quarta-feira, 27 de junho de 2018

OBSERVATÓRIO DA VIDA

         A observação é faculdade de poucos, quanto de fazerem de suas existências algo de maior… Como a rotina previsível que a outros lhes pareça exata, uma rotina traduzível, pois nem sempre o que se observa é muito bem observado, pois existem inúmeros modos de algo ter ocorrido, e motivações que não saiam a contento, pois as razões dos diferentes modos de atuação em sociedade pode revelar mais mistérios do que o “algo visto” seja tecnicamente a verdade ou a dimensão da realidade social de seus atores, no que seja crível o suficiente. Resta sabermos que a observação mais acurada detém os detalhes na linha do olhar, sente-se psiquicamente da fronteira entre observador e objeto de observação, e deriva obviamente na rotina previsível de um modo de viver.
          Parece-nos que quando o observador tende a ser preconceituoso, ou a julgar algo em virtude de idiossincrasias particulares, isenta da verdade um julgamento antecipado daquilo que simples e concretamente venha a ser fato, haja vista o jornalismo opinioso parcial ou tendencioso, em que seus colunistas batem os pontos para falar mal ou bem, por vezes sem jamais ter observado realmente o que se passa com uma notícia ou uma opinião. A tendência é a utilização dos veículos de comunicação exercerem poderes por vezes escusos em nome do que possa agregar riqueza às suas empresas, onde o jornalismo vira um negócio e necessitarmos obviamente de observadores acurados para desvendar o que é notícia ou o que são fake news, mesmo em se tratando de aparentes fontes “confiáveis.” Mas isso é uma ponta do que acontece nas ruas, nos movimentos e circulação de objetos materiais, no comércio, no que é realmente economia de primeiro mundo, e porque estamos fadados a ser mais pobres do que os demais, sendo isso aparentemente uma injunção relativamente normal, ou seja, de que um país pobre tenha que se aceitar assim, mesmo sob certos látegos claramente localizáveis. Esses pontos, melhor, infinitos pontos de referência, que surgem a cada dia, independente de alguns focos serem mais fortes e possuírem em seus conjuntos rotinas previsíveis, lota a questão de focar-se o foco, e deixar variáveis mudarem conforme suas atinências, seus outros modais, em que a criatividade de nossos atores deve ser compatível com a compreensão de realidades mais complexas, subjetivas, sociais.
         O caminho para que se encontre razões variáveis na conformidade do fluxo de compreensão na própria competência necessária, criará um vínculo muito maior com a realidade de fato – fruto de observação e sintetismo acurado – em um panorama de maior justiça, tanto social quanto da resolução de problemas que dentro de antigas e complexas questões, quando tomamos o nosso eu consciente como ator de uma realidade em que sensivelmente tenhamos que nos posicionar enquanto seres do mesmo panorama social, esquecendo que não bastará apenas uma hierarquia e uma rotina dura, se não compreendermos a cultura de cada qual em seus aspectos humanos, frente ao lócus onde se vive e transita a gente que muitas vezes ignoramos…  

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