sábado, 30 de junho de 2018

O QUE SE DIZ DE UMA LETRA?

         Cláudio se portava de modo estranho… Seu nome? Sim, havia em sua barba de indigente algo que não se remetesse a esse nome: talvez um nome clássico, talvez propriedade da nomenclatura de uma “boa” família. Mas era o seu nome, e dizia coisas, e andava de outros modos, e catava lixos que talvez lhe trouxessem algo de comer pela manhã, e pernoitava no frio, à sombra de diuturna esperança. Não, efetivamente não havia emprego, e a mão ferida revelava que trabalhara na semana passada com uma betoneira, e que agora – já – a realidade era a mesma do que nunca soubera que seria. Não, efetivamente não possuiria um lar e, por mais que evitasse a cachaça lhe impunham questões de comportamento simplesmente na prática de escarrar-lhe na face a indiferença profundamente atuante, nos gestos, no olhar de nojo, e que nem negro era, posto branco, mas na igualdade dos enjeitados que fosse, era miserável e não era puro de qualquer raça, posto nem de raça humana, qual, a raça humana: uma semana do trabalho de Deus! E onde Este estaria na sua realidade? Pois sim, andemos, que ele tinha a dizer algo que, de monta, era o sacrário de sua existência, quando encontrava Leandro, este de outra classe, mais abastado, e no entanto, apesar de apolítico, possuidor de sensibilidade. Humano. Disse Cláudio a Leandro:
         - Pois que vejamos só. Se me tenhas como no sábado passado que eu lhe vi, me darias um cigarro, e do fogo, que eu teimo em fumar do tabaco e, veja, que da bebida não sabes, nem saberás!
         - A mim não me importa, posto, que bebas, pois na minha família de um par, de dois, de três pares damos para não sabes o que um dinheiro que nos sobre, sobre cobres que não existem. Sei que não há emprego, grande Cláudio, mas me coloco no seu lugar… - Disse Leandro, com uma ponta renitente das palavras que chegavam em qualquer destino. Não que não soubesse de alguma aproximação. Por estranho que parecesse, Cláudio parecia um Grande Irmão orwelliano às avessas: o olhar, a aproximação inevitável a face da sociedade que todos gostariam de tentar controlar, terminar, um códice de representação que remetia, ao que não era. No entanto, era real e forte. Fruto de sentimento observável, como se Leandro percebesse o sofrimento humano pelos poros… Disse a Cláudio que “o que antes fosse de ti o meu encontro com a vida tão curta que aparentemente temos, meu caro, na verdade é um infinito, como costumo que possa ser infinita certa bondade.”
         - Leandro, veja como a vida nos encerra no mesmo latifúndio cercado onde só o que funciona é o que tem funcionado para gentes como eu. Sempre em uma função derradeira, sempre a suprir faltas, uma carestia insana, o preço da liberdade das ruas é o que se tem como látego incandescente da incompreensão.
         - Preconceito, incompreensão, dá no mesmo. A trilogia: pobreza, raça, loucura… Três máculas criadas, arraigadas, tornando e massificando segregação sem conta. Não sou negro nem pobre, mas o estigma da loucura talvez seja o pior, pois por mais que você tenta provar a tua lucidez, batem com sal grosso na ferida e, das duas uma, quando a fama é boa dá para conviver, mas o isolamento subsiste, mas nos bastamos às vezes pois enfermidade compartida com outras é mais difícil suponho, e andar solitário é por vezes a questão principal da cura. Saber-se da vida solitária, do que veio a mim a religião, quiçá, na opinião dos que se dizem fortes, apanágio dos fracos.
          - Essa é a questão, Leandro, bastemo-nos com nossos diálogos, por vezes entrecortados. Concretamente sei de melhores vidas, na acepção dos padrões usuais, e que saibas que já li muito, e isso me valeu de monta, pois a literatura me deu a história e como as pessoas conviveram com processos de mudanças em suas sociedades, e como na verdade as letras da filosofia ajudam a gente a pensar, e eu não sobreviveria nas ruas se não soubesse como vive a rivalidade que se oferece pungente com seus atrasos e o mesmo preconceito de que falávamos.
         - Pois bem, sigamos firmes então e, veja, aqui no céu os urubus estão atrás de algo, mas sobremaneira convivem bem com as gaivotas. Sigo em companhia destas rochas marinhas e, se você quiser, eu lhe convido, para a direção que desejares ir, a que veja em cada face de uma rocha suas próprias e fortes pernas, pois estas te permitem caminhar, e veja na vastidão do céu que cada nuvem possui uma história recontada pelos ventos, e que as embarcações sempre te revelem que o homem conquistou o saber imantado de flutuar sobre as águas, e que isso é mais antigo do que duzentas gerações atrás e, se não me falha a memória, muito mais do que isso! Boa ventura, grande amigo das ruas…
         - Sigo, Leandro, como bem vier, a que conversemos sempre!!!

sexta-feira, 29 de junho de 2018

CAPTURAR A IMAGEM

          A Natureza Material nos prega peças sem tamanho. Se formos argumentar algo de substância, talvez sejamos quase “capturados” por lentes de variados focos, lentes que podem ser traduzidas pelo “ver” humano… Nossa imagem tem assaz importância em um mundo que faz do consumo sua mola mestra, a ver que um perfil talvez não signifique muito, mas milhões destes revelam a preferência, na dita sociedade de mercado, de coisas que podemos adquirir, ou de ideias que podemos ter, atendendo, a grosso modo, o mesmo mercado e as opiniões que podem frutificar em ações previsíveis, se as lentes se foquem em algum caso – ou casos – em particular. A imagem passa a ser subjetiva, a tal ponto que o sistema em que vivemos na sociedade globalizadora se atém na superfície, no que é visto, no que se pensa talvez seja um pouco mais complicado, e a máquina de fotografias se torna talvez uma das formas mais notórias de manifestação das artes, posto infinitas fotos são frutos dos selfies ou da curiosidade que um cidadão tem por capturar boas fotos no sentido igualmente de participar da fatia de uma realidade artística que sobrevive no modal das duas dimensões.
         Chegamos a um ponto onde o poder de um homem que seja dono de uma rede social, não propriamente o grande titular, mas de um grupo ou outro em seus ramais, ou da realidade de imensos bancos de dados onde se encontram as informações atinentes a um grau de inteligência qual capacidade de nos ver onde menos estaremos, quanto à acepção crua da busca, da procura, estará quase em um viés onde a tecnologia perde seu papel em que perscruta o ideário e passa a atingir soluções, no mesmo viés onde a revolução tecnológica cede espaço a uma nova revolução dos costumes. Mesmo que não queira, quem é dono de mega-estruturas de comunicação tem que dar espaço ao que possa ocorrer de forma lancinante nos caudais das tendências onde a mesma tecnologia muitas vezes societária há que procurar um mercado que possa estar em mutação. Essa mutação fala muito à questão gênica que se transpõe na Natureza Material como índices reativos de transformação, onde uma informação em um instante gerada cede espaço a mecanismos orgânicos quais células biológicas que mudam, se volatilizam, perdem o sentido, entram em um caos, premem pela organização e finalmente se tornam capturas de um non sense, este altamente necessário se quisermos prosseguir com humor compatível: o bom humor, bem se dizendo! Esse non sense pode ser vermos o ridículo não por prismas trágicos, mas na comédia da farsa, ela mesma, gerando atores em uma grande palhaçada em que se torna o homem e suas vicissitudes e idiossincrasias. Mas a questão da imagem – do que se vê – é tornarmos os sentidos outros como leitores, com se diz na atinência de Krsna, que ouve com os olhos e vê com a boca, que fecunda com o olhar e desfaz com um gesto… Obviamente não somos tão altos ou poderosos, pois essas são as Lilas do Supremo: de Paramesvara, o Controlador, este que porventura nem é seu único perfil, em sua Energia Multifária. Krsna é algo mais gigantesco, em que todas as ondas pequenas ou grandes do oceano não perfazem um fragmento de suas encarnações nos universos manifestos ou não, pois são inumeráveis, estes criados no Oceano Causal, que dista o Infinito dos universos materiais. Onde estarão as capturas, se o gigantesco e real mundo descrito é muito e muito maior do que a pequena noção que temos da finitude humana em um planeta como a Terra, onde os satélites povoam sua atmosfera em busca de riquezas e guerras travadas ou ainda por se definir, quais não fossem o grau de finitude em que Maya nos coloca.
         No entanto, há a realidade mesma da matéria, e aqueles que possuem dificuldades sempiternas com relação a seus duros dias têm seus graus de consciência elevados ou não, e que sofrem muitas vezes de certas brutalidades onde não se basta tentar achar o viés religioso, em muitos casos, mesmo por que não tem acesso às literaturas que versem sobre tal recurso amoroso por Deus… Antes de tudo, para se entender ou compreender qualquer veio filosófico há que se ter alguma bagagem intelectual, condição sine qua non para isso é a educação das gentes em qualquer lugar – em uma verdadeira massa de miserabilidade – que necessita de atenção pelas instituições que se dizem democráticas. O Bhaghavag-Gita é um bom livro, e a distribuição desses exemplares é uma atitude incansável dos devotos de Krsna, Deus. A Bíblia é um bom livro, ensina igualmente a Ciência de Deus, entre outras escrituras sagradas, como o Alcorão e etc. Pois o espírito bem alicerçado na religião não pode ser capturado pela ignorância e ler, a um princípio de entretenimento necessário, seja o que for – de boa monta, mesmo em bases filosóficas ou poéticas – é uma questão anímica para que desenvolvamos a crítica em relação a tudo que nossos olhos capturem inicialmente, mas que, enquanto frutos do pensamento, vão dar nos costados saudáveis de sabermos nos relacionar conosco mesmos.
          A religião é caminho indispensável para o desenvolvimento de um ser santificado, e a literatura é algo anímico que trilha por diversos caminhos a consciência intelectual de um ser, e porventura este que vos fala não poderia falar além disso mesmo, pois os livros sempre tecem a companhia indispensável para que saibamos como regar uma raiz de uma planta, e como às vezes a ignorância com relação à Natureza faz de um jardim um páteo coberto de cimento, onde os seres como as vespas têm que buscar polinizar em outros lugares. Os ensinamentos em grande parte estão nos livros e sabermos o que é uma boa chuva representa às vezes mais do que o que realmente é a água, esta enquanto livro e pauta.

quarta-feira, 27 de junho de 2018

OBSERVATÓRIO DA VIDA

         A observação é faculdade de poucos, quanto de fazerem de suas existências algo de maior… Como a rotina previsível que a outros lhes pareça exata, uma rotina traduzível, pois nem sempre o que se observa é muito bem observado, pois existem inúmeros modos de algo ter ocorrido, e motivações que não saiam a contento, pois as razões dos diferentes modos de atuação em sociedade pode revelar mais mistérios do que o “algo visto” seja tecnicamente a verdade ou a dimensão da realidade social de seus atores, no que seja crível o suficiente. Resta sabermos que a observação mais acurada detém os detalhes na linha do olhar, sente-se psiquicamente da fronteira entre observador e objeto de observação, e deriva obviamente na rotina previsível de um modo de viver.
          Parece-nos que quando o observador tende a ser preconceituoso, ou a julgar algo em virtude de idiossincrasias particulares, isenta da verdade um julgamento antecipado daquilo que simples e concretamente venha a ser fato, haja vista o jornalismo opinioso parcial ou tendencioso, em que seus colunistas batem os pontos para falar mal ou bem, por vezes sem jamais ter observado realmente o que se passa com uma notícia ou uma opinião. A tendência é a utilização dos veículos de comunicação exercerem poderes por vezes escusos em nome do que possa agregar riqueza às suas empresas, onde o jornalismo vira um negócio e necessitarmos obviamente de observadores acurados para desvendar o que é notícia ou o que são fake news, mesmo em se tratando de aparentes fontes “confiáveis.” Mas isso é uma ponta do que acontece nas ruas, nos movimentos e circulação de objetos materiais, no comércio, no que é realmente economia de primeiro mundo, e porque estamos fadados a ser mais pobres do que os demais, sendo isso aparentemente uma injunção relativamente normal, ou seja, de que um país pobre tenha que se aceitar assim, mesmo sob certos látegos claramente localizáveis. Esses pontos, melhor, infinitos pontos de referência, que surgem a cada dia, independente de alguns focos serem mais fortes e possuírem em seus conjuntos rotinas previsíveis, lota a questão de focar-se o foco, e deixar variáveis mudarem conforme suas atinências, seus outros modais, em que a criatividade de nossos atores deve ser compatível com a compreensão de realidades mais complexas, subjetivas, sociais.
         O caminho para que se encontre razões variáveis na conformidade do fluxo de compreensão na própria competência necessária, criará um vínculo muito maior com a realidade de fato – fruto de observação e sintetismo acurado – em um panorama de maior justiça, tanto social quanto da resolução de problemas que dentro de antigas e complexas questões, quando tomamos o nosso eu consciente como ator de uma realidade em que sensivelmente tenhamos que nos posicionar enquanto seres do mesmo panorama social, esquecendo que não bastará apenas uma hierarquia e uma rotina dura, se não compreendermos a cultura de cada qual em seus aspectos humanos, frente ao lócus onde se vive e transita a gente que muitas vezes ignoramos…  

terça-feira, 26 de junho de 2018

CONTRADIÇÕES

          Vive o homem a contradição do que tem implantado na ordem das coisas, que foge a regras, que não organiza algo realmente de ponta, plantando para novas gerações as contradições – sistêmicas – no seio de nossas sociedades. Talvez sempre houve contradições estas citadas, mas igualmente o que ocorre é justamente uma onda de ficção extremamente vinculada à realidade. Os caminhos do entretenimento e usos que se faz das novas gerações de tecnologia nos parecem inevitáveis, mas a sintonia com o que É de fato está distanciada com aquilo que esperam que seja, dentro de uma mística algo mais eletrônica do que terrena. Mas talvez estejamos rebuscando cada vez mais o nosso pensar ou agir em detrimento de um avanço incalculável e positivo na era contemporânea. De tal modo que inclusive o rompante de rebeldia por si só dá espaço para recriarmos nossas micros realidades, mas espelhando para o mundo, casualmente, na adição, no agregar-se possibilidades novas de comunicação, tanto que quando somos autores de maior monta, ou seja, em processos em que não é apenas o ego que conta, mas a realização de algo mais concreto e eficaz como competência, o retorno garante certo orgulho, este mais verdadeiro quando vem de mais esforço. Quem diria, estamos escrevendo histórias com corretores ortográficos, estamos na mesa de um restaurante estrangeiro pedindo comida com o tradutor no celular: isso talvez seja contraditório, mas o espelhamento sereno que se faz com outros modais de existência revela a ampliação – mesmo que em frases curtas – das nossas capacidades comunicacionais. Destarte, nem sempre é fácil enfrentar contradições inerentes ao processo histórico dessa revolução tecnológica, pois remetem a um descaso com coisas importantes no nosso dia a dia. Tentar verbalizar algo, por exemplo, um parágrafo longo, a profundidade de um pensamento, talvez esteja mais distante da realidade cultural de nossa civilização, e a diferença entre nações só faz relativizar um pouco o processo como um todo, uma totalidade. No entanto, o mundo não pode ser traduzido pelas nuances econômicas, pelos processos industriosos, pela hegemonia de tal ou qual país, por lideranças e etc, pois tudo isso dá margens a que se justifique a relação de poder e as consequências dessa ótica em sempre vermos como donos do mundo material, que na verdade não é um fato, pois muito antes do homem aparecer na Terra, esta já estava aqui, como um planeta. E não será destruindo sua tênue superfície que os homens encontrarão em seus utópicos delírios a supremacia neste mundo. A tendência é piorar, ao menos se não se tomar consciência velozmente, na contraparte da chamada evolução, pois a prática não tem espelhado essa palavra. Essa superfície que habitamos pode ser bem aproveitada, se teimarmos em respeitar a Natureza que nos dá tanto e tanto e voltarmos nossas faces para a paz tão urgente, uma paz social que significa a distribuição equitativa de fortunas que, a grosso modo, estão nas mãos de pouca gente, enquanto mais de noventa por cento ganham menos do que essa faixa da população. Uma conta concreta que causa o grande malefício social no dito mundo “civilizado.” A corrida desenfreada pelas riquezas dos territórios da Terra continuará, sob a égide do poder das armas, que tantos são os curiosos que gostariam de apertar botões para ver estranhas carnificinas, como temos visto na Síria e na Palestina, como vimos na África e talvez venhamos a ver na Venezuela. Afora o Iraque, Namíbia, Congo, Haiti, nos golpes de antanho e na dominação assaz cruenta de todos os territórios que quiseram se tornar independentes do jugo imperialista. Essa luta sem tréguas não terminará até que o último quinhão de petróleo seja sinistramente subtraído de países que acabam por consentir o roubo. Entre outras riquezas, como os diamantes que fizeram de Mandela um herói da resistência na África, em que agora tece-se uma guerra comercial para que a contenda entre nações continue, e não há nenhum herói que bote termo na administração de Trump, que continua a fazer das suas protegendo mercados em detrimento de sua falência enquanto império. Falência moral, indignidade, picaretagem e falcatruas.
         Há que se esperar, existem países como o Japão e a China, há sorrisos no Oriente e a Índia ensina ao mundo o que é saber matemática, dentro de seus mercados centuplicados, externados à última potência, em que veremos que basta esperar mais um pouco que a própria Rússia dirá o mundo qual deverá ser a sua rotação, pois igualmente faz parte da realidade concreta do Leste…  

sábado, 23 de junho de 2018

VAI, QUE FALEMOS DO ORIENTE, QUAL, NÃO PRECISÁRAMOS FALAR, MAS JÁ QUE CITAMOS ESTÁ DITO, E PONTO.

POSTO QUE NÃO HÁ SEGREDO EM UMA VIDA EM ABERTO, QUAL UM LEQUE CHINÊS EM UMA DINASTIA QUE FAÇA PARTE INEQUÍVOCA DA CULTURA DESSE GRANDE PAÍS, ALIÁS, GRANDE E PODEROSO!

HÁ UMA PLANTA EM ALGUM LUGAR PELA QUAL SE GUARDARIA SEGREDO, MAS A GRAMA É O MANANCIAL, MESMO DESCOBERTA, DAS FLÂMULAS QUE NOS TRAZEM À REALIDADE.

É FÁCIL TECER UMA POESIA OU MENSAGEM QUANDO JÁ SE SOFREU METADE DOS SOFRIMENTOS QUE UM HOMEM DE MEIA IDADE HOUVERA EM SUA VIDA...

A TÍTULO DE CONFORMIDADE, A AUDIÊNCIA É FRUTO DO SE ESCUTAR UMA PALAVRA E, QUANDO ESTA É RICA, OS FEIXES NERVOSOS DA IGNORÂNCIA SE RETESAM QUAIS ARANHAS PARA DAR UM BOTE VAMPIRESCO.

REDIMIR-VOS, ÓH PAIS DO QUE CHAMAMOS OBSOLESCÊNCIA DO PENSAMENTO, POIS O PENSAR CONCRETO É TAREFA DE ALGUNS, NÃO DOS OUTROS QUE APENAS SOFREM DO PRAZER INAUDITO.

UM HOMEM SOZINHO PODE SER EXTREMAMENTE FELIZ E, QUANDO ACOMPANHADO COM UMA EXPERIÊNCIA DE SE TRANSCENDER, TRANSCENDE MESMO A ILUSÃO SEM TAMANHO EM QUE SE TRANSFORMOU A INDÚSTRIA CULTURAL DA QUAL ELE NÃO PRECISA SER TÃO SENCIENTE.

NA VERDADE HÁ UMA LEVE DIFERENÇA A QUE ALGUNS CHAMARIAM DE INTELIGÊNCIA OU BURRICE: A FALTA DA EXPERIÊNCIA COM A MESMA VIDA QUE IGNORAMOS POR VEZES EXISTIR.

O QUE SE PODE DIZER DE UM SER CIDADÃO É QUE ESTE RECRIE EM SUAS VIRTUDES O REENCONTRO MESMO DA PRÓPRIA CIDADANIA COMO CONQUISTA DIÁRIA, E DE TODOS OS QUE O CERCAM.

UM CIDADÃO NÃO PODE SER ESPIÃO DE ALGO QUE EXISTA, POSTO A ESPIONAGEM SERVE A TODA A ILUSÃO DA PARAFERNÁLIA DOS BENS MATERIAIS E INTERESSES MAJORADOS DO PODER.

A RELATIVIZAÇÃO DA CONSCIÊNCIA NUNCA SERÁ UMA FAKE NEWS, POIS ESTA EXPRESSÃO JÁ FOI CRIADA PARA SEUS PRÓPRIOS PROPÓSITOS.

EM UM GALHO SECO PODE ESTAR A SEPARAÇÃO DE DOIS CAMINHOS, QUE UM HOMEM NÃO PODE ATRAVESSAR, POSTO ESTAR EM DESVANTAGEM EM TAMANHO, MAS QUE O INSETO VIVERÁ MELHOR ESSA QUESTÃO.

A RIQUEZA EM SE FALAR DURAMENTE FALA MAIS ALTO À REALIDADE DA INDIGÊNCIA E DA INDIFERENÇA HUMANA EM RELAÇÃO A TAIS COISAS...

É ESTRANHO DIZER, MAS OS JOVENS DE HOJE SE PARECEM MAIS VELHOS DO QUE OS VELHOS QUE PARTICIPARAM DE HISTÓRIAS DE SÉCULOS PASSADOS, COMO COADJUVANTES, E NÃO COMO AUTÔMATOS.

SE PASSA QUE UM HOMEM PODE SER FELIZ NA COMPANHIA DOS PÁSSAROS E DAS PEDRAS, E ENQUANTO OS PODERES ESTABELECIDOS NÃO TARJAREM UMA EXISTÊNCIA REALMENTE LIVRE DE INSANA, RESTÁ À SANIDADE DA HARMONIA EM VIVER BEM ACOMPANHADO O SINAL DA FELICIDADE!

SE É DE LEITOR QUE SE TENHA CORAGEM DE LER E RELER QUANDO UMA LINHA IMPRESSIONA, E QUE DE UM BLOCO DE TEXTO SEJA FEITA UMA COLUNA DE LUZES, MELHOR ASSIM PARA SE ENTENDER O BEM DITO.

EM UMA POSTAGEM DE TEXTO, ALGO ARCAICA ENQUANTO FORMA, HÁ A SUBTRAÇÃO DO ORGULHO DE OUTROS QUE RECRIAM A SUA PRÓPRIA IGNORÂNCIA...

POIS SIM, QUE SEJA CONCERNENTE A CONSCIÊNCIA, MAS QUE ESSA NÃO SEJA UMA COCEIRA INDELÉVEL EM NOSSO EGO FALSO.

A NATUREZA E A BUSCA DA CONSCIÊNCIA


Nada nos é dado por acaso. O fato da natureza material ser tão ampla revela a face do infinito, porquanto neste planeta o mundo material é composto de frentes finitas, e os espíritos que devemos crer que emanam de muitos seres, ou do que consideramos inicialmente ser objetos em que interferimos, sem saber se estamos interagindo, ou se as folhas secas já não possuem vida, como efetivamente, concretamente é. Quanto à contraparte de nossa natureza essencial, a espiritual, versemos ou observemos com mais cuidado, pois não diz respeito à energia renovável, nem à sustentabilidade tão festejada por aqueles que se fazem de pináculos do pensamento deste milênio, assoberbados sobremaneira com a transição do fóssil à força da eletricidade que sacrifica por sinal tantos e tantos rios. Talvez a apreensão que fazem da matéria se traduza igualmente na matança animal enquanto criam puros sangues ou tratam de enobrecer sua língua com alimentos feitos de carne morta. Tudo cercado com o parentesco irreal de seus pares, quanto da amizade feita de insumos hedonistas com o propósito de revolucionar o que já está aqui há milênios, fazendo os frutos se alimentarem dos outros frutos que vêm mais tarde com seus ideais de sociedades, na acepção crua de manterem uma espécie fracassada enquanto apta a aceitar o modal referenciado acima como algo de crua normalidade. Não haverá diálogo com os seres humanos enquanto a concepção da espécie no planeta vier com a soberba de se achar mais evoluída do que as outras. Muitos cães nos ensinam que são superiores a muitos homens ou mulheres, com mais tato, mais intuição e sensibilidade, e a pureza de caráter que participa de seu reino, justamente quando os seres humanos busquem perpetuamente serem perdoados por seus pecados. Pois bem, teimam em achar que pecam por questões relativas ao seu critério de existência, mas pecam igualmente quando ignoram que o pecado é grande quando comem a carne do gado crendo ser prazer essa brutalidade. Os porcos confinados não merecem essa vida, o corte da madeira em florestas fazem parte do mesmo pecado, ignorando a brutalidade de exterminar povos que respeitam a floresta e que não fazem parte dessa aldeia global que peca por pensar estar efetivamente equacionando soluções, e que mais não faz do que concentrar a renda em mãos de poucas populações, a grosso modo, o mínimo do corpo populacional de viventes humanos.
A Natureza pode ser a porta para nos tornarmos mais conscientes, e essa condição é absolutamente inequívoca pois sua organicidade, seu arranjo imprevisível, torna a especulação que ocorre com a sua contraparte, em especial o mundo digital, uma caixa fechada onde outras populações acreditam em medíocres insights como prazeres intelectuais de nível, tendendo a separar as coisas em categorias, quando absorvem endemicamente a lógica simplificada de máquinas que servem para conceder poder aos mais “fortes” do que distribuir melhor os níveis de riqueza para os mais empobrecidos com a valia de enriquecer paulatina e certeiramente a compreensão de nosso mundo: a necessária tomada de consciência pela população mais à deriva desse oceano cáustico onde quem cai do pequeno navio é devorado pela insânia, qual rua que não perdoa… Essa categorização por osmose, que calha a quem calhar, favorece a enganação e a mística de serem aqueles chefes de organizações empresariais acima das inteligências dos Estados ou dos sistemas, como forma de agirem por conta de empreitadas criminosas, enquanto concentração de renda e roubos especulativos, rigorosamente na forma da lei, nessa defasagem existente entre aparato jurídico e avanço tecnológico sem par, lacunas em que o Direito Digital há que estar sempre correndo pela retaguarda para prevenir mais saques do erário humano. Resta saber que a Natureza esta, festejada por quem a possui, em seus clubes ou terras, restará sabendo mais sempre do que realmente importa à espécie, e esta mesma espécie não pode abraçar mais um conteúdo político que não verse sobre tamanha importância na urgência de tentarmos ainda salvar o planeta dos predadores de riquezas, em seu capitalismo selvático e sem freio. Em especial os mananciais de nossas Américas, pois o que se apresenta em um país como o Brasil é estarem vendendo nosso território alegando que movimentos nacionalistas tendem a ser autocráticos, e esse viés só exigirá o respeito quando mostrarmos ao mundo que atender às demandas de nossas sociedades só fará aumentar o respeito pela Natureza, de onde todos viemos, e para onde todos vamos.


sexta-feira, 22 de junho de 2018

EM ESPAÇOS DERRADEIROS, HÁ UM PEÃO QUE ESPERA QUE SUA DAMA O LEVE AO FIM DO TABULEIRO.

SE A POESIA TEM UM PRAZER, O QUE O TECE É VER QUE PODE TRANSPOR MONTANHAS E OCEANOS!!!

QUEM DIRIA AO MEDITARMOS ENCONTRARMOS UM AMOR, UM REVISITADO: DISTANTE, QUE ABRAÇA O HORIZONTE QUASE FINITO.

A BELEZA DA VIDA É ENCONTRAR EM UMA POLEGADA QUADRADA O IMANTADO GESTO DA MATÉRIA.

A CADA CAMINHO UM NICHO, UMA ERVA, UMA CALÇADA COM SEUS LÍQUENS, UM PAR DE PERNAS APRESSADAS COM UM ACENO QUASE GENTIL...

PARA ALGUNS POETAS, O SONHO DO AMOR É TÃO DISTANTE QUANTO O CANTO DAS SEREIAS DE ULISSES AMARRADO AO MASTRO.

O CONFORTO DE UMA ALMA É VER QUE DEPOIS DE TANTOS SACRIFÍCIOS OS FRUTOS BATEM À SUA JANELA.

DO QUE SEJA O POETA UMA PEÇA DO PENSAMENTO, QUEM SABE O ENCAIXE NÃO SEJA NA ENGRENAGEM, MAS NA SUPERFÍCIE DO VENTO!

AS RESPOSTAS QUE NÃO ENCONTRAMOS EM NOSSOS LUGARES DÃO MARGEM A QUE PELO MENOS PERGUNTEMOS EM OUTROS...

SE O CÓDIGO DE UMA FLORESTA ESTIVER EM CADA NERVURA DAS FOLHAS, A RIQUEZA DA NATUREZA PODE SER AFIRMADA COMO ALGO INDESCRITÍVEL.

GIRA O MUNDO, O MUNDO QUE AMAMOS, E QUE SERIA MELHOR SE ESTE NÓS FOSSE MAIS DE SUFICIÊNCIA.

HOUVE UM TEMPO NA ARTE QUE SE CAMINHAVA POR UMA PRAÇA DE PARIS PARA SE VER ÓLEOS MAGNÍFICOS: SE ISSO INEXISTE, AINDA HÁ A ARTE DO LOUVRE!

SER ALGUÉM NORMAL HOJE EM DIA TALVEZ DIGA RESPEITO AO COMPORTAMENTO, MAS NA VERDADE ESTÁ TÃO EM NOSSA INTIMIDADE QUE CAMINHAMOS SOBRE AS PÉTALAS QUE NINGUÉM PODE SENTIR NEM VER.

SE A VIDA FOSSE TÃO CRUA COMO O CERTO DE SE SER, UM CAFÉ EM UMA PADARIA PODE REVELAR EM SUA JANELA UMA LARANJEIRA IMPREVISÍVEL, NO QUE TORNA A VIDA MENOS DURA EM SE VIVER.

QUANDO ESTIVERMOS EM UM TIPO DE DEPRESSÃO A QUE UM SINAL NOS TRASPASSE, ERGAMOS UM TOTEM SOBRE UMA PEDRA QUE VEMOS AO LONGE, NA MENTE QUE CRESCE, QUE PODE SE TORNAR MAIS FELIZ...

NADA DO QUE PENSAMOS TER NA MENTE ABRAÇA TODA A DIALÉTICA DO PENSAMENTO, PORQUANTO EM PROGRESSÃO EVOLUTIVA.

EM UMA CALOTA PRATEADA DA COR DO AÇO, PODE ESTAR OCULTA A FARSA DO PLÁSTICO.

UM RÉPTIL RETRATA UM CARRO COM NEGROS FUMÊS EM SUAS JANELAS, COM RODAS REPTÍLICAS.

QUE A RELIGIÃO NÃO EXIJA UM PADRÃO PRONTO, POIS OS SANTOS FORAM EFETIVAMENTE LIBERTÁRIOS.

ESTAREMOS PRONTOS?

            Cremos que um escritor possa fazer de suas conjecturas um cenário quase real em sua imaginação. Que seja, a fertilidade da imaginação, palavra esta tão usada quando o engenho da garotada cria certos games que deixam todos bem ocupados... Quiçá nem todos, mas uma boa fração de um mercado em ascensão. Mesmo que por vezes esses games treinem – palavra bastante usual – os usuários em seus reflexos, o que vem dar na tecla que pode atingir um alvo em uma guerra: quiçá em drones teleguiados, na mesma cinestesia dos botões. Pudera, seria pouco falar da violência como entretenimento virtual de todas as classes sociais, na pirataria ou não. Pudera também ser esse tema algo de denúncia quase quixotesca porquanto Davi enfrentaria centenas de Golias na empreitada da contestação dos atuais níveis de violência a que são submetidos os jovens com seus entretenimentos e os adultos com fakes “verdadeiras” nem tão novas mas muito fabricadas. Fala-se de posicionamentos vários, de perfis políticos, e o que vem pela frente são rochas impetradas por diversos sistemas já internacionalizados pela globalização e implantação dos territórios demarcados pela micro fatia que detém o poder financeiro mundial.
            Preparemo-nos com o fator estratégico que agora já está sendo montado para contestar a nossa democracia. Pensemos a respeito, de ante mão, o que pode vir pela frente. O que vem a ser uma fake news e o porquê desse anglicismo, pois o que temos visto nos noticiários “oficiais” das tevês abertas ou de assinatura tem sido a parcialidade, a manipulação dos fatos, a repetição incessante de mentiras para torna-las verdade, no mesma modalidade nazi-fascista de outrora, quando verdadeiras massas eram vitimadas por mentiras que não retratavam a realidade dos fatos. Talvez um país como o Brasil se preste muito a essa exposição midiática, onde chove-se até encharcar de lama as consciências do povo, este que não dispõe de muito tempo para se ter estudado a possibilidade de ter uma ideia mais crítica ou a oportunidade de saber como é construída a indústria cultural de além fronteiras, para países vulneráveis como o nosso. Sabemos a dor que é ter um grande líder popular – LULA – preso por demandas de retrocesso concebido certamente por grupos financeiros internacionais com o patronato de nosso imenso país. A partir dessa quebra das nossas instituições democráticas e o rompimento com a carta dos direitos humanos internacionais com a perseguição política de um partido em detrimento da culpabilidade de vários outros – da situação – resta-nos saber ver o que se passa com a possibilidade de termos eleições com participação redobrada dos meios da informática e suas redes sociais. Teremos que embasar com ciência toda a notícia, e fiscalizar o jogo limpo, pois a banda podre do sistema tenta agora se armar de factoides para tentar inviabilizar o resultado, caso venha a ser mais popular, do jogo democrático, com a participação de lideranças que comporão necessariamente uma frente mais progressista para o país.
            É tempo de resistir. É tempo de salvarmos o país, a cada qual com suas limitações impostas pelo mesmo sistema que já dá sinais de derrota no plano internacional, e que aqui dentro lute cada um com suas ferramentas, em um processo possível de horizontalizar a conscientização das massas. Obviamente, se o centro de um pequeno furacão não se mexe, ao menos gira em conformidade com ventos de mudanças: aparece no cenário de uma aldeia que, como dizia Cervantes, quando bem conhecida sua autoria, se torna universal. Se o fator puro da política se faz com cavalheiros, sejamo-los no aspecto de lutar infatigavelmente, porém com o cavalheirismo que caracteriza a ponta de diálogos saudáveis sobre o que é ser patriota, e se possível unindo forças que aparentemente são antagônicas, mas cabem no mesmo espaço que nos remeta a nacionalizarmos o máximo possível de empresas que tendem a cair sob o domínio do capital estrangeiro ou privado, revelando uma onda de entrega de nossas riquezas e potenciais setores estratégicos da economia como nunca se teve notícia, desde priscas eras. É hora de fortalecermos nossas indústrias com base na participação dos lucros pelos funcionários, como fator de ampliação do consumo e recuperação da esfera produtiva. É hora de pensar em sanear as nossas cidades, de evitar atravessadores com suas sinistras logísticas, e criminalizar quem mereça ser, sem parcialidade de proteger um grupo, partido ou similares. É mais do que a hora de denunciarmos sem medo aqueles que depõem contra um andamento democrático mais representativo, onde o que se manda será a voz do povo, que é a voz de Deus! Botarmos de uma vez nas nossas por vezes já cansadas cabeças que o Brasil possui a força para eleger bons representantes, mas estarmos atentos e unindo esforços a evitar que nos golpeiem mais do que já sofremos com a banda podre da sociedade, que nada faz além de utilizar receitas de tecnologia de agregar poder vindo de interesses escusos.
            Tenhamos por candidato aquele que afirmar retirar as pedras que impedem o andamento de uma sociedade mais justa, de dar acessibilidade aos mais vulneráveis, de impedir apadrinhamentos e currais eleitoreiros, de estimar por uma nação livre, de oportunizar ao pobres mais rendimentos, de dividir antes e acumular nas frações a que cada um aceite como resultado de toda uma sinalização. Que as luzes alcancem o bom tino mesmo da burguesia que não precisa temer um país onde basta estarmos preparados para que se remonte em algum tempo um Estado mais justo, o que seria bom para todos, posto não estarmos neste mundo conturbado para dividir nem subtrair, pois do que gere a solidariedade, sempre seremos mais felizes...

quarta-feira, 20 de junho de 2018

NAS FRANJAS DE UM DESTINO

          Quem dera nossos propósitos fossem maiores do que o que se pensa sobre… Que níveis de liberdade de uma expressão fossem a realidade do que se pretenda ser um teor de filosofia. A um pensar-se livre, quem dera, que fosse a própria libertação de nossos caracteres que se volatilizam tão abertamente em um mundo efêmero como o atual. Aparecemos em linhas de tempo: isso é um fato incontestável, na busca, na procura de sermos algo ou alguém, sem dúvida com algum interesse de algum interlocutor. Não bastasse isso, somos pensantes de um tipo de corretagem existencial inequívoca enquanto posicionamentos em relação a muitas coisas, vendendo uma imagem ou perfil que se enquadre em um grupo ou no popularesco modo de negociarmos nossas opiniões. Que não fosse assim, mas é característica do modal tecnológico que reside agora em nossas mãos, como meio e mensagem, porquanto estarmos aparecendo vorazmente na rede, não sabemos ainda como pragmaticamente a usaremos como ferramental. Alguns utilizam como trabalho em um viés talvez meio esquisito, quando percebem que nem tudo trabalha tão bem assim, nesse modal digital, ou que digitaliza o meio como intenção: pensar-se enquanto geração que sequer tenha tido contato com meios não digitais. A releitura histórica da tecnologia se faz necessária, e a compreensão de modos mais artesanais de produção é um bom caminho para se ter boa ideia a respeito de como se tornou a contemporaneidade essa indústria limpa dos chips. É importante borrarmos um pouco as tintas, voltarmos um pouco ao nanquim caneta, e aos pincéis, enquanto expressão aquosa ou a óleo, ou um grafite de um lápis, quem dera, um retorno à arte em toda a sua origem, obviamente com a redescoberta dela mesma, com os novos meios, e sua amplitude de funções e formas. Sempre um canal expressivo, e igualmente uma educação abrangente que aproxime o aluno e os professores das letras como sinais e signos que tem potenciais extraordinários na mesma cultura que agora vemos um pouco esvaziada, frente às novidades que vêm de uma aldeia global, onde os grandes devoram os ícones dos pequenos.
          O destino de todos nós que almejamos por canais de expressão e realizações culturais é vermos que é mais fácil lucrarmos com uma peça pronta, como um template, do que sabermos como e quando fazer, como construir, o que expressar, ou mesmo a mediação que devemos nos dar aos processos de acesso, a que todos têm o direito, e a grande oficina de materiais não nos é oportunizada. A necessidade da arte já vem a dar o crédito nas franjas do destino da sociedade contemporânea em um país pobre, e cada vez mais pobre, onde ocultam covardemente a sua cultura. É nesse modal de atuação que urge lutarmos bravamente para resguardar a cultura brasileira, sua relação com países do continente, o lado amigável de fronteiras amigáveis, a mescla entre o sul e o norte, no que se tende, atualmente, a ressaltar as diferenças por caminhos não muito bons, visto de segregações inóspitas, e ideais de raça que inexistem na ciência antropológica em povos ditos civilizados, ou que cultivem a história como referência importante que não implicará jamais cometermos os mesmos erros crassos de passados que não retornarão, mas que passam a incomodar àqueles que possuem cutuba e cultura sólida para provar a inexistência dos pensamentos do fracasso.
          Só vamos ter um país se nos encontrarmos conosco e soubermos de antemão o gesto que não se encontra com algo de substância, algo oposto à sinceridade de outro gesto, natural, humano, que não sobrepõe sobre a maré de uma individualidade consciente aquelas coletividades cegas que endeusam homens e desprezam o outro lado da livre iniciativa: a arte, esta irmã da Verdade!

terça-feira, 19 de junho de 2018

A PARTIR DE UM NADA

          Tenhamos dó do que não se realiza, quando nos atinamos que nossas mãos é que não obram com as devidas ferramentas. Sim, pois não neguemos que não a tenhamos: Deus do céu, em pleno terceiro milênio e as nossas radículas não nos subtraem substratos, nem que o queiramos, pois que seja, aprofundemos melhor na terra as nossas razões e que estudemos um pouco se queremos arrazoar melhor do que o que se apresenta por nossos flancos… O que seria dessa posição, em tentarmos escolher nossos mesmos flancos? Não, que apenas sigamos em se pensar melhor que alguns viventes não podem sequer se ferir, pois outros dependem daqueles. Assim pode proceder um pensamento, a partir do nada em que por vezes tropeçamos por uma distração de algum segundo. Que não suceda o terceiro segundo, pois dois deste tempo são suficientes sempre a que tenhamos condições de trilhar o conhecimento cabal de apenas saber como caminhar. Em uma Verdade absoluta, saibam os viventes de todas as plagas que não vemos uma formiga cair de sua plataforma, não apenas porque possuem prática absoluta no caminho, como também porque não possuímos nem tempo ou paciência em examinar os cases dos insetos! Assim como caminhar vendo um celular pode resultar na lata amassada, literalmente.
          Não é bem uma crônica o que se apresenta, pois vejamos o lado da filosofia, quem sabe, se realmente há um de acordo com um panorama de homens e mulheres… Não, que a prática mostra ser mais alta, quando navegamos um mar sem as fronteiras, demarcado por lanchas grandes que nos guarneçam, posto enquanto território nacional, sem que precisemos altercar com ordem e quesitos de mesma natureza. Mas quando estamos frente a frente com um editor de textos, qual não seja a estreita relação da tecnologia de certo modo arcaica, com a possibilidade estelar de cunharmos uma publicação, na maravilhosa vertente das luzes em um século em que as devemos aproveitar. Quando se diz a alguém que este pode ser partícipe talvez seja uma perda de tempo, pois o que vemos na atualidade são amplas participações em diversas frentes, a partir por vezes de um nada quando se recomeça em vidas que também são amplamente injustiçadas, e que esse partir-se do nada não evita a que sejam submetidas à espoliação, em que lucra aquele que se diz sano e insano se diz daquele que sofre os males da ganância. Ponto inquebrantável, e as luzes servem para que os pobres tenham acesso a textos e textos que se revelem algo normativo para que se sucedam mais e mais consciências. Seria essa a função de uma sistematização do que possa alcançar o cerne e o conteúdo de palavras que revelem um gesto: da Verdade em se prosseguir. Mas para que se intente o sucesso, vejamos as próprias ferramentas que se apresentam quando se plasma a matéria. Uma imensa construção de civis, ou não. Tudo o que temos de material em grande parte são conquistas e o ferramental hoje corre por alturas grandes, no meio digital, o alcance em que se o usamos sem muita parcimônia e que, mesclado com antigas ferramentas, amplia a percepção e divulga a arte, como exemplo cabal. Mas a parcimônia é importante, e que não queiramos dar passos maiores do que as nossas pernas, para isto estudando à medida que formos progredindo: alcançando mais saberes e não ignorando que um acetato de animação também pode ser utilizado para se criar um gif próprio animado, sem que haja compulsória participação de extensas bibliotecas para isso. Temos algo que remonta mais do que apenas recursos. Temos a capacidade de falarmos ao Japão, mesmo que isso nos torne egocêntricos ao extremo, o que vem dar na perda de qualidade de um recorte mais competente.

domingo, 17 de junho de 2018

CAMINHOS CRUZADOS

         O mundo anda velozmente, ou na verdade são elétrons que alimentam de informação e conhecimento, aos dados que praticamente o varrem, de pontas a pontas. Justo sabermos bastante sobre a informática, e que o nome procede, como um vento quase organizado, a sociedade pautada pela informação e sua indústria. Nossos caminhos são amplos, cruzam-se, são longos presencialmente, são de treinos e treinares, a que não podemos sequer saber se os comportamentos mais científicos isolam, quando possuem certo cunho… Há gigantescas massas de gente no planeta, e a conexão entre elas nem sempre é controlável, ao inverso, mostra apenas, em um mapeamento de identificação possível através de ferramentas computacionais, inumeráveis vértices agrupados complexamente em geometrias, potencialmente muito ativos, ou efetivamente, e outros que estariam mais isolados na visão do mapa de atividades eletrônicas e seus endereçamentos, algo similar a uma grande sinapse. Talvez a diferença seja uma, de vital importância: na questão dos inumeráveis vértices que agem unidos por suas arestas comunicacionais – onde se recebe ou se manda dados – há o fenômeno de que isso se trava na esfera do planeta, onde alguns ermos não possuem conexão, e onde esta ocorre na superfície da Terra, posto geograficamente, na proporção em que nos encontramos com a dimensão gigantesca da superfície daquela, os mapas gerados serão bidimensionais, com as variações funcionais das hierarquias, que fisicamente são apenas dados que tecem informações sobre cargos, valores, jazidas, riquezas, bolsões de miséria, países menos ou mais capazes, e outras gamas de variação quantitativa. Serão mapas sempre com as coordenadas geográficas, de funções geológicas e etc. O traçado citado é o mais importante conforme os interesses de países que têm como mapear – repetindo – quantitativamente, com maior ou menor potência, a superfície da esfera da Terra.
         No caso das relações de vetores e conexões cerebrais, a tridimensionalidade da localização dos neurônios fazem de uma massa encefálica algo muito mais complexo do que a superfície do mundo, pois não há como escanear nem visualizar, com os equipamentos científicos atuais, o que acontece realmente nas sinapses dos neurônios, e o espelhamento genético como leitura científica também é incapaz de integrar comportamentos de ordem energética cerebral, pois o comportamento não pode ser induzido nem por herança genética e nem por atividades onde um elemento químico possa traduzi-lo ou forçar uma única resposta. Mesmo porque a atividade cerebral vai muito além da “química” que trafega entre as conexões entre computadores: de bolso ou não. Obviamente, a medicina encontra suas pesquisas extraordinárias no campo da ciência da mente e do cérebro, mas deve admitir que a complexidade é grande em atingir ótimos resultados, pois a cura ou a estabilidade do paciente encontra sempre o reflexo onde este deve ser atuante para se ajudar e ao médico. Sem isso torna-se mais difícil, obviamente. Destarte, a compreensão que devemos ter da ciência é que justamente onde imaginamos ser um computador algo mais complexo do que a máquina humana, erramos ao ignorar que somos seres altamente complexos e devemos ter em conta que enquanto estamos trilhando um caminho pela eletrônica obsessivamente, não devemos ignorar que por vezes em uma pincelada de um mestre da pintura pode estar uma relação preciosa em caminhos e conexões particulares do espírito humano, este que é inenarrável, indescritível, e infinito!

sexta-feira, 15 de junho de 2018

TEREMOS UM DIÁLOGO SOBRE A VIDA – KRSNA LIVE!

A pousarmos nossas mãos exaustas sobre a vertente dos sacrifícios da vida
A saber, estes que somos a viver não de mãos dadas sobre falsas esperanças
Mas na retomada de uma espiritualidade que Sri Caitanya cantou há tempo
No mesmo cantar que verte no olhar de Krsna sobre a matéria a recriação
De um planeta que chamamos Terra, mas que é Vrndavana em nossos jardins
E continua sendo a forma que temos do Universo manifesto para a Religião…

Esse re-ligar a algo que não perfaz teclarmos gratuitamente botões no prazer
Que revela na efemeridade algo que parece sempre que não possui término
Quando muitos se voltam a uma literatura de festim barato que não sucede
Quanto de podermos pensar um pouco mais sobre as latitudes do Supremo!

A se fazer o pensamento aliança com a Verdade, esta que reside no Absoluto:
Reino das luzes, que não apaguemos os archotes do conhecimento, pois a semente
Não germina em terra calcinada pela violência, nem a paz se redime a um contrato!

Reza a pátria que seja algo de muito mais do que apenas um território, visto sermos
Gente de todos os povos, e que da Índia o poeta espera ser a sua, espiritual, com teor
De Vedanta Sutra, de Shastra sagrado, no nome de que se diz do que É e será
Ao que foi um dia o infinito de um tempo eterno que não sucede ao menos a frase ser…

No que versa a poesia de um devoto puro, sabe-se que essa mesma devoção ergue
Uma resiliente e dura morada – eterna – para que Krsna possa brincar com um vaqueirinho
Na paz consagradora em que jamais se rompe ao menos um grão de poeira desse ser.

Nos dias vincendos, nas horas que muitos já passaram em suas dificuldades, possa uma alma
Ser a ponta do mesmo Paramatma que recebemos como consciência de Deus que sabe
Exatamente a superfície do carinho pela humanidade, e que no entanto deixa no Gita
A luta interna de Kurukshetra que nos refaz no caminho em que nos encontramos aqui!

quinta-feira, 14 de junho de 2018

DE TANTO NÃO FORA A VIDA

De tantos é a própria vida, que sempre, e sempre, no correr
De algum século qualquer ponteia nos flancos de uma estepe
Que não parte a dizer nada, quanto de sabermos que nem tudo
Será da simplicidade em estabelecer um critério único...

Haveria um pensamento sólido, um doutrinamento cabal
Na aurora mesma de uma personalidade qualquer, crua
No seu modo de realizar em tempos onde uma casa de terra
Não possuía ainda a rede onde estranha aranha mora.

Sim, pois ignorar a tecnologia é como abraçar uma barba
Que já deteriorou na terra nada consagrada de sacrifício
Onde tantos outros se acovardaram nos quintais de promessas
Onde na hora de discernir pararam as moléculas do vento!

A cada um que se preze, é mais fácil estudar certa economia
Do que tentar abraçar um sistema de integração onde um ser
Possa ver além de sua geração que há um amálgama quieto
Que pode vir a ser certo milagre da substância mesma da matéria.

E se o mesmo diálogo esquecido da matéria nos faz romper
O dique que também esquecemos que existia no sobrado,
Resta rever o sino de uma catedral para se saber de um grupo
Que ao menos luta para tornar melhor a vida justa de um fiel!

Não rompem diferenças cruentas de palavras outras desferidas
Por referências de doutores consagrados em universos e cidades
Que por ausência não mostram a realidade como está e é
Dentro da circunferência algo notívaga de uma cerveja hedonista...

Sim, que se faça a devassa especulativa, que soltem patrulhas
Ideologizadas pela lógica regressa de não saber-se ignorantes
Quanto de apenas saber de planilhas de custos e orçamentos
Quando isentam da participação aqueles que não são partidários!

O leme da dissenção aparece no lado convexo de alguma luz
Que o candeeiro de outrora não sabia existir nas serras
E que agora a provocação é motivo de festas em outras auroras
Em verdades encobertas na mesma referência de um quase nada...

Saibam que o ignorar-se de quase tudo não é razão de comemorar
Posto vieram de muito perto sabendo-se sabedores de algo perene
Que na verdade é um fogo fátuo encoberto pelo sacerdócio vil
De simplesmente não sabermos mais onde reside vossa humanidade.

CHEGA SAIRMOS DO PALCO?

            Parece-nos que estamos em uma representação, quando do lúdico em existir, do jogo que parece haver, das brincadeiras a que nos permitimos em um palco que gira em um motor que muitas vezes não nos avisa a hora de mudar, se é que havemos de mudar tanto assim. Não que a autoria queira falar em nome de algo, pois esse algo maior fica sendo o objeto de atenção: um algo girante, uma cena qualquer, uma encruzilhada de um si mesmo... Porta-se uma nobreza de espírito, no mesmo enquanto ser um homem ou mulher que saiba de sua posição existencial, sem maiores artifícios quais não seja como espectador ou ator atuante em futuros espetáculos que não acontecem, não se fazem, não se constroem. Saber de Krishna é uma posição valiosa. Isso é ponto pacífico, e a partir disto revelar não é tarefa difícil! Falar de uma pessoa, a Pessoa Suprema, é como pontuar todos os créditos do Universo, mesmo sabendo que este em que vivemos é apenas um de milhões já manifestados, ou o infinito que não se manifestou ainda, mesmo quanto de saber da dissolução cósmica que atinge estes universos materiais que compõem o céu material. No plano espiritual, no céu dessa Natureza Espiritual, tudo é eterno e bem aventurado. Não há dissolução, mesmo que saibamos que a própria destruição de algo ensarta as contas na Verdade de Deus, e nada muda Sua vontade, quando da Criação, manutenção ou dissolução. Estes aspectos fazem parte da Verdade Absoluta, a partir do qual se possa entender melhor os andamentos dos tópicos do Espírito no plano que existimos neste planeta, dentre tantos outros milhares, aos quais a nossa compreensão há que navegar sobre uma fé que se tem, mas que no seu carecimento obviamente é território laico, e também existe enquanto crença na ciência ou no aprofundamento filosófico. Todos os ramos que atingem a consciência humana, na medida em que aprofundem a compreensão do “outro” enquanto ser que habita o planeta, é de modo latente uma ampliação da mesma compreensão humana em relação ao seres que compõem os nossos sistemas complexos, em que coabitamos de modo pacífico dando ao respeito a composição que segue desde detalhes até o todo, em sua complexidade. Partamos do modo a simplificar, pois o respeito que se alongue a mais partes do que a nossa dúvida abra por espaços que ignoramos... Isso significa antecipar a vida antes mesmo que ela surja nos ventres da Natureza, em suas pétalas, de suas raízes, e crer com aprofundamento teológico em algo a mais por vezes e obviamente dá alicerces para que respeitemos o Espírito que ponteia a existência mesma e razões de uma matéria que temos por mente e cérebro, alongada, e que aproveitemos essa massa em nosso crânio, a saber que não deixa de ser matéria complexa, mas pode se tornar uma inteligência majorada porquanto fizermos desabrochar a simplicidade do respeito referido acima. Esse é um modo concreto de deixarmos de representar que estamos respeitando algo enquanto na verdade entramos no jogo da competição desmesurada, no negaceio, na tirana acepção da violência quando nos preparamos para conflitos que muitos dizem ser naturais, e razão de uma profissão, mas que a proficiência de um modal pacífico e cavalheiresco nos redime a ver que de atuantes em um jogo turvo passamos a ver a peça teatral fartamente escrita nos modos farisaicos de outrora e que, no entanto, agora passam a ser verdade relativa, quando já vimos outras vezes peças similares na história, e não precisamos deixar-nos convencer como elementos de desgaste de um teatro de sombras.
            Apenas a questão: se um cidadão crê, isso pode ser fator existencial personalíssimo, de importância capital. Se há hoje em dia uma ou diversas crenças, talvez estejamos podendo recriar realidades através de simples fé, e quando pensamos que alguém não professe fé alguma, este alguém não está fora do caminho, pois o joio pode brotar no meio de uma procissão – de montes –, e não havia o perdão antes do Cristo, e, no entanto, com um tal sacrifício de vida a ponto de ensinar a humanidade o mesmo perdão, muitos seguem a vereda do ódio, como consubstanciação de criar um teatro sem autoria... Mesmo em terras sagradas.

quarta-feira, 13 de junho de 2018

POESIA DO ANTAGONISMO

Se há um entendimento truncado em alguma razão perdida nos tempos
Nada encontramos de revelações secretas de algum motivo torpe,
Mas que sempre esperemos uma questão de ordem a sabermos o como…

Os contrários se sucedem, o positivo vira negativo, a desesperança parte
No rumo inquieto de uma quase enfermidade crônica, quando despertamos
Muito antes da vulgaridade de se saber ciente apenas dos descasos…

E um país se torna tudo ou nada, e uma família é solapada até suas raízes
Quando um dela se torna fração da realidade consubstanciada por conhecer.

E o tudo se torna nada, na apreensão invisível do estar-se contente
Quando a outros isso não se conforta ou conforma tanto, como se diz,
A anuência gratuita de uma caridade ou não reduz o que se contém ao nada.

E essa pergunta de não sabermos quais as referências cabais de uma bondade
Por fim nos transporta a escalas que reiteram a vida com mais saúde quando
No alvorecer de um dia um poeta possa vislumbrar sua arte com mais tempo!

Esse tempo eterno que tudo devora, no qual saibamos que temos um saber
Que não sucede a nenhum outro, e que porventura diríamos outras palavras
No que se pareça a uma Verdade não encoberta pelo coração dos fatos.

Esse buscar-se na expressão a suavidade do afago de uma ainda quase noite
Revela a luz que o atávico sol surpreenderá a cada manhã com sua ciência
De sabermos o quanto é a vida que nos encerre na escuridão de uma rua…

Por estarmos presentes na existência que nos revela o claro e o escuro,
O sim e o não, o côncavo e o convexo, o que cremos que se completa
Com o incompleto sistêmico na acepção crua do que teríamos ainda a ser.

Algo saudoso e simbólico não nos afaste de uma crítica mordaz que chega
Como resultado cru da mesma busca, pois que a reação que não nos diz
Passa a ser aquilo que esperamos de quase bom na covardia da inépcia.

Não que não tenhamos gana, essa mesma gana de vida, da arte, da cultura,
Isso que nos moveria sempre se a mesma moeda não trouxesse seus lados
Dos quais a coroa se move sempre a discernir valores onde não se existe…

Em uma realidade aumentada vemos algumas sinapses desencontradas
Em padrões onde outras se encontram com relativas outras realidades
No que a patifaria de sentirmos certos látegos não nos relativiza a escravidão.

Seríamos tanto quanto o que gostaríamos de viver, pois que se baste o fel
Que não precisamos regurgitar na pretensa serenidade aparente de uma lagoa
Onde um reptílico ser nos revela que há vida sob os escombros de um tudo.

Esse imo que perfaz o consonante gesto de mão inquietas sobre a mesa
De um tremor de seus pratos colocados em cada dia para inquietas refeições
Ao que se dite que por vezes nem em um comer-se há a paz derradeira…

No entanto, se é de contradições que vive o mundo, se isso é realidade
Talvez saibamos ver que o lote que nos caberia saber com outros olhos
Revela-se na presença de um homem ou uma mulher na esperança de si mesmos.

terça-feira, 12 de junho de 2018

RAZÃO DE IDADE INCERTA

            Sempre nos perguntaremos se estamos certos com relação a algo, pois temos dúvidas e quando não as temos somos apenas um par de conhecimento, à medida em que realmente nada sabemos, quando a própria origem do saber é a questão do absoluto,  das origens do universo, de uma ciência que se torna incógnita. Sairemos pela tangente quando pensamos que encontramos um esteio infalível de nos situarmos sabendo do que achamos que seja tudo, e que a busca não continue. O que seja a verdade em nosso pensamento, mas necessariamente essa verdade acontece no mundo material, quando de concretude, como em uma fábrica ou no brotar-se de um plantio. A terra nos dá algumas respostas, mas é uma ilusão quando pensamos entender a Natureza completamente, pois obviamente não podemos nos colocar no lugar de outros seres, e estes têm seus próprios atmas. Um desses seres, um desses espíritos, pode existir como espécie por mais de um bilhão de anos no planeta e não seremos nós que estaremos sabendo – através do comportamento daquele – os segredos de sua vida. Temos que possuir e aplicar a humildade diante dos mistérios da vida, mesmo a que nos atenhamos a fazer brotar pensamentos vívidos sobre a mesma Natureza que é fonte inesgotável da própria filosofia, ou modo de se viver em harmonia, apesar do homem ter errado tanto. A fonte é inesgotável, e a contemplação, necessária. Quando assistimos um filme, parece que estamos de acordo com o que é um entretenimento, este que passa pelo cinema, depois pela bebida, depois para o sexo, e que assim nos esquecemos do duro trabalho da semana... Mas se vamos a um parque, ou se cultivamos um jardim – um magote de terra que seja –, se vemos o movimento de um gato, o trabalho das formigas, os besouros que atravessam o pátio, e até mesmo a vida que pulsa na lentidão de uma lesma, passamos a compreender que jamais estamos sozinhos e que, dentro de casa, temos igualmente sistemas de informática, TVs, telefones, e – dê-se superlativa importância – livros que igualmente nos dão o suporte anímico ou filosófico para imantarmos nossas consciências a respeito do muito que a cultura nos reserva sempre.
             A questão da razão enquanto suas idades relativas pressupõe a que sejamos suscetíveis a muitos modos de nos portarmos, mesmo quando se cogita não haver o predomínio da razão mesma, mas que inevitavelmente esta nos abraça quando ficamos mais maduros, mais experientes, mais velhos... Essas condições quando exercitadas, ou seja, quando temos pressupostos filosóficos ou existenciais, ou mesmo religiosos, fazem do encontro com o real e o imaginário o evitar-se mesclas que nos remetam à ilusão, posto tarefa difícil, esta mesma na sociedade onde Maya aparece em milhares de aspectos. Essas expansões de natureza a confundir mentes e vidas revelam o nosso desconhecimento de certos aspectos sistêmicos da tecnologia que não evidenciam o tudo por si só, visto meios apenas, fins tecnológicos em si, com largas fatias do mercado em consumir as ferramentas que podem originar diversos tipos de alienação, na contraparte das vantagens em termos acesso a expressões de comunicação que antes não havia. A diferença entre o uso dessas ferramentas para fins ególatras, e seu uso pragmático, ou seja, no que serve à máquina ou em que a máquina nos serve, ponteia valores existenciais que podem progredir ou regredir validando o processo da indústria do consumo desenfreado como uma engrenagem rápida, ou o uso correto que nos retire da lógica engrenada, onde a ação vale mais enquanto modo. Em síntese, há muito de contemplação fora da questão linear escrita ou não nas linhas de tempo. Assim, sucede que conhecer-se alguém através de um gadget torna o encontro tão previsível quanto o registro de feedback que encontramos em cada passagem desse contextualizar mal a ferramenta. Em contrapartida, o uso de utilidade da ferramenta por si abre espaço a que resolvamos as questões de ordem prática, isolando o uso para depois poder “reler” antigos meios que perfazem velocidades muito maiores de apreensão consciente.
            A razão de toda uma geração que se treina a lidar com a informática, quando ignora o viver por um tempo em algo que pode se chamar papel de boa edição, só se fará presente quando os professores souberem orientar documentos ou ficção históricos dentro do escopo do livro impresso, quando principalmente pensamos em populações de baixa renda que vivem em diversos rincões – por vezes de difícil acesso – do nosso país. Os muitos ribeirinhos, as pequenas nações dentro de grandes metrópoles, o espaço urbano como aprendizado, a vida da cidade e do campo com suas possíveis mesclas de culturas e o enriquecimento cultural que se deve dar ao andamento de questões de natureza alimentar farta a todos, como condição sine qua non do que se preza como desenvolvimento humano em ermos onde por vezes nem a luz tenha chegado. A simbólica luz que não nos falte quanto de entendimento e diálogo, pois nas questões de ordem espiritual temos a ver que tantos são da obra em um mundo como o nosso, e que essa mesma luz ilumine a consciência dos mentores que por erros banais acabam por deixar de evitar catástrofes, quando permitem a farsa como meio de se chegar a um ponto, este que inexiste enquanto realidade justa.

sábado, 9 de junho de 2018

UM DETALHE QUE NÃO DIZ A MUITOS

          Pensa-se tanto em projetos ou soluções para todos os homens e mulheres da Terra e não se demanda muito se alguns acabam por continuar interferindo nos ciclos e fluências naturais daquela. Digamos que dez centímetros quadrados seja muito pouco… No asfalto ou no concreto é apenas o material que recapa a terra, no tijolo é peça, na madeira pode ser encaixe – quando esta já exauriu uma árvore –, e no mato ou no mar é vida, posto mato é vivo, e mar vivo é mar… E são muitos detalhes, quais não fossem tanto assim, e que mesmo nesse fato a maior parte não percebe! Os cães sabem das gramas pelo cheiro, acuram suas percepções, e é de se pensar que o lavrador ame tanto o seu chão da casa, seu chão da horta. Tanto é assim que procede, que um grande projeto seria uma horta comunitária, sabermos da cor e da textura do mesmo chão, da importância da água no alimento. Podemos até ao cão conceder o alimento, com sobras, com talos, cascas, do afluente mineral rico de cada legume, do arroz integral e sua propriedade e que nos teçamos testemunhas com a companhia dos seres, que somos, e que sempre seremos…
         O resguardo seguro é apenas garantir que a carruagem ande sem contrapartes, tentar lutar pela melhor oferta, se o mercado é lei. Uma oferta de inserção sem o atávico coercitivo modo de não admitir-se a ideia que contribui para melhor, quando dentro do escopo sustentável para todos os que habitamos. Não há especiação no planeta, pois este é holístico e pertence a uma realidade enquanto possuidor de sua própria vida – na superfície –, posto que na esfera total há a qualidade em se poder viver em outra dimensão, propriamente, se o ser humano calcinar o bom propósito. Haverá o bom propósito? Quiçá a da preservação, enquanto vida e húmus, enquanto peixes e florestas, enquanto negarmos o extrativismo mineral sem tomar iniciativas para torná-lo fundamento de sociedades ditas modernas. De modo a preservar as músicas que não sejam muito saudosistas do fracasso passado, pois nosso erro sempre tem sido o desenvolvimento sem freios, inclusive da dita indústria da cultura. É um modo de nos contermos, e a contenção de um pode significar o fracasso de todo o sistema, então por vezes temos que conter a cobiça de lucros exorbitantes para revelar ao mundo que as espoliações de um grupo de meia dúzia de bilionários em detrimento de toda a população restante não será o melhor andamento, mesmo dentro de uma economia de mercado, onde este poderia dar mais oportunidades àqueles novos atores dentro do cenário global.
         Não podemos repetir erros do passado, pois isso é uma tese que se aplica na primeira série de qualquer escola do mundo. Se fossemos dar as notas para a humanidade veríamos que esta fraqueja e reprova em muitos episódios históricos e vem a dar falsos ensinamentos sobre o que é negociar sem limites, o que é formar quadrilhas, o que é uma máfia e pensa pontuar quando possui a recorrência de tentar provar que o crime compensa, principalmente quando vem de altos escalões. A retomada de uma nação livre tem de vir do substrato que vence o mesmo crime que muitos cometem, mas dentro das razões que possam combater as causas dessas irregularidades do sistema. Os padrões educacionais que vem assumindo o Poder em relação aos alunos não podem dar fé apenas às inovações tecnológicas, mas à construção de um caráter íntegro e solidário desde a infância, e a possibilidade real de que as crianças possam estudar lendo bastante, conhecendo a história de seu país e do resto do mundo, desenvolver a análise crítica e a ciência como alavanca para o progresso humano… Saber o que são as desigualdades, do futuro plausível dentro de um panorama de conquistas no plano social, e ter uma especial atenção à matemática como esteio de podermos gerar bons desenvolvedores na informática e ciências outras.
          Um detalhe visto na planta de uma gramínea, não propriamente a planta de uma grande loja: a logística de distribuição em que outras melhores são vistas na geometria das formigas, nos andamentos de uma civilização organizada como o mundo Oriental, na vida de uma mosca, ou em seus movimentos muito mais rápidos do que um helicóptero. Tudo é a ótica, o saber ver, o espelhamento inquieto de nossas certezas vãs em relação com a Natureza, a nossa lógica engatinhada, posto sem valia ao jogo daquela mesma Natureza. Pois, se tanto não fora um mero detalhe de que nada sabemos não teríamos tido o dirigível de Hindenburg ou o Titanic, entre tantos outros erros que causaram as guerras, estas que podem ser evitadas se não fôssemos uma espécie que desdém de dúvidas que cerram os ouvidos para qualquer conhecimento novo ou de bom quilate. O mesmo da compreensão de que o hedonismo, a busca incessante ao ganho material como fim em si, a falta de escapes culturais e artísticos, a massificação do consumo, tudo vira uma farsa trágica em que não podemos nos furtar a que seja não dedicarmo-nos um pouco mais a mudar a sociedade dentro de seu cerne, quando podemos muitas vezes compreender mais um aplicativo complexo do que a beleza tecnológica de uma zarabatana: sua precisão e seus ornatos.

sexta-feira, 8 de junho de 2018

ALTURAS DE SE VER

         Parece fácil descrever algo apresentado. No que se apresente toscamente, há preparações em curso que nos revelam pegarmos as limalhas do que recebemos tecnologicamente do primeiro mundo para aplicar-se na doutrina autoritária em uma América que agora já é da latinoamérica, ou seja, somos maiores do que os EUA, em riquezas, em potencial, em etnias consagradoras, na lição que devemos apreender como inequívoca se quisermos prosseguir sendo a promessa de um país ou de um continente. Não devemos jamais utilizar a força para o injusto que porventura pensemos ser injusto, e muitas vezes é apenas a luta de toda uma população em busca da justiça social. Devemos temer quaisquer despotismos de ambos os lados, do meio, de baixo e do mais alto, essas diferenças de poder que perfazem o antagonismo, este que remonte à questão ideológica mais banal, a diferenças de cunho religioso, que também devem ser evitadas para não ingressarmos em um salvacionismo totalitário: quando chega o momento de não mais dialogarmos, não mais exercermos o direito à cidadania, evitarmos um mero olhar sobre como estamos agindo, e como reage um vivente em termos de sua própria e individual idiossincrasia perante o mundo e seus personagens…
          Iniciemos um debate… Onde estão nossas feridas a si próprios, mesmo que tenhamos treinado muito, mesmo que tenhamos as relativas “certezas”? Muitos são os diâmetros em quilômetros de nosso planeta, e quem dera fosse uma esfera regular, quem dera medíssemos os metros pelos oceanos, quem dera o mapeamento em tempo real fosse algo de realidade, sem precisarmos de drones ou arranjos similares. As cicatrizes de nossos dias aparecem de vez em quando, mas estão sendo utilizadas como padrões para erigirmos outras que existem sempre que as vejamos, sempre que as procuramos, e a cicatriz planetária é tão imensa quanto o sapiens que o somos e estamos por vezes no brincarmos de estar seguros, quando, no entanto, apenas fornicamos com o passado. Essa ida e volta, e que me perdoem o tom sarcástico, se dá na medida em que um fraco é identificado como fraco, ou alguém se torna tutor ou acessório de prepotência sobre um comportar-se, em que na dúvida de um gesto o carro já passou e a câmera apenas focou nas superfícies, deixando de ver o mar, deixando de ver o belo, quão máquinas infelizmente temos que nos tornar! Tudo bem que há gentes que trabalham para garantir seu próprio sustento, mas a hierarquia finalmente, em prol de uma verdadeira inteligência capacitadora, tem que suprir a liderança das ideias como algo de latência em querermos realmente estar seguros quando todos se permitem…
          Caríssimos amigos, um olhar lidera, um gesto não se falta, um diálogo duro se não desfaz, no que o próprio tempo tem a aclamar sugestões, mas a ideia de que as câmeras unidas pelas axis – x, y, z – se tornem a própria profundidade de campo nos faz mais suscetíveis a encontrar melhor a peça dentro do espaço tridimensional, técnica utilizada fartamente por radares ou satélites. Um ponto nas coordenadas planas de longitude e latitude é apenas uma localização superficial, e um pouco mais de simulação pode se útil para se encontrar com o retrato de uma cidade ou de uma estrada. Obviamente que países que detenham sua própria inteligência prospectiva não repartem seus segredos mais caros a outros que considerem apenas seus ramais e de interesses unilaterais. Saber ser ciente do máximo da inovação tecnológica graficamente capacita contingentes maiores que passam a conhecer os recônditos da mesma dita segurança, esta de âmbito mais regionalista ou mesmo da União.
          A velha questão de aproveitarmos uma inteligência que possa – generosamente – estar dispondo de seus artifícios enquanto não especulação amadora, revela mais que se possa igualmente se aproveitar a intelectualidade de um país para a educação de seu povo, e os mananciais de arte e filosofia para que esse mesmo povo tenha a capacidade de gerir seus problemas então como desafios tornados, nessa fusão de encontrar soluções na geração das nossas próprias respostas, justos e ricos em um caminho de uma Nação finalmente livre e independente.

quarta-feira, 6 de junho de 2018

O BELO E A CONTEMPLAÇÃO

          Tal é a vida, que esta mesma possui variações infinitas. Qual seja o tempo com ela relacionado, quiçá numa hora, a relativização da existência de seus seres, o mesmo tempo de que algo que porventura não exista como em um vácuo a cada qual, posto sensação, inexiste a possibilidade da ausência, já que o infinito não se abraça nem mesmo com a matemática. Nossos sentidos são imperfeitos, mesmos quando perscrutamos ao máximo com a sinergia de nosso pensamento os modais mais diversos.
         A compreensão humana revela o diálogo que surge na dimensão existencial que vivemos enquanto seres com as diferenças que a alguns podem não parecer boas, o que resulta no prejuízo de nós mesmos… Esse pré julgamento que é obstáculo no humor de certos viventes à acepção de uma beleza que pode estar em uma ordem, em um ideal, ou mesmo na contemplação enquanto atitude bela. O belo seria um proceder, quando agiganta a proposição do feio enquanto que para outros não o seja: do ato igual no sentido de se permitir a ampliação desses espaços contemplativos, enquanto a dialética dos opostos seja compreendida de acordo com a cultura de cada povo, de cada etnia, na consagração onde um país de mesclas seja muito rico enquanto diversificador da mesma e diversa cultura e suas transposições da arte. Um pressuposto que enriquece de belezas um país como o Brasil, porquanto em gêneros e etnias maravilhosos, pautado por histórias que nem sempre foram reveladas, mas que possuem em nossa memória o perdurar-se da verdade. Tantas foram as nossas histórias, tanta foi e é a arte, tantos são os anônimos artistas, as personalidades de nossa civilização que não as conhecemos tanto, que tanto a indústria cultural tem trabalhado torrencialmente para apagar as coisas que fazem ou fizeram parte de nossa realidade.
          No entanto, resta-nos resgatar nossas memórias desde a antiguidade clássica em seus alvores, com o pensamento sincero de busca e resguardo de nossas memórias, ao menos ao tentarmos compreender o que se sucedeu em cada Era, em cada quebra e avanços na cultura como um todo e na necessidade de uma arte que deixamos perder com relação aos implementos da indústria cultural e como esta empreende esforços daninhos para apagar de nossa memória nossa própria identidade enquanto povo, nação e continente. A libertação nos faz crer que o belo retorne enquanto ideal da consagrada expressão do povo e seus artistas e passa a ser condição inequívoca o resgate acima referido não apenas do que é erudito, como das manifestações artísticas que expressamos em nossos processos históricos, afim de que possamos contemplar e criar com a liberdade mais plena a expressão mesma de nossas subjetividades ou de percepção imediata da realidade, sua sintaxe e seus contextos.
          Posto que sejamos contemplativos, seguiremos um caminho de serenidade espiritual, a mesma vereda de onde se pode surgir um pensamento, livre de insights irrequietos, à mercê da voz que ponteia quando dizemos algo, e da leitura que fazemos dentro dos imensos sistemas coabitados pelo mundo afora na profundidade paulatina e nos ensinamentos de um diálogo pungente com nossos alunos, quando o quê de mestres sejamos. Talvez seja essa a questão: quando contemplamos o belo, estaremos armados com o archote do conhecimento no compartir – dentro da ordem objetiva e subjetiva de nós mesmos enquanto ser coletivo e individual – qualquer progresso que seja válido na esfera do entendimento e empatia que vise a melhorar a qualidade de vida de todos os seres na vila, rua, calçada, casa, apartamento, cidade e planeta. Melhor fosse dizer, que tal se contemplássemos as estrelas e o universo? O mundo se tornaria menor e mais organizado, posto quando do gigantesco ao ínfimo, a sobranceira citada Verdade pesponta o tecido de uma trama desejada, em equilíbrio, social, anímica, espiritual, que plasme a matéria com a inteligência de não desgastarmos a superfície do planeta, já tão sacrificada com cicatrizes que não se pode mais restaurar, a não ser que um amor por ele seja tão gigante a ponto de lutarmos para retroceder o egotismo que em tese não faz bem para um equilíbrio sustentável no mundo, dentro do padrão do bom senso em apenas a mesma tese ser humana, nada mais do que isso, pois os homens não são antropofágicos e a questão maior a ser resolvida é justamente querermos o bem estar de todos, como algo perene, e ideariamente importante no pensamento que passa a ser uma razão fartamente aceitável. Meditemos sobre o nosso contemplar, que veremos o belo onde antes parecia que a existência estava turva, pois cada água poluída tem essencialmente o seu espírito da pureza, haja vista a espiritualidade estar presente até nos átomos e podemos ser frutos dessa ciência: a Ciência Espiritual!

sábado, 2 de junho de 2018

SE ALGUÉM DIZ SIM...

            Será confortável para muitos dizer um sim... Ou não! Podemos denotar certezas com palavras, podemos assinar contratos, redigir minutas, iniciar processos, mas apenas afirmarmos algo por vezes não nos capacita nas mesmas certezas citadas quando não possuímos razões preciosas para tal, onde por vezes a afirmação acaba por não confirmar, mas anuir, propositar. Podemos aceitar, por exemplo, a “nova ciência” como algo inevitável, em uma proposta de prosseguirmos descartando as raízes populares de nossas culturas, como um espelhamento que países mais pobres recebem com goelas esfaimadas sem pestanejar aos hambúrgueres desferidos? Hambúrguer de classe A é diferente? Talvez com nomes de fachadas mais elaboradas, mas não, nossos amigos mais diletos talvez ainda prefiram arroz feijão: nosso prato, com os legumes e a proteína animal ou não. Mas se alguém diz sim, e sim, e sim, o que faremos quando não nos querem permitir certos nãos. O delivery de cartões magnéticos, o drivethru do pit stop, a “recarga” simples de nossa bateria energética, o motel como pressuposto de zero ideológico, o prazer testado mediante aprovação de trocas, o benefício ilícito em troca de informações sigilosas que o torna “lícito”, porquanto as informações e seus códigos vagueiam sem possibilidade de rastreamento, guardando para as guelras dos sistemas o calcanhar de Aquiles de seus pretensos filtros... Nada está completo, nada possui sua totalidade, nenhum pretenso modal de vértices distantes tem a real possibilidade de integração dinâmica permanente, e vemos por isso vias de acesso à distribuição e trânsito pararem nosso pobre país.
            Temos muito por saber do primeiro mundo, e este tem a conhecer nossas qualidades em diversidades e etnias consagradas e díspares. No sim dos países ricos é fácil dizer que em um estado brasileiro está uma jazida de cobre ou ferro, que em algum outro rincão descobre-se ouro, ou que em outro país está uma mina de diamantes, prontos todos para a fome da prospecção do roubo em que se torna modal característico da economia de mercado “livre”. O nacionalismo toma o feitio de intervencionismo, na acepção do não em que nos consumimos crendo que a posição opiniosa estrangeira saberá mais do que nossos industriais ou administradores que procuram algo melhor, dentro da – ainda – existente boa vontade política e sinceridade dos atos. Se por ventura os EUA não protegessem seu próprio mercado colocando sanções e barreiras comerciais não seriam o país que são. Se não protegessem suas riquezas seriam distintos. O Brasil não poderia tomar certas dianteiras? É um sim bem difícil e precisa de muitos outros... Neste caso, o país precisa tomar certas dianteiras e desconcentrar o capital, no mínimo para ser um pouco mais justo. Se todos soubéssemos de um consenso em que várias opiniões, ideias e projetos saíssem dos tutanos das cabeças mais inteligentes, quando em prol da nação, não precisaríamos tanto da voz do povo, pois esta estaria presente nas ações de Governo que lutasse para aprimorar a qualidade de vida de todos, evitando a sangria desasada que ocorre quando alguém busca apenas o capital externo como mediador de conflitos econômicos e crises geradas pelas contradições decorrentes destes. Sempre haverá tempo para revisões de erros e ajustes para se chegar ao dito consenso: é como transportar uma carga de alface tendo o cuidado e a logística do empilhamento e, quando chega na gôndola, perceber que chega no preço dado, e que não se atravessou muito na variante de um mercado ajustado para tal. A saber, uma infraestrutura de inteligência precisa se capacitar com boas máquinas, bons computadores, redes, e no mínimo a segurança indispensável para se evitar que a transparência necessária ao conjunto dos trabalhadores se faça presente onde não se deve, posto a mesma transparência e o know how dos usuários do sistema compreende a técnica necessária para o andamento das empresas e o conhecimento e capacitação continuados, quando se permite o cruzamento por vezes inevitável das informações.
            Esse “sim” dado ao incremento que gira por segundos de acréscimos de produtos tecnológicos, como um moto contínuo, deixa a desejar por vezes quando em uma nação menos desenvolvida entra em conflito com a modalidade de comércio mais tradicional, e peças continuam com sua importância de mercado, como quando o próprio comportamento das máquinas exige fronteiras que por vezes são abraçadas em nações mais ricas. Botar o navio na água tem que ser o fruto de várias equações e a startup não se começa com tanta facilidade, posto o cimento ainda é uma das maiores fontes de lucro. Por essas e outras o sim justo a uma fonte mais cristalina na nação brasileira é incrementar de tal forma a indústria e o campesinato para que nosso consumo interno volte a patamares de bons ciclos, e que cada ciclo gere um acréscimo ao anterior em regiões de progresso dentro de uma economia que se sustente por si, e na ordem necessária inerente a uma Democracia com participação popular.

A CONTEMPLAÇÃO

         A beleza de um motivo da Natureza por si pode ser objeto de um olhar acurado no modo mesmo contemplativo, ou em um perscrutar-se de ideias, de insights e descobertas a bel prazer, qual não fosse infinito o domínio dessa mesma Natureza. O mesmo olhar atento, fora do box digital, essa pequena obra da ciência que aparentemente nos leva, enquanto máquina, a pensarmos em um outro infinito, o domínio das informações e iteração com elas, de modo a recebermos em nosso olhar o objeto poderoso de comunicação, que se pretenda obviamente mais raro sairmos desse espectro e abraçarmos as coisas que estão imediatamente ao nosso lado. O conhecimento mais aprimorado depende de como vemos o que a maior parte das pessoas ignoram, mesmo em geografias mais urbanas, onde o concreto é mais presente: nas calçadas, no asfalto e nos prédios. Mesmo que tenhamos algo da ciência em compreendermos que a obra humana nos pareça a última palavra com seus modos invasivos no habitat de outros seres, haveremos de saber que seres distintos e com algo nível de sobrevivência convivem simbioticamente com o concreto que correntemente avança – mesmo que de modo desordenado – pelas urbes afora. Agora, se conceituarmos que para o futuro tudo estará sinteticamente resolvido através da digitalização de nossa consciência, estaremos incorrendo em separar os ofícios entre quem está ou não inserido nessa grande ficção, o que não deixa de ser uma população que passa a trabalhar fora dos meios digitais, como grande parte dos operários e camponeses e aqueles que vivem a ciência de modo superlativo, relativizando certezas de acordo com um sistema que se impõe cada vez mais na perspectiva de que – em um país como o nosso – essa divisão se pronuncie igualmente separando gerações e distanciando o diálogo entre elas. A contemplação passa a ser um aglutinante sincero entre as gentes, gerando na Natureza, construída ou não, uma comunhão existencial necessária. Essa mesmaA comunhão que o Espírito busca sempre através da vida, e que suas palavras permaneçam incólumes, pois sempre será o sal da mesma vida…
          Entre o belo e o ideal da beleza está continuamente o diálogo que incorre na então busca da representação entre o que é real e a expressão mesma da arte que representa o onírico, mesmo sendo realista, no que vem a ser faculdade de resgate para que se deixe fluir o anímico, o espiritual, dentro da estética e dos valores culturais humanos. Essa noção de que a arte norteia a natureza humana é tão atávica quanto os primeiros registros em Altamira e Lascaux, registros esses que conferiam algo de mágico na vida pré civilizatória, porquanto séculos e séculos depois vemos uma certa mágica quando aparentemente o computador vira um registro de mapas informacionais que recebemos – aqueles que têm acesso – espetaculares avanços científicos em tempos estonteantemente menores. A arte torna-se raridade enquanto o fazer artístico, dentro da construção mesma do anima humano, seus sabores e venturas, no fluir da expressão do espírito, seja ela razão ou intuição, pintura, escultura, artesanato, desenho, literatura, etc. Para citar meios em que de modo quase alquímico resgatemos as raízes perdidas como homo faber que somos.