previsíveis, se as lentes se foquem em algum caso – ou casos – em particular. A imagem passa a ser subjetiva, a tal ponto que o sistema em que vivemos na sociedade globalizadora se atém na superfície, no que é visto, no que se pensa talvez seja um pouco mais complicado, e a máquina de fotografias se torna talvez uma das formas mais notórias de manifestação das artes, posto infinitas fotos são frutos dos selfies ou da curiosidade que um cidadão tem por capturar boas fotos no sentido igualmente de participar da fatia de uma realidade artística que sobrevive no modal das duas dimensões.
         Chegamos a um ponto onde o poder de um homem que seja dono de uma rede social, não propriamente o grande titular, mas de um grupo ou outro em seus ramais, ou da realidade de imensos bancos de dados onde se encontram as informações atinentes a um grau de inteligência qual capacidade de nos ver onde menos estaremos, quanto à acepção crua da busca, da procura, estará quase em um viés onde a tecnologia perde seu papel em que perscruta o ideário e passa a atingir soluções, no mesmo viés onde a revolução tecnológica cede espaço a uma nova revolução dos costumes. Mesmo que não queira, quem é dono de mega-estruturas de comunicação tem que dar espaço ao que possa ocorrer de forma lancinante nos caudais das tendências onde a mesma tecnologia muitas vezes societária há que procurar um mercado que possa estar em mutação. Essa mutação fala muito à questão gênica que se transpõe na Natureza Material como índices reativos de transformação, onde uma informação em um instante gerada cede espaço a mecanismos orgânicos quais células biológicas que mudam, se volatilizam, perdem o sentido, entram em um caos, premem pela organização e finalmente se tornam capturas de um non sense, este altamente necessário se quisermos prosseguir com humor compatível: o bom humor, bem se dizendo! Esse non sense pode ser vermos o ridículo não por prismas trágicos, mas na comédia da farsa, ela mesma, gerando atores em uma grande palhaçada em que se torna o homem e suas vicissitudes e idiossincrasias. Mas a questão da imagem – do que se vê – é tornarmos os sentidos outros como leitores, com se diz na atinência de Krsna, que ouve com os olhos e vê com a boca, que fecunda com o olhar e desfaz com um gesto… Obviamente não somos tão altos ou poderosos, pois essas são as Lilas do Supremo: de Paramesvara, o Controlador, este que porventura nem é seu único perfil, em sua Energia Multifária. Krsna é algo mais gigantesco, em que todas as ondas pequenas ou grandes do oceano não perfazem um fragmento de suas encarnações nos universos manifestos ou não, pois são inumeráveis, estes criados no Oceano Causal, que dista o Infinito dos universos materiais. Onde estarão as capturas, se o gigantesco e real mundo descrito é muito e muito maior do que a pequena noção que temos da finitude humana em um planeta como a Terra, onde os satélites povoam sua atmosfera em busca de riquezas e guerras travadas ou ainda por se definir, quais não fossem o grau de finitude em que Maya nos coloca.
         No entanto, há a realidade mesma da matéria, e aqueles que possuem dificuldades sempiternas com relação a seus duros dias têm seus graus de consciência elevados ou não, e que sofrem muitas vezes de certas brutalidades onde não se basta tentar achar o viés religioso, em muitos casos, mesmo por que não tem acesso às literaturas que versem sobre tal recurso amoroso por Deus… Antes de tudo, para se entender ou compreender qualquer veio filosófico há que se ter alguma bagagem intelectual, condição sine qua non para isso é a educação das gentes em qualquer lugar – em uma verdadeira massa de miserabilidade – que necessita de atenção pelas instituições que se dizem democráticas. O Bhaghavag-Gita é um bom livro, e a distribuição desses exemplares é uma atitude incansável dos devotos de Krsna, Deus. A Bíblia é um bom livro, ensina igualmente a Ciência de Deus, entre outras escrituras sagradas, como o Alcorão e etc. Pois o espírito bem alicerçado na religião não pode ser capturado pela ignorância e ler, a um princípio de entretenimento necessário, seja o que for – de boa monta, mesmo em bases filosóficas ou poéticas – é uma questão anímica para que desenvolvamos a crítica em relação a tudo que nossos olhos capturem inicialmente, mas que, enquanto frutos do pensamento, vão dar nos costados saudáveis de sabermos nos relacionar conosco mesmos.
          A religião é caminho indispensável para o desenvolvimento de um ser santificado, e a literatura é algo anímico que trilha por diversos caminhos a consciência intelectual de um ser, e porventura este que vos fala não poderia falar além disso mesmo, pois os livros sempre tecem a companhia indispensável para que saibamos como regar uma raiz de uma planta, e como às vezes a ignorância com relação à Natureza faz de um jardim um páteo coberto de cimento, onde os seres como as vespas têm que buscar polinizar em outros lugares. Os ensinamentos em grande parte estão nos livros e sabermos o que é uma boa chuva representa às vezes mais do que o que realmente é a água, esta enquanto livro e pauta.

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