quinta-feira, 1 de março de 2018

PRIMOR DE UM GESTO

Qual seja estarmos em consonância com nossos atos a partir de instantes
Em que a molécula que gere a vida se multiplica dando alento aos seres
Em que não somos apenas humanos, e no entanto somos de tal monta tantos
Que a outros nos cegamos podendo ver com toda a maravilhosa faculdade.

A ver, que no traço de um gesto perdido por sua perfeita sinceridade
Homens e mulheres devam perceber que nem tudo possui significantes…

A viver, que seremos o suficiente, da vida à vida sem os extremos do classificar
Em tabelas ou cartilhas anacrônicas que dispõem de nosso precioso tempo
Em encerrar em lógicas frias e duras o que muitos de nós pensamos história!

Que esta passa por um indivíduo, por vezes claudicante, por vezes em calmarias
Que perdoem a não pronúncia das letras, ou a ausência que estas nos dão
No topo de uma vida que muitas das vezes só sobrevive na arte da poesia!

Navegar nas letras é imensa tarefa, qual não seja, imenso prazer de construir
Algo que não remonta os séculos, mas aparece no leito digital como papel sonante.

A única certeza que reside no coração dos poetas que tecem a arte como necessidade
Porventura seria algo, mas que em cada um o processo da criação de propósito
Que segue como um pequeno trem carregando as joias da compreensão.

As mãos param de tremer, a angústia se volatiliza quanto de escrever a contento
No contentamento de que a peça literária reduz o sofrimento do artista
Quando este vê o estado de miséria humana em que pouco a pouco se torna o humano.

Se as diferenças predispõem a conflitos, jamais serão a razão que tece a justiça,
Posto seria simples que não nos observássemos tanto e a outros que sejam
Para estarem com a vida propriamente ganha de presente quando não parcial…

Em questões menores não pensemos, pois estamos apenas no melhor do mundo
Quando de pensarmos nosso país como a reserva absolutamente incontestável
Dos justos que são justos e de algo que nos nubla a presença de um navio na estrela.

Que desçam estrelas em nossos céus, oh, que a vida pontue mais na tolerância
Que não podemos arcar mais com qualquer conflito de qualquer natureza
Muito menos empunhar bandeiras com desenhos de sectarismos religiosos…

Se um arremedo de nuvem abraça parte do céu, em sua espessa tessitura
Nosso barco singra a extremos de espera em que nos motivaremos a prosseguir
Nas lides do bom senso em estabelecer a esperança em brava tripulação!

Seremos tantos a conviver serenamente com todos os problemas que passam
Por através de milhões de milagres pelo justo quando esse ocorre sempre
No ato de alguém que remonte uma peça de uma fábrica distante que signifique
Uma flor de metal que espalhe a ternura com o primor de um gesto simbólico...

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