quarta-feira, 13 de junho de 2018

POESIA DO ANTAGONISMO

Se há um entendimento truncado em alguma razão perdida nos tempos
Nada encontramos de revelações secretas de algum motivo torpe,
Mas que sempre esperemos uma questão de ordem a sabermos o como…

Os contrários se sucedem, o positivo vira negativo, a desesperança parte
No rumo inquieto de uma quase enfermidade crônica, quando despertamos
Muito antes da vulgaridade de se saber ciente apenas dos descasos…

E um país se torna tudo ou nada, e uma família é solapada até suas raízes
Quando um dela se torna fração da realidade consubstanciada por conhecer.

E o tudo se torna nada, na apreensão invisível do estar-se contente
Quando a outros isso não se conforta ou conforma tanto, como se diz,
A anuência gratuita de uma caridade ou não reduz o que se contém ao nada.

E essa pergunta de não sabermos quais as referências cabais de uma bondade
Por fim nos transporta a escalas que reiteram a vida com mais saúde quando
No alvorecer de um dia um poeta possa vislumbrar sua arte com mais tempo!

Esse tempo eterno que tudo devora, no qual saibamos que temos um saber
Que não sucede a nenhum outro, e que porventura diríamos outras palavras
No que se pareça a uma Verdade não encoberta pelo coração dos fatos.

Esse buscar-se na expressão a suavidade do afago de uma ainda quase noite
Revela a luz que o atávico sol surpreenderá a cada manhã com sua ciência
De sabermos o quanto é a vida que nos encerre na escuridão de uma rua…

Por estarmos presentes na existência que nos revela o claro e o escuro,
O sim e o não, o côncavo e o convexo, o que cremos que se completa
Com o incompleto sistêmico na acepção crua do que teríamos ainda a ser.

Algo saudoso e simbólico não nos afaste de uma crítica mordaz que chega
Como resultado cru da mesma busca, pois que a reação que não nos diz
Passa a ser aquilo que esperamos de quase bom na covardia da inépcia.

Não que não tenhamos gana, essa mesma gana de vida, da arte, da cultura,
Isso que nos moveria sempre se a mesma moeda não trouxesse seus lados
Dos quais a coroa se move sempre a discernir valores onde não se existe…

Em uma realidade aumentada vemos algumas sinapses desencontradas
Em padrões onde outras se encontram com relativas outras realidades
No que a patifaria de sentirmos certos látegos não nos relativiza a escravidão.

Seríamos tanto quanto o que gostaríamos de viver, pois que se baste o fel
Que não precisamos regurgitar na pretensa serenidade aparente de uma lagoa
Onde um reptílico ser nos revela que há vida sob os escombros de um tudo.

Esse imo que perfaz o consonante gesto de mão inquietas sobre a mesa
De um tremor de seus pratos colocados em cada dia para inquietas refeições
Ao que se dite que por vezes nem em um comer-se há a paz derradeira…

No entanto, se é de contradições que vive o mundo, se isso é realidade
Talvez saibamos ver que o lote que nos caberia saber com outros olhos
Revela-se na presença de um homem ou uma mulher na esperança de si mesmos.

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