Quem
dera nossos propósitos fossem maiores do que o que se pensa sobre…
Que níveis de liberdade de uma expressão fossem a realidade do que
se pretenda ser um teor de filosofia. A um pensar-se livre, quem
dera, que fosse a própria libertação de nossos caracteres que se
volatilizam tão abertamente em um mundo efêmero como o atual.
Aparecemos em linhas de tempo: isso é um fato incontestável, na
busca, na procura de sermos algo ou alguém, sem dúvida com algum
interesse de algum interlocutor. Não bastasse isso, somos pensantes
de um tipo de corretagem existencial inequívoca enquanto
posicionamentos em relação a muitas coisas, vendendo uma imagem ou
perfil que se enquadre em um grupo ou no popularesco modo de
negociarmos nossas opiniões. Que não fosse assim, mas é
característica do modal tecnológico que reside agora em nossas
mãos, como meio e mensagem, porquanto estarmos aparecendo vorazmente
na rede, não sabemos ainda como pragmaticamente a usaremos como
ferramental. Alguns utilizam como trabalho em um viés talvez meio
esquisito, quando percebem que nem tudo trabalha tão bem assim,
nesse modal digital, ou que digitaliza o meio como intenção:
pensar-se enquanto geração que sequer tenha tido contato com meios
não digitais. A releitura histórica da tecnologia se faz
necessária, e a compreensão de modos mais artesanais de produção
é um bom caminho para se ter boa ideia a respeito de como se tornou
a contemporaneidade essa indústria limpa dos chips. É importante
borrarmos um pouco as tintas, voltarmos um pouco ao nanquim caneta, e
aos pincéis, enquanto expressão aquosa ou a óleo, ou um grafite de
um lápis, quem dera, um retorno à arte em toda a sua origem,
obviamente com a redescoberta dela mesma, com os novos meios, e sua
amplitude de funções e formas. Sempre um canal expressivo, e
igualmente uma educação abrangente que aproxime o aluno e os
professores das letras como sinais e signos que tem potenciais
extraordinários na mesma cultura que agora vemos um pouco esvaziada,
frente às novidades que vêm de uma aldeia global, onde os grandes
devoram os ícones dos pequenos.
O
destino de todos nós que almejamos por canais de expressão e
realizações culturais é vermos que é mais fácil lucrarmos com
uma peça pronta, como um template, do que sabermos como e
quando fazer, como construir, o que expressar, ou mesmo a mediação
que devemos nos dar aos processos de acesso, a que todos têm o
direito, e a grande oficina de materiais não nos é oportunizada. A
necessidade da arte já vem a dar o crédito nas franjas do destino
da sociedade contemporânea em um país pobre, e cada vez mais pobre,
onde ocultam covardemente a sua cultura. É nesse modal de atuação
que urge lutarmos bravamente para resguardar a cultura brasileira,
sua relação com países do continente, o lado amigável de
fronteiras amigáveis, a mescla entre o sul e o norte, no que se
tende, atualmente, a ressaltar as diferenças por caminhos não muito
bons, visto de segregações inóspitas, e ideais de raça que inexistem na ciência antropológica em povos ditos civilizados, ou que cultivem a história
como referência importante que não implicará jamais cometermos
os mesmos erros crassos de passados que não retornarão, mas que
passam a incomodar àqueles que possuem cutuba e cultura sólida para
provar a inexistência dos pensamentos do fracasso.
Só
vamos ter um país se nos encontrarmos conosco e soubermos de antemão
o gesto que não se encontra com algo de substância, algo oposto à
sinceridade de outro gesto, natural, humano, que não sobrepõe sobre
a maré de uma individualidade consciente aquelas coletividades cegas
que endeusam homens e desprezam o outro lado da livre iniciativa: a
arte, esta irmã da Verdade!
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