Se
há porventura algum estudo relativo a que sejamos previsíveis como
um objeto mais complexo, esse algo de relativização de conceitos
peca por afirmar que conhece o todo através do que percebe em
fragmentos. O todo pode estar em qualquer parte, e o visível na tela
digital é relativamente a percepção que temos através do gadget.
Esse conceito por si quebra uma dependência de que seremos mais
“atuais” se possuirmos nosso android atualizado, ou com
aplicativos que nos diferenciem uns dois outros por uma competência
assaz “estimulante”.
Em
outra perspectiva, há miríades de seres que compartem a Terra com a
nossa espécie, porquanto gostaríamos de saber, isso dito quiçá no
coletivo (onde o debate acontece): o nós. Gostaríamos de saber um
pouco mais sobre as outras espécies, das quais as abelhas, sem as
quais não vivemos. Para um debate, talvez fosse interessante saber
que mesmo em uma megalópole o homem e a mulher não podem ignorar a
Natureza, desde que se saiba que um ecossistema não se restringe ao
mar, e quiçá o distanciamento do ser com outros revela que a nossa
atitude consciente é que nos resguarda da ameaça a outros seres do
planeta. Por mais que exista uma manta que nos isole da terra, por
baixo esta é território vivo, e por cima a manta se ressente do não
escoamento aplicado em projetos preventivos, como o saneamento
enquanto função de evitar no mínimo as tragédias. Se uma espécie
em extinção apontasse para a nossa e dissesse a Deus sobre os
Direitos Universais, caber-se-ia na Declaração adendos e mais
adendos, pois Deus não a criou, pois já existia antes do homem
surgir no planeta azul. A ONU, em sua empáfia de fazer crer à
humanidade que é uma instituição rigorosamente correta, deveria
rever o conceito da sua participação nos negócios de seus amigos e
correlatos, já que se revela como um bom instrumento de participação
nas questões de ordem de muitos países e continentes. A proposta
inicial parece boa, a participação e a união, mas a crítica vem
de um espaço onde vemos que nestes nossos tempos as grandes
instituições e corporações rezam pela valia de seus interesses,
tão somente, e suas estratégias que se confrontam com a riqueza das
nações, na proposta de ajudar “humanitariamente” na repartição
do bolo.
Talvez
possa parecer fruto de um necessário esforço para saber quem está
com mais poder ou não, ou como utilizam diversas organizações ou
verdadeiras instituições onde nem sempre as coisas funcionam como
deveriam. Passa a ser de pequena importância a defesa de algum
interesse particular, mas seria bom pensarmos mais grandemente:
ampliarmos paulatinamente a consciência com relação a tudo que nos
envolve, incluso termos a ciência de sabermos o que é certo e o que
é errado nas sociedades, para sermos algo um pouco maior do que a
expectativa que por vezes o Poder espera que sejamos. É muito crível
sabermos que dentro da mentalidade da diáspora que separa o rico do
pobre é importante às classes mais ricas que a pobreza não seja
consciente no sentido de se ter uma educação de boa qualidade.
Talvez a maior parte dos ricos não pense dessa forma, mas as cúpulas
que orientam verticalmente como o Brasil deve se comportar prima por
essa premissa, para que haja uma resignação com relação ao status
quo, mesmo que se submetam massas ao exército industrial de
reserva, ou que a fome não comova mais àqueles que a presenciam nas
cidades, ou mesmo no campo. Há uma espécie assustadora de torpor,
de um silêncio, de as pessoas terem medo de se pronunciar se não
estiverem alicerçadas a algo, a ponto de Ulisses ter que se amarrar
ao mastro para não sucumbir…
Pois
bem, em um cenário de selva, no recrudescimento da violência e da
covardia, do roubo e da corrupção, do jornalismo vendido e dos
filmes exatamente programados ao horror, tem-se recrudescimentos de
enfermidades de ordem psíquica. No garimpo e adaptabilidade de uma
mesmice despontam almas na arte de um viver distinto onde não há
espaço para sonhos próprios, a não ser o que a grande mídia
redescobre nos arquétipos já estudados no inconsciente coletivo, em
que Gustav Jung já pesquisara nas sociedades tribais ou
“civilizadas” há algumas e bem estudadas décadas, de um século
cada vez mais vivo que se tornou o XX. Foi nesse século estrito que
surgiram os grandes regimes totalitários, independentes de
sistematização ou não e, destes, algumas receitas certamente
serviram àqueles que hoje disputam o poder no mundo. Será quase
impossível, no atual século, que a verdade surja correspondente à
sua aceitação, posto as letras agora dependem exclusivamente da
linguística científica, como o contexto e a normatização de
investigações excludentes, o que levará a literatura amadurecida a
uma crise, ainda que seja uma manifestação artística mais
independente do que as artes visuais de tintas e pincéis, ou a
poesia livre na forma como manifestação do caráter libertário da
expressão humana. Os canais expressivos fazem sua função de
amortizar uma resposta mais longa através da premiação de insights
mais curtos, em que aqueles que primam pela leitura e pesquisas mais
amadurecidas por vezes não encontram rebatimentos necessários da
aceitação desse modal existencial como padrão favorável em uma
sociedade em processos de concussão.
Por
estes fatos, sentimo-nos desesperançados, como quando percebemos que
avançamos em direção ao bem estar da liberdade concreta, à
justiça social, e tiranos nos lançam golpes para destruir com
os nossos sonhos e conquistas. Saibamos ao menos que a mentira
institucionalizada não vence sempre, e o que nos levará à vitória
é a sinceridade e verdade de nossos gestos!
Nenhum comentário:
Postar um comentário