terça-feira, 13 de março de 2018

POESIA DO NASCEDOURO

Os sonhos imantados de um ontem ainda presente nos regalam
Para frutos de concórdia, em que a humanidade não precise suplicar
A ver que seu ideal de consorte com a esperança navega no mesmo barco…

A lida de crescermos, irmãos, transcende a discórdia que nos remonte o povo!

No mesmo caudal em que as correntezas nos mostram os movimentos do tempo
Há de surgirem outros movimentos, não rotulados por intempéries outras
Quais não sejam o mote da chuva, o vento que nos gire, o incomensurável estelar.

Nas vidas que nos acompanhem os faróis distantes, de uma linha do horizonte
Em que nossos barcos saibam o quilate de suas próprias navegações
E que não soçobre a intenção primeira de vermos os peixes sobrantes!

Ao que nasce, nasça um olhar, um gesto, uma mama de alcaçuz no gesto
Tão sutil quanto o olhar de um bebê ao anunciar que é hora de trocar
A aparente obrigação primeira que na verdade é a ternura de um pano limpo!

Que verta a alma humana as vértebras da compreensão, a todos, pois não é
Imantando com o suor de falsos profetas que veremos na comunhão dos dias
Uma condição de luta antecipada que é ao mesmo tempo uma composição forçada.

Um trem se nos alivie as dores, um imenso carrilhão de esperança, um homem:
Seus erros, seus acertos, suas gentes e a mesma questão indivisível do átomo…

Que não se veja o dolo onde outros se enriquecem com outros dólares de fachada
Quando supõem ser alguém de escolha o não escolhido, mas que é fato que o seja.

Rascunhos de gente são o farnel substancioso de nossas caravanas, pois construir
De um tudo ou nada não mereceria qualquer painel onde escrevemos a pesquisa!

Não merecemos as cifras que nos atalham na compra de um nascituro, qual seja,
Quando erguemos nossas cabeças em um tipo de curral, que saibamos o que é.

Não precisamos dar o aval em um novo que não existe, em plataformas inócuas,
Em temperamentos em clamores populares, na visão dantesca do egoísmo,
Posto não nos realizamos sendo sobras de nada, visto o nada poder ser algo.

Nasce um país melhor, no sentido de sabermos que temos nossas justificativas
Quando percebemos que o valor do país tem a coragem de seguir prosseguindo!

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